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rhglicht
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rhglicht

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ArtigoCategoriaCriado
O doenteSonetos08/11/2023 05:40:02
O religiotaSonetos04/11/2023 06:14:35
O sabichãoSonetos01/11/2023 10:23:22
O caloteiroSonetos28/10/2023 07:40:16
O retardatárioSonetos25/10/2023 08:21:19
O rebeldeSonetos21/10/2023 09:47:31
O muquiranaSonetos18/10/2023 08:27:32
O chatoSonetos14/10/2023 08:59:37
WeltanschauungCrônicas11/10/2023 12:23:33
SomatizaçãoSonetos07/10/2023 08:39:07
IndefiniçõesSonetos04/10/2023 06:11:49
ZeitgeistCrônicas30/09/2023 06:34:16
SchadenfreudeCrônicas27/09/2023 06:05:34
Acautele-se!Sonetos23/09/2023 06:36:05
Nervos na farmáciaCrônicas20/09/2023 05:51:55
Maconha ou religião?Sonetos16/09/2023 08:18:33
Amor cegoSonetos13/09/2023 11:47:11
Se você...Sonetos09/09/2023 08:41:52
Onde limpar?Crônicas06/09/2023 09:25:58
Água bentaSonetos02/09/2023 09:12:08
Amante atrevidoMinicontos30/08/2023 14:00:19
Das pessoasSonetos26/08/2023 09:45:54
IngenuidadeSonetos23/08/2023 11:00:29
A confissãoCrônicas19/08/2023 08:59:55
VícioSonetos16/08/2023 08:41:13
René Henrique Götz Licht

Sou um homem gay, branco, que tem lutado como negros e indígenas pelo direito de ser quem sou e como sou.

Houve um período na minha vida em que ser aprovado pelas pessoas e ser aceito por elas era-me importante, até fundamental. O que eu recebia, agradecido, dessas pessoas costumava ser em forma de migalhas de tolerância e, às vezes, de algum afeto.

Minha preocupação mudou: quero viver a minha vida sem me preocupar se a minha existência ofende as crenças dos outros ou em achar que é minha obrigação ser agradável aos outros. Tenho que ser agradável a mim e não ofender meus valores e minhas crenças.

Ao dedicar minha vida a ser agradável aos outros vi-me cercado de parasitas, oportunistas e aproveitadores. Mais tarde, por não precisar mais das migalhas de afeto, nem precisar ser reconhecido e validado pelos outros, deixei de me empenhar para ser agradável, disponível e de fazer o que os outros esperavam de mim. Eu, o hospedeiro, deixei de ofertar aos meus parasitas o alimento que procuravam em mim, e eles foram caindo, um a um.

Quais pessoas quero ter por perto, física ou mentalmente falando? Aquelas com as quais sinto-me à vontade para ser como sou e ser quem sou: são as pessoas que me estimulam intelectualmente. São pessoas que não apenas me toleram, mas me aceitam. Algumas, acolhem-me, mas isso já é um bônus.

E quanto às pessoas com tendências racistas, homofóbicas ou os religiosos reacionários e conservadores que apontam seus dedos para falar dos pecados alheios, em nome de Jesus? E quanto às pessoas que, com a melhor das intenções, sugerem docemente os seus estilos de vida aos outros? Ou sutilmente impõem suas crenças e seus valores? Vivam suas vidas, mas suficientemente longe de mim. E respeitem a legislação em vigor!

Tornei-me um agnóstico deísta que significa mais ou menos o seguinte: o Deus descrito nas bíblias cristãs e o Deus que rege as doutrinas religiosas cristãs, católicas ou evangélicas, não é o Deus que me representa. Esse Deus, bíblico e doutrinário, foi criado pelo homem à imagem e semelhança do homem-criador. Esse Deus tem sido manipulado pelo homem religioso para servir aos propósitos desse mesmo homem religioso.

O ato de escrever sistematicamente tornou-se para mim algo como comer e beber. É expressando-me por escrito que porções do mundo que habita minha mente são liberadas ao mundo exterior. E o que isso significa na prática? Que escrevo afirmações que jamais tive coragem de dizer e que escrevo amores que nunca me permiti vivenciar.

Escrever tem força e poder para realizar, agora, o que já passou. Ao escrever, a mente produz todas as sensações do real, porque escrever é um ato real que torna real o imaginário. Escrever é um processo da física quântica em que imaginação e realidade são uma única energia.
rhglicht
Escritor
Junho 19
São Caetano do Sul
São Paulo

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