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rhglicht
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rhglicht

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ArtigoCategoriaCriado
MiragemPoesias04/06/2021 08:26:09
CatarsePoesias28/05/2021 08:07:23
DesejoPoesias25/05/2021 07:57:59
SinaPoesias24/05/2021 08:44:16
PrótesePoesias23/05/2021 18:10:05
Ser sem serPoesias22/05/2021 17:33:04
Profano & SagradoSonetos21/05/2021 08:47:02
GlutoniaSonetos01/09/2020 08:41:54
Desespero IICrônicas02/08/2020 16:04:41
Desespero ICrônicas02/08/2020 16:03:36
Brilho nos olhosSonetos24/05/2020 07:28:10
Caminho Sonetos24/05/2020 07:19:18
Está láPoesias22/05/2020 10:00:40
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ProfessorMicrônicas27/10/2019 10:32:56
Rivalidade fraternaCrônicas20/10/2019 09:56:36
Prova de PianoCrônicas13/10/2019 08:54:53
Calar IISonetos06/10/2019 12:23:04
Calar ISonetos29/09/2019 07:58:49
DoisTrovas22/09/2019 13:16:38
DorPoesias15/09/2019 07:44:59
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SetembroTrovas01/09/2019 07:43:52
Em um movimentoPoesias25/08/2019 07:44:15
AvePoesias18/08/2019 10:13:12
René Henrique Götz Licht

Sou um homem gay, branco, que tem lutado como negros e indígenas pelo direito de ser quem sou e como sou.

Houve um período na minha vida em que ser aprovado pelas pessoas e ser aceito por elas era-me importante, até fundamental. O que eu recebia, agradecido, dessas pessoas costumava ser em forma de migalhas de tolerância e, às vezes, de algum afeto.

Minha preocupação mudou: quero viver a minha vida sem me preocupar se a minha existência ofende as crenças dos outros ou em achar que é minha obrigação ser agradável aos outros. Tenho que ser agradável a mim e não ofender meus valores e minhas crenças.

Ao dedicar minha vida a ser agradável aos outros vi-me cercado de parasitas, oportunistas e aproveitadores. Mais tarde, por não precisar mais das migalhas de afeto, nem precisar ser reconhecido e validado pelos outros, deixei de me empenhar para ser agradável, disponível e de fazer o que os outros esperavam de mim. Eu, o hospedeiro, deixei de ofertar aos meus parasitas o alimento que procuravam em mim, e eles foram caindo, um a um.

Quais pessoas quero ter por perto, física ou mentalmente falando? Aquelas com as quais sinto-me à vontade para ser como sou e ser quem sou: são as pessoas que me estimulam intelectualmente. São pessoas que não apenas me toleram, mas me aceitam. Algumas, acolhem-me, mas isso já é um bônus.

E quanto às pessoas com tendências racistas, homofóbicas ou os religiosos reacionários e conservadores que apontam seus dedos para falar dos pecados alheios, em nome de Jesus? E quanto às pessoas que, com a melhor das intenções, sugerem docemente os seus estilos de vida aos outros? Ou sutilmente impõem suas crenças e seus valores? Vivam suas vidas, mas suficientemente longe de mim. E respeitem a legislação em vigor!

Tornei-me um agnóstico deísta que significa mais ou menos o seguinte: o Deus descrito nas bíblias cristãs e o Deus que rege as doutrinas religiosas cristãs, católicas ou evangélicas, não é o Deus que me representa. Esse Deus, bíblico e doutrinário, foi criado pelo homem à imagem e semelhança do homem-criador. Esse Deus tem sido manipulado pelo homem religioso para servir aos propósitos desse mesmo homem religioso.

O ato de escrever sistematicamente tornou-se para mim algo como comer e beber. É expressando-me por escrito que porções do mundo que habita minha mente são liberadas ao mundo exterior. E o que isso significa na prática? Que escrevo afirmações que jamais tive coragem de dizer e que escrevo amores que nunca me permiti vivenciar.

Escrever tem força e poder para realizar, agora, o que já passou. Ao escrever, a mente produz todas as sensações do real, porque escrever é um ato real que torna real o imaginário. Escrever é um processo da física quântica em que imaginação e realidade são uma única energia.
rhglicht
Escritor
Junho 19
São Caetano do Sul
São Paulo

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