As crônicas do Inferno
Épocas sombrias
O início do fim
Pecado, esta é a palavra que define
o tamanho do erro, que Luciféria veio a
cometer. No começo a consciência lhe
abandonou, mas quando voltou a
tê-la, era tarde demais.
Milhares tinham perecido em suas
finas e pálidas mãos. O sangue tinha
tingido o vestido branco de vermelho,
uma criança aterrorizada estava em
seus braços, só que ela não sentia
sua dor, ou qualquer outra
coisa.
“Parabéns” Congratulou Bael, vindo
por trás dela, e atirando o cadáver para
longe, como se não fosse humano. Em
seu dedo havia o sangue da vítima,
que ele levou aos lábios, saboreando
aquele néctar da vida. “Eram todos
monstros, que mereciam morrer.”
Ela lhe respondeu, sem emoção
nas palavras.
“Sim minha querida.” Ele disse de
má vontade, percebendo que a jovem
não estava ciente do seu crime. “Há mais deles para destruir?” Ficou
parada, com o olhar vazio.
“Não, já é o bastante. Beba isso,
para perder a sede da guerra.” Disse
lhe dando o cálice, e fazendo-a beber
o vinho, que estava infectado com
uma poção alucinante.
Ela o bebeu, e ficou leve como
o vento. Ele a pegou nos braços, e
a levou para o seu palácio pirâmide,
onde a deitou numa cama. “Não se
preocupe, estamos só eu e você
Lucy” Disse tirando-lhe as
roupas.
Na visão da dama, estava num
paraíso junto do seu amado marido Azazel, sob o sofá confortável, onde
praticavam seus atos de paixão. Na
realidade, ela estava nos braços
do maligno, que estava louco
por ideias cruéis.
Ela parecia uma garotinha, que
tinha chegado a adolescência apenas
no tempo, mas não no corpo, e isto o
fazia querer possuí-la, tomá-la para
si. Pois de certa forma, o fazia lembrar
dos tempos em que a filha não tinha
se desenvolvido, e de quando a
violou.
Pobre Eke, além das incessantes negativas de Miguel, tinha um passado
sombrio, e extremamente assustador.
Os olhos negros como a noite, já
foram doces, mas devido ao pânico, a
cor foi se perdendo com o tempo, e
ela se transformou em quem
é hoje.
“O quê está fazendo?!” Disse a própria,
tirando-o de sua doentia nostalgia. “Só me divertindo, minha pequena” Ele lhe
respondeu, adentrando o corpo da
princesa, que embora parecesse
intocável, nem um pouco o
era.
“Mamãe não gostará disso.” Lhe
criticou, e o demônio deu os ombros,
prosseguindo com o abuso, ao ponto
de suar. “Sabe que de todas as vadias,
essa é a única...” O olhar frio dele é
uma resposta ao seu apelo, só
que ela não desiste.
“É a única, que jamais quis que
tocasse.” Protesta em voz solene, e
ele ergue a sobrancelha. “Eu também
não queria que deixasse o lar, para ir
atrás de um certo arcanjo. Mas não
temos sempre o queremos Eke.”
Retrucou, fazendo-a deixar
ele só com a vítima.
“Eke?” A dama sussurrou, e o mundo
perfeito, falhou como uma ilusão. “Não
, eu disse Ele” Tentou desconversar, só
que a jovem o viu, e isso a trouxe
para a realidade.
“Bael?!” Ela esbravejou, tentando
se soltar dos braços dele. “Não haja
como se não quisesse, sou tão lindo
quanto seu pai.” Ele se imprensou, forçando-se contra ela.
“É! É como se estivesse nos braços
dele! É nojento! Por favor para!” Ela
implorou, mas em vez de ceder, ele
apenas seguiu, lhe tapando a
boca, enquanto ela tenta
gritar.
“Podia ser prazeroso, para nós dois.
Mas você tinha que acordar. Lamento
por isso, só que não vou parar.” Ele
diz, sentindo que o corpo dela
está secando.
Lágrimas escorrem molhando sua mão.
Ela tenta dizer “O quê fiz desta vez?” Só
que o demônio, pressiona sua palma,
fazendo-a entrar em desespero.
Os olhos dele encontram os dela, ele
vê o pânico instalado em sua face, que
estava ficando vermelha, de tanto chorar.
Por falsa misericórdia, se aproxima
do seu ouvido, e sussurra palavras que
lhe devolvem para o mundo dos seus
sonhos, e a faz ceder com mais
facilidade.
Após terminar, ele se afasta, deixando-a
desmaiada entre os lençóis brancos. “Eu sinto que tem algo errado aqui.” Ela diz
dentro do seu Éden mental, enquanto
fica jogada nas almofadas do
sofá.
“De todas as mulheres do mundo, tinha
que escolher a filha de Cerridwen!?” Diz a deusa Hécate, seguindo o novo deus,
para os seus aposentos reais, e este
a ignora.
“O quê há de errado nisso? Não foi
Você que escolheu o marido dela como
seu par ideal?” Questiona friamente, e
a deixa de queixo caído. “Ela vai ser
expulsa daqui.” Avisa a esposa,
e ele para.
“Ela fica.” Diz em tom imperativo.
“Não, nós já temos uma filha de Lúcifer no nosso exército.” Responde opondo-se
a ordem estabelecida. “Não uma que atenda ao meu desejo. Ela fica.”
Rebate, deixando-a.
“Desejo?” A deusa grita invadindo
o local. “Você sabe o quanto gosto de
garotinhas.” Retruca com o sorriso
cruel. “Lilá é a mais jovem.” Lhe
contradiz de imediato.
“Lilá é desenvolvida, como a carne
manchada pelo pecado. Já Luciféria
parece tão pura, quanto intocada.”
Esclarece, e a deusa gargalha
com escárnio.
“Luciféria, não é uma santa. Conheceu
os pecados do corpo, mais cedo que Lilá
, e nem precisei induzi-la.” Diz em tom de zombaria. “Além do mais, já esteve
nos braços de Miguel, e Azazel. Ela
Não É pura.” Prossegue com a
afirmação.
“Não? Bem isso a torna perfeita para
os meus planos. Agora saia, preciso do meu descanso.” Diz fazendo menção
para retirar-se.
“E Hécate.” A chama antes de passar
pela porta. “O quê?” Ela pergunta com
má vontade. “Não ouse tocar nela. Só
Eu tenho este direito.” Mostra seu
poder na casa, e isso a
enfurece.
“Mamãe!” Eke grita correndo a bela
morena. “Sim.” Responde ainda de mal
humor. “Você conversou com Ele? Ele vai tirar ela daqui?” Pergunta frenética
pela resposta. “Não, é mais fácil nos
tirar, e ficar com ela.” Fala com
desgosto.
“Mas por quê?!” A menina fica chateada. “Porquê ele se encantou por
aquele corpinho de Lilith.” Diz sentindo o ódio crescer dentro de si. “Só que
como ele não se importa...” Lhe
vem a ideia.
“Não vejo mal algum em seguirmos
em frente também.” Diz caminhando com um sorriso na face. “Chega de ficar
esperando por Harmonia. Vamos fazer
do meu jeito. Venha comigo.” Segura
a mão da menina, e as duas vão
para fora do palácio.
A princesa segue desconfiada,
olhando para os sorrisos robóticos de seus pais, que sempre parecem felizes. Sem que lhes vejam, ela vai até o penhasco.
Percebendo que há algo errado, o
Demônio acorda, e voa rapidamente
para dentro do quarto. A jovem salta
para a escuridão, e ele a pega nos
braços, impedindo-a de bater
a cabeça.
Seus olhos estão vazios, outra vez
a ilusão está falhando, até que volta
ao normal, e percebe que está nos
braços de Bael. “Eu sabia!” Ela
grita, tentando se livrar
dele.
“De novo?! Não cansa de sofrer?!”
Ele se mostra frustrado por seu poder
mental, não ser tão eficaz com ela. “É
, e eu não vou cair na sua miragem
diabólica outra vez!” Diz ela com
fúria.
“Pior para você. Porquê eu não vou
deixar de me satisfazer!” Responde e a bela fica horrorizada. “Por quê eu?! Eu não queria vim para o seu lado, não
conspirei com você, então por
quê?!” Grita mostrando-se
assustada.
“Porquê é perfeita.” Responde-lhe,
soltando-a, para diminuir o trauma.
“Eu sou o quê?” Inquire sem acreditar em tais palavras. “É perfeita.” Ele volta a responder, e com o olhar confuso, a bela pergunta “Por quê?”. “Luciféria,
desde que a tive nos braços, muito
tempo se passou...” Ele inicia.
“Quer dizer quando Miguel permitiu
que me violasse por vingança?” Ela lhe
questiona. “Sim” Ele ri. “E seu corpo é o
mesmo. Seios pequenos, baixinha, pele delicada, é quase uma criança.” Ele
confessa, tocando-lhe a face.
“ É uma criança eterna, que nem mesmo a encarnação pode mudar.” Ele
prossegue, fazendo-a saltar para trás. “O meu corpo, é essa a maldita razão, para me fazer prisioneira?!” Berra, e
ele a agarra, fazendo-a se sentar
diante de si.
“Antes era apenas o seu poder, só
que ao ver-te desnuda, não pude me conter.” Continua a falar.
“Há um fio de sanidade restante?
Você me quer porquê pareço uma criança!” Ela berra ainda amedrontada, com as respostas que vem recebendo. “É, mas pelo que sei, já é uma mulher feita, por isso não é crime.” Ele a
segura pela cintura.
“Me devolva para aquele mundo
de fantasia, porquê sua insanidade não tem limites!” Diz tirando as mãos dele
do seu corpo. “Como quiser, assim
será menos doloroso.” Ele brinca,
e se prepara para dar o
comando.
“O quê? O quê vai fazer comigo?!”
Pergunta-lhe em pânico. “Quando você
está com Azazel, e realizam atos carnais
. Bem, não é Azazel que está lá.” Joga
a isca, e os olhos dela crescem de
medo.
“E até onde sei, estava agressivo
na medida certa, pois foi o quê você me disse.” Completa, deixando-a vermelha de vergonha. “Achei que era apenas o
impulso...” Tenta se explicar. “Não
contarei a ninguém.” Ele volta
a tirar sarro.
“Você é doente! Louco!” Finalmente
o xinga, e ele apenas ri em silêncio. “Só
é ruim, porquê você quer que seja. Pare
de lutar, e verá que isso não vai te ferir
, e será até gostoso, para nós dois.” Tenta manipulá-la, e ela outra
vez se afasta.
“Foi assim que seduziu a Eke?” Ela
lhe pergunta, tentando fugir daquela conversa pavorosa. “Nem tentei, só fiz
o quê Hécate permitiu.” Diz ele lhe
agarrando outra vez.
“Por favor não.” Ela suplica, ao vê-lo
tão próximo do seu pescoço. “Está na sorte princesa infernal. Eu nunca faço
nada para seduzir minhas vítimas.”
Responde, e então lhe morde a
nuca.
“Nem preciso. Elas se entregam para
mim, quando finjo ser seu pai.” Diz lhe
arranhando nas costas. “Eu nunca fui
apaixonada por meu pai.” Responde com certa tremedeira, sentindo
calafrios.
“Vai ficar depois de mim.” Ele a
encosta no topo da parede, e sua
mão desce até o meio das suas
pernas. “Certo!” A jovem da
realeza o para.
“Me manda pro paraíso, e me faz
esquecer o aqui e agora. Seja o meu Azazel.” Ela diz tremendo como um
cachorro com frio. “Não, desta vez
serei apenas Bael.” Ele diz com
o sorriso diabólico, e a
beija.
Naturalmente a moça resiste,
ao menos no começo. “Viu como não
é ruim, quando você permite?” Ele
ergue os dedos umedecidos. “Eu não
estou...” Tenta responder, e ele volta
a lhe calar, com outro beijo roubado.
“Se parar de resistir de vez, gostará
da experiência.” Sussurra em seu
ouvido.
“Por favor pare.” Diz ela com
a voz fraca, aterrorizada por ver-se
dividida entre seguir, ou manter-se fiel
aos seus princípios. “Chega, eu não
quero!” Grita quase se entregando
a ele, e o atira para longe, caindo
no piso, onde se fere com a
madeira.
“Estou tentando ser bonzinho.
Porém você não facilita, sou obrigado
a isso...” Diz ele se levantando num vulto, e então enfia na boca dela,
um liquido esverdeado.
“O quê é isso?!” Ela urra, e ele não
se dá o trabalho de responder. “Engula”
Manda, e ela se nega. “Engula e eu digo .” Diz revirando os olhos. “Eu não confio em você.” É a última coisa que diz, antes dele deixá-la quase
cair.
“Isso é uma toxina que criei. Se não
quiser saber os efeitos, siga as regras, e ficará bem.” Responde enfim, e a bela sente o calor subir pelo corpo, junto
de uma dor insuportável.
“O quê fez comigo?!” Diz entredentes,
travando na hora de andar. “Apenas lhe dei algo para acumular a libido, se não a esvaziar, o incômodo será maior”
Ele ri da sua desgraça.
“Não pode está falando sério!” Diz olhando-o com incredulidade. “Posso e
estou. Então...Vem para a cama?” Lhe
questiona, deitando-se entre os
travesseiros.
É claro que apesar da atitude bem
monstruosa, Bael é atraente, os cabelos loiros como sol, a pele pálida como a lua, e os olhos azul escuro, que ficam
vermelhos com a adrenalina, são o
destaque da sua beleza jovial, e
máscula.
Porém Luciféria não se importa com
a forma física do inimigo, e sim com o quê ele faz em seus cultos atrozes, e
os crimes que cometeu com ela, e
a sua prima Eke.
Por isso, embora a primeira vista
Bael seja um humanoide bonito, ela
não o vê desta forma, e sim com os
olhos da vítima, que deseja matar
, ou fugir do seu agressor.
“Eu nunca ficaria com você.” Ela
fica defensiva. “Já ficou, e até gostou.”
Diz ele olhando para as unhas com total indiferença. “Eu pensei que era Azazel!”
Grita em desespero. “Então Azazel é
portador de uma bela espada.” Ele
zomba, fazendo menção ao “seu
tamanho.”
“Você é baixo!” Diz ela com lágrimas
, descendo pela face, pois suas partes doem intensamente. “Mais alto que
Você, e outras deusas.” Ele segue
brincando, e ela salta em
cima dele.
“Me dominando?! Quanto ousadia.
Nenhuma teve tal coragem.” Diz ele ao
vê-la montada em seu corpo. “Você é um babaca!” Esbraveja, dando-lhe
vários socos no peito.
“Sim eu sou.” A calmaria em sua voz
, a deixa transtornada. “Idiota!” Grita
tentando enforcá-lo. “Quem sabe se o
fizer mais forte...” Ele continua sem se
importar com a reação dela. “Eu te
odeio!” Protesta, e ele a pega
nos braços.
“Eu sei que sim, mas posso tirar a sua
dor, basta ceder.” Olha em seus olhos, e ela sente calafrios. “Só tende a piorar, e não precisa ter vergonha, finja que está no mundo perfeito.” Diz ele preparando
seu instrumento, para aliviar a enorme
tensão que a atormenta.
“Me manda de volta pra lá.” Pede-lhe
, preocupada com a realidade. “Não, eu já disse hoje será a minha vez. Chega de Bael, o Lúcifer, Bael, Miguel, ou Bael ,
Azazel. Serei eu.” Diz ele recordando
as humilhantes fantasias que
satisfez.
“Por quê?” Lhe questiona amedrontada,
e ele se prepara para ser um com ela. “É algo que não posso responder.” Diz ele
, olhando para o membro, e a dama,
que mesmo com muita dor
ainda nega.
“Seu corpo precisa liberar o prazer
Lucy, não vai gostar da dor que vem se
não o fizer.” É a sua última tentativa. “
Está bem. Mas saiba que eu mesma,
sem poção de luxúria, jamais o
faria!” Finalmente cede.
Ele a deita cuidadosamente entre
os lençóis, e abre-lhe as pernas, que
estão encharcadas, pois seu corpo já
estava liberando o júbilo sexual. Ele
sorri, e entra em seu corpo, fazendo-a
suar, notando que o medo ainda não
a deixou, ele entrelaça seus dedos
aos dela.
“Há apenas um segredo Luciféria.”
Diz ele já realizando o objetivo final,
e os olhos dela engradecem, temerosos
pelo que a aguardava. “Para, liberar a
libido, é preciso, que, se, sinta, no
mínimo, atraída, por, quem, o
faz!” Diz estocando-lhe.
“Então agora tenho certeza.” Diz ao
entoca-se na caverna dela. “Você vai sim se entregar para mim. Sem poção
alguma.” Conclui, deixando-a num
carretel de confusão.
“Isso, não, é verdade!” Ela responde
ao ser chacoalhada, pelos movimentos
dele. “Sim, é.” Os lábios dele vão até o
seu pescoço, e ele morde no ponto
certo, para esquentá-la.
“Você pode, não ter, atração por seu
pai, como Lilá. Mas certamente há algo
em mim, que te seduz.” Ele prossegue,
falando em seu ouvido, e deixando-a
arrepiada pela revelação.
“Você me envenenou!” Tenta se
defender, e no calor do momento ele
a beija, colando-a ao seu corpo. Outra
vez ela luta para não retribuir, mas
acaba o fazendo, pois reduz
muito mais a dor.
Após várias horas, entregando-se
aos desejos do demônio, ela finalmente se vê livre do veneno, e adormece nos
braços dele, que por alguma razão
não a deixa desta vez.
“A poção foi apenas uma desculpa.
A dor passaria com o passar do tempo,
mas você cedeu a mim, e isso é só o
começo, pois logo te farei a minha rainha.” Diz ele dando-lhe um
beijo na testa.
Eke observa tudo pela fenda da porta,
e fica furiosa, pois nem com ela, ele era
tão carinhoso, não mais ao menos, e
por isso passa a tramar a ruína
da princesa.
Vida longa a Rainha
O tempo foi passando, e a vida seguiu. De alguma forma Miguel
aceitou seu destino com Eke, e
Azazel se juntou a Asmodeus,
numa caçada por ninfas.
Lilith, Lúcifer, e Yaweh, aos poucos foram restaurando a ordem, e em vez das costumeiras brigas, eles
enfim agiram como família.
Lilá também encontrou a
felicidade, com a irmã distante
do lar, pois embora fossem boas
amigas. A mais nova da família
de Lúcifer, detestava o fato da
irmã se destacar em tantos
ramos mágicos, dos quais
os pais tinham total
orgulho.
Sem saberem de toda a sujeira
, que a doce e amável Lilá tinha feito
com a irmã. Todos achavam que ela
os tinha traído, e que agora era a
nova conquista de Bael, por isso
ninguém foi resgatá-la.
Luciféria foi a única que não teve
um final feliz, pois o seu mais novo pretendente, não lhe deixava de
forma alguma, seguir com
outro par.
“Talvez deva ceder a Ele.” Diz
a sua tia, lhe penteando os cachos,
e esta se vira assustada. “ Eu sei o
quê fazem nos fundos.” Prossegue
com o olhar indiferente. “Não é
que eu queira!” Ela se defende.
“Será mesmo? O veneno que te
obriga a tomar...” A morena inicia.
“Só pode ser curado, por alguém que eu tenha atração.” Completa, ao ver
que o cacho continua a perder a
sua forma.
“Não, só causa dor mesmo. Se para
quando está com ele, é porquê ele te atrai, e é provável até que goste dele.” Responde terminando
de ajeitá-la.
“Eu não sou a Lilá. Não cairei em
seus jogos de manipulação.” Lhe dá
um aviso, e a deusa ri. “Não é jogo,
como deusa da manipulação, você
devia saber.” Diz deixando-a a
sós, com os seus pensamentos.
“Não, eu não me sinto nem sequer
bem com Ele.” Diz para si mesma, e o próprio monstro entra no quarto. “O
quê houve?” Pergunta com o seu
sorriso mais inocente.
“Nada. É só que Hécate me alertou
sobre o veneno.” Responde saindo de
perto dele. “ Ah que bom, levou mais
tempo do quê eu esperava.” A sua
alegria, a deixa apreensiva.
“Você tem se aproveitado do meu
pouco entendimento, para fazer o quê bem entende comigo!” Grita,
e ele lhe faz diminuir o tom, com
um gesto.
“Não é nada ruim. Se não sentisse
nada, continuaria a doer. Eu sei que
sente algo Lucy, sua forma lhe trai.”
Ele brinca de aparecer, em dois
lados das colunas da cama.
“Eu não sinto!” Exclama com toda
a sua energia. “Então se eu quisesse
te beijar agora, você não iria me
retribuir?” Pergunta com
olhos insidiosos.
“Claro que!...” Ele a beija antes que
termine, e cria uma pausa, para ver a onde aquilo chegará. Para a surpresa
dela, seu sistema nervoso lhe trai, e
retribui ao gesto dele.
“Como eu disse sente algo por
mim.” Ele se gaba, e com raiva ela
lhe morde a língua. “Ataque de amor
não dói Lucy.” Ele se afasta, com
a boca ensanguentada.
“O quê eu fiz para acabar aqui?”
Se questiona, e o arcanjo entra no
quarto, sem que Eke o veja. “Cedeu a
ele. Aceitou o presente de Harmonia, ao qual falei que não deveria.” Diz
claramente enciumado.
“O quê vê nestes demônios?” Ele
inquire, fazendo-a gargalhar. “Está
com ciúmes? Não fui eu que casou
, e assumiu um compromisso.”
Retruca, e quem ri é
ele.
“Você só queria saber de Azazel,
e depois casou-se com o cara que traiu nossos pais. Agora quer vim
reclamar?! Faça-me rir.” Ele joga
na cara dela, tudo o quê vem
fazendo.
“Eu fui obrigada, idiota!” Diz
entredentes, e ele ergue a sua sobrancelha descrente. “Não é
o quê parece, pelos sons que
vem do quarto do casal.”
Diz com sarcasmo.
“Sons do quarto?! E você e a
Eke queridinho?! Chame o meu
nome, chame o meu nome!” Ela
começa a contar os segredos, e
ele percebe também o seu
ciúme.
“Como se você e o Matusalém,
fossem diferentes! Por favor venha
me possuir, não vou suportar mais!”
A raiva preenche os olhos dele, que
ficam vermelhos, ao ponto de
lagrimar.
A princesa podia lhe contar a
verdade, mas como ele estava com
a sua maior rival, preferiu ficar em
silêncio, fazendo-o sofrer com as
próprias ideias.
“De todos os homens do céu e o
inferno, tinha que escolher ele?” É
o quê diz em tom de tristeza. “O quê
escolho, ou deixo de escolher, só diz
respeito a mim.” Responde fria, e
sem se importar com o choro
do anjo.
“Você é realmente uma meretriz!”
Berra batendo a porta, e a deixando
sozinha, com sua cabeça. “E você é o mesmo idiota de sempre. Com tantas no mundo, casou-se logo com quem
quis me destruir.” Lágrimas caem
no tapete, e a expressão vazia
volta a ter vida.
A noite... Luciféria adormece em
sua cama de penas, temendo que o marido venha tomá-la durante o sono. Só que nada acontece,
e ela estranha.
Ruídos bem familiares, vem do
último quarto, e ela resolve ver do
quê se trata. É Lilá que está em seus
braços, pedindo por mais e mais, e
a poção está cheia no canto da
cama, provando que aquilo
é vontade dela.
Bael olha nos olhos da esposa,
sentindo-se revigorado com aquele
ato, tão impuro. Ele imagina que a
fará surtar, mas a dama apenas
sorri, fechando a porta.
O quê faz perder o seu gosto
por aquilo, e correr atrás dela de imediato. “Tão rápido?” Pergunta,
claramente alegre, com o quê o
seu companheiro fez.
“Você não está chateada?” Ele
questiona, elucidando o seu mal humor. “Sou a 3° das suas esposas.
Já vi coisa pior.” Rebate, ainda com a face radiante de felicidade. “Só que eu deixei as outras duas, por você.” Esclarece, e a faz sorrir mais.
“Diga isso para minha irmãzinha.”
Responde enfim seca, e ele percebe que a machucou. “Lucy.” Tenta tocar
o seu ombro. “Eu estou bem. Graças
a você, tive certeza do porquê não
cedi.” Retruca, com a mesma
face animada.
“O quê?” Pergunta-lhe preocupado
com tal resposta. “Eu quase assumi, que talvez gostasse um pouco de você. Mas me fez lembrar do quanto
é idiota, então obrigado.” Responde
deixando-o de queixo caído, pois
não esperava por esta.
“Lucy!” Ele berra, batendo na porta
do quarto dela. “Divirta-se com a sua nova esposa!” Sua voz ecoa por entre a madeira. “Lucy!” Continua a gritar,
e ela deita, criando fones de pura
energia, que o silenciam.
No dia seguinte...Todos os familiares
se sentam a mesa para o café da manhã, e os olhares gélidos da jovem intrigam a maioria, que desconhece
os eventos da noite passada.
“Problemas no paraíso?” Eke brinca,
e Miguel fica atento para saber sobre as novidades. “Esse lugar sempre foi o inferno.” A jovem responde-lhe com o sorriso mais cínico.
“Lucy definitivamente não está bem,
quando sorri demais, sei que há algo errado.” O arcanjo repara no comportamento da moça, que segue como se tivesse achado o tesouro,
sem o mapa.
“Logo teremos outra rainha.” Ela
olha para a irmã, que fica assustada
com tal afirmação, pois esta sentada ao lado do seu amado Gabriel. “Não
, não teremos.” Bael a contradiz,
para proteger a menina.
“Não precisa esconder querido,
uma rainha a mais não faz diferença,
ou será que faz?” A dama segue cada vez mais ácida, e notando o intuito
dela, o rei se levanta, e a puxa
para longe.
“Não ouse seguir adiante. Gabriel
não me perdoará.” Ele olha nos olhos
dela, que continuam cômicos. “Ah é?
Devia ter pensado nisso, antes de por
dentro do meu lar, aquela que foi
responsável por me destruir!”
Grita, e a caçula teme
pelo futuro.
Notando a onde a conversa dará,
Ela se levanta da mesa, e pede para o par ir junto. “Não ouse se afastar!”
A jovem rainha ordena, e a menor
fica congelada, esperando pela
tempestade.
“Eu estou cansada das suas afrontas,
e do fato de que nunca recebe o devido castigo!” Diz entredentes, e esta lhe pede com o olhar, que não
faça nada. Só que a mais velha,
não lhe dá a mínima.
“Luciféria Lilith II!” O marido tenta
lhe impedir, enquanto o arcanjo fica a analisar os fatos, sabendo que há
algum segredo obscuro, que Lilá
e Bael, não querem que
saiba.
“Lilá será a 4° esposa de Bael!
Porquê os encontrei na cama, como
marido e mulher ontem!” Grita para
todos na mesa, e Eke e Hécate ficam
de queixo caído, com a atitude da
garota.
“Lilá, isso é verdade?!” Gabriel lhe
pergunta entredentes, e ela tenta lhe
negar. “É claro que é verdade! Deixe
de ser tão bobo!” A filha da rainha
do inferno, faz juiz ao seu sangue
quente.
“Silêncio Luciféria, eu quero ver
até onde vão as mentiras dela.” Ele
olha fixo para a amada, que acaba por desmanchar-se em lágrimas,
e tenta abraça-lo, mas ele se
afasta.
“É só o quê eu precisava saber.
Eu mudei, é o quê sempre diz, mas
Já foram tantas traições que perdi as contas!” Ele revela. “Cansei disto Lilá, eu não sou um brinquedo, e não
quero mais ser usado como um.” Ele
se afasta, fazendo-a se virar contra
a irmã, que a encara com total
indiferença.
“Desgraçada! Como pode?! Todos
sabem que nem mesmo gosta de Bael!” Lilá fica histérica, e a moça
segue calada, observando até onde vão as acusações. “Afinal ontem mesmo, o marido de Eke saiu do
seu quarto!” Grita tentando
causar alarde.
“Nós não fizemos nada, a não ser
discutir, deixe de ser idiota.” Ela lhe responde com serenidade. “Você e o amor da sua vida, num quarto, e nada aconteceu?!” Ataca-lhe com mais acidez.
“Azazel é!...” Tenta gritar como se
o quê a irmã fala, fosse a confissão de um crime. “ Você não engana a ninguém! Eu vejo como olha para
o arcanjo!” Berra mais alto ainda,
e os olhos do anjo e a deusa se
encontram.
Ele se mostra confuso com tais
revelações, e ela apenas nega em silêncio, enquanto os olhos lhe
entregam. “Cale-se!” A rainha
urra estridente, e Lilá nota
o ponto fraco.
“Você nunca quis um homem como nosso pai. Mas ainda sim veio e ficou
no meu lugar!” Protesta, e a outra fica incrédula. “Não mesmo! Ao contrário de você, que dormiu com o
próprio, eu só queria seguir o meu caminho!” Berra com força, e
derruba o vinho.
“É Lilá, advinha?! O mundo não gira entorno da sua vontade! Até porquê a Harmonia me fez uma deusa, e não a você! Vai ver por isso rasteja de cama em cama, tentando ser adorada!” A bela toca na sua ferida, e a menor perde a cabeça, tentando lhe
atingir com a faca.
“Já chega!” Bael a impede de ferir
Luciféria, e esta deixa a mesa, para ir pro seu quarto. “Eu vou...” O arcanjo
se dispõe a ajudá-la. “Você fica.” Bael o olha com fúria, e vai atrás da rainha, que permanece trancada.
“Lucy...” A chama, e ela não lhe responde. “Lucy, o quê foi tudo isso?”
Tenta descobrir o quê se passa, só que como não obtém resposta,
usa seu poder para invadir.
“Isso não foi por você.” Dá uma luz
a ele, que o faz rir. “Nem um pouco?”
Pergunta, e ela o olha com raiva. “Eu só me cansei da sua frieza.” Tenta
se explicar.
“O quê faz ou deixa de fazer não
me interessa. Com quem faz é o quê
importa.” Retruca, e ele lhe abraça
na beira da cama. “Me perdoe. Eu
prometo que não tocarei outra
além de ti.” Pede perdão, e
ela se solta.
“Só me terá outra vez com o seu
veneno. Do contrário, nem chegue
perto de mim.” Deixa-o surpreso. “É
um sinal de ciúme?” Pergunta com
alegre desconfiança. “Deixe de
ser babaca.” Retruca.
“Lucy, Lucy...Parece se importar com
as minhas aventuras.” Ele volta a por os braços envolta dela. “Sou possesiva, e desde pequena, tenho lutado com Lilá, para não mexer no quê é meu!” Responde ainda com
desprezo.
“Eu sei. Por isso escolhi ela.” Ele ri
da explicação. “Você só a afasta do quê é importante. O reino de Tiamat,
seus dragões, Azazel, Miguel, e pelo
visto Eu.” Beija-lhe o pescoço.
“Você me fez rainha do mundo, é
isso que te faz importante. Não sinto nada por ti.” O trata de forma gélida.
“Não? O ciúme, o fato de ceder, eu
acho que a resposta é outra.” Ele
continua a abraçá-la.
“Lilá, por quê fez isso com a Lucy?
Já se esqueceu das broncas que ela
aguentou, só para você ver Gabriel?”
Miguel pergunta para a mocinha, que o olha com indiferença.
“Fique quieto.” Ordena, e o arcanjo
se cala. “Ele sempre corre atrás dela
depois que erra?” Pergunta para Eke
e Hécate. “Não só quando erra. Ele
é estúpido, quando se trata dela”
Responde a deusa das
3 faces.
“Até nos excluiu como esposas, só
para dá o mundo a Ela. O quê não foi
tão ruim, pois ganhei meu amado só
pra mim!” Eke responde abraçando
o braço do esposo, enquanto este
sorri sem jeito.
“Ele segue encantado por Ela, e
não sabemos se a ama, ou é o Caos do seu poder, atraído pela Harmonia
dela. Só temos certeza que não a
deixa.” Responde a deusa, ainda
confusa com a atitude do
ex.
“Era para ter sido Eu...” Lilá sente-se
triste. “Então por quê não foi?” o anjo pergunta furioso. “Porquê eu estava ocupada com Caim, enquanto
Bael invadia o Inferno.” Mostra-se
envergonhada.
“Uma noite de prazer que lhe custou
Caro.” Hécate ri do seu sofrimento, e lhe dá um cálice cheio de vinho. “Beba vai se sentir melhor.” Estende
o copo, e esta aceita de imediato.
“Sempre é sobre Luciféria. Será
que ela nunca vai esquecer da nossa infância, e me deixar brilhar?!” É o quê pergunta. “O fato de ser sempre
a doce e amável Lilá, pesou muito
para a Luciféria demoníaca e
bravinha” Miguel ri.
“É? E ela acha que foi um sonho?
Nossa mãe tentou me afogar, depois fui jogada no reino de Krasladanshit! Como nada!” Berra, em desespero.
“Enquanto sua mãe chorava pelos
cantos, se perguntando porquê não a
amava, e se isolando dos outros filhos.” Retruca, brincando com
os vegetais.
“Ah e eu tinha culpa? Queria ser
uma dama sedutora, que tem aos homens na palma da mão, não uma neandertal lutadora!” Rebate, e ele
ergue a sobrancelha. “Engraçado,
porquê sua irmã só queria ser
como Ela.” Revida.
Notando a superproteção do
marido, a jovem de cabelos negros,
o observa com atenção. “Parece que as neandertais, levam todos os homens das damas.” Eke responde,
e Lilá sorri, porquê Miguel não poderá mais falar. “A onde irá?” Ele
lhe pergunta. “Perdi a fome.” A bela
resmunga, e ao vê os olhos de Hécate, Ele vai atrás.
“Já disse sem o veneno, não poderá
me tocar outra vez.” Ele ouve a voz da sua amada, e nota algo errado.
“Você sabe que posso.” Diz a voz
de Bael, e os gritos de Lucy se
fazem presente.
“Solte-a!” O arcanjo invade o
local, e pega o marido com as calças
arriadas, enquanto a garota corre
dele, com lágrimas pela face, só
que ao chegar nele, o olha
com raiva.
Quando está prestes a repousar
em seus braços, fecha os punhos, e
se afasta, indo para o mais longe que
consegue. “O quê faz aqui?!” Ele grita. “O quê ela quis dizer?”
O questiona sem
medo.
“O quê ela quis dizer com veneno?!”
Pergunta completamente furioso por causa do silêncio. “Escute aqui anjo,
a sua mulher é outra!” O demônio
o pega pelo queixo, e o joga na
parede.
“Sabe porquê me casei com ela,
não se faça de idiota.” Tenta dizer
, e ele sorri com maldade. “Então se
casou com minha filha, só por causa
de Luciféria.” Diz em voz alta, como
quem conclui algo com sagacidade.
“É claro que foi.” O alado
confessa.
“É bom saber disso.” Eke diz com
voz de tristeza, e o diabo ri do nível
de inocência do anjo. “Agora Eke o
expulsará daqui, e não me causará
problemas.” Esclarece, e o anjo
nega em silêncio, sentindo
a derrota.
Uma jovem de cabelos negros, e
olhos violetas esbranquiçados, está
a chorar na beira do lago. “Nahemah ”Ouve o chamado familiar, e olha para o anjo. “Eu te abraçaria, se isso não fosse por sua culpa.” Responde
, ainda sentada na areia, com o
seu vestido vermelho.
“Eu não fiz nada desta vez.” Ele
se senta junto dela, sem aproximar
demais. “Bael só quis tomar posse de mim, porquê conheceu meu corpo na sua vingança.” Revela, olhando para
a água, cujas as ondas se movem
rapidamente.
“Mas a culpa não é só minha.
Eu te disse para não aceitar aquele poder.” Se defende. “Quer mesmo
Discutir?” O olha incrédula, e faz
as ondas subirem. “Não.” Segura
a sua mão, descendo-a, e lhe
acalmando.
“O quê é esse veneno de Bael?”
Enfim investiga. “É uma poção que
ele me dá, para acumular a libido, e
causar dor, até que eu ceda aos seus desejos.” Confessa com vergonha
de si mesma. “Nossa, isso é...”
Ele inicia.
“Engenhoso?” Responde de má
vontade. “Doentio.” Ele completa.
“Que seja.” Ela olha para o lado, se
sentindo frustrada. “O quê Lilá falou
na mesa, sobre ser o amor da sua
vida...?” Ele inquire, e a bela
fica corada.
“Eu não posso responder. Você
é o marido de Eke.” Ela desvia do assunto. “Você é o meu. E só estive
com Eke, porquê sabia que Bael é
um doente.” Ele assume, e a
faz o olhar surpresa.
“Só que ao vê-los juntos, acreditei
que realmente gostava dele, e por isso não tomei partido. Eu não sabia
o quanto sofria.” Prossegue com a
sua jura, e coloca seus braços,
envolta dela, que está de
costas para ele.
Seus olhos pedem para abraça-la,
e os dela permitem. Ele lhe traz para
o seu colo, e a coloca de frente para a água. “Lembro de quando ficava
assim com você no paraíso.”
Diz dando-lhe um beijo
no rosto.
“Quando não tinha coragem de
assumir que me amava?” Diz com
sarcasmo. “É, mas não deixava o seu
irmão se aproximar de forma alguma .” Rebate encostando-a no seu ombro.
“Isso é errado.” Diz ela ao notar
as intenções dele, preocupada com o quê vai acontecer. “Você me fez amar essa frase.” Ele se inclina, e a
beija. O rosto dela fica vermelho, e
se sente surpresa com a ousadia. “ É
como a nossa primeira vez.” Ele a deita. “Eu tenho que te contar...” Ela
tenta ser sincera. “Quieta. Eu sei o quê quer confessar, mas o quê importa é que te amei como
mulher.” Ele beija o seu pescoço, e
ela continua a se sentir culpada, mas
o toque dele é tão suave e doce, que
não consegue resistir ao seu
carinho. Bael era muito bruto, e cheio de si, e sem o veneno, ela não
o cederia tão facilmente, pois seu corpo ficaria seco, sem a devida preliminar. Só que com o arcanjo, se
sentia bem, e como Azazel lhe deixou de vez, e nem fez nada, finalmente deu uma chance ao quê poderia vir
a acontecer. “ Se Bael ou Eke...” Ela tenta dizer, e ele a silencia com o indicador. “Esqueça-os, e seja minha outra vez, uma última vez.” Diz com o tom de pedinte, e ela afirma
calada. Ele a abraça forte, e a beija
, tirando-lhe o vestido vermelho, e ela desabotoa a sua camisa. Ambos
querem ir adiante, os beijos se tornam mais calorosos, ele vai se despedindo. Não há medo nela, não há desespero, há apenas o desejo de
entregar-se a paixão. Seus corpos
se tornam um, e a sensação daquela energia, os preenche com satisfação, como um prazer inigualável. É este
o poder do amor, que torna o perigo
em ação, e o repulsivo em aceitável.
A dança dos corpos em movimento,
nem tão sutil, nem bruto, os faz se
manter ali por muito tempo, até
ambos derramarem suas
libidos. “Eu não me sentia assim
há anos.” Diz ele deitando-a em seu peito. “É, nem eu. Você ainda tem a sua forma única de me enlouquecer.”
Reconhece ajeitando-se no colo
dele. “Melhor que Azazel?” Questiona com maldade. “Ele já foi
um dos senhores da luxúria, então não começa.” O repreende e ele ri, “Está bem”. “Estão satisfeitos? Eke e Bael ficarão felizes em saber a
notícia.” Hécate corre para contar
ao pai e a filha, e o arcanjo se prepara para impedi-la. “Não. Saia
daqui e sobreviva, eu converso com
eles.” Lucy agarra-lhe o ombro.
“Eu não posso te deixar aqui.” Ele
se opõe ao plano, temendo o quê Bael fará com ela. “Pode e vai.
Tenho a chama de Harmonia, vou sobreviver.” Responde-lhe o empurrando. “Eu vou te tirar
daqui, te prometo.” Ele diz se preparando para voar. “Não.” Os olhos dela engrandecem, e suas mãos tentam agarrar as dele. “Eu não vou te deixar sofrer mais.” Ele diz e então corre ganhando velocidade, e ergue as suas asas sem olhar para trás. “Miguel” Ela grita desesperada, pois sabe que ninguém o ajudará, já que todos pensam que é traidora, e isto o colocará em
risco. “Miguel!!!” Vocifera, e o pai e
a filha traídos, surgem ao horizonte, fazendo-a ficar calada. “Ele te deixou?” Diz Bael se aproximando, e pegando-a pelo pulso. “Aproveitou-se da sua ingenuidade, e se foi como na adolescência?” Cutuca a ferida, e
acha que tem êxito, pois a mudez da atual esposa, o deixa satisfeito. Mal
sabe ele, que aquele silêncio, provém do medo eminente, do arcanjo ser estraçalhado nas terras sombrias. “Ele não ama ninguém mesmo. Mas isto não te eximi da culpa!” Eke concorda, e acerta o tapa no rosto da sua rival. “A única razão para apoiar, esse relacionamento, era que tinha Miguel para mim! Agora que não o tenho, não deixarei você levar o meu pai também!” Diz a sua enteada, com saliva escorrendo pela boca, como um cão raivoso. “Acalme-se, minha pequena, Eu não
irei a lugar algum com Ela. E esta meretriz que não sairá daqui!” Ele abraça a jovem, e pega a amante do
seu genro, pelo queixo. “Eu te amei Lucy, fui bom para você, fiz tudo por ti, mas agora vou te mostrar porquê as pessoas me chamam de Novo
Deus!” Proclama, jogando-a contra a
parede, com tanto pulso, que esta cai e não se levanta. “Vai conhecer a razão de me chamarem de Sol Negro!” Urra lhe mordendo o pescoço, e cravando seus dentes na veia dela. “Você vai odiar viver ao meu lado. Mas a morte nunca irá te tocar!” Declara olhando nos olhos
da bela, e esta desmaia.
Ao longe o arcanjo Miguel voa de
volta para o lar, e tenta passar pela barreira para o paraíso, só que não
consegue, pois a partir daquele momento, é um caído.
Ele força a sua entrada , pois sabe
o quê Bael fará com Luciféria, e com
isso os raios o atingem, deixando-o
a beira da morte. “Somente os anjos
podem entrar no paraíso.” Diz um
alado loiro, de cabelos longos,
bronzeado, e forte.
“Salatiel ?” O arcanjo o reconhece,
e se levanta da areia, regenerando o
ferimento naturalmente. “O quê faz
aqui?” Pergunta cumprimentando o
irmão. “O Pai me enviou, estava
preocupado.” Responde sem a costumeira doçura.
“O quê aconteceu?” O arcanjo
volta a questionar. E o outro anjo
o olha com seriedade, como se os
atos que cometera fossem de todo errado , e então lhe conta o quê
aconteceu até ali.
O conto da rivalidade entre irmãs.
Depois do casamento da filha do
Inferno, os Deuses dos respectivos planos primordiais, entraram em
consenso, e extinguiram os seus
mundos do planeta.
Assim Céu e Inferno, passaram a
pertencer a uma dimensão, através
da qual, só podiam entrar os seres
semelhantes a energia dos
reinos.
Desta forma se você era inteiramente ligado as regras de
Yaweh, ia para cima, mas se era
menos ortodoxo, e conectado a
Lúcifer, descia para o meio
da dimensão.
Havia um reino ao qual o Inferno
protegia, que ninguém, seja anjo ou
demônio devia entrar, e este ficava no subsolo, contendo as criaturas que podiam destruir todas as
vidas.
Como tudo isto só foi possível
porquê Azazel descobriu, após a sua
morte. Este manteve as terras que tinha conquistado, e que faziam
uma ponte com o Inferno,
ficando a margem
deste.
Neste tempo Gabriel abandonou
o pai, para se juntar a Bael, pois não
suportou as regras celestiais, e por
motivos obscuros, não era bem
vindo no Inferno.
Lilá percebeu que sua conquista
não teve tanto sucesso, já que Lilith
manteve as chaves do mundos dos
dragões, para quando Luciféria
“Recuperasse o juízo”.
Por isso foi atrás de Hécate, que
apesar do pouco apreço pela menina
, notou nela a oportunidade de tirar a outra sobrinha do trono, já que
trazer Miguel para a casa, não
teve efeito.
Lilá tinha um passado sombrio,
ainda pior que o da irmã, que pode
ter influenciado no seu destino, pois a princesa mudou, desde que soube da gravidez de sua mãe, e sonhou
que era uma menina, que viria a roubar o lugar.
Torceu com todas as suas forças,
para que sua avó não a desgraçasse, só que Harmonia a ignorou. Então na
hora do parto, esta fugiu para o céu,
onde se encontrou com o seu pior
pesadelo.
“Fique quieta.” Disse-lhe o belo
homem de olhos cinzentos, ao entrar
em seu corpo, enquanto estavam a sós. Só que Luciféria não teve medo,
apenas agiu com extrema frieza, e
por pouco ele não foi até o
fim.
Graças a Miguel, que estava ali
procurando materiais, e Azazel que
estava procurando pela irmã. Ambos
desejaram espancar o prisioneiro, no
entanto a princesa, disse que ele
não fez nada grave, e este só
voltou para a cela.
“Você está bem mesmo?” Azazel
lhe perguntou, tentando ver algum sinal de machucado. “Sim, só não quero andar sozinha por aqui de
novo.” Disse com calma, esta
era a sua forma, de demonstrar
desconforto com a situação.
“Por quê veio até aqui?!” Miguel
a interrogou em desespero, temendo
que algo pior pudesse acontecer. “É
o quê acontece com filhos que não
tem pais.” Responde olhando
para o carro.
Os olhos cinzas do molestador, encontram os da pequena. Não há
só medo, há também fúria, e isto
o deixa surpreso, e ao mesmo
tempo encantado.
Ela não esqueceria daquele dia,
mas também não deixaria que os
não envolvidos soubessem. O bebê
nasceu, e teve a ousadia de vim com
os olhos violetas. Por esta razão a deusa infernal lhe batizou de
Lilá.
“Os olhos dela são como os seus.”
Disse Lilith com o sorriso, e a bela só
revirou os olhos. Como no seu sonho,
a vida dela mudou, com a chegada da sua irmã.
Seus pais que praticamente viviam
por ela, passaram a viver pelo novo
membro, e assim Lucy foi esquecida.
O quê a fez pensar se devia voltar
a rever, aquele psicopata.
E foi assim que cometeu o seu
primeiro ato atroz. Quando todos
festejavam o aniversário de Lilá, ela foi até a masmorra, e usou o seu poder, para libertá-lo.
“Vai se arrepender. Por quê está fazendo isso?” Ele lhe perguntou, quando viu que foi uma criança a abrir a porta. “Sei que é a arma secreta de Deus, e que pode
destruir tudo.” Respondeu com o
olhar mais frio do mundo.
“Eu tenho capacidade para matar
a todos sabia? É um erro.” Ele tentou
lhe alertar. “É o quê quero que faça.
É o quê me deve, por me tocar.”
O convenceu, e este
fugiu.
Miguel viu tudo, e a pegou pelo
pulso. “O quê acabou de fazer?!” Ele
disse espantado. “Ele te obrigou?!” É o quê perguntou. “Eu fiz porquê quis,
entre perder tudo, e vê se destruir,
prefiro a destruição.” Respondeu
, deixando-o atônito.
“O quê está havendo?!” Questionou
, vendo como poderia ajudá-la. “Não é nada.” Ela desviou. “Eu sou um dos
seus amigos, me diga.” Insistiu. “Eu
perdi tudo Miguel. Desde que Ela
chegou.” Confessou. “Estou muito
cansada de perder.” Declarou
com fogo no olhar.
“Luciféria. Ter irmãos não é fácil
mesmo, olha só como é comigo e o
Gabriel. Ele apronta, e eu é que sou
culpado. Por outro lado Salatiel
me ajuda nos estudos, então ter um irmão não é tão ruim. Repense o
quê está fazendo!” Tenta lhe dá uma lição, para que reflita. “Lilá não tem nem 2 anos. Você não sabe como será a relação de vocês.” Ele
se esforça para fazê-la mudar de
opinião. “Eu sei sim. Sonho com isso todas as noites. Ela vai se sentar num trono, que deveria ser meu.” Rebate.
“Há muito mais que um trono Lucy.
Se ela tiver esse, deixe, pois você
terá outras chances.” Diz
com seriedade.
“Eu sei que não. Mamãe e Harmonia,
a traidora, darão tudo a ela, e eu vou
ser esquecida de novo.” A raiva nela
o assusta. “Lucy, sua mãe te ama, ela
não faria isso com você.” Ele tenta
lhe trazer para a luz. “E outra destruindo tudo, acha que vão te amar de novo?” Inquire. “Eles nem
estarão vivos para isso.” Diz com a voz sombria. “Se estiverem, vão se
importar mais com ela, pois você não
está agindo como quem quer amor,
e sim ódio.” A repreende. “Ela é
ruim, vem para tirar tudo de mim, você não entende! Ela vai levar os meus pais, meus irmãos, e até os
meus dragões.” Chora, e ele a abraça. “Lucy, se ela é tão ruim, seus pais verão, e caso ela tire tudo de ti, saiba que sempre terá a mim.” Esclarece, e ela retribui o abraço, o
apertando forte. “Só não mate todo
mundo por medo do futuro, certo?”
Pede, e ela acena que sim. “E como
vão capturar Bael?” Pergunta ao
voltar a si. “Verei o quê posso
fazer.” A tranquiliza.
“Sempre que se sentir sozinha
pode vim para o laboratório comigo. Sou um pouco frio, mas prometo que te dou atenção.” Ele brinca, e lhe
dá um beijo no rosto.
Naquela época, ele não tinha
sentimentos ardentes por ela, mas
se preocupava, e desejava o seu bem
, por isso estava disposto a fazer o
necessário, para que fosse feliz,
e extinguisse a escuridão
de si.
Infelizmente as sombras já haviam
brotado, e ela não pararia, até o dia
em que algo trágico aconteceu. Lilá
cresceu, e em vez de querer o amor
da mãe, ficou focada em ser a
nova Hécate.
Algo que irritou muito a Lilith, que
se desdobrava para ser amada pela
menina, ao ponto de só notar Lucy, quando esta fazia as travessuras
para ser notada, ou ao chorar
pela rejeição.
Por isso esta perdeu a cabeça, e
tentou afogar a menina, que agora
tinha o olho azul marinho, e era mais
pálida que a neve. O choro de Lucy
invadia a mente. “Mamãe por quê não me ama mais?” É o quê ouvia, ao pressionar os dedos contra a
garganta da menor.
O alvoroço dos irmãos era grande,
para resgatar a caçula, mas algo era
ainda maior. O olhar frívolo e cruel da mais velha, que torcia para a
mãe assassiná-la.
Lilá olhava direto para irmã, lhe
pedindo socorro, enquanto a água
entrava pelos orifícios, e esta não
movia um dedo, para lhe ajudar,
algo que a assustou muito.
Porém ao ver o próprio reflexo
sorridente na água, Luciféria saiu
correndo, preocupada com o nível
a que seu ciúme havia chegado,
e no quê estava se tornando.
Ela se afastou de tudo, de todos,
e ficou chorando no meio da mata,
com medo de si mesma, e do quê
era capaz. Foi quando subiu na
árvore, e atirou-se no
piso.
Azazel viu a sua queda, e correu
para ajudá-la. “Você está bem?” Ele
lhe perguntou, limpando o seu joelho ferido. “Promete que não vai me deixar!” Ela se atirou no peito dele,
entre lágrimas, que não paravam
de transbordar. “Eu prometo” Disse
sem entender, e a carregou de volta
para o castelo, onde recebeu a noticia, de que a irmã não
ficaria mais lá.
Lilá estava apavorada, com os
atos da mãe, e a atitude grotesca
da irmã, por isso implorou para ir
embora com o seu tio Krishna,
que a aceitou em seu
reino.
Ao contrário do quê possa imaginar,
Lucy sentiu alívio por sua irmã partir, não por motivos egoístas, e sim por
quê poderia terminar o quê a
rainha começou.
Luciféria e Lilá cresceram longe
uma da outra, e com tudo o quê
aconteceu, Lilith aprendeu que
devia amar todos os filhos, de
forma igual.
Porém Luciféria não a perdoo,
já que seu ato lhe trouxe muitas
ruínas. Em vez de ficar muito tempo
no castelo, preferia viver nas matas,
com Azazel, ou no laboratório com
Miguel, já que ambos faziam o
possível para ajudá-la.
“Bravinha.” Lúcifer chamou-lhe a
atenção antes de sair. “Sim pai.” Lhe
respondeu, voltando para o salão, e
este saiu do trono para caminhar
com ela.
“Eu vi como reagiu a quase morte
de sua irmã.” É direto, e a coloca no
seu colo, como um bebê.” Só vi este
olhar, em minhas batalhas, quando
matava inocentes para o seu avô.”
Assume, deixando-a surpresa, pois não achava que justo o seu pai
lhe entenderia.
“É muito jovem para sentir tal
ódio. Assim como eu era na sua idade.” Disse carregando-a e lhe
colocando na cadeira da frente.
“Mas meu pai não era amoroso,
e eu nunca tinha visto minha mãe, então tinha motivos. E você?
O quê te deixou assim?” Tenta
saber, para lhe auxiliar, sem
julgamentos.
“Lilá.” Responde com vergonha,
baixando a cabeça. “Luciféria. Só o
seu ciúme, não lhe levaria a sorri por alguém morrer.” Ele diz em represália. “Não importa. Você não
entende, nunca precisou dividir a sua mãe com ninguém.” Rebate, ficando
defensiva. “Pode me contar tudo,
minha garotinha, não vou apontar o
dedo.” Diz percebendo que há algo
errado. “Esqueça isso pai. Eu já esqueci.” Responde tentando mudar o assunto. “O quê fizeram com você?” Ele questiona desconfiado. “Eu fui torturada. Com 5 anos, só
que isso não vem ao caso, fiz da dor a minha força, não virei vítima do
acaso. Então deixe o passado no
seu lugar!” Esbraveja. “Quem lhe
torturou?” Inquire lentamente. “Oras
quem sempre quis a infelicidade da mãe?” Diz e da os ombros, indo até
a área morta, onde ficava o lugar
em que o arcanjo trabalhava. “O quê
vamos aprender hoje, querido professor?” Diz se esgueirando para cima dele, e este se afasta. “Lucy.”
Diz em tom de ordem, fazendo-a
parar. “Eu só queria me divertir.” Diz claramente entediada. “O quê houve?” Pergunta girando a chave
de um transporte móvel. “Meu pai, acho que querendo trazer Lilá de volta, me fez me lembrar de quando Hécate me raptou.” Diz sentando-se a mesa, sem se importar com as pernas. “Modos.” Ele a julga, e esta se recompõe. “Foi horrível. Tudo o quê ela me fez passar, e nem sei o porquê , talvez seja um castigo premeditado de Harmonia.” Concluiu, e ele deixou o quê fazia para atendê-la. “Lucy.” Chama-lhe a atenção. “Eu já fechei a perna!” Se defende. “Não é isso, mas agradeço, sabe que é pecado provocar um anjo.” Agradece, e se
senta ao lado dela, para não olhar para as suas coxas. “Você não foi a única a odiar a chegada de um bebê.” Revela, e esta o olha atenta.
“Eu te odiei no nascimento, porquê
era a prova de uma falha do meu
pai.” Prossegue confessando. “Tá
mas é um sagrado, deve ter sabido
lidar com isso.” Se desliga da conversa. “Sou sagrado agora, antes era um moleque burro, que te deu para a pior bruxa negra do universo.”
Responde, e isso a faz ficar em choque. “Miguel. Eu estava andando
pela floresta. Não foi...” Tenta fazer
ele falar o quê acha ser verdade. “Eu
queria que te matassem, para que ninguém soubesse da vergonha do meu pai.” Ele segue falando, e segura a mão dela. “Ela me acorrentou, me deixou sem comer
e beber. Eu tive de urinar no canto
que estava presa. Fui tratada como
um animal!” Grita com ele, e este
lhe abraça forte. “Por favor me perdoa.” Diz entre lágrimas, coisa que ela jamais vira antes. “Eu amo
você, não há um dia que a culpa não me consuma.” Assume, apertando-a
, e esta fica triste. “Houve um tempo
, que você era tudo para mim, mas
hoje, todo o meu amor morreu.”
Diz derramando uma lágrima
solitária, e se solta.
“Lucy, eu errei! Como você! Mas
me recuperei! Também pode!” Ele berra, já que ela o toca de maneira profunda. “Eu não quero me tornar
tão patética.” Diz na porta, e o
deixa para trás.
A jovem chora , encostada na copa
de uma árvore, e ao ouvir os sons do seu sofrimento, Azazel se aproxima.
“Lucy.” Diz vendo-a cabisbaixa. “O
quê houve?” Pergunta. “O Miguel,
o Miguel...” Soluça sem parar,
e o anjo vai até o pivô.
Sem dizer uma palavra, acerta-lhe
um soco na face, o tirando do meio do seu projeto, e este se mostra espantado. “Ela me chama de patético, e eu que apanho?” Diz quase indignado. “O quê fez com Ela?” O jovem pergunta entredentes. “Não fiz nada.” Responde revirando os olhos. “Lucy não estaria chorando na floresta por sua causa, se não fosse algo!” Rebate, e o arcanjo sente o peso da consciência. “Quer a verdade?” Ele pergunta com ironia.
“Você...” Diz com o tom sombrio. “Eu sou um idiota. Devia ter ficado calado sobre ter lhe entregado para Hécate.” Se responsabiliza, e volta aos afazeres. “Você contou a ela?” Ele investiga, e o outro acena que
sim, ainda em silêncio. Sabendo que Lucy, era totalmente louca de amores por ele, Azazel conclui o quanto isso a machucou, e a leva para caçar, e se divertir para se
esquecer da dor. Um talento que Miguel não tinha, era fazer ela se sentir bem mesmo nos piores momentos, e por isso o irmão mais velho dela, fez questão de lhe dar apoio para melhorar.
Naquele dia a triste verdade, não
lhe assombrou, pois ele a distraiu com piadas, pegadinhas, e a fez ir
até o topo do céu com Graham, e
Anahan, a sua draconesa de
estimação.
Infelizmente a noite veio, e com
ela as lembranças também. “Azazel”
Lhe chamou antes de sair do quarto.
“Eu não consigo dormir sozinha, por
favor fique comigo.” Pediu, e este
voltou, e deitou-se atrás dela
lhe abraçando.
“Como quando éramos crianças,
e eu temia matar a Lilá.” Disse com
um sorriso tristonho. “É, e eu dizia
que enquanto estivesse nos meus braços, não machucaria ninguém, nem a si mesma.” Ele relembra, e
ela fecha os olhos. “O melhor
abraço do mundo” Diz ao
adormecer.
Seu sonho é uma lembrança,
de quando ambos eram crianças,
ela tinha 7 e ele 9. Estavam a beira
do rio cristalino, sentados na ponte,
sob a vigilância do arcanjo, que
teve de sair por minutos.
“Você já beijou alguém antes?” Lhe pergunta. “É claro. Me tornei um dos soldados cedo, e você sabe.” Disse ao olhar para o fundo da água. “Já fez o
algo mais?” Se mostra curiosa. “Sim
, mesmo que Deus não permita. A onde quer chegar?” Questiona, já conhecendo as táticas da irmã. “Eu
quero que me beije.” Diz diretamente. “Não prefere aquele almofadinha?” Fala a contragosto. “Ele é velho para mim, e eu conheço a sua fama.” Brinca, e o menino ri. “As ninfas deviam se calar.” Se vira para ela. “ Tem certeza disso?” Pergunta, e ela fecha
os olhos. “Está bem.” Os seus lábios
se encostam nos dela. “É um beijo
de verdade.” Ela sorri e ele também,
logo suas bocas se abrem, e um
morde o outro. Ao ver aquele beijo
tão intenso Miguel surta, e berra com os irmãos. “Luciféria! Azazel!
Não deviam fazer isso!” Os julga.
“Lúcifer saberá disso!” Ameaça, e
Os dois ficam com medo de mãos
dadas, como um casal de cupidos.
Infelizmente para o código de Miguel, o pai deles acha isso bem
normal, e aprova o sentimento dos dois. “Oras deixe de ser tão certinho.
Está com raiva por quê nunca beijou ninguém.” O portador da luz mostra
que está despreocupado. “É piada não é? Já estive com várias ninfas!” o anjo se defende. “É, mas só elas lhe beijaram, você nunca as beijou.”
Disse-lhe bebendo vinho, e ao ouvir
aquelas palavras, Lucy desejou ter a honra de ser a primeira, a receber o
beijo imaculado dele. Cartas, e mais cartas são escritas para o arcanjo, o
fogo as queima, e a voz dele lhe
confessando tudo, fica a
atormentá-la. “O homem que amo,
é o quê quase me matou. Eu preciso o esquecer!” Pensou ao acordar nos braços do seu irmão, e por algum
tempo, voltou o seus dias, e o
coração para Azazel. Ao vê-la sempre ao lado do irmão mais velho, Miguel teve o gosto do ciúme. Era duro não
ter aquele sorriso, as perturbações,
e a sua companhia. Já estava apaixonado, por isso corria atrás dela, e pedia para lhe perdoar, só que ela o ignorava. Por isso, quando viu outra menina apaixonada por ele, tentou ser como um príncipe para
esta. Não queria causar algum desconforto na sua amada, porém quando passou a cuidar de Eke, Luciféria o odiou ao ponto de nem lhe olhar na cara. “Vá ficar com a sua nova ajudante.” Disse tentando pegar um livro de magia, no alto da estante. “Ela não entra no laboratório.” Esclarece. “Isso não
é do meu interesse.” Diz com o nariz empinado, e acaba escorregando da escada, mas ele a pega. “Não é o quê parece.” Diz sorrindo, e ela sai do colo dele. “Tanto faz. Hoje Lilá volta para casa, não tenho mais paciência, para problemas.” Diz indo embora.
Lilá voltou da casa do tio diferente,
para uma criança de 8 anos, muito mais parecia uma de 12, e em vez de usar pequenos vestidinhos, vestia-se como adulta, algo que traumatizou
a mãe de imediato, pois achava
que só na adolescência a
veria assim.
Ela cumprimentou a todos com
graça e doçura, como se fosse outra
criatura. Mas não tardou para ouvir
os boatos, de que esta andava a
animar as noites dos irmãos,
que ficaram divididos.
Os mais velhos Azazel e Asmodeus,
ficaram ao lado de Luciféria, e os outros, Caim e Mammon, se juntaram a Lilá. O clima de guerra
era constante, por isso Lucy seguiu
distanciando-se de seu lar, sempre
ao lado do seu irmão. Lilá percebia
que a incomodava, e por isso tomou
as rédeas da situação. “Eu sei que
você ama minha irmã.” Disse com
maldade para o arcanjo. “Isso é um
assunto de adultos.” Retrucou com
frieza. “E desde quando a Lucy é
adulta?” Brincou, e ele lhe olhou
com desprezo. “Eu posso fazer ela
voltar a te ver.” Propõe. “E por quê faria isso? Não a odeia e a quer
infeliz pelo passado?” Perguntou já
desconfiado. “Não, éramos menores,
agora quero que tudo fique bem.” Diz com certa destreza. “O quê me
sugere? Já pedi perdão, enviei o livro
sobre o mundo proibido, que ela tanto ama, me humilhei, o quê falta?” Conta. “Deixa comigo.” O convence, e inicia seu plano.
Como quem não quer nada, faz
com que Luciféria vá parar no meio de uma floresta negra, sozinha e sem algo para se defender, e prossegue da mesma forma com o soldado, o enviando ao encontro dela.
“Ah claro! Tinha que ser o psicopata!” Diz ela ao vê-lo chegar,
Enquanto quase arranca os cabelos,
Tentando retornar para onde acha
seguro. “Eu não fiz nada. Foi a Lilá.” Responde. “Eu odeio minha irmã,
mas não sou idiota.” Rebate. “É a
verdade. Ela queria que a gente se reconciliasse.” Ele se senta sob a
pedra, e a bela gargalha. “Lilá? A
minha irmã mais nova? Por quê? Você é muito fácil de enganar.” Diz
com sarcasmo, e este balança a sua
cabeça em negação sorrindo. “Sou um arcanjo. Treinado. Ela falou a
verdade.” Diz com arrogância. “Oh.
Então se ela me quer com você, é mais uma razão para eu não querer.”
Retruca, e este se levanta. Os passos
dele são rápidos, e em segundos a
encosta no tronco da árvore. “Eu fui
um idiota, quantas vezes preciso ter que repetir, para que me perdoe?” Diz olhando nos olhos dela. “ Você me enviou para a morte!” Grita. “É,
mas também fui lá para consertar o erro, e te devolver para a sua família.” Deixa em pratos limpos. “E isso faz de você um herói?!” Pergunta de forma irônica. “Não, mas mostra a minha consciência.” Ele vira o rosto, envergonhado consigo mesmo. “Eu amo você.” Ele diz e os olhos dela crescem devido a pausa, porquê aquilo lhe faz pensar que chegou o dia que passou a lhe
retribuir. “Foi um erro, mas por favor pare de basear nossa amizade nisso.”
E a expectativa cai por terra. “Tudo
bem. Me desculpa, por dizer que era patético.” Sorri sem jeito, e ele se
afasta. “Sem problemas. Agora me diga, por quê achava que Lilá queria
que ficássemos juntos?” Questiona
sem entender, na mente dele Luciféria era carinhosa e provocativa
com todos os amigos, por isso achava que as declarações eram só
parte do seu jogo, e não que sentia
realmente algo. Depois deste dia,
eles voltaram a se falar, e Luciféria ficou em débito com a menor, que
fez questão de cobrar, lhe fazendo
levá-la para sair, e pedir para o
anjo levar Gabriel.
Após a irmã lhe ajudar, e passarem
horas juntas, Luciféria percebeu que Lilá não era insuportável, e que em vez de ser sua inimiga, podia se
tornar o contrário. Para a surpresa
de todos, as irmãs passaram a ficar grudadas como chiclete e sapato, e
ao vê-las sorrindo, Lilith se sentiu
feliz, por não ter ameaçado o laço
fraterno delas, com o seu amor
mal dividido. Luciféria acreditava
que estava tudo bem, e para compensar sua atitude no passado,
fazia tudo o quê Lilá queria, mimando-a mais que a própria
mãe. Azazel detestava isso,
porquê ao ver os encontros duplos, tinha certeza de uma coisa: Lilá não os apoiaria, e fazia tudo por Luciféria e Miguel, só para ver o menino Gabriel. Por isso este veio a alertar
a irmã, que encantada pelo apoio da caçula, não o ouviu. Porém ele não era o único a notar tal coisa, o
arcanjo também viu. “Lucy. Lilá só
nos quer juntos, porquê assim pode ficar junto de Gabriel. Não se engane
, ela é realmente má, como Hécate.”
Miguel lhe disse. “Isso não é verdade.
Minha irmã me ama, e deseja que eu seja feliz.” Rebateu com raiva. “Lucy
, tome cuidado.” Continuou a avisar.
“Eu te mostrarei o contrário.” Diz
com a certeza de que ele está se equivocando. Então usando as suas
táticas de manipulação, faz com que
Gabriel beije Eke, sem saber que Lilá estava vendo, provocando uma bela
briga entre o casalzinho, para ver
até onde a pequena vai. Não tarda
para que esta se afaste da mais velha, e volte as antigas provocações, por não ter mais nem uma valia manter o contato com
ela. Isso decepciona Luciféria de tal
forma, que esta chega a chorar. “O quê achou? Que basta pedir desculpa
por tentar me matar, e seremos as
siamesas?! Cresça!” Disse-lhe em seu momento de raiva. “Eu descobri um
segredo de Gabriel, depois de seduzir o Miguel, e o fiz beijar Eke. Ele não te traiu porquê quis.” Diz com frieza, e
a deixa para trás. Há conflito dentro
da jovem, pois parte dela odeia a sua irmã, mas a outra parte, a ama e se
sente triste, por perder uma amiga
tão boa. Assim as irmãs crescem nesta relação de amor e ódio, que
na mente de Luciféria acaba sendo só de amor, quando Lilá chega a adolescência, porém para a sua tristeza, vem a descobrir mais tarde,
que sua melhor amiga, continua a
odiá-la, e isto a machuca muito.
“Como se sente agora?” Lilá
pergunta para a irmã, que está amordaçada. A mesma revira os
olhos, e esta tira o tecido da
sua boca.
“Obrigada” Agradece com o
sorriso irônico. “Estou muito bem.”
Mente descaradamente. “Mas e
você? Já preparou o vestido de
noiva?” Questiona-lhe com
alegria raivosa.
“Sim, será vermelho, como no
seu pesadelo. Bael se casará comigo,
e sentarei no trono ao lado dele” A
mais nova provoca, e a outra se
debate, tentando atacá-la.
“Finalmente ganhou uma. Afinal
os portões de Tiamat, só podem ser
abertos por mim, e Harmonia me fez
a deusa” Rebate, tentando conter
a ira, por conta da derrota.
“Ah pare! Harmonia só te fez deusa
, porquê Eu não estava lá!” Berra, e a irmã ri. “Ou o Destino preferiu assim, e não era mesmo para ser você. Pode
ser a nova rainha de Bael, mas nunca
será eu querida, lamento.” Diz com
o tom provocativo.
“Não quero ser você. Nunca quis.
Só queria o meu espaço. Mas como
sempre, quando tinha a menor chance de brilhar, vinha a Luciféria
bravinha, e me ofuscava com sua
luz radiante!” Retruca, mostrando
o seu descontentamento.
“Você só queria roubar o meu
lugar! Não se faça de sonsa!” Grita
de volta. “Por quê acha isso? Porquê
nasci com a cor dos seus malditos olhos? Por quê quis ser adorada? Ou
pior por quê só queria que minha
irmã me amasse?!” Lilá perde a cabeça, e põe pra fora tudo o
quê a machuca. “Não tente me manipular, eu te ensinei isso!” A rainha deposta se mostra furiosa.
“É! Como me ensinou a me vestir direito! A criar uma conexão com as aves! A estudar! E todo o resto! Eu nunca invejei você Lucy! Mas sempre teve tanta insegurança, que nem percebeu que eu te admirava!” Solta todas as mágoas, fazendo a prisioneira ficar em silêncio. “Eu queria sim ser como você, mas era antes, Hécate tinha me ferido muito, e você era o meu exemplo feminino, já que nossa mãe não acreditava que eu tinha mudado.” Senta do lado da irmã, como uma criança. “Só que você, só soube me machucar, me testar, e se afastar. Você não queria ser minha amiga, e sim que eu fosse a sua inimiga, e por isso me tornei
o quê temia.” Diz entre lágrimas. “Isso não é verdade, pois se for...” Diz para a mocinha. “Eu só me tornei sua inimiga, porquê me fez assim?!” Mostra a conclusão. “Não! Você era ruim! Eu via! Não pode ter sido minha culpa!” A jovem rainha chora,
negando a realidade dos fatos. “Eu
podia ser diferente. Já parou para pensar, se não te mostraram o futuro, só para que mudasse?” Ela
se mostra arrependida. “Que diferença faz? Você seguiu mesmo pra escuridão, e agora está indo para o meu lugar. Como na visão que a velha me mostrou” A nobre se mostra triste. “E importa Lucy? Por acaso gosta de reinar com Ele? Quer mesmo esse lugar?” Pergunta-lhe com incredulidade. “Não.” Ela responde com voz fraca. “Luciféria,
Luciféria Lilith II. Não me diga que...”
Lilá percebe o desconforto da irmã. “Não, Lucy, Não. Miguel e Azazel são
uma coisa, ele é horrível! Um monstro!” Esbraveja espantada. “Não pode sentir algo por Ele!” Termina, e a consanguínea fica em silêncio. “Lucy. Não.” A caçula, fica em choque. “Ele deixou as outras,
e me fez a rainha” Assume. “E mesmo sendo um idiota, tem até cuidado bem de mim.” Prossegue com o relato. “Ele não é nada disso...” Tenta acordá-la, e o próprio entra no lugar. “Pensei que tentaria atormentá-la, e não colocá-la contra mim.” Diz com o sorriso maléfico, e
estala os dedos, para que venham lhe prender. “Não! Lucy! Lucy! Ele é um monstro!” A irmã tenta dizer, ao ser amarrada. “Ele abusou de mim!” Grita ao passar pela porta, e isto deixa a rainha catatônica. “Eu fiz o mesmo com Eke. Qual a novidade?” Diz o demônio, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. “Você abusou da minha irmã?” Pergunta incisiva. “Sim, mas não como com você, com ela fui até o fim.” Responde sorridente. “Quantos anos. Quantos anos ela tinha?!” A dama inquire com vigor. “A idade de
Eke. Por quê? Foi você que me libertou lembra? E me pediu para destruir tudo! Só quis me divertir um pouco!” Diz como se o seu ato fosse normal. “Você a atacou!” Berra com
ódio. “Sim, e agora farei dela a minha rainha.” Rebate com frieza.
As mãos dela se soltam, e acertam-lhe um tapa. “Já chega.” Diz angustiada. “Está com ciúme? Depois de se entregar para o arcanjo!?” Diz o novo deus ao limpar o sangue do lábio. “Ciúme eu sentia antes. Por você dormir com a minha irmã jovem e adulta. O quê sinto por você é nojo!” Grita, e ele se
surpreende. “Lucy.” Diz implorativo. “Não toque em mim!” Se livra da mão dele. “Você me amava?” Ele a pergunta, percebendo a revelação no seu discurso de raiva. “Não! Não sei
! Só não te detestava!” A rainha continua a negar o quê sente. “Eu não sabia...” O arrependimento é claro em suas palavras. “Depois de tanto se gabar por me seduzir?! Eu não sou idiota!” Urra. “Lucy.” Ele fica como um bichinho assustado. “Você é um monstro!” Vocifera , o empurrando. “Lucy.” O olhar dela,
é preenchido pelo rancor, e o violeta enegrece, até ficar como um tubarão, preste a devorar a sua presa. “O quê você...” Ele teme que ela tenha descoberto o tamanho de seu poder. Sem dizer uma palavra,
ela o puxa pela gola da camisa, e o beija com ferocidade. Algo que o surpreende, mas não tarda para perceber, que não há sentimentos naquilo, e tenta se soltar, só que ela segura o seu pulso, e tenta tomar o
Caos dele a força, sugando a sua
energia. Como um machista, tenta mostra superioridade, porém para
o seu azar, o poder dela cresce pelo ódio, e seu amor pela irmã. Logo os olhos dos dois ficam brancos, e ela mergulha na mente dele. Há uma linda garota de olhos vermelhos como o sangue, parece ter entre 13 ou 14 anos, e então um homem que muito se parece com ela, vem e a toma nos braços, diante toda a família, e a sua prima. Ele tira as suas roupinhas, a toca sem pudor, a penetra como uma cadela no cio. Contudo não se engane, não é Eke
a vítima, e sim o próprio Bael que
a rainha colocou na pele da filha, que após este ato horrendo atraiu a sua irmã, para ser iniciada na magia
como ela. Ao contrário da rebenta, que depois sentiu prazer no ato. Ele fica com medo, aterrorizado, e implora que lhe salvem, pois aquela sensação é horrível. Seus olhos lagrimam, e então Eke acerta a cabeça da madrasta com a madeira. “Deixe-o em paz!” Grita em pânico,
atirando a jovem para longe. Esta cai atordoada pelo golpe, e o demônio
volta para a realidade. Ao vê-la caída na parede, ele arremessa a própria filha, e pega a esposa pelos cabelos, arrancando-lhe o vestido. “Desgraçada!” Diz ele furioso, com
os olhos cheios de sangue, de tanto exasperar. “Vai pagar pela afronta!” Brada entrando no corpo mole dela, fazendo movimentos tão violentos, que seu membro fica coberto de linhas rubras. “Me larga!” A jovem grita, e ele pressiona seu pulso, até o osso rachar, causando-lhe uma dor insuportável. “Você não é maior que Eu! Nem mais forte!” Grita como se estivesse em desespero para oprimi-la, e a coloca de cara na parede,
pressionando sua face no concreto,
ao balançar-se para dentro dela. O
tempo parece lento, a dor é incessante, o poder de Harmonia,
em seu corpo, é sufocado pela escuridão presente em Bael. “Para!”
A filha do Inferno grita, passando
por ele como um vulto, e isto o distrai. Ela não suporta a ardência
em seus músculos feridos, e desmaia no piso. “Eu te odeio.” São as suas
últimas palavras, antes de fechar
os olhos. “O quê está olhando?!
Amarrem-na com cordas mágicas!”
Ordena, ao ver os olhos grandes de
Hécate, e esta aprisiona a sobrinha, com a corda encantada, enquanto
Eke prende-lhe os pés. O novo deus,
sai do local, extremamente exaltado,
e resolve descontar tudo em Lilá. Com a mais nova segue um padrão diferente, lhe perfura a língua com o prego, e a penetra com uma camada cheia de espinho, ferindo-a muito
mais. “É tudo sua culpa! Sabia?!” Ele grita, segurando-a de costas, e lhe
enfiando o membro. “Ela me amava!
Ficaria comigo! Se não viesse para
Reclamar a coroa de rainha!” O rubro fica denso, a mocinha chora sem parar. “Você...Você é o culpado
não eu.” É tudo o quê ela diz quando
ele pausa, o quê o faz retomar a tortura, e castigá-la muito mais. No dia seguinte...Luciféria e Lilá estão presas em lados opostos, Eke prepara as vestes da quarta rainha, e Bael segue irritado, temendo que a terceira esposa, volte a atormentá-lo. A cerimônia de coroação de Lilá, não é nada honrosa, ele a leva para o altar, sendo puxada por uma coleira como um animal, fazendo-a inclusive andar como quadrúpede,
mesmo sem forças. Os servos olham horrorizados para tamanha crueldade, e ele justifica como um ato de correção a má conduta, sem se importar com o medo presente
nos homens. A coroa é posta na cabeça de Lilá, e o sangue escorre
por sua face amedrontada. “Bem vinda, nova rainha. Não era isso o quê queria?” Diz ele com sarcasmo, e a dama vira-se lentamente para o encarar. “Teria sido assim quando pôs a coroa na cabeça de Luciféria?”
Se questionava. Contudo a resposta
era não, ninguém sabe a razão, mas o novo Senhor da Terra, fez para a sua sobrinha o casamento mais belo ,e com todos os gastos que se possa imaginar. A terceira esposa, lhe era tão importante, que tirou o título das outras para que fosse a única a dividir o trono real. Algo que trouxe
tanta infelicidade a mãe e a filha, que estas armaram para que Lilá viesse reclamar a coroa, que desde pequena Hécate tinha lhe prometido,
se fizesse tudo o quê ordenava. Um
homem de negros cabelos longos e olhos claros, sente uma dor tremenda, ao ver Lilá praticamente nua, sofrendo tamanha humilhação. É Caim, um dos irmãos mais novos de Luciféria, e mais velho que a caçula. Ele não suporta, e abandona o local, a notícia de que Bael tinha uma quarta rainha, logo se espalha, e isto chama a atenção de Miguel. “Precisamos chamar as tropas celestiais!” Diz para o seu irmão mais novo. “Luciféria escolheu o próprio destino, nós não podemos fazer nada.” Diz Salatiel, é claro que queria prestar ajuda, mas sabia que Yaweh não aprovaria. “E o quê faço?! Fico de braços cruzados, vendo a mulher que amo sofrer?!” Diz indignado. “É claro que não. Disse que Nós não podemos ajudá-la. Mas há alguém que pode.” Responde com um sorriso, encontrando uma saída para o irmão, que não mais podia ir para o paraíso. “Quem?!” Quase ulula, de tanta esperança. “Se Bael tem uma quarta rainha, Luciféria não deve está bem.” Diz Asmodeus olhando para Azazel, enquanto este termina a bebida, rodeado por duas mulheres.
“Ela escolheu casar com ele. Devia saber que logo deixaria de ser a única.” Responde evidentemente sob o efeito da droga infernal. “Não se preocupa?” O irmão e amigo pergunta. “Ele fez um belo casamento, lhe deu o mundo, e atende a todas as vontades dela. Um coração partido deve compensar o poder.” Rebate mostrando-se frustrado. “E se ela foi forçada a isso?” Uma voz familiar diz, e o forasteiro o encara. “Você?! Você não é bem vindo em meu reino!” O demônio meio bode grita. “É? Mas como pode ver, agora posso entrar no Inferno.” Esclarece. “Então vá para lá.” Diz o sátiro rabugento. “Já tentei, mas Lilith e Lúcifer se recusam a ajudar a filha.” Rebate. “É lógico, o quê vier a acontecer com Luciféria, é consequência da própria escolha.” Se mostra indiferente. “Como disse antes, Lucy não teve uma escolha.” O anjo diz como se o outro fosse idiota.
“Lucy se casou com Bael. E no casamento existe o termo de “sim” e “não”, e ela disse “sim”, então que tal desistir dela também? Há muitas ninfas renegadas aqui. Sei que se casou com Eke, mas claramente não é a sua mulher que ama, então junte-se a nós e divirta-se” Volta a beber, e sorri para as moças. “ Lucy
não ama Bael!” O anjo esbraveja, com tanto ímpeto, que o demônio fica desconfiado. “Como tem tanta certeza?” Questiona insidioso, e ao ver que ele tinha abandonado as súcubos, o irmão se põe entre
eles. “ Eu dormi com ela.” Confessa, em voz baixa, e o irmão da princesa perde a cabeça, indo para cima do
alado, acertando-lhe golpes certeiros no queixo e na boca. “E veio aqui para quê?! Se gabar da conquista?!”
Berra, ao deixar o anjo no piso, lhe atingindo com murros violentos. “Não. Bael vai matar a Lucy por isso.” Sussurra, limpando o sangue nos lábios, com a costa da mão. “Você é o amante da mulher dele, resolva.” Diz saindo de cima do rival.
“O quê aconteceu com você? ” O inimigo inquire, assombrado pela forma como o demônio está agindo, e este o ignora. “Antes me machucaria, e correria para resgatá-la. Agora só a despreza, como um covarde!” Se levanta, e ajeita as roupas. “Só cansei de correr atrás, e
ela escolher os idiotas que a machucam!” Revela em protesto a acusação. “O quê? Azazel ela passou 100 anos perto de mim, e não quis
sequer trair a sua memória!” Fica desesperado. “Depois de te beijar no meu enterro, e antes de casar com aquele monstro. Conta outra!” Volta a atacar. “Eu a beijei todas as vezes!
A única que ela o fez, foi só me usando para descarregar energia!”
Assume a responsabilidade. “Não foi
o quê Eke e Lilá me contaram!” Ele
bebe o cálice do forte liquido. “Ah por favor! Elas odeiam a Lucy! Não te diriam a verdade!” O arcanjo revira os olhos. “Eu sou o culpado. Não ela.
Tal como você foi no dia do meu noivado.” O relembra. “E vim te implorar que a ajude, porquê todo o tempo que perdemos, significam mais sofrimento para ela!” Tenta
mais uma vez. “Lucy não vai querer a minha ajuda.” Recobra a razão, e se sente um babaca. “Ela não te esqueceu.” Admite com dor na garganta. “Como sabe?” Ele lhe pergunta. “Me certifiquei” Responde, e se lembra que a amada, considera o demônio como o senhor da luxúria.
“Por favor, você é a única chance que ela tem.” Pede-lhe mais uma vez, e o rei considera a ideia. “Posso ir com vocês?” Diz o jovem futuro primeiro assassino da história. “Por quê?” O arcanjo o olha com desgosto. “Lilá também precisa de ajuda, e o meu exército de vampiros pode lhes ser útil.” Responde, e os quatro irmãos que estavam no bar da antiguidade, seguem parao resgate das princesas. “Lilá, nunca será somente sua Cam.” Azazel o adverte. “É, ela já esteve com todo o inferno praticamente. É melhor desistir” Miguel concorda. “Desculpa, mas estou ouvindo isso do anjo que foi traído no dia do casamento, e do demônio cujo o luto foi desrespeitado?” O mais jovem provoca, e os dois se calam. “Sei que amam Luciféria, mas ela também não é um exemplo de mulher certa.”
Atira na face dos rivais, e eles reagem. Miguel sorri forçadamente, e Azazel finge não ter ouvido. “Está bem. Vamos salvá-las.” O rei tenta desviar do assunto, e monta no seu cavalo negro. “Azazel.” O alado o chama a sós, e este fica confuso. “Por favor, entregue isto a ela quando encontrá-la.” Pede com educação. “Por quê não entrega você? Logo a veremos.” O demônio recusa. “Por quê é provável que eu não volte.” Mostra receio. “O quê?” O jovem rei fica surpreso. “Você o enfrentou no passado, e ela sofreu com a sua perda. Tem que ficar
vivo desta vez.” Diz com um sorriso sem vontade, e move as rédeas do seu equino branco. “Não morra
bastardo!” Grita seguindo outro
caminho, e guiando os exércitos de
Azazel e Caim, junto de Asmodeus,
que se mostrou pronto para o
auxiliar. O demônio guarda a garrafa com uma carta dentro da cela, e segue o plano com Caim. “Pronto para resgatá-las?” O sátiro pergunta, pensando na amada ruiva. “Estou sempre pronto.” Responde o vampiro, e os cavalos cavalgam rapidamente, atirando-os contra
o ar, enquanto estes se transformam em lobos negros enormes.
Miguel vê que Asmodeus está se pondo em perigo, e olha para este com curiosidade. “Por quê veio?”
lhe questiona. “Luciféria e Lilá são
importantes para mim.” Responde,
seguindo ao lado do arcanjo. “Bem
mais que importantes, já que está
colocando sua vida em risco por
elas.” Brinca, e este apenas se faz de desentendido. De fato tinha algo
errado, e só o tempo iria
mostrar.
O assassinato e o luto
Dois cavaleiros, mudam suas formas,
o primeiro para a de uma serpente, e o segundo para um morcego, e eles vasculham o lar do novo Deus. O morcego, sobrevoa até a área mais alta, enquanto a cobra passa por debaixo da porta. Ao achar o cativeiro, a cobra toma a forma de um homem encapuzado, que desamarra a jovem terceira rainha, e a pega nos braços. “Você voltou para me salvar.” Ela sorri, ao ser carregada, para fora da sala, e a culpa o consome, por vê-la num estado tão crítico. Os lábios estão secos, o rosto marcado pelo cimento, as roupas rasgadas, e esta nem consegue andar. O palácio piramidal está vazio, e não é
por acaso, pois a família Belzebu teve de se retirar, deixando alguns soldados para vigiar as princesas, enquanto seguiam para Memphis,
onde havia um estranho ataque
de sátiros e vampiros. “Não temos
tempo para agradecimentos.” A voz de Miguel a acalma, e ela o abraça, embora o sinta diferente. O outro cavaleiro, desce dos aposentos carregando a quarta rainha, que está desacordada. “Lilá!” Se desespera, e
tenta caminhar até a irmã, mas quase cai, e o alado a segura. “Ela ficará bem, agora precisamos sair daqui. Tenho de te entregar para o Azazel.” Diz ele, voltando-a carregá-la, e esta fica confusa. Azazel? Mas ele esteve no seu casamento, e viu quando disse sim ao demônio, porquê teria reconsiderado? É algo que não parava de se perguntar. Ele
monta no cavalo, e a põe em seus braços. Eles se encaminham para
o deserto, e ao ver a amada tão fraca, Caim morde o próprio pulso, e enche seus lábios com o sangue. O quê a faz acordar assustada. “Caim?!” Diz em pânico. “Onde estamos?! Cadê a Lucy?!” São as primeiras perguntas dela, e o vampiro aponta para o lado. Ao ver Lucy, ela sorri surpresa, e ambas olham uma para a outra acenando.
Sem dizer nada o arcanjo e o homem morcego, mudam a rota, e então vão para onde se encontra o portal para o Inferno. “O quê? Não, e Azazel? Ele vai morrer! Eu não vou suportar isso de novo!” Lucy se debate, tentando sair do equino, para ir resgatar o seu irmão mais velho. É quando se vê ao longe a silhueta de Asmodeus, e logo atrás dele, há outro ser, o quê lhe dá esperança. O novo deus da luxúria, passa por entre eles, e adentra as terras proibidas. “Vamos. Venha logo.” A jovem suplica, torcendo para que Azazel chegue o quanto antes. Tão grande é a sua surpresa, ao ver que quem vem no cavalo branco é Miguel, e não Azazel, e se sentindo confusa, ela teme que esteja em outra ilusão de Bael, e se esforça para se machucar, e voltar ao mundo real. Infelizmente o arcanjo não vem sozinho, em seus braços se encontra Eke, e isto lhe parte o coração. Ao ver a sua amada, o arcanjo, beija a esposa, deixando-a de queixo caído, e notando que aquilo é uma tentativa de fazê-la ir para o outro lado, Bael lhe desfere um corte no peito, com uma espada encantada pela deusa Hécate, e o puxa para trás. “Não!” Grita ao vê-lo ensanguentado. “Agora Azazel! Agora!” Grita olhando para ela, enquanto pede para o irmão arrastá-la para dentro do portal. “Não! Miguel!” Ruge tentando se soltar, sendo carregada para dentro, enquanto o demônio volta a sua forma original. Mas não tem forças, e é levada para o reino de Azazel, enquanto Miguel é deixado para trás para morrer. “Por quê fez isso?!” Grita com o sátiro, com lágrimas em seu rosto. “Porquê ele me instruiu.” Responde um pouco abalado. “Ah tah, e desde quando você e Miguel são amigos?! Queria matá-lo! Só esperou a oportunidade!” O acusa pela morte do seu amado amante, e ele ri com desgosto. “Agora sei porquê me incumbiu tal tarefa.” Diz ainda com o sorriso no rosto. “Do quê está rindo?! Ele tá morto!” Urra chorando sem parar. “Ele me pediu para te entregar isso. Se realmente nos tornamos aliados, ele deve ter
dito a verdade.” Entrega-lhe a garrafa com o pergaminho, e esta a pega, abrindo-a rapidamente. Vendo o estado da irmã, Lilá se junta a ela na leitura, e a abraça. “Se está lendo isso, é porquê não sou tão forte quanto pensava, e pereci nas mãos de Bael. Sei que fui um idiota, mas acredite em mim quando digo que te amo, e que o seu bem é tudo o quê importa. Não quero que chore sem parar, prefiro que se lembre apenas dos nossos momentos felizes, e não se esqueça que assim como voltou, também poderei fazê-lo. Mas por favor, não volte para Bael, é melhor que siga com Azazel, pois apesar do jeito dele, sei que te ama, e pode lhe fazer feliz, talvez até mais do quê fui capaz. Se o culpa pelo meu fim, te peço que reconsidere, pois fizemos um acordo, e eu pedi para que ele
ficasse vivo. Sabia que o amava, e não suportaria perdê-lo uma segunda vez. Ele sempre foi o seu ombro amigo, e aquele com quem pode contar, seria mais difícil, do quê perder um belo anjo, que por muito tempo, ignorou os sentimentos te fazendo sofrer. Eu sei que me ama, e eu te amo também, por isso por mim, perdoa a tua alma gêmea, e siga o seu destino, mesmo que nunca me esqueça, pois não sei por quanto tempo ficarei no mundo de Harmonia, e preciso ter certeza
de que ficará bem. Para sempre seu, Miguel” A princesa leu aquelas palavras, e colocou o colar dourado com a pedra rubra incrustrada. Não tinha nenhuma magia poderosa no colar, mas foi um presente, o único que Cerridwen lhe deu na vida, e por isso Luciféria sabia do quanto lhe era importante. “Lucy.” Lilá chamou a atenção da jovem, e esta segurou no colar, e secou as lágrimas. “É Nahemah agora” Lhe respondeu com orgulho do nome, e a menor sorriu .com ela. “Aza.” Diz ao entrar no jardim do castelo avistando o demônio, olhando para as flores
com tristeza. “Sim.” Atendeu ao
chamado, e a princesa correu para
o seu encontro. “Precisa ler isso.”
Entrega-lhe a carta, e ao ver a
mancha das lágrimas, e o nome
Miguel, este de imediato recusa.
“Ele foi um oponente valoroso.”
Assume com o sorriso triste. “Não quer mesmo saber?” A jovem o
questiona. “Eu já tenho uma ideia
do quê seja. Mas me perdoa, não
estou pronto para nos unirmos
outra vez.” Esclarece, e a bela fica de queixo caído, também não queria ir em frente, mas ouvir da boca dele,
foi doloroso. “O tempo realmente muda a gente.” Diz após procurar as palavras certas. “Você escolheu Bael
em vez de mim...” Inicia para dá uma explicação. “Esse é o problema? Não ter te escolhido?” Pergunta com certa chateação. “Não. Até o arcanjo era melhor que ele.” O ser revela, deixando-a surpresa. “Azazel.” Ela tenta segurar em seu ombro, e ele segura sua mão. “Em breve iremos dizer que somos noivos. Mas é para que fique aqui, eu não te amo mais
Luciféria.” Confessa, e parte lhe deixando mais triste. Tal revelação não a abala, mas faz com que se sinta ainda pior. Aquele que achou que a amaria acima de tudo, não sente mais nada, e o quê um dia foi
o seu querido par estava morto, o único que lhe restou foi o marido,
mas deste só queria distancia.
A jovem rainha do mundo, e princesa renegada do inferno, seguiu sua vida ao lado do rei. Como o acordo firmado entre eles, noivaram perante todo o reino, com sorrisos e beijos, mas nos aposentos reais, a verdade é que mal eram amigos. Ele não a destratava, porém não era gentil ou carinhoso, e o problema era muito evidente. Ao saber que Lucy voltou para o Inferno, e decidiu noivar-se a Azazel, Lilith se encheu de alegria, e foi visitá-los, e ao descobrir que as coisas não iam bem, sugeriu que o “casal” fosse para o reino de Asmodeus, aproveitar a liberdade e os prazeres daquela terra. Eles foram, por insistência da rainha, que ansiava vê-los juntos, no entanto não tinham a menor vontade de ficarem juntos. Por isso ao chegar lá, o rei se juntou aos amigos Gadreel e Asmodeus, e foi para a taverna mais próxima, deixando a noiva para trás, junto da irmã, que insistiu para ir junto, e de Caim que precisava de férias. “Não acredito que ele esqueceu.” Diz a jovem outra vez ruiva e cacheada, olhando para os decretos que o rei deveria revisar. “Vou entregar a ele.” Sai do local, e procura onde este estaria se divertindo. “ Sei que viemos para descansar, mas precisa administrar melhor o seu reino!” Diz imponente, ao encontrar os irmãos
sentados a mesa, bebendo. “Querida
. Por quê não se senta conosco?” Lhe pergunta, desconfortável, sem se dar o trabalho de fingir. “Porquê não sou uma adolescente, sem preocupa...” Ela inicia o seu discurso, e então olha para a cabana a frente, de onde saem os seus pais, e uma bela loira de olhos claros, completamente
nua. “Mamãe, papai!? O quê fazem aqui?!” Diz aterrorizada com as possibilidades. “Viemos nos divertir. Como todo mundo.” Diz a imperatriz infernal. “Que tipo de diversão ?” Questiona-lhe, assombrada pela caucasiana. “Oras não haja como se tivesse 7 anos Luciféria!” A rainha nota o incômodo da princesa. “Aqui é uma terra livre de preconceitos minha criança.” Lúcifer concorda com a esposa, e a primogênita, sente falta de ar. “Deixe de ser tão neta de Yaweh, e vá se divertir menina.” A mãe brinca, dando-lhe a ordem, e o pai pega os novos decretos. “Eu posso cuidar disso.” Tenta lhe dá alguma segurança. “Mas...” Luta para seguir com o plano inicial. “Já são 700 anos de noivado, e nada de se casarem. Precisam se soltar!” Diz Lilith, e Azazel e Luciféria riem com nervosismo. Olhando um para o outro, e ao ver que estavam distantes, a bela se senta no colo do seu suposto par. “Como sua rainha,
ordeno que aproveitem as férias!” A bela grita, e ela e Lúcifer partem com Evangeline, a bela loira de antes. Ao ver que foram embora, a princesa se levanta, e decide fazer o mesmo. Só que para o seu azar, ela percebe que a porta foi bloqueada, e toda vez que tenta sair, é obrigada a voltar. “Sente aí Lucy. Não somos piores que os seus dragões.” Asmodeus a convida, e esta de má vontade, se junta a eles. “O quê estão fazendo?” Pergunta olhando para o tabuleiro gritante. “Jogando o culpado.” Azazel esclarece, notando que o amigo está olhando demais para a falsa noiva, por quem ainda nutre amor verdadeiro. “Este não é aquele jogo proibido no reino dos nossos pais?” Ela pergunta, segurando os pequenos humanos, que imploram para viver. “Sim, mas aqui é Asmoath, a terra quase sem lei. Só
não violamos a consciência de quem se aventura a vim até nós.” Responde o dono do lugar. “Quer jogar conosco?” Azazel pergunta,
eles não se falam direito, porém ele continua a cuidar dela, e tenta lhe fazer bem. “Não tenho outra escolha.” A bela pega a bebida, e vira rapidamente, derramando gotas em seu peito, algo que atrai a atenção do ser que representa a luxúria. O grande soldado olha para o amigo, o repreendendo, e este para de imediato. A dama nem percebe, que está sendo o centro das atenções ali,
e eles iniciam o jogo. O culpado, é um dos 7 jogos proibidos no Inferno,
já que este envolve tortura e mutilação, para diversão, e não a necessidade. Fundamenta-se na máxima, de que o assassino sempre se faz de inocente, e ganha o jogo
quem descobrir qual deles é a
raiz do mal. Lucy olha para uma mulher, que está implorando pela vida, e se compadece, acreditando
que é inocente. Por isso a defende
dos fantasmas que a perseguem, só
que no final, descobre que é uma dos culpados, e assassinou pelo menos 20 crianças, em nome do seu senhor Belzebu, e resolve assassiná-la, com um golpe no pescoço. O mais interessante deste jogo, é que cada um dos culpados, realmente cometeu tais crimes, e são miniaturas dos originais, que se encontram no reino de Belial, onde são cruelmente julgados. “Só um golpe no pescoço Lucy?! Você é muito ruim neste jogo!” Asmodeus a provoca, e ela o ignora, pois achava mesmo que a Sra. Hah, era uma mulher que tentava salvar as crianças, e com isso se enganou feio.
“Vou te mostrar como se faz!” Prossegue com a irritação. Asmodeus
olha para a sua miniatura, e então sorri com pervesidade. É um homem de poder, que tinha abusado de várias garotas, e que agora se sentia um deus, ou no mínimo um dos seus favoritos. Para torturá-lo, ele o faz perder o poder, em seguida que veja os rostos das moças mortas em toda parte, e por fim ás traz do além túmulo, para persegui-lo por toda a eternidade, sem descanso, e para garantir que estas irão matá-lo todos os dias, faz o tempo ir e voltar, sempre para o mesmo momento, até que este perca a sanidade, e fique chorando como o condenado que
é. “Só isso?” A bela resolve entrar no jogo do demônio. “Consegue fazer melhor? Ou vai assassinar o próximo com o chifre de unicórnio?” Ele continua a chateá-la, e esta fica bem pensativa. Sua miniatura é Haruka , uma mulher de 33 anos, que tem levado várias mulheres da magia ao suicídio, por adorar Yaweh acima de tudo, e nunca ter sentido o toque
de um homem. Mas antes de morrer, esta estava arrependida e acreditava ter salvação. Desta vez Luciféria nem analisa a criatura, só pelo que vê no holograma sobre a vida dela já a detesta. “É hora da brincadeira.”
Diz com o sorriso maldoso. Presumindo que por seguir o céu, a euroasiática Haruka, é apaixonada por tudo o quê tem, e por se sentir superior por ser pura, a princesa do inferno a leva para uma festa. Esta vai sem questionar, pois é neste ambiente, que encontra suas vítimas. O garçom lhe oferece a bebida, que está contaminada com o aditivo de Bael, e a pura e perfeita Haruka, se atira em cima de vários homens, mas todos a rejeitam, porquê sua pureza , ali é motivo de vergonha. Cansada e com dor, esta se depara com várias criaturas horrendas, fortes e musculosas, que ficam envolta dela, e lhe arrancam as roupas. Como se não bastasse deixar de ser virgem, da forma mais humilhante, estes ainda tem espinhos em seu corpo, e toda vez que entram em todos os orifícios possíveis, ela se esgoela em
pânico, sentindo-se cortada por dentro. “Esta indo bem.” Asmodeus percebe certa maldade crescendo na irmã mais velha. “Quieto.” Lucy se concentra, e eleva o sofrimento de Haruka. Quando esta volta para casa, toda suja, com as roupas destruídas, e o corpo ferido, sua família em vez de recebê-la, a manda para a rua, onde ela volta a se encontrar com os seus agressores sobrenaturais. Com medo deles, resolve se refugiar numa igreja, mas como foi tocada pelos demônios, o próprio Deus lhe diz que a repudia. Ela chora sem parar, sentindo-se tão mal quantas as moças que matou. Porquê ela tinha de ser tão cruel? Se perguntava. Aquelas meninas não mereciam tal fim, o mesmo que levaria, por ter mandado que os seus amigos, abusassem delas uma a uma, para validar a sua fé doentia, ou então se matassem, para “diminuir o nível de vermes no mundo”, como a própria dizia. Sem saber o quê fazer, ou o quê está de fato acontecendo, já que os demônios hora vem, hora não, esta se interna junto com outras mulheres, num local o qual os curandeiros ficam tão assustados, que a cegam para que os demônios a deixem em paz, infelizmente para ela, isto só aumenta a diversão deles, já que com tudo escuro, ela sequer
consegue se defender. Desesperada por um fim, esta tenta pegar qualquer coisa para se ferir, porém
toda vez que acha algo que pode lhe matar, isto desaparece de suas mãos, e a sua vida é imortalizada, para que sofra, até o demônio, ou neste caso a anjo dizer chega. “Nossa Lucy! Parabéns!” Azazel fica realmente surpreso com o jogo da bela. “Realmente melhorou admito.” Asmodeus fica fascinado pela escuridão, e ela sorri, subindo na cadeira. “Quem vai matar alguém com o chifre de unicórnio agora?!” Brada erguendo o copo, e quase cai, devido a tontura. Mas o rei de Asmoath a pega em seus braços, e tanto Azazel quanto Gadreel ficam sem entender o quê ele quer com a menina. “Eu vou pedir água curativa.” Diz sem jeito, e vai até a tábua onde se debruça. “Luciféria.” Asmodeus surge logo atrás dela, e esta quase cospe a água. “Olá.” Diz sentindo-se incomodada. “Me beija.” Diz ele tentando dispersar o seu feromônio
de demônio, mas não parece surtir efeito nela. “Não obrigada.” Pega o copo e se retira. Ele agarra seu pulso, e vendo isto o ferreiro do inferno, sai do lugar para ir salvá-la. “É só um beijo, não estou pedindo nada demais, a não ser que queira.” Ele tenta manipulá-la, e a bela ri. “Asmodeus. Eu não quero. Desculpa mas não vou ser mais uma que...” o
belo demônio de olhos verdes, a puxa, e lhe rouba um beijo. Esta fica sem reação, pois há 700 anos não sentia alguém lhe beijar com tanto desejo, e isto a pega de surpresa. “Foi ruim?” Ele pergunta, querendo ir para o segundo, e ela sai correndo, tentando se afastar dele, só que este não desiste e vai atrás. “Você não vai a lugar algum.” Azazel o para. “Você teve 700 anos, e disse que a esqueceu, então sim eu vou me divertir.” O garoto rebate, e passa pelo irmão. Azazel fica exasperado, mas Gadreel o segura, não era de hoje que o irmão mais novo, estava cercando Lucy, porém esta era a primeira vez que tinha
tomado tal atitude. “Você teve 700 anos amigo.” O impede de atacar
o outro. “Você não vai escapar outra vez.” O belo demônio diz, ao
segurar seus pulsos, atrás das
costas, não deixando-a sair. “As.
Não faça isso.” Diz em tom de
pedido. “Do quê tem medo? Todas saíram satisfeitas.” Se exibe como
o garoto jovial e imaturo que é.
“Eu sou sua irmã.” Esclarece para que fique claro. “Lilá também era, e dormiu com todos.” O símbolo da luxúria fala. “Todos?” A dama fica desconfiada. “Menos Azazel, por conta do código de vocês.” Revira os olhos. “Eu não sou a Lilá. Prazer Luciféria Lilith II, ou Nahemah para os mais íntimos.” Diz de forma sarcástica, e isto o enlouquece. “Foi um beijo ruim? Azazel finge está com você, e o seu arcanjo ainda não reencarnou, por quê não se dá uma chance de fazer algo novo?” É provocativo, e a beldade ruiva ri. “Desiste.” Olha nos olhos dele, e este a beija outra vez. Para que a solte, ela finge ceder a ele, e o beija de volta, no entanto quando a solta, suas mãos vão para a nuca, e o ponto certo das costas,
o quê realmente lhe desperta o
desejo. Por mais que sinta que está entregando a vitória ao inimigo, acaba se deixando levar, e outra vez
se sente mulher na árvore onde deu
o primeiro beijo com Azazel, e ainda
se deitou com o arcanjo. Após a
estranha noite, a dama se veste e o deixa sozinho abaixo da árvore. Sente vergonha de si mesma, conhece o irmão, e sabe que irá se vangloriar pelo acontecido, por isso retorna para o castelo, e se esconde no quarto. “Lucy o quê houve?” Lilá corre atrás da mais velha, e esta a
evita. “Por favor abre a porta.” A menor implora, e esta a destranca. “Eu preciso ir embora de Asmoath”
Diz arrumando as malas. “O quê fez?” Questiona desconfiada. “Eu
fui a última conquista que faltava para Asmodeus.” Responde com
dor na garganta. “Como isso aconteceu?” Inquire a pequena,
surpresa com tal descoberta. A primogênita luciferiana, lhe explica tudo, e pega as malas. Só que quando está para sair, o seu noivo postiço entra nos aposentos, e pede que a caçula se retire. “Asmodeus?
Não podia escolher outro?” Pergunta indignado com o fato. “Você é meu noivo, por um contrato, mas não me ama mais lembra? Não tem o direito de reclamar.” Rebate, pegando seus
pertences. “Eu estava chateado, você tinha se casado com o demônio mais que cruel do universo.” Ele retruca sem acreditar. “Está preocupado com a sua reputação
Alteza?” Pergunta com ironia. “Eu não me importo com isso.” Se mostra apreensivo. “Então?” Ajeita as últimas coisas. “Ele é meu melhor amigo, mas vai destruir você.” É o
quê diz preocupado. “Eu não o amo
Aza. Só simplesmente aconteceu.”
Explica, e passa pela porta. O rei cruza os braços, e a deixa ir. Azazel
não estava errado, depois daquele dia, o amigo contou a todos os reinos
, que conseguiu esquentar o corpo
gélido, da rainha da neve. A fofoca se
espalhou tão rápido quanto um vírus, e logo Luciféria virou motivo de zombaria, principalmente para as
nobres, de quem antes ela mesma
tirava sarro, por cederem ao
garoto desejo. Nem nas terras
do noivo, era deixada em paz, já que nelas os habitantes lhes julgavam, por trair o senhor mais generoso e bondoso que já conheceram. Por isso
a ruiva, um dia perdeu a cabeça, e resolveu partir. “Lucy!” Ouviu a voz familiar, e colocou o pé para fora das terras infernais. “O quê quer?” Lhe olhou com ódio. “Por quê está indo embora?” Perguntou como se fosse inocente. “Você ainda tem a audácia de me perguntar As?!” Vira-se para
o jovem. “São só fofocas Lucy!” Ele
tenta dizer como se o fato não tivesse importância. “Que graças ao
que fizemos, tenho certeza que são
reais.” Segue para a saída, e ele
segura seu pulso. “Eu tenho muito
mais paz, sendo a outra esposa de Bael.” Caminha para o horizonte.
“Não, não volta para lá. Ele te feriu,
te humilhou, está maluca?!” Ele a puxa para os seus braços, e a abraça por trás. “Me solta. Aquilo foi um erro, e não vou repetir!” Se livra dele. “Fica Lucy. Por favor, não vai
se arrepender.” Diz ele quase choroso, e esta retorna desconfiada.
“Não acredito nisso, mas tudo bem.”
O portal se fecha, e ele segura a
sua mão.
O noivado que não vingou
Após impedi-la de partir, o ser mais cobiçado do inferno, segurou sua mão,
e caminhou com ela, depois foi a vila central que liga todos os reinos, e
gritou para todos que era a sua namorada, e ninguém devia tocar nela,
a não ser que antes falasse com a mesma, e lhe pedisse permissão. Aquilo
a deixou emudecida, e quando todos
partiram, esta o puxou para o
canto. “Namorada?” Sussurrou com
certo desgosto. “Prefere ficar no seu relacionamento de mentira?” Questionou, abrindo os braços, como
quem não entendeu nada, e a deixou
falando sozinha. “Não pode está falando sério As!” O seguiu, enquanto este caminhava a passos rápidos. “Por
quê não?” Asmodeus gira para
lhe responder, e a pega em seus braços como se estivesse dançando. “Você nunca namorou ninguém na vida!” ela berra, e ele a faz cair, mantendo-a em
seus braços. “Nunca encontrei alguém
que valesse tanto a pena.” Sorri e a
beija, voltando a mantê-la em
pé. “Espera quer mesmo me assumir?”
Não acredita na possibilidade. “Sim, só
fiz da sua vida um inferno, porquê disse ao Azazel que não me amava.” Confessa. “Eu achei que só queria uma noite, completar a sua lista.” Cruza os braços, ainda duvidando. “Eu te deixei por último Lucy, porquê você é especial para mim, e não achei que seria capaz.” Diz com certa vergonha. “Mas foi, o quê me faz mais uma.” Rebate. “Não, você
é a minha irmã mais velha Lucy. Sempre
gostei de ti, te admirei, jamais faria tal coisa contigo, com Lilá sim, mas você
não.” Quase se declara. “Há quanto tempo planeja isso?” Fica desconfiada.
“Desde que me beijou naquele desafio.”
Ri, e ela se recorda do dia. “Eu tinha 9,
e você 7. Tá brincando comigo?!” Fica
sem jeito. “Nunca tentei nada, porquê
seu coração estava ocupado com o
arcanjo, e o melhor amigo.” Se senta
na fonte. “As. Você e eu não daríamos
certo.” Se junta a ele. “Jamais saberá
, se não tentar.” Segura a mão dela.
“Luciféria Lilith II, você aceita namorar
comigo?” Pede-lhe como um cavalheiro.
“Por favor?” Implora com olhos doces.
“Eu aceito, mas não acho que dará
certo.” Ele sorri.
De fato Luciféria estava certa. Asmodeus era um viciado em sexo, e
mesmo namorando com ela, tinha as
outras. O quê a tornava muito menos
interessada, em permanecer ao seu
lado. “Como anda a vida ao lado
de Asmodeus?” Diz Azazel
sorridente, chegando a sacada na
qual a bela se encontra. “Tirando o fato
de que ele está em mais camas, que um doente, bem.” Lucy bebe uma bebida
forte, e faz cara feia. “Não deve ser
fácil, sofrer mais traições que eu
e Miguel.” Ri da situação.
“Não é traição, se ele me conta, e
permito.” Diz com um incomodo em
sua garganta, bufando de raiva. “Eu detestaria se você estivesse comigo e outros.” Ele se aproxima dela, com segundas intenções. “Não lembro
de permitir isso.” Diz o par da
jovem. “Também não lembro de
ter permitido, que ficasse com a minha noiva.” Diz com desgosto. “Você mesmo
disse que só eram noivos para ela ter um lar.” Rebate. Os melhores amigos, estão a se estranhar, desde que a união
deles foi concretizada. “Também disse
que não me amava.” Ela completa, se
colocando do lado do parceiro. “Viu?”
Ele sorri para ela. “Mas eu amava. Do
contrário, por quê cuidaria de ti, depois
de ter ido com Bael?!” Os surpreende.
“É tarde. Lucy me escolheu, aceite
isso, não pode vencer todas.” O ser
o expulsa. “Está bem. Você cuide bem
dela, e Lucy te vejo depois!” Ameaça
o amigo, e acena para a sua eterna
amada. Infelizmente a visita faz
o efeito esperado. Luciféria já não
suportava mais encontrar o namorado
,com marcas de batom e cheiro de 3 ou
4 perfumes diferentes, e por isso teve
que conversar com ele, mas acabou
em discussão. “Lucy eu preciso disso!”
Ele berrou. “Eu não pedi pra namorar
com você! Sabia muito bem onde tinha
colocado o seu pé!” Grita. “Nós temos
um acordo! Por quê não dorme com
os mais belos que escolhi para
ti?!”Propõe com fúria. “ Por quê eu
só quero você idiota!” Confessa com as
lágrimas descendo pelo rosto, e então
tenta correr, só que ele a agarra, e
a joga na cama. “Você realmente não
está feliz com isso?” Pergunta como se
estivesse temeroso. “ Eu amo você As,
já estamos juntos há 500 anos, não tem
como não sentir nada.” Confessa, e
lhe diz o quê sente pela primeira
vez. “Você nunca...” Ele fica sem palavras. “Eu tenho ciúme, finjo que
não, mas me incomoda, que não seja
só meu.” Diz olhando para o lado. “
Se não está feliz...” Ele respira
fundo, e ela acha que vão terminar.
“Eu vou me controlar, e serei somente
seu.” Diz dando-lhe um beijo, e esta
o beija de volta. Como o esperado,
nenhuma súcubo, ou incubo acredita
nas palavras do novo senhor da luxúria,
e todos tentam dificultar a sua decisão,
mas o sentimento dele por Luciféria, é
tão grande, que ele guarda todo o
seu desejo para a parceira. As noites deles se tornam ardentes, e eles
passam a fazer coisas que antes não eram capazes. O sentimento um
pelo outro só cresce, porém o fato de Azazel não desistir, torna o namoro complicado, pois o antigo par ainda
desperta o amor dela, como na época
em que Miguel a castigou friamente.
“Não podemos mais nos ver. Não
como amigos.” Diz para ele. “ Mas não
fazemos nada, a não ser conversar!” ele fica indignado. “Eu vejo como olha para mim, e As me fez noiva dele, não vou
trair outro noivo com você!”
Reponta. “Nem se me olhar nos olhos?”
Ele se aproxima, e vai caminhando, até
encostá-la na parede. “Ou se recordar do dia que te fiz mulher?” Aproxima
seus lábios dos dela. “Não.” Diz como
uma menina com medo. “Você ainda
sente arrepios com meus avanços,
não creio que me esqueceu.” Fica
cada vez mais perto, e esta corre para
longe. “Pare!” Grita, e Asmodeus a ouve. Ao ver a atitude do amigo, prefere
observar, em vez de se manifestar. “Você me ama Luciféria. Só está agindo
assim, para me castigar!” Ele a segue. “
Não se trata disso! Aquele menino fez
loucuras por mim! Me amou como
nem você ou Miguel foram capazes!
Não seria justo com Ele!” Ulula com
certo pesar. “Ah não! Não começa!”
Continua a ir atrás dela. “Ele fez sim
sacrifícios por você! Mas não foi o
único!” Ataca, e ela prossegue com
a fuga. “O anjo foi um falso Deus, para
Bael não te matar, e nós dois morremos
por você!” Inicia, e ela o menospreza.
Eles eram soldados, a morte não era
dura para estes. “Eu te deixei casar com Miguel, e depois com Bael, enquanto sofria em silêncio!” Confessa, e isto lhe chama a atenção. “Não entrei naquele
quarto, para agradar meu pai, e sim para tentar te impedir de ir adiante,
porquê não queria te perder para
sempre!” Completa. “Só que após ver
as consequências, de não ter te deixado ir, preferi que casasse com Bael, porquê
queria que fosse feliz, mesmo que não
estivesse do meu lado.” Confidencia.
“Ele é perverso.” Mostra rigidez.
“Sim é. Porém preparou um casamento com tantos requintes, que achei que te amava, e te faria feliz.” Por mais que lhe doesse, ele a deixou seguir adiante com o demônio. “Ele te fez a rainha dele, excluindo as outras. Não achei que
te faria mal.” Admite, sentindo farpas
nas cordas vocais. “Só que Lucy não
aguento mais te deixar partir! Eu te amo, sempre amei! Por favor desfaz
esse noivado, e fica comigo de verdade
desta vez!” Implora entre lágrimas, e
a bela acaba chorando muito, e o
abraçando forte. Achava que ele tinha
a esquecido, ido a diante sem ela, só que agora tinha certeza de que ele
a amava, mesmo tentando esconder,
e não podia voltar atrás, não depois
de tudo que Asmodeus tinha feito,
para que ficassem juntos. Ao ver o
sofrimento dos dois, o demônio da luxúria, deixa o lugar com o olhar
cheio de trevas. Na noite anterior
ao dia do casamento, ele olha para
a ruiva dormindo ao seu lado, e sente
que quer passar toda a eternidade com ela, e é por este sentimento que toma
as rédeas da situação. “Que bom que
veio.” Diz desgostoso. “O quê quer?”
Azazel se mostra frustrado. “Queria
me casar. Mas parece que a minha bela
futura mulher, já escolheu o próximo
marido.” Respinga, atraindo a sua atenção. “Veio apenas se vangloriar.”
Os olhos vão para o céu, e este quase
se retira. “Não sou eu.” Esclarece, e o rival ergue a sobrancelha. “Se a ama
tanto, por quê não se juntou a ela ao voltar?” Pergunta pronto para brigar.
“Porquê eu estava furioso. Ela tinha
dito sim a Bael, e isso acabou comigo.”
Alumina, e o outro ri. No dia do grande
casamento, todos se preparam para o
dia em que finalmente Luciféria, não
irá se juntar a um traidor. Harmonia
está com o olhar de satisfação, e a filha
Lilith parece animada e alegre. Lilá não
parece tão feliz, mas se arruma para
ir com Caim. “Tem certeza disso?”
Uma voz disse. “Sim.” Outra
respondeu. A noiva se arruma para ir
até o altar, Asmodeus lhe disse para ser mais bela do quê nunca, pois a união iria entrar para a história, por esta
razão ela compra o vestido
dos sonhos.
Quando se casou com Bael, colocou
o vestido vermelho sensual, igual as outras esposas. Só que embora o
escarlate lhe caísse bem, o seu
sonho nunca foi casar com
esta cor.
Desta vez queria usar o preto, que
representava as trevas presentes em
seu ser, e o seu buquê sim seria de
rosas tão vermelhas quanto o
sangue.
Não colocaria o véu, pois com o
seu par, não precisava fingir pureza,
no lugar disso punha o espartilho, para acentuar o decote, junto de uma longa saia bufante, com detalhes violetas, e luvas da mesma coloração.
O cabelo seria preso como o de
julieta, com cachos caindo na frente
da face. Ela estaria linda, sem ser obrigada, a vestir-se da maneira
que o noivo quisesse.
Lucy entra no templo, respirando
fundo, não havia esquecido de como
se sentiu nos braços de Azazel, mas ia cumprir sua promessa, porquê As era
um par excelente. Contudo seus olhos
se enchem de lágrimas, e o sorriso
se alarga, ao ver o noivo.
Asmodeus se aproxima dela, de terno
e gravata vermelha. “Pronta?” Ele lhe dá o braço, e ela aceita ir com ele. “O
quê está fazendo?” Lhe questiona.
“Vi uma cena que me comoveu, sobre
um casal que quase arruinei.” Confessa,
lhe levando para o altar. “Vocês se
amam, eu não quero ser o culpado por
sua infelicidade. Por isso fiz esta
surpresa.” Diz entregando-a
para Azazel, que está todo de preto,
também de terno, mas com a gravata
cinza metálico. “Faça ela feliz irmão.”
Se despede com um sorriso de
júbilo. Ela sorri com encanto para o
futuro marido, e Harmonia da inicio a
cerimônia. “Em nome das cordas do
destino que nos ligam, eu te aceito
como meu marido/esposa” Dizem
em conjunto, e um anel em forma
de energia, surge envolta dos
seus dedos, cujas as veias se ligam
direto aos seus corações. “E com a
minha sagrada benção, eu os declaro
marido e mulher” Diz a Grande Mãe
de todos os seres, e o casal dá um
beijo com fervor.
Fim...?
Epilogo
A insatisfação do Diabo
Minha esposa se casou com outro, e fez votos além da morte e a vida, como nunca foi capaz comigo. Ela está outra vez nos braços daquele moleque, que lhe levou para o reino de Nahemoth, no qual a fez sua rainha. Não consigo dormir, nem seguir adiante com a minha segunda esposa, quando sei que a terceira, agora geme nos braços de outro. Sinto meu coração explodir, ao
imaginar outros lábios tocando os seus,
meus nervos ficam a flor da pele, ao pensar no quê ele faz com ela todas
as noites. Luciféria...Nahemah tem que
pagar pelo seu terrível crime, de agora possuir dois maridos. Sei o quanto o inferno é importante para ela, e por isso que trarei todo aquele povo, para ser
julgado pelos meus executores. Não a deixarei sorrir ou ser feliz, se não estiver junto de mim. Tomarei tudo o quê lhe é
importante, até ela voltar a ser minha,
e somente minha outra vez!