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  • A MOÇA DA SELFIE

    Uma análise aleatória do comportamento humano nas redes sociais!
     
       Uma jovem anônima postou uma foto em seu perfil de uma rede social. Assim como tantas outras, era apenas uma foto qualquer, sem endereço ou motivo específico algum para tirar ou postar.
       Era uma moça linda, de olhos claros, cabelos quase ruivos e de pele sedosa. Seu rosto era de uma simetria perfeita. Suas bochechas rosadas e algumas sardas na região do nariz dava-lhe um ar pueril. Sem nenhum tipo de cosmético no rosto ou nas mãos, sua beleza natural fazia enaltecer ainda mais paisagem. 
       Por se tratar de uma selfie, sua imagem preenchia quase 40% do enquadramento da foto. Nos 60% do espaço restante, via-se na paisagem ao fundo um lago, uma casa rústica, uma cerca, um curral, um senhor de meia idade ordenhando a vaca, algumas árvores, uma vasta campina e o sol despontando por detrás da colina.
       Pela posição do sol no horizonte devia ser entre 6 e 7 da manhã. Pela qualidade do ar, a limpidez do céu e verdor da relva, ela devia estar em um país tropical e com certeza era primavera na ocasião da foto.
      Na foto ela segurava um copo de leite fresco e esbanjava um sorriso enigmático, tão quanto a Mona Lisa do famoso quadro. A espuma do leite fresco dera-lhe um bigode branco artificial, ampliando ainda mais a imagem de criança levada.  
       Uma paz de espírito estampava sua face e todo os elementos da paisagem harmonizavam com o seu rosto dando à imagem um ar bucólico, daquelas que víamos somente nas representações escritas do arcadismo. Tudo era tão simples e ao mesmo tempo tudo era tão belo, tão perfeito que a imagem parecia ser artificial. Mas não era.
       Na postagem não havia legendas nem a data da foto e no perfil da moça poucas informações pessoais existiam, deixando ainda mais enigmático aquela cena. Ela quase não seguia ou era seguida por ninguém.
       Um dos poucos seguidores do perfil daquela jovem compartilhou aquela bela imagem em seu próprio perfil. Outros fizeram o mesmo e em pouco tempo, dezenas de compartilhamentos sobre aquela imagem ocorrera. Todos querendo ver o perfil onde originalmente aquela postagem havia sido feita.
       O que era apenas para ser uma foto anônima, tornou-se então objeto dos mais variados tipos de comentários e pensamentos, sendo a alguns deles obscuros, maldosos ou de duplo sentido mostrando que uma mesma imagem pode disparar nos indivíduos diferentes tipos de reações, sentimentos, intenções e emoções.
     O pervertido olhou para a foto e foi o primeiro a comentar:
    -Tomando leitinho no copo não é? Eu sei muito bem o que ela está querendo com essa postagem...
     A recalcada foi a segunda e disse:
    -Uma moça linda dessa, numa fazenda dessa, numa hora dessas...só pode ser amante de um velho rico, pois moça da roça ela não é!
    O surubeiro de plantão completou essa fala:
    - Aposto que ontem teve suruba aí e agora ela está se recompondo!”
     Em seguida veio a designer de sobrancelhas:
    - Ah, esse rosto tão perfeito precisa de meus cuidados! Faria nela uma micro pigmentação gratuita se ela quisesse e em troca queria autorização para o uso de sua imagem em meu perfil de clientes!”
    A cabelereira, a maquiadora, a manicure e a dona de uma lojinha de roupa responderam no comentário da designer:
    -Idem!
    Uma outra moça vaidosa, aparentando ter complexo de inferioridade disse:
    -Olha isso! Como ela pode aparecer desse jeito? Ela devia cuidar mais da própria imagem. Se sem maquiagem alguma ela é bela desse jeito, imagine toda produzida! Eu jamais me exponho sem me produzir e no lugar dela me produziria toda: rosto, mãos, cabelos, unhas e principalmente roupa para aparecer numa foto assim. Eu não tiraria apenas uma foto, tiraria várias. Iria tirar foto beijando até o sapo daquela lagoa, srsrs...
    Um engraçadinho respondeu no comentário dessa última:
    -Mas isso é você que tem o rosto parecendo a superfície lunar e precisa de meio quilo de reboco para tapar todos os buracos, kkkkk. Essa é bonita por conta própria e nem por isso anda se exibindo como você em seu perfil!
    De imediato, essa que acha que o retoque cobre tudo na vida respondeu ao engraçadinho:
    -Não me dirigi a você seu arrombado! Vai tomar no olho do seu C*...
      Os comentários seguiram na foto da jovem misteriosa.
    Um “papudinho” marcou seu amigo na postagem e disse:
    -Olha aí fulano, que lugar bom pra gente “cumê água”! Será onde fica?
    Seu amigo respondeu:
    -Sei não, descubra aí que chamo a galera aqui, compramos umas caixas de cerveja, você consegue um paredão e umas putas pra levar junto, pra gente beber e fazer putaria até o outro dia...
    Um usuário de cannabis olhou a foto e disse:
    -Que brisa...
    Um senhor aposentado comentou:
    -Que lugar maravilhoso! Quem me dera passar os restos dos meus dias em um lugar assim com minha velhinha e meus netinhos...
    Um empresário comentou:
    -Se eu soubesse onde fica essa propriedade eu a compraria a transformaria em um belo rancho, um local de laser para todas as idade e faturaria uma boa grana.
    Um empresário ainda mais rico comentou embaixo dessa última postagem:
    -Eu te compraria a propriedade por um preço ainda maior, te colocaria como gerente da mesma, te pagaria um bom salário e ainda casaria com a moça da foto se ela quisesse!
    Um vendedor de pedalinhos vendo o comentário desse último respondeu.
    -Se precisar de meus serviços, estimo que naquela lagoa caiba ao menos 6 pedalinhos. Caso queira transformá-la em um pesque e pague também tenho tudo que precisar!
      O cara que vendia antenas de internet para áreas rurais, o eletricista, o paisagista, o carpinteiro e o pedreiro também se apresentaram, caso um dos dois empresários levassem adiante suas especulações.
      Um sujeito de uma agencia de turismo não ficou por baixo e ofereceu de imediato sua frota, sua página na net e todos os meios de divulgações possíveis para fazer fluir o novo negócio, exigindo em contrapartida exclusividade nos transportes de passageiros para o possível futuro rancho.
       Todos riram e ficaram impressionados pelo modo e rapidez com que esses últimos personagens interagiram entre eles mesmos, fazendo planos de logísticas e retorno financeiro em cima uma frase hipotética, sobre um lugar e pessoa anônima.
    Um “religioso do bem” comentou:
    -Que lugar lindo, que moça linda, que cenário lindo...tudo isso é obra do meu deus! Tudo isso foi ele quem fez. Alegrai-vos por suas maravilhas. Regozijai-vos todos!
    Um outro religioso muzumbudo, pessimista, paranoico e arauto do apocalipse parecia estar de prontidão, aguardando apenas aquele tipo de comentário e de imediato fez questão de retrucar:
    -Não ficará nem raízes e nem ramos! O meu senhor quando vier em glória dos céus sobre as nuvens aniquilará todos os pecados e os pecadores que não se arrependerem serão consumidos. Tudo queimará no fogo do grande dia da ira do senhor!
    A esposa recalcada deste fez questão de completar:
    -Rostinho bonito também envelhece! Com o passar do tempo tudo murcha, tudo vira pelancas e toda beleza se esvai! Por isso que desde a minha juventude sirvo ao senhor. Estou livre do mundo e seus males. Assim aguardo ansiosa a sua vinda, com toda pureza de corpo e alma.
    O que tinha mania de proselitismo fez questão de reafirmar:
    -Pois é: O que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Beleza não voga nada. Riqueza também não e lugar bonito muito menos ainda! Jesus é o caminho a verdade e a vida! Visitem nossa igreja, aceitem a jesus como único e suficiente salvador!
    Esses três últimos comentários foram tão broxantes, tão desnecessários e de tão péssimo gosto que pareceu tirar toda a beleza da imagem e o desejo de outros em prosseguir comentando.
    A anônima da foto permaneceria anônima por enquanto. Tanto ela quanto a localização da paisagem. Os sonhos de lascívia ou grandeza de alguns também teriam de esperar para uma outra ocasião.
    ....
      Criei esse cenário hipotético apenas para refletirmos um poucos sobre o modo como reagimos as “provocações” do meio em que estamos inseridos.
     Uma simples paisagem como a do exemplo acima pode, ascender diferentes tipos de comportamentos nas pessoas. Vemos isso todos os dias, o dia todo, tanto no mundo virtual quanto no real.
       Se é verdade que ninguém dá aquilo que que não se tem, também é verdade que certas pessoas treinam os seus olhos, ouvidos e mentes para enxergarem apenas aquilo que desejam ver.  Outras pelas condições físicas, psicológicas ou religiosas a que foram submetidos possuem uma visão limitada ou distorcida sobre vários aspectos.
       À grosso modo, as pessoas costumam projetar nos outros de forma inconsciente um reflexo do seu próprio eu. De acordo com o grau de ganancia, ignorância, prepotência e outras qualidades positivas e negativas, cada um poderá fazer uma leitura diferente daquilo que veem.
      A bajulação, o louvor ou a repulsa automática (sentimento de rebanho) são as que mais embaçam a visão do observador, principalmente se o objeto e foco for uma celebridade do mundo religioso ou político qualquer.
       Um observador idólatra é o pior inimigo que alguém pode ter, principalmente se esta for uma figura pública. É comum a esse tipo gente agir de modo corrupto, dando louvor em troca de influência ou dinheiro, escondendo ou negando os defeitos do objeto de culto só para agradar, enquanto inventam qualidades que este não possui, em certos casos já articulando sua queda. Nesses casos, a mão que afaga serpa a mesma que apedreja.
       Semelhante a isso, temos os que vivem na lama e torcem para que outros deçam ao seu nível para não se sentirem a sós.  Alguns destes dizem almejar viver em um pais mais justo e mais igualitário mas pessoalmente nada fazem para que isso aconteça, ao invés disso torcem internamente para que os seus representantes sejam corruptos e miseráveis como ele o é, para que desse modo, o direito à crítica e ao esculacho seja o eterno combustível que alimentará sua ira ou sua roda (pífia) de conversas diárias.
      Uma pessoa cheia de defeitos morando e um ambiente perfeito seria torturada pelo seu próprio reflexo social a todo tempo. A crítica mediante o deslize, corrupção ou “pecado” evidente de outra pessoa, pode fazer com que até a mais vil de todas as criaturas sinta-se “o deus da moralidade”, usando sua língua afiada como se fosse uma faca de açougueiro para retaliar e vender aos pedaços a reputação do seu objeto de crítica.
       Se a leitura de que muitos fazem do mundo ficasse apenas na crítica seria até bom. O ruim é que muitos fazem disso seu estilo de vida entram no campo da ação.
       Tomamos como exemplo algumas pessoas citadas acima, o lascivo acha que tudo ou o mundo todo funciona em torno de sexo, sacanagem e safadeza. Acham que tudo gira em torno de penetrar e ser penetrado; de encochar ou ser encochado; de f*der ou ser f*dido.
      Alguns desses não perdem tempo, e se tiverem oportunidade, no ônibus, na igreja, no trabalho, na escola, na rua, na praia ou em qualquer lugar onde haja pessoas animais ou coisas darão vazão às suas fantasias (doentias). Acham que todo gesto ou olhar do outro é um convite à sacanagem e respondem de fato como se fosse.
       O religioso paranoico também é outro problema. Sua leitura do mundo é muito perturbada, e faz com que o mais lindo dia de sol se transforme em um vendaval com raios e trovões e muita ira divina. Tudo em sua mente é o resultado de uma ação divina ou maligna e que nós somos meras marionetes dessas forças e que no fim das contas somente eles e o seu grupinho de “escolhidos” se salvarão.   Ainda que saiam a evangelizar, levar as boas novas e a “palavra de salvação” aos “perdidos”, no fundo torcem pela condenação alheia, dos que rejeitaram suas “verdades”.
      Os que fazem acontecer o “capitalismo malvadão”, achando que as funções humanas resume-se apenas em comprar, vender, lucrar e acumular coisas desnecessárias em detrimento a escassez e exploração alheia, também fazem o mundo ficar mais sombrio, parecendo que somos meras mercadorias ou produtos a serem descartados depois de usados.
      Os que procuram viver apenas de aparência também saem no prejuízo, pois não estão vivendo suas vidas em si ou para si, mas as vivem em função do reconhecimento alheio, baseado naquilo que os outros vão pensar, dizer ou fazer ao seu respeito. Como cães adestrados, vivem de acordo com as últimas tendência da moda, do mundo fitness, do mundo religioso ou do mundo high tech. Quando menos se dão conta, a vida passou, viveram a vida dos outros e se perguntam: “quem sou eu mesmo?”
       Como vimos, uma mesma paisagem pode acionar diferentes estímulos,
      Da mesma forma, um som, um cheiro, um gesto ou um conjunto de uma obra podem significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Por isso nem todo autor é compreendido ou toda arte é apreciada. Públicos diferentes fazem avaliações diferentes fazendo com que o bom se ache ruim e o imprestável se ache uma joia rara.
      Os ouvidos treinados ouvindo uma música clássica, jamais irá admitir que funk é música e vice versa.
       Uma pessoa que já viu a capela sistina, sabe de suas riquezas de detalhes e o tempo que o artista demorou para finalizá-la, jamais vai se conformar em chamar de arte uma roda de bicicleta aparafusada em cima de uma privada...
       O “retrato perfeito” do mundo está mais ligado ao modo como administramos nossos sentimentos e emoções do que o modo como nos retratam.
     Uma vida bem administrada pode ser sim uma experiência agradável nesse corpo, nessa forma humana. Poderemos viver ou fazer de nossa vida um paraíso ou deixar que outros façam dela um inferno.
    Como dizia um certo ditado: a beleza está nos olhos de quem vê...
    Pensem sobre isso.
    Saúde e Sanidade a todos!
    REVEJAM SEUS CONCEITOS!
  •  “APENAS DEDUÇÃO MEU CARO, NADA DE MÍSTICO”!

       Quem vive o tempo inteiro à apelar para o lado místico das coisas, poderá cedo ou tarde cair em grandes (ou vários) golpes, vindo justamente de onde não se espera que venha. Sua guarda está baixa, sua visão de mundo distorcido e até mesmo quando o perigo é claro, ele considera o aviso alheio como um ato de inveja ou “conselho do capeta para lhe desviar das bênçãos ou dos planos de deus em sua vida”.
       Não é preciso ser religioso para viver no misticismo (louco), mas a grande maioria deles vivem lá e fazem da “casa de deus” o lugar de refúgio e retroalimentação de suas fantasias.
        Grande parte dos que vivem nesse estado de transe não se dão conta disso e os poucos que perceberam que foram lesados, dificilmente assumirão para si para outro que sofreram danos. A culpa e a vergonham sentem são maiores que sua coragem de comentar o assunto e por isso sofre mais ainda.  Por outro lado, há uma equipe fortemente preparada para desmentir qualquer um que deixando o grupo possa dizer os reais motivos pelo qual o fez.
        É um sofrimento só! Quando se é lesado por um grupo (líder) religioso, a única versão que prevalece é a do chefe do local. Todas as demais são descartáveis, ainda que plausíveis.
        Se cada um colhe o que planta, o que vive em busca ou em função do misticismo, colherá os frutos de sua forma de pensar. Gente assim costuma pensar que o universo inteiro conspira à seu favor e que alguma força misteriosa lhe dará algo infinitamente grandioso e cobiçado pelas demais pessoas.
       Entre trilhões de seres vivos das mais variadas espécies nesse planeta... o coitado fica se achando especial, o escolhido por uma entidade qualquer, que recebera deste o poder para dirigir, punir ou presentar a humanidade (e outras criaturas) de alguma forma.
       O deus perfeito, que fez tudo perfeito e bom, deixou propositadamente algo incompleto... Daí escolheu justamente tu para completar sua obra, não foi? Bichinho de Jacó...
       Aceitando ou não, nada de especial há em ti em relação aos demais! Pelo menos misticamente não há...
       Possa ser que pelo seu talento, caráter, dinheiro, beleza e bondade tu te destaques em alguma coisa. Mesmo assim, haverá milhares de outras pessoas como você fazendo o que tu fazes ou sendo quem tu és.
       Uma vida sem propósito é uma vida chata. Todos precisam ter um sentido na vida. Quem não o tem, procura-o em alguma coisa ou lugar.
        Não ser especial também é algo chato e difícil de suportar quando se tem entre 15 e 95 anos de idade com mente de uma criança mimada de apenas 7 aninhos.
        E quem não é assim de vez em quando? Admita...
        De vez em quando isso é até normal. Quando esses estado permanece, vira paranoia.
         Existe um modo fácil e socialmente aceito de equilibrar esses dois fatores sem parecer um tremendo idiota. Em certos casos, à depender de onde você está inserido, tu serás louvado se assim o fizeres, se mantendo numa fantasia prolongada chamada de “contato com o divino”. Desse modo, outros não te condenarão quando errares e até poderão idolatrar-te se assim você permitir.
        Trata-se de um o estado místico de ser. Qualquer pessoa (fora de sua racionalidade) pode apelar para isso, saciando simultaneamente duas necessidades humanas: a de parecer importante para o grupo e a de encontrar um proposito pessoal de vida.
        Uma coisa é ser intuitivo, calculando as probabilidades baseadas em pesquisas ou em evidencias anteriores para ser chegar a um resultado comum e plausível.  Outra coisa é não ter evidencia, eficácia e lógica alguma numa afirmação e mesmo assim fazê-la por quê “possui convicção divina para isso”.
       E o pior: quando o resultado sai totalmente oposto ao que se queria, afirmar que era justamente isso o que se esperava.
      Um processo místico jamais poderá ser repetido ou constatado cientificamente. É justamente isso o que faz “o escolhido” se sentir especial. Ele acha que algo único ocorreu com ele já que é guiado um ser superior qualquer.
       Nesse estado de espírito (num ambiente religioso), se alguém diz que deus tem um plano pra você, o sujeito se torna vulnerável, fica todo derretido como se fosse um massa fluida tentando se adaptar aos extremos, à todo tipo de gostos e pessoas para que “deus” cumpra em sua vida a vontade dele.  Sob tais circunstância, quando você não vira um trouxa manipulado, você vira um tirano manipulador...
        Grande desperdício de vida útil. Só arrependimento restará depois que a lucidez for recobrada!
        Um dia, quando confuso em suas emoções e sentimentos, tu serás grato por ser um escolhido. Depois de algum tempo já livre dessa loucura, tu terás vergonha do que fora, do que fizera ou ao que se submetera para se encaixar nos planos malucos de deus.
        Quando um vigarista encontra um tolo deus se manifesta!
        Quando um paranoico encontra outro paranoico deus também se manifesta e “faz” grandes milagres!
         Quando um místico profissional encontra outra pessoa misticamente manipulável, não haverá limites para o que se possa ser feito em nome de uma crendice. Aquilo que há de mais tenebroso no ser humano poderá ser exprimido e explorado por ambas as partes nessa situação.
        Nem todos os demônios já citados nas literaturas e crendices mundiais seriam capazes de fazer o que apenas duas pessoas “misticamente escolhidas por deus” seriam capazes de fazer quando estão sob “direção divina”.
         No universo das religiões e seres encantados ou você manipula ou é o que será manipulado. Raramente você consegue ser os dois ao mesmo tempo.
        Dizem que um homem “sem deus” é um homem perdido mas isso é mentira!
        Afirmo que perdido mesmo é um “homem com deus”, que espera suas diretrizes para agir.
        Nunca deus algum apareceu ou deu ordens pessoais a quem quer que seja. Somente com os olhos abertos e muita honestidade é que a pessoa pode assumir sempre esteve sobre influência de uma paranoia pessoal ou coletiva, nunca de divindade alguma.
        Os que “vivem sob a vontade de deus”, com frequência sofrerá danos irreparáveis nas mais diversas áreas da vida. Nem todos vivem o bastante para contar sua própria versão da história. A igreja decide falar por eles ou contra eles, mesmo depois de mortos. A única versão “verdadeira” é a que atrai mais seguidores ao rebanho ou que aumente o delírio coletivo e o salário do pastor. Qualquer uma outra é mentirosa, segundo eles mesmos.
         Um abismo chama outro abismo, e quando você vive nessa fantasia, você atrairá ou será atraído para (por) outras pessoas que pensam e agem como tu. Ambos viverão nesse estado doentio de ser e produzirão (cultivarão) em seu seios o pior tipo de gente que a humanidade pode fabricar.
        Gente maligna, que se esconde atrás de uma bíblia ou de uma igreja, que terceiriza suas responsabilidades e que vive a desejar o mal à todos os que ainda tem um pouco de lucides e caráter.  Gente do tipo que te manipula, te induz ao erro, te dá prejuízo e depois programam a própria fuga. Quando interrogados sobre seus erros, estes dizem sem remorso algum: “não fui eu. Não sei de nada. Não vi nada. Não fiz coisa alguma”!
       Pior ainda quando dizem: “fiz apenas o que deus me mandou fazer! Se achou ruim, ache-o e reclame pessoalmente com ele. Lavo as minhas mãos. Sou apenas um humilde servo do senhor!
    ....
       Além do cómico, o místico pode até esperar um prêmio por fazer papel ridículo.
        Passei por uma situação cômica por assim pensar.
        Lembro que quase 20 anos atrás precisei tirar um novo documento de identidade já que o meu tinha como foto o rosto de um menino de 13 anos apesar de eu estar com 23 na ocasião.
        Nessa época eu estava no começo do ápice da fase mais religiosa que já vivi. Período esse que duraria cerda de 10 anos, “vivendo intensamente para deus e cumprindo à risca toda sua vontade em minha vida”.
         Foi nessa época que fui induzido à acreditar que era um ESCOLHIDO, especial entre todas as criaturas e que cada passo, gesto e fala minha, eram guiadas pelo próprio deus, como se ele vivesse em mim e eu nele num só corpo. Como todo paranoico, eu “ouvia” deus falar comigo e eu falava com ele, todo dia o dia todo.
        Pra completar, uma “enxurrada de profecias” eram preditas para mim ou sobre mim constantemente por gente que nem sequer sabia de onde vinha.
        Na igreja, no trabalho, na escola, nos cursos...onde quer que eu fosse, aparecia “do nada” um crente me dizendo que deus queria que eu fizesse isso, aquilo e aquilo outro...
       Citavam detalhes do meu passado e fazia previsões do meu futuro de modo que eu me sentia lisonjeado e acreditava em tudo aquilo. Nem me dava conta que ao fim de cada “profecia”, os tai profetas pediam dinheiro ou favores para continuar profetizando. 
      Tudo era tão mágico...por que inconscientemente eu desejava que assim o fosse!
       Dizem que a burrice e a ingenuidade contribuem para a felicidade humana e quanto mais esclarecido uma pessoa se torna, menos graça (sentido) ela acha em certas coisas.
       A religião é uma dessas coisas (que nos emburre, aumentando assim nossa “felicidade”).
       Posso afirmar por experiência própria que quanto mais ingênuo for um crente, mais “feliz com deus” ele será.
       Naquela manhã de Outubro, fui então solicitar o novo documento no posto móvel da SSP que estava de passagem em minha cidade.
        Ao chegar na fila, havia cerca de 20 pessoas aguardando também o atendimento.  Como tinha 3 atendentes a espera seria breve.
       Demorei menos que 20 minutos para ser atendido e nesse período li um capítulo do livro que levava à reboque. Eu nunca saía sem um livro, uma agenda e uma caneta.
       Não havia smartphones naquela época. Nunca fui de interagir muito com pessoas a não ser por necessidade. Se tinha um tempo livre, estava sempre lendo alguma coisa...
       Na minha vez de ser atendido, um rapaz muito educado apontou uma cadeira vazia e disse:
    -Professor! Por gentileza, sente-se aqui para que eu possa colher suas digitais!
       Eu não tinha dito a ninguém que era professor. Como ele adivinhou?
       Fiquei perplexo e comigo mesmo pensei: “essa é mais uma das inúmeras pessoas que deus escolheu para falar comigo de forma misteriosa...
       Ele fez o procedimento padrão e pediu para que eu me fosse à outra sala à fim de receber o documento após impresso.
       Eu pensei: “poxa...tá faltando o resto da profecia. Ele não vai falar mais nada”?
       Aquela era a primeira vez que alguém acertava algo sobre mim e não entregava em seguida um “recado de deus”.
       Então me antecipei e perguntei:
    -Como sabes que sou professor se nunca lhe vi nem você a mim?
        Ele respondeu:
    -Nada místico meu caro. É apenas dedução!
    Eu disse:
    -Como assim?
    Ele disse:
    -Veja bem: ao entrar neste município, percebi que esta é uma pequena cidade de porte rural, sem fábricas, sem indústria e o comércio é bem pequeno. Logo, espera-se um número resumido de profissões dos seus residentes.  Em casos assim a maioria são funcionários públicos ou agricultores.
    Ele continuou:
    - Boa parte das pessoas que atendi hoje tinham mãos calejadas e pulso rígido. Suas mãos são finas, você movimenta o pulso com extrema facilidade e ainda por cima seu polegar, dedo médio e indicador da mão direita tem a pele mais fina os demais. Concluí que seria desgaste da fricção com o giz, à julgar pela perna direita de sua calça que está suja desse pó na altura das coxas. Nela seus três dedos estão marcados. Você devia estar sentado quando os limpou. Pela facilidade que tive em intercalar cada dedo quando colhi suas digitais, arriscaria dizer que você toca você toca ou já tocou piano...
       Eu confirmei com a cabeça. Eu estava aturdido...
    Ele continuou:
    -Ainda tem mais: outras pessoas que atendi hoje, assim como você tinham saído do trabalho. Algumas tinham cheiro de suor, lama em suas botas ou restos de planta em alguma parte do corpo. Você está limpo, ainda tem cheiro de perfume, seus sapatos estão lustrados e tu tens 3 canetas de cores diferentes no bolso da camisa! Que raios de trabalhador rural andaria com 3 canetas no bolso? Essa distinção de cores aliados às suas olheiras indicam que ontem você ficou até tarde corrigindo provas...
    Caracas...tudo aquilo era verdade!
    Ele finalizou:
    -Algo mais te denunciou: Na fila, você estava concentrado lendo um livro ao invés de estar tagarelando sobre o clima e a carestia das coisas, como a maioria costuma fazer. Sem falar que você sentou de pernas cruzadas feito um lord do século 19. Não vi a capa do seu livro, mas diria que você está lendo Machado de Assis...
      Cacilda!
      Eu disse:
    -Tá bom cara, tá bom...você está me amedrontando!
      Ele apontou a sala seguinte e nos despedimos com um aceno de mãos.
      Eu saí dali com cara de bobo achando que ele tinha algum superpoder, enquanto ele apenas aguardava eu me retirar para atende outras pessoas, em paz e sem muitas perguntas, srsr.
       Eu (todo místico) fui atrás de mais um ato de clarividência e levei uma surra de ciência. Algo tão simples, tão evidente, mas invisível à qualquer um que “vive pelos olhos da fé”.
    ...
       Depois desse dia passei a estudar sobre a ciência da dedução e o resultado foi o melhor já obtido. Isso ajudou no meu processo de libertação. Falarei sobre isso em outra ocasião....
    Revejam Sempre Seus Conceitos. Saúde e Sanidade à Todos!
  •  “PESO DAS URNAS SOBRE O MESSIAS”

    Parafraseando Isaías 14:12-17
     
    1-Como caístes dos céus, ó estrela dos opaco! A tua soberba fez proceder a tua ruína. Como fostes lançado por terra, tu que insultavas a livre imprensa e atacava os racionais do seu próprio povo! Como choras desconsolado, trancado em seu palácio, tu, que auto proclamavas ser o possuidor da virilidade suprema.
    2-E tu dizia entre os evangélicos: subirei ao topo do poder, assumirei o lugar de deus, serei louvado por eles, exaltarei o meu trono entre os assembleianos, e, no monte dos congregados me assentarei, no cume do supremo.
    3-Derrubarei os 11 de capa preta e passarei por cima de todos que se opuseram à mim.
    4-Subirei acima das mais altas nuvens e serei mais venerado que o Cristo dos cristãos. Rasgarei a constituição, demitirei o congresso e farei do STF a extensão de minhas próprias luxúria.
    5-Tu dizias em altivez: se eu comprar o pastor, comprarei todo o rebanho. Os que de tais líderes discordarem, duras sanções sofrerão por gente de sua própria fé. Os mesmos que sob o manto sagrado juraram laços fraternos perseguirão e matarão uns aos outros em meu nome.
    7- De comunistas, hereges, ateus e levianos serão chamado todos os que dentro das igrejas resistirem ao meu chamado. Excomungado com respaldo bíblico serão todos os que contestarem as heresias dos meus aliados dentro dos recintos religiosos.
    8-Inflamarei evangélico contra evangélico e católicos contra católico, para que valendo-se da fé, da ingenuidade e da suposta autoridade religiosa, estes possam impor a minha vontade como se fosse a vontade divina entre os fiéis.
    9-Instituirei ou apoiarei o surgimento de novos chefes religiosos se preciso for para me representar nos lugares “santos” e no meio dos “ímpios”. De badanas, de batinas, usando finos ternos ou outros adereços religiosos unir-se-ão para me apoiar. Esganados, esganando ou enganando eles brotarão do chorume entre os mais podres para servirem ao meu propósito nesses recintos. Invadirão missas, cultos, e outros eventos sacros para proclamar minha beatitude. Enganarei inclusive até os puros e honestos entres os fiéis.
    10-EU SOU O MESSIAS ESCOLHIDO! Dizia, tu em tua soberba. Dizia o mesmo a tua esposa, alguns de teus ministros, os teus lacaios midiáticos e um pouco vários líderes eclesiásticos dessa imensa nação.
    11-Contudo, fostes levado ao inferno quando perdestes, e no banheiro do Alvorada, choras tu desconsolado. Ao mais profundo abismo descestes e custar-te-á acreditar que depois de 40 anos operando em funções públicas, fostes banido dela depois de chegar no mais alto do poder.
    12-Do alto de tua imbrochabilidade tu brochastes! Desorientado está o teu rebanho. Curto, mesquinho e precoce fora o teu discurso na tarde de ontem. Os mais abilolado entre o teu gado entendeu de modo ambíguo o teu recado. Uns diziam: “ele mandou avançar”! Outros afirmavam: “a ordem é pra recuar”!
    13-Por acaso falastes à cães, ó supremo mestre da comunicação virtual? Por acasos usastes o apito de cachorro para os seus fiéis escudeiros? Eles não merecem tal desfeita! Foram fieis a ti por quatro longos anos e o mínimo que mereciam era uma comunicação direta e clara, além de um reconhecimento oficial de um vencido legalmente.
    14-Ainda não é Quinta-Feira, dia da live sagrada. Ainda não é dia de nos unirmos em coro à fim culpar o supremo, o comunismo, a esquerda ou inventarmos bodes expiatórios para o vosso desgoverno e falta de decoro. Não sabemos o que fazer até lá!
    15-Depois de 40 horas de silêncio tu surgistes, e em menos de 3 minutos desaparecestes! O teu cercadinho já não mais te agrada, ó Messias? O teu séquito te envergonha? Não era de seus apoiadores que estavas rodeado diante da imprensa? Não eram deles que vinha toda sua força e confiança? O que aconteceu?
    16- O teu rebanho chora pelo consolo do pastor. ELES ESTÃO DE LUTO! Eles culpam os nordestinos por tais derrotas, quando na verdade foram vencidos pela própria soberba.
    17- Os que entre estes antes diziam: Deus, Patria, Família e Liberdade, estão justamente impedindo a liberdade dos outros, desonrando a pátria e cuspindo na cara do deus e vontade popular qual dizem respeitar. Quanto às famílias, eles estão sim, prejudicando milhares delas, bem como empresas, empregos, hospitais, comércios, avenidas e aeroportos.
    18-O cidadão de bem, ordeiro e disciplinado virou um TRANCA RUA. Estão sendo comparados às entidades “demoníacas” que eles mais odiavam. Se tornaram justamente aquilo que condenavam em seus opositores.
    19-Os que antes te viram como másculo, hoje te comtemplam, meneiam a cabeça dizem: este é o varão que fazia tremer as nações? O sujeito que dizia ser capaz de empunhar armas e liderar o seu povo em uma luta justa contra as forças das trevas? Era este quem impunha medo em seus opositores? Que ostentava sua insígnia militar esperando bajulações por acumulo de patentes?
    20-Covarde e moleque! Dizem agora os que antes eram assediados por ti. Os que esperavam de ti uma luta justa e limpa, hoje contemplam as birras de um menino mimado, que não sabendo perder, põe em risco a segurança de toda nação, como se esta fosse objeto pessoal de suas próprias fantasias.
    21-Onde estão agora os teus espartanos? Não eram 300 e nem tão pouco 30. O troglodita do congresso, silenciado está. Sua fúria já não é a mesma depois de ver frente à frente sua própria face refletida na testa polida do seu suposto inimigo de capa preta.
    22-O Leão Conservador, agora preso em uma jaula, rosna como um gatinho. Se pelo menos tivesse faces amistosas e intentos puros, poderia ser mimado por outros como se fosse um felino caseiro. O tempo e a ocasião não contribuíram para sua evolução, e adaptação com os humanos civilizados não fora suficiente para que esse “grande predador” fosse apreciado nem mesmo entre os de sua bicharada.
    23-Quanto a sua Joana d’Arc, coitada, ela esquece a história de sua suposta antecessora, de como esta outra fora manipulada e “divinamente inspirada” para servir, para logo depois ser queimada viva pelos seus próprios partidários, depois de servir arduamente o seu reino. Como bruxa, infame e pecadora ela morreu, depois de liderar os exércitos do mito do seu povo contra outro governo supostamente demoníaco.
    24-Tomara que o seu fim não seja tão trágico. Que seu recente ato intempestivo não seja esquecido entre os mais lúcidos.
    25-Outros de seus cavalheiros temem o mesmo destino. O de Gengiva engradecida depende de ti em quase tudo, principalmente para se manter onde está.
    26- Os que por ti foram covardemente traídos depois de usados também esperam silenciosos pela justa paga dos teus feitos. Até da sepultura os mortos clamam por justiça.
    27-Apressa-te ó mito, honre a farda, a bíblia, o deus e o povo qual dissestes defender. Ainda que rastejando, prepara-te para deixar o teu trono, para que em paz essa grande nação possa prosperar. Assim seja!
  •  É POSSIVEL ESTUDAR DEUS?

    Breve análise sobre conceituações teológicas
    Parte 1
     
      Jaz o criador em uma mesa de laboratório do curso de ciências teológicas, pronto para ser estudado pelos formandos.
       Inerte e por vontade própria, ele será “dissecado” pelos tais para que depois de entendido sua forma de ser e agir, ele possa ser retratado ao mundo de modo fidedigno e jamais a sua imagem e seu poder sejam deturpados.
       É o estágio final do curso e esses aspirantes a representantes do divino precisam passar com honras nessa etapa final do curso para que depois de diplomados venham agir segundo a lei, a ordem e a justiça que só a santa igreja de cristo nesse mundo tenebroso pode representar.
       Agora eles poderão juntar-se à tantos outros que interligam o mundo dos deuses ao mundo dos homens, a tantos sábios e profetas que deixaram nos anais da história os seus feitos.
        Deus ali está deitado mas não está morto. Está apenas se deixando conhecer. É imperativo que cada um que ouse intitular-se como seu vigário conheça-o à fundo, de modo que não possa iludir e nem ser iludido, nem tão pouco tirar proveito da fé e da ignorância alheia. Nenhuma versão alternativa de sua personalidade e atuação poderá ser divulgada. Por esse motivo, todas as igrejas do mundo todo desde o início da era cristã segue o mesmo padrão em todos os aspectos. Todas elas são unidas. Todas elas se amam e os seus líderes trocam flores entre si e permitem que todos os seus membros visitem umas outras sem nenhuma coação ou ataques de ciúmes.
       Desde o ano 384 da era comum quando Constantino estabeleceu o cristianismo como religião oficial do império que ele (deus), tem se prontificado a esse ritual de conclusão de curso para cada turma que faz ciências teológicas no mundo inteiro.
       Nenhum aluno poderá ser diplomado sem esse TCC, considerando que o que estará em jogo é a coisa mais importante de todas: a salvação do homem por meio da pregação da palavra da verdade.
       Permitir que picaretas, salafrários, ignorantes e aproveitadores saiam por aí abrindo igrejas e desonrando a sua majestade é algo que nenhum deus jamais tolerou, muito menos ele, o deus cristão, o único e verdadeiro.
        Isso nunca aconteceu e jamais acontecerá!
       Ele zela pela sua palavra para cumprir e nem um “J” ou um “Til” poderá ser diminuído ou acrescentado à sua palavra e nenhum dos seus atributos poderá ser vilipendiado.
        Até hoje quando em má fé, nenhum pastor, bispo, sacerdote ou missionário permaneceu vivo para contar história após macular o nome do senhor ou a imagem da igreja. Todos eles morreram de forma horrenda. Nenhum deles ficou bilionário manipulando a fé.
         Não, isso nunca ocorreu!
         Nessa última fase do curso os alunos estão ansiosos para conhecer cada tecido, cada órgão e cada célula que compõe esse ser magnânimo. Conhecer a estrutura do criador que fez céus, a terra, o mar e tudo que neles há é um privilégio reservado a poucos. O momento é de emoção e a euforia toma conta de todos.
        Assim como um estudante de medicina precisa conhecer à fundo o corpo humano e suas patologias, esses estudantes estudam a essência de deus para que possam receitar aos que comerão do corpo e beberão do sangue do seu filho, a cura para todos os males que pecado possa causar.
      À partir daquele momento os formando serão o espelho para o mundo, um farol em meio as densas trevas e por ter tido contado direto com a essência do divino, somente o bem emanará de suas palavras e ações.
        Assim foi. Assim é. Assim será!
      ....
       Pois bem, esse cenário hipotético nunca existiu.
       É apenas uma forma cômica de ilustrar aquilo que muitos leigos e aspirantes (de boa-fé) pensam à cerca de um curso de teologia.
       Achar que todos os que entram (ou se formam) nesse tipo de cursos tem intenções plenamente pura é tão infantil quanto pensar que todo mundo que se forma em direito almeja justiça, igualdade e equidade plena entre os homens.
       Tão infantil quanto, é pensar que todo mundo que se forma em medicina deseja realmente curar doenças ou lutar em prol da vida (dos outros).
       Outra ideia errônea que outras pessoas têm, é a de achar que uma obrigatoriedade a todos os formados (ou estudantes desse curso) a crença em deus, o estar filiado a algum tipo de igreja ou ser um defensor (debiloide) de qualquer linha teológica.
       Isso não é regra, é opção! Assim como qualquer outro campo do conhecimento humano, ao adquiri-lo cada um poderá muito bem decidir onde aplica-lo (ou não).
       Com o conteúdo absorvido em um campo como esse é bem mais provável que o estudante passe a ter tendências ao ceticismo, ateísmo ou se torne adepto de alguma linha filosófica do passado ou do presente.
        Entender “como deus foi parido” é uma das oportunidades mais libertadoras que alguém pode ter na vida.
        Nada paga o direito de liberdade adquirida a uma pessoa que antes amedrontada pela religião, agora poder dizer que não teme mais as ameaças de nenhum líder religioso ou de qualquer “livro sagrado”.
         Uma coisa é desvencilhar-se da fé devido a uma profunda decepção sofrida dentro de um sistema religioso (ou por um religioso mau caráter). Isso poderá acarretar sentimentos de raiva, revoltas e vinganças ao que sofrera, podendo manifestar-se de diversas formas no futuro. A mais comum é abrir uma outra igreja, fazer tudo o que condenava no outro e mesmo assim proclamar-se santo e diferente.
        Outra coisa totalmente diferente é libertar-se das garras da religião (e religiosidade) pelo poder do conhecimento ao entender como tudo tem sido feito e conduzido desde que o mundo é mundo.  Um astrônomo vibra com um nascimento de uma supernova. Um liberto vibra entender como nascem os deuses.
        Quem almeja estudar a deus ou tornar-se intimo dele por meio de um curso, informo que isso é impossível!
        A fé (ignorância, medo, temor, manipulação) aproximam o homem daquilo que comumente chamam de deus, ou seja o reflexo do seu eu interior ou a projeção consciente de um arquétipo social feita pelos que governam as massas.
        O conhecimento dos fatos por sua vez, faz com que o homem transcenda desse estágio infantil para um estágio mais avançado, fazendo com que este tome para si as responsabilidades pelos seus atos, sucessos e fracassos, sem ter nenhuma força da luz ou das trevas para culpar ou atrapalhar.
        A fé (cega) tende a tornar o homem imaturo, irresponsável e mentiroso, mentindo principalmente para si mesmo, ainda que todas as evidencias provem o contrário de sua afirmação de fé. Quanto mais estupida e mais fantasiosa for esse constructo interno e quanto mais bizarro for os feitos do que tivera essa teofania, mais louvado esse será. Assim surgiu os pais fundadores de cada igreja e religião.
        Ninguém estuda deus!
        Deus é um conceito. Uma teoria. Um estímulo que faz ocultar (ou fluir) nos homens aquilo que de pior (ou melhor) há em si.
        Até mesmo quando dizem estar fazendo o bem em nome de deus, os que o fazem, podem estar fazendo (sem o saber) em prol de uma bandeira ideológica, representando sua própria igreja ou “grupo de escolhidos”. Segundo a própria bíblia, isso torna inválido todo ato de bondade e caridade feita por eles. A bíblia chama isso de hipocrisia ou profundo desejo de ser louvado pelos homens (Mt 23).
       Além disso, ninguém estuda deus pois deus é imaterial, incorpóreo, inacessível, invisível e inimaginável.
       Nada pode mensurá-lo ou contê-lo. Ele está em todos os lugares e em lugar nenhum ao mesmo tempo. Pode fazer tudo, porém nada decide fazer para ajudar aos seus servos ou calar os que dele duvidam.
       Ele possui em si, todas as característica de um ser INEXISTENTE. Mesmo assim, os que o invocam o denominam como ser único, universal, eterno e auto existente.
      Os que se dispõem a estuda-lo (nos cursos teológicos), logo perceberá que assim como a filosofia, a teologia estuda deus no campo das ideias sobre aquilo que as pessoas pensam dele, bem como as ações que por meio desses pensamentos e interpretações foram movidas
       A própria bíblia diz que homem nenhum viu a deus.
       Portanto, diferente de outros objetos de estudo cientifico, deus não pode ser revisado por pares e duas ou mais pessoas juntas jamais chegariam a mesma conclusão mediante um estudo aprofundado de sua “matéria”. 
       Tudo nele é mistério e toda religião só subsiste se for assim.
       O que pode ser palpável e conferível não gera tanta fé quanto o inominável. Sem falar que no deus metafísico, mentalmente cada um pode considerar-se um escolhido e fazer sua própria versão de guarda pessoal, usando-o como paliativo próprio ou para o abate do outro.
      Os deuses povoam o imaginário coletivo de todos os povos desde tempos imemoriais.
      Todos os povos do mundo representam o sagrado e o profano de formas diferente. Isso é inegável.
      Em certos casos, o deus de um povo é o demônio de outro e vice e versa.
      Sacerdotes, profetas e teólogos existiam (ou existem) para interpretar essa suposta vontade dos deuses ou ajudar os seus súditos na escolha e execução das oferendas pessoais de seus súditos. O teólogo existia para convalidar deus, ou seja: dar um atestado intelectual “plausível” de suas obras segundo a fé do povo. Ele tinha o poder de “mata-lo” e reconstruí-lo quantas vezes fosse necessário à fim de adaptar deus ao povo ou o povo a deus.
       Para cada problema social, pandemia ou fenômeno natural que surgia, novos problemas apareciam e com isso novos medos. O povo inventava então mais um “acessório” ao deus já existente para turbinar o seu poder e assim resolver esse problema até então desconhecido.
      A incompreensão do universo, da natureza, do corpo e da mente humana sempre fora em todas as culturas a principal motivo da mente que cria os deuses. O medo é o principal dele, até porque o medo se manifesta de diversas formas, inclusive no acúmulo de riquezas, de gordura localizada, de parceiros e de coisas que um grupo local aprecia e tem como valiosa.
      Um medo gera um mito. Um mito cria um rito. Um rito move um culto. Um culto estabelece um padrão. Esse por sua vez dará o suporte para as religiões, que depois de formar muitos adeptos, estatizará a moral, a família e até o próprio estado caso o governante seja um frouxo ou um corrupto.
        A religião se torna assim tão sólida pois ainda na fase do culto um espertalhão percebe que pode tirar proveito do medo coletivo em benefício próprio.
          CONTINUA...
  • É TUDO UMA GRANDE MENTIRA!

     
     (Mas você não pode dizer ou assumir tal coisa!)
     
       Continuação do texto: O DEUS QUE NÃO ESTEVE LÁ!
       Triste fim dessa gente! Dessa que depositam toda sua confiança no deus qual foram domesticadas a ver como onipotente e onipresente e que mesmo diante de tragédias pessoais, decepções, calotes e outras desgraças sofridas dentro e fora da igreja que comprovem a ineficácia de deus e do seu poder, são obrigados à viverem de aparência para não sofrerem nas mãos daqueles que um dia juraram companheirismo, humanidade e reciprocidade.    
       Fizeram isso sob um “manto sagrado” o sob este mesmo manto, eles condenam, reprovam, chamam de louco, de herege ou de tantos outros nomes de blasfêmia qualquer um que apenas exija (ou espera ver) aquilo que lhes fora prometido em relação a deus, sua igreja e seus ungidos.
        Mesmo como “falhos e pecadores”, algumas pessoas criaram mecanismos para que pessoas denunciem e exijam seus direitos quando se sentirem lesadas. O segmento religioso é o único lugar em que as pessoas precisam silenciar e ainda aplaudir os vendedores de ilusões e mercadores do inutilismo.
         A maioria do crédulos precisa manter uma fachada exterior que não correspondem àquilo que realmente sentem ou pensam, mas com receio de penalidades reais (da família e do grupo religioso) e imaginárias (de deus, do demônio e suas hostes) eles precisam estar num estado de constante torpor.  
       Por isso embriagam-se com as próprias crendices e perseguem todos os que conseguiram escapar das amarras dos grandes figurões que “conhecem a deus, sua vontade e intimidade”.
      Estes sofredores são como alcoólatras maldosos, derrotados pelo vício, que não conseguindo se livrar dele, por isso odeiam todos os que estão sóbrio.
       São como doentes terminais igualmente maléficos, que tendo perdido a saúde por descuido, atacam os que de uma boa vida desfrutam.
      Aquela senhora (do texto anteriormente escrito) era uma dessas vítimas.
      Dissera que vivera apenas 20 anos com sua mãe e que até na hora de sua morte ela ainda apresentava choros, gritos, surtos e outros traumas dos horrores vividos quando prisioneira nos campos de concentração. 
       Mesmo assim, ela (sua mãe) era orientada (obrigada) a dignificar o deus e a religião qual nascera e crescera para não ser ainda mais penalizada por esse deus “amoroso e provedor”.
       Diga se isso não é o cumulo do absurdo:  te ensinam a confiar em algo (alguém?), daí você confia com todas as forças, aquilo que fora prometido nunca acontece e o errado é você que confiou e não a “pessoa” que deixou a desejar...
       A religião costuma ser exatamente isso: um poço de loucuras e bizarrices, onde todos são obrigados a viver uma fantasia coletiva e qualquer um que pretenda voltar à sanidade, poderá ser preso pelo dono do manicômio.
       Com aquela senhora não fora diferente.
       Após ter ficado órfã e vendo tudo aquilo o que a mãe sofrera “por não negar a fé” e usando o mínimo de inteligência que uma pessoa pode ter, ela decidiu desligar-se de suas crenças e mudar-se para outro país à fim de não ser perseguida pelo seu próprio povo, como se a perseguição e extermínio de Hitler não fossem o bastante.
        Ela queria deixar de viver o fingimento da fé e passar a encarar a realidade do mundo por mais assustadora que esta pudesse ser.
        Disse naquele instante que podia se abrir e contar onde estava doendo ou aquilo que a incomodava diante de pessoas como eu, porém quando tentava se abrir para o “povo santo”, um ritual de exorcismo parecia se formar ao redor dela como se ela (e não o deus que prometera lhe dar proteção) fosse o culpado por tal ceticismo.
    ....
       “Entrega o teu caminho ao senhor, confia nele e você vai se ferrar!”...
        Essa é a frase inaudita de todos àqueles que orientados pelos líderes religiosos, seguiram à risca tudo o que estava escrito no “livro sagrado” e depois de “se lascarem” ainda foram tidos como ineptos ou gente de pouca fé por essa “gente boa, cheia de luz e amor”.
        Esse também deveria ser o aviso prévio, o slogan oficial de todo seguimento religioso que ensina aos seus fiéis à se curvarem diante do imaginário esperando soluções (ou proteção) para problemas reais da própria vida ou da sociedade qual estão inseridos.
        Ninguém entrega ou é capaz de entregar a vida ao senhor ou deus algum.
       Todos os que o fazem, estão se entregando à meros conceitos folclóricos adaptados à realidade daquele convívio (povo, bairro, local).
       É ao líder da igreja e aos membros desta congregação que você entrega sua vida (ou o controle dela), e serão estes quem irão te crucificar quando “se desviares da fé”. São eles que te porão por diversas vezes num inferno real (com fofocas, mentiras, pressões e perseguições) e outras inúmeras vezes te prometerão um paraíso vindouro, somente se tu fores um trouxa, cego e subserviente.
         Uma tolice repetida vezes anos à fio ou por um grupo enorme de pessoas não se torna algo real, nem tão pouco algo útil, mas é assim que a “comunidade dos santos” deseja que você veja o mundo.
         Nem todo calote vem embrulhado numa caixa suspeita.
         Alguns são recomendados pelas mais ilustres figuras de um povo e apresentadas como se fossem as soluções reais para todos os tipos de problemas humanos ou do planeta.
         Mesmo sendo recomendado por alguém de alta patente, certas ritos e crendices não deixa de ser um calote, semelhante a um tijolo embalado numa caixa de smartphone como se fosse um, vendido por um espertalhão que pouco depois de confirmar a entrega, estará rindo de sua cara, enquanto planeja enganar outros “otários”.
         A única diferença é que o vendedor embusteiro poderá (e deverá) ser denunciado.
        Poderá inclusive ser preso ou devolver os valores recebidos, enquanto que o embuste da fé, esse não. Ele será condecorado, venerado e sua presença e “unção” cobiçada por algumas lideranças políticas e civis de outros segmentos.
        Pior que servir a um deus inexistente, incapaz ou de poderes mirabolantes, é pertencer a uma comunidade de loucos que se recusam ao devido tratamento e ainda perseguem aos que dessa doença pretendem se livrar.
        Pior que comer uma comida ruim e estragada é o fato de ser obrigado a confessar ao cozinheiro que o baquete estava uma delícia.
       Ao fazer tal confissão ainda que por cordialidade, o cozinheiro ficará orgulhoso de si mesmo e fará mais daquilo para você comer. Fará disso o principal cardápio da casa e inclusive outras pessoas serão obrigadas a ingerirem tal alimento só por que alguns, para serem legais, não quiseram ferir o ego do chefe da cozinha.
       Certos conceitos religiosos são como uma comida estragada: se faz necessário com urgência serem tiradas do cardápio das sociedades.
       Os que cozinham tal alimento (ainda que de boa-fé), precisam urgentemente da sinceridade da maioria. Precisam ser alertados que suas comidas intragáveis fazem mal à saúde de um povo. Precisam saber que a fome de comida de verdade não se mata com “pão e leite espiritual” e que os que pretendem se retirar da mesa e servir-se por conta própria, precisam e devem ser respeitados.
       Conceitos religiosos da idade do bronze talvez tiveram alguma serventia para aquele povo sob tais circunstâncias.
       Povos de outras épocas e em circunstancias diferentes não precisam ingerir tais “preciosidades”, pois mesmo quando adaptadas à culinária local, algumas dessas comidas se tornam uma porcaria, pior ainda que em seu estado original. Outras são como merda: quanto mais mechem, mais fede!
       Palavras (conselhos, imposições) do tipo que levem uma pessoa a crer piamente que deus as protege, as cura, as livra de todo mal ou que vai fazer tudo por elas sem que estas movam um dedo sequer, é uma piada!
       Uma piada suja e de mal gosto que jamais deveria ser dita na presença de crianças, adolescentes e pessoas com pouco acesso à educação, moradia e segurança.
       É a mentira mais suja que um favelado pode ouvir ou que uma pessoa sofrendo há anos de outras moléstias possa tolerar. Mesmo assim é o que eles mais escutam, justamente daqueles que em suas mansões ou carrões dizem apenas: “vou orar por vocês”!
       Frases assim deveriam vir com rótulos em letras garrafais ou de cores diferentes, do mesmo modo em que algum conteúdo adulto ou produto perigoso vem acompanhado. Algo mais ou menos assim:
        ESSE CONTEUDO É CONTRA-INDICADO EM SUSPEITA DE FOME, ABUSO PODER, IGNORANCIA, CARENCIA AFETIVA, MANIPULAÇÃO, IMPOSIÇÃO OU SOB SUSPEITA DE LUCRO FÁCIL.
        Ou melhor:
        ESSE PRODUTO DEVER SER CONSUMIDO COMO SENDO UMA REALIDADE HIPOTÉTICA. CASO QUEIRA CONSUMIR COMO SENDO ALGO REAL, VOCÊ DEVE PESQUISAR MAIS (E POR CONTA PRÓPRIA) SOBRE SUA ORIGEM, MANUSEIO E PROPROPÓSITO DE QUEM O TROUXE A TI. EM CASO DE SUSPEITA OU EFEITOS ALUCINÓGENOS, EXLUA-O DE SUA VIDA. O MINISTÉRIO DA SAÚDE MENTAL AGRADECE!
        Frases assim, se viessem escritas nas primeiras páginas do livros ditos sagrados ou se estivessem estampadas logo em baixo do nome de cada igreja, poderia evitar enormes prejuízos à vida dos consumidores da fé.
        Deus te proteja! Deus te guarde! Deus te cure! Deus te guie! Deus acima de todos...
        Frases assim a cada dia tem perdido o seu sentido original ou entrado no conceito de uma realidade fantástica ou um selo social daqueles que você usa apenas quando quer se enturmar ou manter seu status na bolha qual está inserido.
        Na boca de nossos avós e pais no passado, pelo modo como era dito por eles e pelo afeto que nutriam por nós, até tinha algum sentido esses ditado. Hoje, dito pela “alcatéia dos santos”, frases que contenham “deus na frente de algo” soa como o prelúdio de um golpe.
        A palavra Shalom (paz, que a paz esteja contigo) por exemplo, que no passado tinha um peso e sacralidade enorme para os judeus, hoje pode significar apenas um Oi, Olá, Tchau e coisas do tipo. Por algum motivo a sacralidade dessa palavra perdeu-se no tempo.
       Prometer a uma pessoa que pelo simples fato dela ingressar em uma igreja estará protegida por deus de todos os males, que será prospera ou que tudo em sua vida dará certo é algo criminoso, ainda que esta citação possa ser apontada em um ou mais versículos bíblico ou tiradas de falas de grandes figurões da fé.
       Essa promessa não corresponde à realidade.
       Nunca correspondeu de fato, nem nos livros ditos sagrados ou em qualquer outro lugar em que ela tenha sido usada.  É apenas uma frase de efeito, usada principalmente por charlatões, pessoas desesperadas ou por gente iludida. Ainda que seja dita por um zilhão de pessoas, isso é UMA GRANDE MENTIRA!
        Deus não protege ninguém. Ele nem existe!
        O religioso existe. A religiosidade também. O senso do divino e do profano é comum à todos os povos do planeta. Isso é fato, mas isso não prova a existência de deus algum, caso contrário, todos (os deuses) seriam reais e pós morte de um homem seria mais pesaroso que sua própria vida, sendo alvo da busca constante por vários céus ou tentando se livrar de todo tipo de inferno.
       O pensamento de que tu te tornas especial ao “aceitar a jesus” ou fazer parte de um culto, pode fazer com que alguém se torne burro, arrogante e acima de tudo desprevenido, pois tal entendimento faz com que o indivíduo baixe a guarde e se passe a ser um tonto, confiando que criaturas invisíveis (símbolos místicos, objetos, amuletos ou o próprio deus) irá protege-las ou ajuda-las, mas não vai.
        Na maioria dos casos. o ataque virá de onde menos se espera: do líder religioso ou da própria irmandade e quando isso acontecer (e vai acontecer) o fiel será obrigado a criar uma terceira realidade,  uma versão das coisas em que o diabo “passou a perna em deus” e logrou o fiel, mesmo sendo impossível alguém enganar a deus ou contrapor a sua vontade.
        Para cada frustação, uma nova versão dos fatos (desculpa) é criada. Em todas o fiel será a vítima, o diabo o vilão e o deus o salvador que não dorme e nem desampara os seus, mas mesmo assim deixa tudo acontecer bem embaixo do seu nariz.
    -ELE PÕE À PROVA OS QUE SÃO SEUS PARA DEPOIS EXALTÁ-LOS!
        Essa é a mais burra e deslavada desculpa criada por um religioso para proteger sua própria frustação. É como lançar-se no chão em cima de um colchão inexistente e depois de alguns ossos quebrados, dizer que o colchão estava ali assim, mas foi tirado justamente para que sua resistência física fosse testada e melhorada.
        Crer em deus não seria um problema se junto à essa palavra não viesse o termo OBEDECER!
        Depois do obedecer vem o silenciar, o conformar-se e o fazer-se de conta.
        Sem isso, a palavra DEUS torna-se vazia, tão vazia quanto àqueles que tendo mais da metade do globo professando uma mesma fé, sentem-se ofendidos quando uma minoria “insignificante” alegar não tê-la.
        A proteção que deus dá aos que confiam nele é tão real quanto as de qualquer outro conto folclórico popular não sacralizado. A única diferença é que um entrou no CANON e outro não!
        Todos os dias, centenas de pessoas ao redor do mundo são estupradas sequestradas ou mortas por pessoas que também comungam da mesma fé em deus. Uma pede proteção para não ser morta ou estuprada, outro pede proteção para não ser pego ou perdoada caso venha ser. A quem deus estará atendendo? O número de mortos e violados falariam por si só, caso deus fosse um ser realmente funcional.
       As vítimas em seus últimos suspiros, diante do estuprador ou assassino, ainda precisam manter sua convicção de que no último instante um milagre surgirá. Quando ficam vivas ou escapam de tal situação (por intervenção humana, não divina) são obrigadas à testemunharem em favor de deus ou a fazerem doações generosas à determinada igreja como prova pública de gratidão (sim, tem de ser pública, o deus que tudo vê não reconhece devoção particular). Quando não tem nada a doar, o fiel precisa externar tal “milagre” feito para que tal cobertura divina permaneça e se estenda aos seus familiares.
        Coisa boa, não é....? Só que não!
        A cobertura divina é algo apenas folclórico, fantasioso e mítico.
      Não é cinema, mas só funciona em um universo paralelo, cujos efeitos especiais precisam de pessoas adequadas, desempenhando suas respectivas funções e que concordem em fazer parte da trama com ou sem remuneração. Se um discordar ou sair do roteiro, estraga toda a peça e o teatro perde a graça.
       Assim como no mundo das telinhas, todos os que conseguem ser bons atores desse cinema silenciado (mudo não, silenciado!) viram celebridades, adquirem grandes fortunas e prestigio social.
        Quanto mais tempo alguém conseguir manter-se no personagem (servo sofredor, servo abençoado, demolidor de demônios, ungidona, etc, etc), maior será sua remuneração e participação nos lucros da empresa (igreja).
        Quando esse ator atinge tal ponto, deus não será mais o produto vendido. Eles mesmos venderão suas próprias marcas como se fossem algo divino.
        E o povo comprará…
        Se nesse interim surgir algum ataque a um “fiel desobediente” ou “herege declarado”, este virá destes poderosos que fizeram império valendo-se da ingenuidade alheia.  Todos os seus atos serão tidos como atos divinos, ainda que vindo de meros mortis desonestos, estúpidos e corruptos. É deus agindo em forma humana (é o que algum fiel domesticado passa a dizer).  
       Nesse ponto ou você beija-se-lhe-á os pés. Caso contrário, por sua língua ferrenha ou pela espada tu definhará.
       Deus nenhum vai te livrar disso (fique sabendo), ainda que tu tenhas “servido a ele” por toda sua vida. Ainda que toda sua família esteja lá na igreja, ainda fiel, dando dinheiro, atenção ou obediência ao chefão, nada disso significará. Sua moral será moída e sua vida correrá grande risco até que humilhado e chorando confesse a unção do malvadão que te persegues.
        Fora das telinhas tudo é diferente, deus não protege ninguém e quem não se atenta a isso, vai se dar mal cedo ou tarde.
       Do mesmo modo que os personagens dos vingadores ou de qualquer outro universo dos quadrinhos só tem poder ali, deus, seus poderes e funções, só existem na bíblia e na telinha imaginária da cabeça dos fiéis.
         Mesmo assim somos obrigados a dizer que tudo a respeito de deus, da igreja ou de seus representantes são reais.
         Prova de que o “Deus acima de todos” é apenas uma fala, uma palavra vã, sem valor algum, é a corrida armamentista aqui no brasil e em tantos países cristãos.
      Gente (cristãos), correndo para ser armar e se proteger contra “bandidos” (outros cristãos) que por terem menos recursos financeiros, influencia jurídica ou por terem “escolhido um partido comunista”, acabarão sendo vítimas das barbárie de gente medíocre, descontrolada, ensandecida e com tendências escravocratas
       Como eram os antigos opressores do povo menos favorecido, são também estes: usam deus em suas colocações para justificar suas tendências animalescas e imundas e ainda dizem: sou bom, salvo estou, para os céus eu vou, sou cidadão de bem por que zelo pelos valores cristãos...
        CONTINUA...
  • O DEUS QUE NÃO ESTEVE LÁ

       Em 2007 criei minha primeira rede social.
       Meu intuito inicia era apenas o de aprender ou praticar idiomas com nativos.
       Na ocasião eu estudava hebraico, então adicionei algumas pessoas cujo status dizia dominar esse idioma.
       Entre estes estava uma bela senhora aparentando ter entre 55 e 60 anos.
       Assim que eu a adicionei, ela levou alguns minutos pra aceitar meu convite e antes que eu pudesse dizer o intuito de minha interação, ela escreveu em letras garrafais:
    -Oi, seja bem-vindo! Notei em seu perfil que tu te declaras evangélico (sim, na ocasião eu era). Não tenho nada contra sua fé ou qualquer uma outra, porém se tua intenção for me evangelizar, antecipo que podes desistir e vá procurar outra coisa pra fazer. Não preciso do seu Cristo ou de qualquer um outro deus que queiram me ofertar. Se não for esse o seu intento, fique e aproveite minha amizade!
       Fiquei sem reação. Não sabia o que dizer. Ela fora sincera, porém gentil.
       Não estamos acostumados à isso.
       Geralmente vivemos rodeadas de pessoas falsas, de segundas intenções ou fracas o bastantes, para viverem de migalhas de afeto e por isso preferem abafar o que sentem à desagradar supostas amizades.
        Ela era objetiva, determinada sob medida.
        Gostei daquilo e fiquei pensando o motivo da resposta prévia, do tipo que alguém se defende antes de ser atacado.
         Lembrei-me o quão insuportável eram boa parte dos evangélicos que eu conhecia. Eles tentavam impor aos outros suas crenças, estilo de vida e visão medíocre do mundo, tendo como premissa básica de moralidade apenas uma mera confissão pública de fé.
         Aos que afirmassem acreditar naquele que dizem ter nascido duma virgem, morrido num madeiro e ressuscitado ao terceiro dia era dito que eram filhos da luz. Aos que pensassem diferente, uma dezena de pechas negativas eram-lhes atribuídos.
         Segundo alguns desses (chatos e intolerantes), toda virtude, bondade, justiça e moralidade entre os homens dependia da resposta afirmativa sobre um atestado de nascimento e óbito de um cara que dizem ter vivido na Judéia cerca de 2 mil anos atrás. Ainda que o que dissesse tais coisas tivesses ações de um crápula, sua confissão pública de fé seria o suficiente para leva-lo ao paraíso celestial pelo ser cuja veneração era dada.
        No mundo em que eu vivia tudo girava em torno disso e mesmo eu não sendo um desses, eu me pus no lugar dela e entendi o motivo da contraofensiva.
        Era também comum entre os crentes dizer que os judeus eram deserdados dos céus, rejeitados por deus, que eles mataram na cruz o cristo filho do deus vivo e que por isso iriam sofrer duramente por séculos ou milênios, até se arrependerem em unanimidade, confessando ser Jesus o seu único Messias, para que desse modo sua condição de filho fosse restaurada.
        Era tanta baboseira que ouvíamos nesse meio (ou repetíamos para nos sentirmos parte do grupo) que nos dia atuais, alguns de nós tem vergonha de já ter feito parte de grupos assim.
        Com o avanço das tecnologias de gravação e reprodução de imagem e som, babaquices como essas tem sido dita sob medida, somente para grupos restritos à fim evitar o lixamento social.
         Pois bem...Depois do silencio ensurdecedor, da reflexão sobre crenças que aquela senhora gentilmente me impôs, eu disse-lhe o meu intento e lhe adverti que ficasse tranquila que de minha boca (ou dedos), jamais sairia qualquer menção à religião ou ícones de fé.
       Ela compreendeu e prometeu ajudar-me na medida do possível e sem que eu perguntasse nada sobre sua prévia artilharia verbal ela disse:
    -Desculpe-me se fui grossa contigo. Eu não creio em deus e abomino qualquer pessoa que tenta me converter aos seres fantástico do folclore popular. Cada um que viva sua vida e fé me deixem em paz!
       Me mantive em silêncio. Não queria e nem podia rebatê-la. Eu estava diante de uma descendente de Abraão, uma parente direta do “povo que inventou deus” e parte dos seus atributos incomensuráveis. Ela era pertencente a um povo cuja estória bíblica narrava centenas de epopeias e milagres fantástico realizado por esse ser de poder infinito.
       Fiquei confuso e acima de tudo perplexo!
       Como poderia uma “filha do deus verdadeiro” duvidar da própria paternidade? Era a primeira vez que tinha contato com um judeu incrédulo da própria crença (depois disso conheci alguns outros).
       Ela parecia estar adoecida, ressentida, magoada... do tipo que além de estar ferida (frustrada), era proibida de expressar aquilo sentia diante dos seus.
       Vi que ela queria apenas extravasar um pouco a decepção que sentia diante da própria fé que nascera e crescera.
        Mesmo não sendo um judeu, eu era um cristão e gente decepcionada com a própria crença eu encontrava aos montões todos os dias desde sempre e assim como ela, estes tinham também e engolir à seco toda frustação para não serem torturados verbalmente ou dados como escórias da sociedade.
       Quanto a isso, eu ouvia sempre a seguinte citação: “perder a fé em deus é pior que ser tornar um pedófilo, um homicida, um serial killer ou um explorador do corpo e da força vital alheia. Para o primeiro não tem perdão. Para todos os outros sim. O primeiro pode ser comparado à como um câncer social, motivo pelo qual deus está sempre irado com esse planeta. Todos os demais, não importa qual seja o pecado ou crime cometido, se aceitarem a Jesus, se tornarão puros como a branca lã, como se nunca tivessem cometido dolo algum e serão instrumentos nas mãos do deus vivo e pela suas vidas, deus trará bênçãos para todo o povo...”
        Era assim que uma “pessoa sem deus” era vista por alguns religiosos. Tem sido assim até hoje. Quando não expressa isso de modo direto, o fazem por meio de metáforas faladas ou cantadas.
         Quanto mais hipócrita for um religioso, quanto mais bandido, quanto mais nojento...mais moralista ele se mostrará, e como dito, sua base de medida será apenas a confissão pública de fé.
         Aquela senhora não era cristã, porém sofria dos mesmos males que a religiosidade imposta reflete em todas as culturas: ao nascer você é declarado pertencente a uma religião só por que seus pais ou sociedade é mesmo não sendo essa uma decisão sua. Quando tu entendes onde estás metido, o abandono da fé se torna um crime hediondo, à depender de onde estás.
        Outra vez, sem que eu perguntasse nada ela escreveu em letras graúdas:
    -SE DEUS EXISTE, O HOLOCAUSTO JUDEU NUNCA EXISTIU! Um ou outro é uma invenção humana. É impossível que ambos sejam reais...
       Eu fiquei absorto. Mudo. Em silêncio...
       Como se tivesse levado um soco no estômago. Fiquei sem ar.
       Na primeira vez que li sobre tal assunto eu tinha 15 anos de idade. Tive o mesmo pensamento que ela e fiquei angustiado só de ter deixado esse pensamento ter surgido em minha mente.
       Considerando que segundo alguns crentes, até o ato de pensar mal sobre deus pode ser considerado uma blasfêmia por pensamento tanto quanto a blasfêmia verbal, um crente fiel sofrerá por ter pensado ou por ter ouvido tal fala ainda que nada tenha dito.
       Ele penará por vários dias em uma angustia mortal e só voltará a ter alegria de viver, quando “sentir o espirito santo em sua vida outra vez”, que nada mais é, que se emocionar ao ouvir uma boa melodia ou receber uma “profecia” de algum esquizofrênico que alega ser um canal direto de deus, daquelas que dizem: estou contigo meu filho, não temas”... Daí a culpa some e o crente volta a “ser feliz” outra vez, até que algo parecido lhe roube outra vez a paz.
       Todo “santo” sabe muito bem que entre tantos males que à todo instante no mundo, apenas duas coisas não passam desapercebida pelos olhos de deus: o sexo gay e quando um crente questiona os seus misteriosos propósitos.
        São estas as únicas “desgraças” que fazem ele se manifestar em algo. De resto, o mundo pode desabar que ele não está nem aí.
        Naquele instante eu não estava blasfemando contra deus, mas estava ouvindo uma pessoa “blasfemar”. Por isso fiquei sem ar e quase desmaio com as duras citações que ela fizera sobre deus.
        Eu não queria mais ouvir aquilo ali. Ao mesmo tempo queria. Não há no mundo um crédulo que não tenha passado por tal conflito. A maioria só não tem coragem de assumir. Eu era um deles.
       Eu já havia feito várias pesquisas sobre o holocausto e chegara a conclusão era óbvia: os milagres divinos só funcionavam nos livros, nas pregações mirabolantes dos seus “ungidos” ou em qualquer outra situação única que não pudesse ser comprovada por pares. Fora isso, na vida real, isso nunca acontecia, principalmente quando havia mais de um observador para comprová-los. Era tudo conto de carochinha ou no mínimo um marco para a construção de um mito, para que por meio desse houvesse a unificação de um povo.
       Quando se é uma “mula de cristo”, cega, sem cabeça e sem cérebro, a única coisa que se pode fazer é aceitar aquilo que sua hierarquia religiosa impõe. A outra opção é ficar em posição fetal chorando, temendo os tais castigos divinos e aguardando uma condenação ou absolvição de culpa futuro por um crime que nunca cometera.
        Eu já tinha concluído por conta própria que os milagres divinos não passam de um mecanismo de manipulação em massa para extração de poder e riqueza, cujos explorados são sempre as ovelhas servis que se recusam a pensar, pois até o ato de pensar se torna um pecado.   Obedecer é lema, questionar é o problema. Assim a vida segue nos locais “onde deus impera”.
       Sem que eu pudesse prosseguir, aquela senhora continuou. Disse sua idade (quase 60) e falou dos horrores que vivenciara ao ver sua mãe tendo crises durante o sono, revivendo os pesadelos dos campos de concentração.
       Sim, a mãe dela fora uma das que passara pelos os horrores dos campos de concentração enquanto esperava todos os dias a suposta providencia divina.
       Ela, assim como tantos outros que sucumbira ao genocídio, dizia acreditar na intervenção de deus, nem que fosse nos momentos finais de suas vidas. Morreram esperando...
       Depois da guerra sua mãe fora liberta do cativeiro, mas as sequelas ficaram. 
       Sua filha (esta senhora que comigo teclava), nascera depois disto.
       Sua mãe perdera os pais, irmãos, namorado e centenas de pessoas do seu convívio.
       Depois de liberta mudou várias vezes de cidades, tentando esquecer os horrores vividos, porém o horror estava em suas lembranças, na constatação do óbvio (o desamparo divino) e não nos lugares em que ela ia morar. Só que ela não podia assumir isso publicamente.
        Sua mãe casou-se com um homem que viera a ser seu pai e foram morar em um pais de língua portuguesa.
        Aquela senhora contou-me que até o dia da morte de sua mãe nunca houvera um dia sequer em que esta não tivesse um surto ou crise, remoendo os horrores dos campos de concentração como se ainda estivesse lá.
        Durante as crises, em todas as citações ela clamava por um deus que nunca aparecera e que deixara quase 6 milhões de crédulos morrerem da forma mais cruel já vista até os dias de hoje. Sucumbiram nas mãos dos nazistas e seus aliados.
    - ELE NUNCA ESTEVE LÁ...
        Ela disse de forma chorosa referindo-se a deus.
     -Tanta propaganda, tanto enfeite, tanta decoração...mas nada disso tem serventia alguma! Onde estava ele? Para que serve os seus atributos? Sua bondade? Sua justiça...Onde estava o guarda de Israel? Onde estivera aquele que jurou à Abraão que defenderia sua descendência?
        Ela completou:
    -É tudo uma baboseira! Nada isso é real. Quem acredita na proteção divina e não se defende por conta própria, só acabará na pior...
        Ela admitiu que o pior disso tudo era o fato de serem obrigados (ainda que de forma indireta) à manterem as aparências, a fé e a dizer que tudo aquilo estava dentro do plano redentor do deu poderoso.
        Falavam-lhe que tudo aquilo era uma forma dele manifestar sua grandiosidade às nações pagãs e engradecer ainda mais seu próprio nome na face da terra. Por isso, honras, louvores e obediências deviam-lhes ser ainda maiores por parte dos que foram resgatados com vida e de seus descendentes.
        Que coisa...não era mais fácil agradecer por uma tragédia evitada que exaltá-lo pelos poucos que sobreviveram?
        Era o fim (ou início?) da picada.
        Eu não sabia o que dizer.  Isso era um fato evidente, tão claro quanto o sol do meio dia.
        Evidentemente que deus era apenas um enfeite de prateleira.
        Era notório que qualquer pessoa que tentasse dizer o contrário daquilo que o folclore popular diz (ou os comerciantes da fé) seria duramente punido ou perseguido por gente igualmente iludida e frustrada, porém com um forte teor de esquizofrenia ou que sofriam de uma seria necessidade de aprovação pública e confessar o deus que tudo pode e nada faz é a melhor forma de demonstrar isso.
        Alguns outros (segundo ela) temiam ser deserdados de suas heranças caso assumissem uma posição de fé contrária às de suas raízes familiares. Por isso fingiam, era ateus em particular e crente em público. Não eram vulgares, hipócritas ou levianos. Participavam dos encontros religiosos com intuito de socializar, não de temer ou venerar o invisível.
    CONTINUA...
    Esta é a quarta parte do texto TANTOS ATRIBUTOS E NENHUM DELES FUNCIONAM.
  • ...E NOS LIVRAI DESSE MAL, AMEM!

    Antes de mais nada, deixo claro que nesse texto, não estou atacando pessoas de modo particular, nem suas religiões. Estou combatendo ideias! Se te ofenderes com coisas tão pequenas, é sinal que seu deus é uma ideia e não um ser pessoal, imutável, inalterável, inatingível e soberano. Ideias vem e vão, o que é real e verdadeiro prevalece! Não fique amedrontado!  Minhas ideias só modificam o que pode ser mudado!
       Há um mal imposto a ferro, fogo e sangue nas sociedades teístas, que é a ideia criada dos deuses carrascos, irados, perversos, sanguinários e vingadores, cuja imagem, deu poderes as igrejas cuja força eclesiásticas é superior ao poder do estado laico, da ciência e da educação, fazendo com que as pessoas vivam suas vidas em constante estado de medo e ameaças. Um mal que precisa ser sanado se realmente desejarmos evoluir como seres humanos e diminuir as desigualdades sociais. Um conjunto de ideias contraditórias e auto anulativas sobre seres metafísicos que precisam ser reavaliadas para que os padrões de comportamento individual sejam melhorados em cada indivíduo ao assumirem responsabilidades pelos seus atos. Um mal que felizmente tem cura.
       Uma loucura que precisa ser tratada. Um aglomerado de pensamentos e conceitos filosóficos que precisam ser reavaliados um a um. Um mal que faz com que as pessoas deem mais prioridade em relacionamentos com seres imaginários, enquanto desprezam e desonram as relações pessoais entre seus semelhantes em nome de propósitos bizarros, esperando receber algum tipo de recompensa vindoura. Um mal que faz com que tolos governem enquanto sábios amordaçados. Um mal que enxerga a racionalidade como sendo uma ameaça e não como ferramenta para nosso progresso.
        Um mal que leva pessoas sãs, ao comprarem tais ideias a se colocarem nas condições de loucos, paranoicos, esquizofrênico, idiotas e coitadinhos, para alcançar desse modo a suposta atenção do ser superior qual foram ensinados a venerar e temer ou a atenção de seus representantes que fazem questão de manter as pessoas nesse estado medíocre de espirito, pois é desse modo que realizam suas fantasias de grandeza ou obtém sua fonte de lucro e sustento. Um mal que provoca um estado alterado de consciência fazendo com que pessoas normais e livres se ponham em condições de escravidão psicológica, enquanto anunciam aos quatros cantos do mundo que são livres. Pessoas que são levadas a viver toda suas vidas com medo de um ser superior, desenhado com propósitos de domesticação de indivíduos, para fins de manobras de manipulação em massa.
        Um mal que reduz o ser humano a nada, que retira deste sua capacidade racional, evolutiva, criativa e cooperativista, e o transforma em máquinas de guerras, prontas a matar para defender o invisível, e a doar todos os seus recursos se necessário, por uma causa desnecessária, desprezando as causas vitais ao bom funcionamento social. Nesse estado mental, enviam-se pessoas a matança todos os dias em países estrangeiros, fazendo-as acreditarem que estão ganhando “almas pra jesus ou pra Alá” quando na verdade estão apenas subjugando outras pessoas a um modo doentio de ser, enquanto os senhores do rebanho aumentam suas fortunas e divulgam suas marcas.
         Baseado nessa crença coletiva criada e doutrinada a todos os nascidos em tal região, muitos líderes fazem fortunas, expandem seus territórios, manipulam políticos, e demonizam o sagrado enquanto divinizam o banal. O aperfeiçoamento das relações humanas, a busca coletiva para os problemas de moradia, curas de doenças, educação e segurança deveriam ser metas “sagradas” buscada por todos, mas a igreja as torna banal quando usa do discurso religioso, para extrair valores monetários como oferenda aos deuses que de nada precisam e incentiva a da devoção a imagens de ídolos vivos e mortos como sendo coisas realmente importantes. O lixo vira luxo, e o sagrado vira profano nesses aspectos de entendimento.
       A ideia inserida em nós, que somos pecadores, imundos, trapos, farrapos, lixo, pó e cinza e que precisamos de uma salvação comprada, financiada sob 10% de tudo que ganhamos, durante o tempo em que aqui vivermos, deve ser questionada, combatida debatida, reavaliada e banida se realmente almejarmos uma sociedade mais justa e equilibrada. Qualquer divindade rica, majestosa, poderosa e dona de tudo, e que vive a esmolar adoração e tributos de quem quer que seja deve ser questionada no profundo do nosso ser. Quem já tem tudo não precisa de mais nada! Se as divindades são ricas e poderosas devem ajudar ao povo por que tem em abundancia e não exigir sob duras ameaças aquele que nada tem além do próprio sustento. Divindades que estimulam em suas casas de adoração, a ganancia, a soberba, a trapaça, a inveja e a cobiça também devem ser duramente questionadas e postas contra a parede. É por males como esses que afundamos na imoralidade e corrupção. Deveria se envergonhar qualquer ser dito superior que vive a fazer das reuniões de fé coletiva, suas casas de apostas, onde uns poucos ganham tudo, e a maioria fica sem nada. Cassinos e bingos chegam a perder para certas casas de apostas tidas como casas de adoração. Igrejas que estimulam a cobiça e ambição não querem outra coisa senão um grupo de apostadores viciados para enriquecer os donos da casa. Doe 1 mil e deus te devolve 2 mil. Isso não é evangelho, isso é aposta!
       Primeiro te fazem acreditar que você é um pecador, para depois te venderem uma salvação que dizem ser de graça, te prendem em currais, vigiam seus passos e te ordenham de todas as formas possíveis, e quando não é possível a ordenha, usam a ideia de inferno para te manter nesses recintos enquanto usam sua força voluntária para a expansão de um reino nefasto e opressor, de modo que algumas lideranças vivem montados nas costas do povo sem fazer esforço algum. Se a moralidade e o pecado de uma pessoa é medida por suas ações, sou forçado a dizer, que os humanos, por mais falhos que sejam, tem um senso de moralidade superior a dezenas de deuses de várias religiões ao longo da história, incluindo o deus cristão do antigo testamento e ao do novo que nada faz para conter o avanço dos exploradores da fé, dos que usam seu nome para ludibriar o povo. Tanto o que executa a ação sendo representante, quanto o que se omite de corrigir a ação sendo ser superior, são cumplices dos mesmos atos.
       A ideia de que somente pessoas de batinas, de paletós, ou que carregam livros de capa preta na mão, são as únicas pessoas capazes de fazer com que o divino nos aceite, nos receba e nos perdoe por crimes que nunca cometemos, foi criada e mantida a todo custo, com o intuito único de criar segregação, criando-se a ideia de que existem pessoas mais importantes que outras e desse modo os “ungidos” vivem levando vantagem em todos os aspectos sobre os demais dentro e fora dos círculos religiosos. Um ser superior cujo desejo de justiça seja sua causa principal, jamais concordaria com esse tipo de coisa, e jamais esperaria inerte pelo “dia do juízo” para julgar tais opressores e enganadores, ou os que vivem a fazer atrocidades em seu nome. Em nossa “vil” sociedade dirigidas por meros mortais, temos data, meios, e regras para punir infratores, sendo que as penas são dadas de acordo com o crime. Algumas são amenizadas exatamente de acordo com a influência política ou religiosa que o sujeito possa ter, mais uma vez provando-se que tal modelo de fé, traz injustiça ao invés de justiça.
    Se existe um território que deva ser reconquistado, é o território de nossas mentes. É nesse campo que o estopim de toda batalha exterior é ativada. Os que vivem do mercado da fé fazem questão de te lembrar 24hs por dia que somos miseráveis pecadores, amaldiçoados, medíocres e perdidos e que só este ser “bondoso” pode nos livrar de sua própria ira. É dessa ideia que devemos nos livrar. Se há um pecado que cometemos, é deixar que deuses metafísicos e seus representes loucos e gananciosos conduzam nosso destino.
      Precisamos nos livrar da ideia de que somos culpados pela morte de um cara que foi crucificado dois mil anos atrás. A própria bíblia diz que ele se entregou por que quis, então não somos culpados de nada. Precisamos nos livrar da ideia que foi por nossos pecados que ele morreu, pois se consideramos que o pecado segundo a crença cristã é um erro cometido em nossa configuração, ele como sendo o que nos programou e não achou por bem reconfigurar nossa unidade central, então morrer para que fossemos reconfigurados seria o mínimo que ele poderia fazer como criador. Não somos culpados pela morte de ninguém, muito menos pela morte de um ser imortal, que existe antes da criação de tudo, sem falar que se ele morreu e ressuscitou, não há cadáveres, desse modo não há homicídios, e ninguém e culpado de nada. Se ele morreu sabendo que ia ressuscitar, sua morte e sofrimento foi apenas encenação para nos comover. Não somos culpados por isso e nem foi por nossos pecados que ele morreu. Morreu por que quis, por que era necessário, por que escolheu esse caminho. Se existe um pecado que devamos nos arrepender, é pelo que dizemos ou fazemos contra o nosso próximo para defender a honra desses deuses com problemas de personalidade.
       A ideia da salvação cristã, se assemelha muito a ideia de salvação dos hebreus, vendida por Moisés há uns 4 mil anos atrás ali no Egito, caso a história tenha sido real. O deus invisível, que nunca deu as caras a ninguém, mas falou com Moisés numa moita incandescente e alguns poucos privilegiados no passado, é o mesmo de hoje, que nunca deu as caras e também só fala as escondidas com alguns “ungidos” e alguns poucos “profetas” gerando mais suspeitas do que confiança no povo. Os que duvidavam antes eram ameaçados. Os que duvidam hoje também são ameaçados! Morte a todos que não acredita que deus fala as escondidas com seus “ungidos”! Essa é a mensagem de 6 mil anos.
      Quando este mesmo deus tirou o povo do Egito, o objetivo principal definido por ele, era que o povo lhe prestasse culto e lhe oferecesse sacrifício. A ideia principal não era beneficiar o povo com melhorias de alimentação, higiene, segurança e moradia, antes sim ele queria inflar o próprio ego ou se alimentar de alguma forma das energias geradas pelas emoções de medo das pessoas ou do sangue dos animais oferecidos em sacrifício. O objetivo atual de tantos líderes em reunir pessoas diariamente nas igrejas é o mesmo: prestar culto a esse ser e pedir em seu nome todo recurso possivel que as pessoas tem, enquanto garantem que mantem as pessoas seguras da ira e da cólera desse mesmo deus e da tentação do diabo no mundo de pecado, somente aos que ofertam, adoram e obedecem. Você tem de pagar para não ser castigado pela própria pessoa que prometeu te salvar de graça. É mole? É como um sistema de milícias na favelas! Ou você paga aos representantes desse deus pela proteção divina ou eles autorizam pragas sobre sua vida! Ou você paga ou você apanha! Ou você paga ou você morre! E dizem que o bullying só ocorre com crianças...Concluímos que sem culto e sem oferendas esse modelo deus enfraquece ou deixa de existir. Logo, concluímos que, é este ser qual fomos ensinados a chamar de deus quem precisa de adoradores e não as pessoas que precisam ser salvas por esse modelo de salvação. Nesse modelo de salvação cristã, estar salvo é o mesmo que viver sob constante tensões e ameaças. Logo após você ser “salvo”, se não trouxer dízimos, ofertas, prestar cultos, render a ele adoração, ou não comprar bugigangas ungidas, então uma quantidade sem fim de pragas serão enviadas por parte desse deus bondoso e seus representantes. Pelo menos é o que garante seus “ilustres” representantes aqui na terra. No passado bíblico e durante toda a idade média a história se repetia dia após dia e até hoje somos de igual modo ameaçados. A promessa de salvação foi substituída pela ameaça de condenação. Na teoria salvação, na prática morte e condenação!
      Outro fato sobre a salvação dos hebreus no passado: após tirar o povo do Egito, ele poderia ter inserido o povo na nova terra para que estes vivessem bem, já que ele disse ter intenção de tirar o povo da escravidão e não escraviza-los mais ainda. Tudo poderia ser feito num passe de mágica, sem precisar derramar uma gota de sangue sequer nem dos hebreus, nem dos egípcios, nem das quase 50 nações que ele destruiu. Um ser tão poderoso que abre caminho nos mares e destrói nações inteiras só pra provar do que ele é capaz, que precisa estar se auto afirmando o tempo inteiro, poderia facilmente criar do nada uma cidade maravilhosa no meio do deserto, inserir seu povo ali, ou inserir o povo em cidades já habitadas por meio da união e dialogo, e não pelo derramamento de sangue. A menos que a tecnologia desse deus só sirva para o mal e destruição, concluímos que ele não gosta de fazer o bem. A viagem do povo pelo escaldante deserto poderia durar alguns dias apenas, mas de propósito, ele fez o povo andar em círculos por 40 anos, matando toda aquela geração que ele mesmo jurou proteger e guardar. Ele mesmo assume nos escritos tido como sagrado, que foi ele quem matou todo o povo (mais de 3 milhões de pessoas) que ele tirou do Egito durante os 40 anos de viagem no deserto, por que o povo duvidou algumas vezes do seu imenso poder. Ele como criador da raça humana, poderia muito bem imaginar que as pessoas são imprevisíveis mediante situações de calor, frio, fome, ou pressão psicológica. Quando vejo adolescentes jogando jogos violentos na frente de um computador, matando velhinhas, crianças, policiais, atropelando todos por prazer e cometendo os mais diversos crimes sem pensar nas consequências, só me vem a memória a imagem do ser todo poderoso cultuado no ocidente, e comparo seu comportamento aos desses adolescentes sem juízo.
      Do mesmo modo que ele prometeu levar em segurança o povo que ele tirou do Egito e os matou no deserto, qual a possibilidade dos seus adoradores atuais receberem uma recompensa melhor do que os filhos dos semitas que foram vítimas de sua ira no mesopotâmia antigamente? Há dois mil anos, segundo a atual crença cristã, ele prometeu voltar rapidinho, inclusive prometeu, que alguns dos que estavam vivos naqueles dias não provariam a morte. Já se fazem dois mil anos e nem os ossos desses que receberam a promessa de salvação em vida foram encontrados…quem garante que ele não esteja fazendo o mesmo que fez no Egito, esperando que aniquilemos uns aos outros em seu nome, enquanto ele assiste do camarote nossa destruição? Lembrem-se que ele tem poder para fazer o que quer, inclusive o bem, inclusive salvar e perdoar a todos que não compreende seus infinitos, insondáveis e complicados mistérios, e se não faz é por que não quer ou por que gosta de ver sangue sendo derramado em seu nome, para depois dizer que não faz nada por que deu o livre arbítrio ao homem... Um pai humano que deixa seus filhos se matarem brigando enquanto vivem debaixo do seu teto alegando não interferir no livre arbítrio dos seus filhos não é inteligente e nem racional, é apenas um doente mental. Um ser superior, imaterial que age do mesmo modo, recebe o nome de ser de sabedoria e amor supremo. Vai entender...
      Outra parte que não deve ser esquecida nesse trajeto de salvação dos hebreus no passado bíblico é que durante todo o período bíblico, as pessoas que hoje são mais bajuladas, e tidas como heróis da fé, foram pessoas mesquinhas, sanguinárias, que articulavam o mal, gananciosas, que matavam a própria família para ficar no poder, e que eram os primeiros a desobedecer as leis que eles mesmo diziam ser sagradas. Alguma semelhança com os dias de hoje? Leiam os livros de reis, crônicas e Samuel, e observem as baixarias cometidas exatamente por aqueles que levantavam o estandarte da justiça desse deus invisível. Pessoas como Atila e Calígula se sentiriam inferiores diante desses santos homens escolhidos a dedos por deus para o projeto de salvação desenhada por ele. Leiam jornais, revistas e se situem no tempo e no espaço, e vejam o que muitos dos seus representantes fazem hoje e me diga se ele se importa com nada...
       A características mais macabra e suspeita desse ser qual exige veneração e obediência, é que tudo que estar ligado a sua pessoa estar ligada a derramamento de sangue. Ele gosta de sangue! Ama sangue! Bebe sangue! Vivia à custa de rituais de sangue e por qualquer bobagem ordenava que parentes derramassem sangue uns dos outros em sua honra. Sangue humano, de bois, ovelhas, cabras, galinhas...não importa o sangue, desde que fosse sangue! Os rituais de conquista e de adoração a esse deus estão lavados em sangue. Qual a lógica de invadir várias cidades, matar todos os moradores ao fio da espada, inclusive até os animais, para depois deixar todos apodrecendo ao relento até serem comidos pelos chacais ou pelos vermes? Qual o sentido, de retirar da população faminta o gado que serviria para seu sustento, para ofertar e ser degolado e derramado o sangue para esse ser que nem fome tem por que é um ser imaterial? Sentir fome de comida é uma coisa, mas sentir fome de morte, sangue e destruição é outra coisa... Salomão, em apenas 7 dias de festa, degolou e ofereceu o sangue de quase meio milhão de animais! Tem cabimento uma coisa dessas? Enquanto o povo vivia na pobreza e na miséria vem esse ser papando tudo que pertencia a população sofrida! Que pouca vergonha! Sinceramente, qualquer deus que precise de sangue de quem quer que seja e sacrifícios para existir ou se alimentar perdeu o meu respeito! As pessoas costumam ter medo de um morcego por que dizem que este se alimenta de sangue. Há um ser que exige cachoeiras de sangue para se alimentar e as pessoas dizem ama-lo!
      Tudo que falei estar escrito na bíblia. Leiam e confiram. Lembrando que é moda cristã não ler nem acreditar na bíblia, apesar de dizer que ela é verdadeira. Acreditam no salmo 23, 91, ou qualquer passagem bíblica que reforcem seu modelo congregacional e digam quem eles vão ficar ricos, ou ganhar a vida sem trabalhar, isso eles acreditam! As demais parte que confronta sua crença, diz que não existiu, que é erro de tradução, que não é verdade, que aquilo foi coisa do passado ou preferem nem pensar sobre isso por que tem medo de pecar em pensamento. É desse jeito que ele gosta. É desse jeito que os que vivem do mercado da fé desejam que todos se comportem. Acreditem num livro que nunca leram, digam que tudo nele é sagrado sem nunca comparar os conceitos de sacralidade e tudo fica bem. Bem pra os que dominam o rebanho...
      As pessoas não precisam de nenhuma igreja ou religião para serem morais e honestas, mas em contrapartida, o senso de moralidade de uma pessoa religiosa, estar intimamente ligada, a personalidade do ser que este considera superior. Um deus mal, perverso, não disposto ao diálogo, autoritário e sanguinário, gera seguidores com semelhantes características.
       Pense numa coisa óbvia que todos evitam encarar: as três principais religiões ocidentais que alegam servir ao mesmo deus escolhido por Abraão, estão brigando e se matando ao longo de milhares de anos e ele não se importa com isso e nem faz nada para acabar com essa briga, antes sim, “aparece” de modo isolado a cada líder dessas religiões, colocando mais lenha na fogueira, dando-se a entender que a outra parte estar sempre errada e deve ser eliminada, gerando conflitos e mais conflitos. Eu nunca vi um pai humano que se respeita e respeita a ordem em sua casa, deixar que seus filhos briguem até a morte pelas coisas mais fúteis possível como declarar quem tem o pai mais bonito e mais forte sendo que são todos filhos do mesmo pai. Esse deus não estar nem ai pras briguinhas dos seus filhos enquanto estes se matam para mostrar quem tem o ritual mais “correto” de adoração. Se ele for capitalista, deve estar nesse momento comendo um Bic Mac com refrigerante dos grandes, enquanto olha seus filhinhos se matando pela sua honra. Aposto que ele não torce pra nenhum lado ou torce pra os dois. Me parece que ele quer apenas beber o sangue que manchará as arenas dos gladiadores da fé.
      Um pai que se presa, põe a casa em ordem ao primeiro sinal de elevação de humores de seus filhos. Nosso senso de moral eleva em muitos casos os dos deuses. É pela honra deles que as maiores guerras são travadas. É no nome deles que as maiores explorações são cometidas. É em seu nome que crianças e pessoas de boa fé são abusadas nos recintos sagrados e...ele parece gostar de tudo isso, só observando...ou aguardando o dia do juízo chegar pra mandar 99% das pessoas pra o inferno, já que me parece que apenas seus representantes que tem o mesmo comportamento, são os escolhidos deste. 
      Não intento com esse texto, provocar em ninguém o que Martinho Lutero provocou inicialmente há 500 anos atrás nas mentes de pessoas desavisadas e por demais emotivas. Quebrar imagens, destruir igrejas e caçar pessoas ligadas ao clero não resolve nosso problema e nem vai nos libertar em nada.  O conhecimento de como as coisas tem funcionado é o primeiro passo no caminho da nossa libertação. É no inconsciente coletivo que essa ideia macabra de deus foi construído e será no consciente individual de cada ser humano que reassuma sua racionalidade que essa ideia será vencida. A batalha não é contra pessoas de outra fé ou objetos dito sagrado. A batalha é contra nós mesmos! Contra o medo do inferno, a culpa pela morte de outros “pecadores” que morreram sem jesus, e a ideia de que somos todos miseráveis pecadores e acima de tudo. É contra esse mal que devemos lutar.
     Devemos relutar contra ideia de que um ser superior precise de sangue, dinheiro ou adoração para existir. Qualquer império religioso cairá, quando a revolução interna for iniciada. Nenhum tiro precisa ser dado, nenhuma gota de sangue derramada, nenhuma palavra de agressão contra nosso semelhante precisa ser proferida. A conversa é de nós para conosco mesmo. O pensamento religioso atual despreza qualquer pessoa que se arrisque a pensar, pois o que se incentiva é obedecer sem questionar. Ninguém saberá o que você estar pensando sem que o você diga. Uma revolução interna e silenciosa a princípio, e a medida que suas ideias forem amadurecendo, você terá poder argumentativo suficiente para falar o que sente sem se ferir ou ferir os outros, pois entenderá que por trás de qualquer pessoa cheia de razão quanto ao imaginário, existe apenas um ser domesticado, com medo de ser punido com inferno e fogo. É lógico que quando algum grupo de “revoltosos” for descoberto aderindo a esse tipo de revolução interna, várias “pragas” divinas de maneira misteriosas pode vir sobre os tais. São apenas lideranças políticas e religiosas agindo de modo oculto, com medo de perder seus domínios influenciando os acontecimentos dessas “maldições” para intimidar outros. Foi assim na contra reforma e não será diferente em nenhum momento da história. Quando o medo das divindades for substituído pela compaixão aos nossos semelhantes, nesse dia, os deuses serão destronados, ou assumirão o papel que realmente deveriam assumir. Do caos pode nascer a ordem! Das trevas pode surgir a luz! Nós fazemos nosso próprio destino! Nós podemos mudar o rumo das coisas! Quem não sabe onde quer chegar, qualquer destino serve!
      O pensador individual servirá como colunas, para sustentar qualquer movimento coletivo cujo propósito seja a libertação de um povo. Todos nós podemos ser um! Nós podemos ser seres morais, respeitosos, justos, honestos e honrados pelo uso da razão e da reciprocidade e não por medo do chicote dos deuses. Pensem nisso!
  • "PARA HONRA E GLÓRIA DO SENHOR"- Uma sátira a nossa forma errada de entender Deus

    Raríssimas pessoas já pararam em toda sua vida para pensar sobre o peso das palavras do título a cima cada vez que as usam.
       Raríssimas pessoas terão coragem de medir o peso dessa citação e confrontar com sua cadeia de valores sobre Aquele que eles chamam de Senhor e pensar sobre que honra e gloria é esta a que essa citação se refere.
       Milhões de pessoas morreram, morrem e outros milhões ainda morrerão em toda historia da raça humana em combates ou em missões, simplesmente pela honra e gloria de seus deuses, morreram “pela honra e glória do senhor”. Poucos se perguntam, por que um Ser magnifico, completo de tudo que se possa atribuir precisa de honra e gloria, já que essa é o combustível dos fracos e os alimentos dos tolos. Somente pessoas mal resolvidas vivem a exigir que outros lhes prestem homenagens que não lhes são devidas pois as que estão seguras de si, não precisam ser lembradas o tempo inteiro do que elas já sabem. Me parece que a maior parte dos deuses já cultuado pelos homens, são seres mal resolvidos. Ou seria essas frases usadas para manipular as massas e estimula-las em segundas intenções?
       Poucos sabem e outros não terão coragem de admitir que inicialmente essas citações foram usadas por povos da mesopotâmia e do antigo oriente milhares de anos atrás para expandir as fronteiras dos seus reinos, ao mesmo tempo que expandia sua fé. A fé em uma divindade sempre foi usado como emblema para esconder as piores das intenções dos governantes. Se você der um motivo fantástico a uma pessoa pelo qual ela deva lutar, elas farão coisas absurdas em função desse objetivo, ainda que seja para sua autodestruição consciente. A fé também é....o firme fundamento para manipulação geral e criação de conflitos.
       “Para honra e glória do senhor” Marduk, Bell, Amon, Dagon, Baal, Astarote, Rá, Semíramis, Osíris, Shiva, Krishina, Ketzalcoalt, Era, Zeus, Cesar e para tantos outros senhores essa frase já foi usada, e logo depois adotado pelos seguidores de Cristo. Vários desses também já foram trindades adoradas como sendo um.  Em comparação a esses citados, Jesus é o mais recente dos senhores cujos súditos passaram a usar tais termos para se referir a Ele, e fazer coisas que ele nunca mandou, nunca pediu e nunca exigiu. Em nome da fama e gloria própria, os tais dizem estar fazendo algo para uma divindade, e desse modo conseguem o apoio de legiões, seja para doar seu salário e seu patrimônio inteiro, ou para matar e morrer por uma causa. A ideia do lucro presente ou no porvir, faz com que qualquer incauto faça loucuras por um objetivo apresentado pelo líder, desprezando sua atual existência, quando compara com as “garantias” que lhes são oferecidas.
       O medo do lugar da perdição, do mármore do inferno, do lago de fogo, e das trevas eternas, dar poderes sobrenaturais a seguidores dos senhores mais diversos ao redor do mundo para lutarem suas causas. Ganancia e medo bem aplicadas por uma mente má, faz até milagres.
       Dezenas de novas igrejas são criadas diariamente e nas orações de abertura sempre citam ser essa inauguração “para honra e gloria do senhor”. Não seria para lucro próprio do dono da marca fundadora da igreja? Compare suas riquezas de antes e depois de se envolverem com esse negócio lucrativo e me digam para quem é a honra e a gloria.
       Milhares de missionários são enviados a países não cristão, onde explicitamente é proibido uso de bíblia e pregações de outra fé e assim mesmo eles vão. E por que fazem isso? “Para honra e gloria do senhor”. Para expansão do “reino de deus”. Para que o nome do senhor “seja glorificado”. Acontece que pessoas de todas as crenças no mundo também fazem a mesma coisa, enviando missionários de sua fé para evangelizar outros povos. Cristãos procuram converter mulçumanos lá fora, enquanto mulçumanos fazem o mesmo com cristão aqui em nossa terra, bem em cima do nosso nariz, e fazem isso também para gloria do senhor. No mundo inteiro o proselitismo é fato em quase toda crença, e no fundo no fundo, os voluntários a proselitismo querem apenas se sentir seguro de sua própria crença, pois quanto mais pessoas afirmando algo ser real, torna mais segura a crença do próprio emissário. Como em uma grande torcida organizada de um time, é prazeroso estar no meio de uma multidão da mesma bandeira gritando gol, e fica bem mais fácil partir pra violência quando seu time perder. Assim as pessoas fazem prosélitos, assim também alguns se deixam convencer a outra fé. Pelo desejo de ser inserido na multidão, de não remar contra a maré, nem de ser perseguido por suas crenças se essa vir a ser minoria. E como pano de fundo, dizem que é “para honra e gloria do senhor”. Se usarmos esse fundo como crença, tenhamos que admitir que esses senhores gostam de nos ver brigar entre nós mesmos para defendermos nossas bandeiras, enquanto eles assistem da plateia nos destroçarmos. Ou quem sabe pode ser até um mesmo senhor de todos que aceita que sua mensagem seja difundida de modo diferente, com ideias diferentes, para pessoas diferentes para gerar idéia de concorrência, e quando não muda o produto, muda a embalagem, mas o fabricante é o mesmo.
       Num passado não muito distante, homens vibravam ao serem aceitos nos exércitos dos templários. Eram capazes de abandonar sua esposa, filhos, família, bens matérias, e tudo que já tinha conseguido ou poderia conseguir na vida, para se juntar aos exércitos que ia a Jerusalém ou qualquer cidade que tivesse judeus ou mulçumanos morando. Essa missão era para estuprar, matar, pilhar, roubar pessoas e incendiar qualquer vilarejo por onde passavam que se não fosse de fé cristã. E para que e por que? Se você tivesse a chance de perguntar a eles, estes te responderiam em alto e bom som: “PARA HONRA E GLORIA DO SENHOR”. Suas famílias os apoiavam. Era como ter um herói particular em cada família, cada uma querendo demonstrar mais bravura e mais valor ao seu deus e ao estado por meio do seu próprio herói, matando vários, ou morrendo de forma “honrosa” em campo de batalha não negando seu senhor. Tadinhos...Se ao menos eles pudessem pensar que o nome do seu senhor era o Pontífice Máximo da igreja católica...Morreram na ilusão de que serviam a outro senhor e não puderam ser esclarecidos.
       Hoje não é diferente. Chegue em uma igreja evangélica e olhe para o púlpito das igrejas. Em algumas delas, dezenas de homens vestidos de ternos bem elegantes se apinham, se acotovelam e se digladiam entre si por um lugar próximo ao chefe central. Eles anseiam por um lugar de destaque. Eles querem ser obreiro do senhor e trabalhar para sua honra e sua gloria. Conceda algum título ministerial a alguns desses e eles serão capazes de abandonar seus filhos, esposa, famílias, sonhos, carreira, patrimônio e qualquer conquista “para honra e gloria do senhor”. Suas famílias entenderão, apoiarão e terão orgulho como fora no passado. Elas se sentirão orgulhosa em ter seu soldado de cristo particular, consagrado pelo líder máximo local, alguns destes líderes que não tem moral de um hambúrguer podre, mas são capazes de ungir e preparar homens simples e torná-los em super-heróis que lutarão várias batalhas contra seres imaginários e pessoas reais, ofendendo e sendo ofendido, perseguindo e sendo perseguido, tudo “para honra e gloria do senhor”.
       No passado as pessoas eram atormentadas pelo pecado, e ter um cavaleiro de cristo, um padre ou freira na família dava-lhes a ideia de redução de pecado pra família inteira e possibilidade de redenção no grande dia do juízo de Deus contra os homens. Hoje, além de amenizarem a culpa criada pela idéia de pecado, as famílias sabem que um cargo na igreja, também pode ser usado como uma ponte para uma função política se este aprender as “malandragens” do sistema. Um status social para dentro e fora do grupo.
       A velha história se repete. No passado, o cavaleiro de cristo ficava de joelhos perante o papa ou algum de seus representantes e após fazer os votos de cavalaria o seu superior fazia sinais com uma espada sob sua cabeça e a partir dali estes simples homem pareciam receber poderes mágicos e força descomunal para sair matando e destruindo em nome de cristo. Os obreiros de hoje fazem algo bem parecido, ficam de joelhos perante seus “superiores”, fazem juramento de obediência cega ao ministério e o líder derrama um óleo de peroba em sua cabeça, faz um sinal com a bíblia, e diz que a partir daquele momento este também passa a ser o ungido do senhor. O obreiro ganha poderes mágicos a partir de então. Já pode falar em línguas, profetizar, sair chamando todo mundo que não é da igreja de “fio du cão”, “fio du diabo”, entrar em terreiro de macumba pra quebrar imagens, abrir outras igrejas ou ir morrer em países estrangeiros, tudo isso “para honra e gloria do senhor”. 
       Mas existem algumas diferença gritantes entre os soldados de ontem e de hoje. Os de ontem buscavam gloria e fama. Os de hoje além de gloria e fama, querem riqueza de imediato. Querem ser os “pop star de Cristo”. Os de antes faziam voto de celibato. Os de hoje obrigatoriamente são casados, e mesmo assim se aproveitam de seu poder de obreiro, para abusar de crianças, deficientes, jovens, mulheres casadas, e até de gays, quais eles tanto condenam. Os de antes quando erravam, podiam ser julgado pela própria cavalaria ou pela população. Os de hoje, fizeram um acordo entre si de só serem julgados por Deus, e criaram um chavão próprio de “ninguém toca no ungido e vive pra contar história” para amedrontar o povo, e repetiram isso tantas vezes que hoje soa como verdade aos ouvidos dos menos esclarecidos. A velha frase de que pastores e obreiros que foram ungido com óleo santo só podem ser julgadas por deus, pois Ele quem botou e Ele quem tira, tem sido usado como cartão de credito sem limite de gastos por milhares de obreiros ao redor do mundo. Ser obreiro nesses ministérios, tem mais vantagens que delação premiada no judiciário brasileiro. É melhor que ter foro privilegiado. É formação de quadrilha disfarçada de homens de Deus. Engraçado que tais obreiros quando ouvem falar em foro privilegiado no planalto, diz que isso é inadmissível, mas acham totalmente admissível causar dano físico, moral ou psicológico a quem quer seja e só serem julgados no dia do juízo final, única e exclusivamente pelo próprio Deus, por que tiveram um óleo barato jogado em suas cabeças. Bom demais pra ser verdade! Chega de tanta hipocrisia! É chamar o povo de palhaço! Pior que no passado as pessoas eram enganadas e a desculpa é que não tinham acesso a bíblia. Hoje todos tem acesso a bíblia e são enganados ainda 10 vezes mais. A verdade é que pouco importa o que diz um livro sagrado. Mas vale o que diz a liderança e o os cargos que ele tem a oferecer aos seus súditos do que o que realmente estar escrito. A ganancia e soberba disfarçada de santidade.
       Se as pessoas pelo menos pensassem que, desde os tempos imemoriais, desde que passamos a viver em sociedade, buscamos ser reconhecido por algo que fazemos. Se pelos menos parássemos para pensar que é em busca do nosso próprio louvor, gloria e honra quem lutamos e não apenas pelos deuses. Se parássemos para pensar que até nas tribos menos civilizadas, as pessoas vivem comparando o tempo todo entre eles o tamanho do pênis, dos peitos, do pescoço, do ventre, dos músculos, da quantidade de filhos e até da quantidade de utensílios domésticos fabricados, só para ver quem tem mais ou quem faz mais. Tudo isso para que? Para nos destacarmos. E para que serve o destaque? Para honra e gloria...de nós mesmos! Claro! Só que somos peritos em demonstrar falsa modéstia e dizemos ser para honra e gloria de uma divindade qualquer.
      Umas das ciências mais perseguida pelos grupos políticos e religiosos desde os tempo remotos, tem sido a filosofia, exatamente pelo fato de esta motivar o indivíduo a comparar toda sua cadeia de crenças e valores. Comparar, desfazer e refazer se necessário, pela lógica, observação e pesquisa e não apenas pela fé. A velha e cega fé que a tudo estraga e faz o bonito ficar feio.
       Enquanto a religiosidade cega ensina apenas a ter fé e obedecer, seja em qualquer segmento religioso, a filosofia costuma perguntar: Por que? Para que? Para quem? Onde? Como? Comparado a que? Se se não fosse assim seria como? Já tentaram outros meios? Quantas pessoas no mundo fazem assim e tem resultado iguais? E quantas deixam de fazer e tem o mesmo resultado...?  Desse modo, costumam dizer que filósofos se tornam ateus, que na cabeça de muitos tem o mesmo significado de criaturas horrendas e demoníacas. Na verdade um filósofo tende a ser menos tonto em relação a muitas coisas. Mas o mesmo remédio que cura pode matar se não for aplicado em doses correta. Apontar um problema na forma de pensar, e não apontar uma solução na forma de agir, faz de um filósofo apenas um crítico da vida alheia. É como tirar um doce de uma criança ou a muleta de um aleijado e deixá-los desamparados.
       Desde os tempos mais remotos nos proibiram de pensar sobre Deus e sobre nós mesmos. Não fazem isso de modo direto, mas nos enchem de coisas pra serem feitas dentro e fora dos círculos religiosos. Perseguem vorazmente qualquer pessoa que não seja capacho de lideranças eclesiásticas e criaram cultos diários para preencher nosso tempo.
      Cultuar não é pensar sobre Deus, sobre Sua essência, sobre Seu ser. É apenas repetir ritos litúrgicos pré-estabelecido pelo patriarca daquele grupo. Ladrões e criminosos antes de irem as ruas também oram e rezam e pedem proteção ao mesmo deus que uma pessoa fiel e sincera pede quando vai a uma igreja. Um pede oração e proteção para roubar. Outro pede para não ser roubado. Um dos dois será atendido. Um ficará frustrado e outro envaidecido. Ambos pendem ao mesmo deus pois lhes foi o mesmo apresentado a ambos desde sua infância. Um irá chorar e outro sorrir. Pelo menos agora, por um tempo. Uns acreditam em Deus e “faz ele de escudo”, seja para causar inveja as recalcadas, ocultar seus crimes, e pedir proteção quando for praticá-los. Outros acreditam apenas que a ideia de Deus estar associada somente a prática do bem. Ambos seguem suas vidas.
       Sejam sinceros e pesquisem: países como Brasil, Israel, países árabes e Índia, que tem um enorme ritual litúrgico dos seus seguidores do início ao fim do dia, deveriam ter um nível de vida e harmonia entre seus habitantes, melhor que de outros países, mas ao contrário há um alto nível de intolerância mutua, atentados, fome, miséria e desprezo pela vida alheia. Mas existem países europeus e outros, em que poucos ritos religiosos são praticados diariamente, as pessoas poucos voltam para rituais litúrgicos, porém existe mais respeito mútuo entre as pessoas, menos corrupção, mais empregos, mais rendas e menos doenças. Incrível né? Quanto mais perdemos tempo em função de honra e gloria dos deuses, menos tempos temos pra nós e pra nosso próximo. Quanto mais diabos e deuses criamos para pôr nossas culpas, mas irresponsáveis e patéticos nos tornamos.
      Quem é completo é completo! Nada que façamos ou deixamos de fazer aumentará ou diminuirá em nada o tamanho ou a essência dos nossos deuses supra sobrenaturais. Eles não precisam de honra, gloria, louvor, adoração, dízimos ou ofertas para continuarem existindo ou expandindo seus reinos. Eles são o que são e pronto e os seus reinos avançam mesmo sem nossa intervenção, afinal quem pode, pode! Ou são deuses todos poderosos donos do mundo, do ouro e da prata, ou são pedintes, mendigos, que buscam recursos financeiros e atenção humana para continuarem existindo! Nesse ponto de vista seriamos superiores a eles, se eles precisam mais de nós do que nós deles. As pessoas os caracterizam como eternos, imortais, imensuráveis, oniscientes, onipotentes, onipresentes, criadores e feitores de tudo, mas ao mesmo tempo parecem não saber o significado dessas palavras ou não associam uma palavra a outra numa frase, num discurso, numa fé. Apenas o fato de entender o significado de uma palavra, pode mudar não apenas o sentido de uma frase, mas a face de toda uma religião ao redor do globo. Dicionários servem para isso. Mas vale notar que nas igrejas não se usam dicionários! Os membros recebem “pão quentinho dos céus” que eles acreditam ser Deus colocando na boca do líder, e vomitando na boca dos súditos. Igual a filhotes de sabiá. Por isso ficam fraquinhos. Se ensinassem a voar como águias em buscam do próprio alimento teriam uma visão mais ampla do globo.
       Pensem em Deus e me diga pra que ele precisa de honra gloria e louvor. Pensem em vocês mesmo e me digam se a honra e gloria que buscamos, não é para inflar nosso ego em relação ao que os outros pensam de nós. Pensem se não estamos brigando por migalhas mediante uma mesa tão farta. Devemos nos alimentar sentados, com cabeça erguida, como cavalheiros, no assento das cadeiras, com os braços sob a mesa, e não como cães que brigam pelo osso já roído, cujo dono joga debaixo da mesa para ver a disputa entre os cães. Pensem nisso. Se os deuses já alcançaram sua totalidade e plenitude, que nos deixem pelo menos alcançarmos nossa paz e harmonia. Quanto mais buscamos desesperadamente o consolo dos deuses, mas insensíveis ficamos a quem estar próximo a nós.
      Se eles são o que são, seremos achados por eles mesmo que não o busquemos. Seremos supridos, fartos e protegidos, mesmo que não o peçamos. Se sua essência preenche tudo seremos impregnados por ela. Impossível se chegar ao criador destruindo e desprezando sua própria criatura. Pensemos nisso.
  • "Que país é esse"?

    Difícil responder essa pergunta diante do cenário que o povo brasileiro está vivenciando. Onde a marca da violência e da desvalorização do trabalho está sendo vista constante por parte dos nossos governantes. 
    Cadê o governo que seria "Do povo, pelo povo e para o povo"? 
    São mais de 483 anos lutando pela soberania do povo, tentando apagar as marcas da escravidão e cicatrizar as feridas ocasionadas pela ditadura militar.... para que agora a parte mais "inteligente" responda por nós e diga o que é melhor para o país. Sendo o que eles querem é apenas o melhor para eles. Pois é, São mais ou menos 500 anos de história para que hoje no século XXI o Brasil volte a regredir.
    No governo Vargas povos lutaram para criar as leis trabalhista... sim, aquelas com direitos as férias, jornada de trabalho de 8 horas por dia, mas que agora tudo está sendo cortado.... E amanhã isto tudo será apenas um sonho.
    Eles dizem: "Que tudo que eles estão fazendo é para a melhoria do país que só assim o Brasil sairá desta crise [...]". 
    Querido, isto que estamos vivenciando não é crise é apenas roubo.
  • "REFLEXÃO" "harmonizando com o silêncio"

    Quando me harmonizo com o silêncio, com o rosto em prantos eu ouço bem baixinho meu coração contestando a veracidade do destino. Ouço ele dizendo que a maneira que o tempo escolhe para adequar com sua vontade, um sentimento extremamente sensível e verdadeiro, é um tanto dolorosa e amarga, é batalha acima da capacidade que ele possui no momento, nesse momento de reflexão, desejo da paz e da luz divina que conduz o maior e puro amor.

    Eu me deixo ser levado aos sons de DEUS, à sublime melodia da natureza, sentindo um querer natural de emudecer-me e refletir sobre as coisas que eu mais gosto e amo. Fecho meus olhos e deixo minha mente ver por mim, ela vai captando fontes sagradas que são me trazidas apenas pelo meu espírito. 

    Os reflexos coloridos dos jardins naturais resignam um destino para cada planejamento meu, as folhas se balançam, parecendo querer me dizer que também amam a vida e que sou bem vindo ali. Me entrego à energia suprema que neste momento me da confiança e me faz ser bom.

    Neste meu instante de sincronismo com a razão superior, me sinto na falta de merecimento e por um instante me retrocedo, revendo atos incabíveis que quando na fraqueza de espírito, eu cometi. Aborrecido comigo mesmo, suplico num grito emocionado a remissão pro meu único e verdadeiro refúgio,DEUS.

    Percebo que minha súplica foi concedida, uma paz absoluta neste momento se põe e minha alma, no mais profundo do meu ser, me oferecendo ainda mais vontade de viver. Por tudo isso. Viverei, agradecerei e amarei.

    Enviarei um link aos que quizerem ouvir esta reflexão com trilha sonora e narração feitas por mim! Basta me enviar uma mensagem, um recado deixando um e-mail, lhes enviarei com o maior prazer e ficarei grato! Aguardo sua solicitação! Obrigado a todos!
  • “BENDITO SEJA DEUS” E OUTROS INSULTOS!

       Entre o fim da noite desta última Sexta-Feira e início da madrugada de Sábado (Brasil-7/10/23), fomos surpreendidos por uma enxurrada de notícias sobre uma série de ataques surpresas, executados pelo grupo HAMAS (palestinos-sunitas) contra locais e comunidades israelitas. Dezenas de mortos e feridos foram registrados nos primeiros instantes, além dos inúmeros danos materiais e a ordem pública daquela região.
       Posteriormente, relatos de que outras dezenas de pessoas haviam sido sequestradas e exibidas como se fossem troféus pelos terroristas foram divulgadas.
       Eram civis, pessoas comuns, incluindo mulheres e crianças, gente que não apresentavam riscos aos invasores, tão pouco havia nestes, aparente habilidade de combate ou de defesa.
       Imagens alternadas de invasões ao sul e de milhares de foguetes sendo lançados simultaneamente contra alvos israelenses nos deixavam estupefatos. Cenas dantescas que remetiam às aflições do WTC em 2001.
       Se do lado israelita havia prantos, do outro lado, vozes de júbilos diziam: “Allahu Akbar”, “Allahu Akbar”, enquanto as vítimas eram transportadas, algumas arrastadas pelos cabelos ou conduzidas de modo violento como se animais selvagens fossem.
    -“Allahu Akbar”; “Allahu Akbar”; “Allahu Akbar”; “Allahu Akbar”...
       À medida em que as imagens se espalhavam, simpatizantes e fiéis desse grupo (credo, ideologia política) ecoavam coros de alegrias ao ver a desolação causada, repetindo de onde estavam sua devoção de fé, de modo que seus gestos corporais e expressões faciais pareciam estar em perfeita sincronia com o gozo que de suas almas exalavam.
        De Paris ao do Canadá. Do Irã às outras partes do mundo, imagens com pessoas comemorando eram acrescidas às outras já existentes. Angustiosas demais para serem apreciadas. A desgraças de uns era literalmente o regozijo de outros.
    -BENDITO SEJA DEUS (ALLAH)! Deus é maior! Deus é grande...!
       Estas são as palavras que melhor traduzem a euforia daqueles fieis, cujo desprezo por seus “opositores” estava sendo escancarado sem nenhum pudor, mesmo sabendo que as imagens de seus rostos eufóricos percorreriam o mundo, podendo inclusive ficar eternamente registradas nos futuros livros de história e geografia de diversos povos.
       Suas celebrações parecia fazer jus a algum tipo de profecia anteriormente anunciada e que naquele instante estava sendo cumprida.
       Era confuso ver tudo aquilo ali sem imaginar que aqueles ditames não fossem palavras de exaltações à alguma entidade demoníaca, cujo feitos horrendos (ou cooperação para os tais) eram retribuídos com louvor ainda maior.
        O objeto de culto porém, era justamente aquele qual dizem ser (em sua própria língua) o criador e mantenedor de todas as coisas, fonte de toda bondade, justiça e poder.
        ALLAH, o Deus bendito daquela gente, era o mesmo de mais de 2 terços da população global, variando apenas em nomenclatura, emissários e representantes cívico-militares ou político-religiosos.
       Um mesmo produto de fabricação humana com rotulagem diferente, cujo objetivo principal sempre fora o de manter cativos e submissos as massas para os mais variados propósitos ao longo dos séculos.
       As cenas exibidas nos noticiários e nas redes sociais diversas remetiam aos filmes de terror de alto investimentos ou a roteiros de películas de guerras sangrentas.
       Longe disso, aquilo tudo era real, ocorrendo em nossos dias como fora há cerca de 5 décadas, na batalha dos 6 dias envolvendo esses mesmos povos, lugares, fé e situações políticas.
       Em uma das gravações é possível ver uma mulher que estava em um Jeep sendo tirada do porta malas e conduzida de modo grotesco para o banco traseiro desse mesmo veículo. Com um puxão violento pelo cabelo um homem a fez descer e subir outra vez naquela viatura improvisada.
        A mulher estava com pés descalços, toda suja, descabeladas e de pulsos atados com algum tipo de lacre plástico de alta resistência.
       Havia sangue em sua face, em suas mãos e em suas calças, bem na região das nádegas, dando-se a entender que ela havia sido violentada sexualmente inúmeras vezes por pessoas diferentes. Que lástima!
        A visão era de um horror incomensurável. Terror este, que também estava estampado no rosto da vítima, como se ela mesma custasse a acreditar se estava em um pesadelo ou se era mesmo realidade aquilo que ali estava vivenciando.
        O coro de “BENDITO SEJA DEUS” continuo a ecoar nesse e em outros registros de imagem e som em diversos locais dos ataques e de cativeiros dos recém capturados.
        Execuções sumárias de famílias inteiras foram catalogadas.
        Corpos dilacerados ou em repouso ao longo de uma rodovia podiam ser vistos em outras imagens. Alguns dentro dos automóveis, outros no chão, cuja posição denunciavam a incapacidade de reação da vítima diante da covardia dos executores.
    -Bendito seja Deus, Bendito seja Deus, Bendito seja Deus...
       Esse coro tem sido ecoado ao longo dos séculos por essa gente, por aquela e por nossa gente, aqui do ocidente, vítimas dessa mesma fonte de ódio e atraso.
       Manipulados por aqueles que detém (ou querem deter) o domínio sobre nossos pensamentos, comportamentos e ações, temos sido (em peso) levados a transformar em inferno os dias, a convivência ou a existência alheia (e a nossa), enquanto julgamos construir ao nosso próprio modo (com Deus, para Ele ou em Seu nome), nosso ingresso ao paraíso.
       Chamo tudo isso de UM GRANDIOSO ENSAIO DA LOUCURA!
       Em empreitadas como estas (com Deus na frente ou no comando), quando nosso intento mesquinho contra o nosso próximo funciona, dizemos que Deus esteve conosco. Quando não, nos colocamos em condições de vítimas da malignidade alheia.
       Somos atores, antagonistas e a plateia dessa macabra trama que construímos por conta de nossa crendice com os de nossa bolha.
       Isolados em nossa própria ilha, julgamos ser donos de todo um império, quando na verdade nossa compreensão de mundo e da suposta verdade que defendemos, em certos casos é tão rasa quanto o fundo de um pires de uma xícara.
        Como loucos, desperdiçamos nossa existência em conflitos fúteis, valendo-se desse corpo débil e mortal, enquanto ensaiamos protocolos para um relacionamento eterno com seres espirituais e auto existentes.
        Pavimentamos por meio de nossas ações (em nome de Deus, com ele ou para ele) o caminho do nosso próprio inferno, enquanto torcemos para que “os infiéis” paguem por “pecados” semelhantes aos nossos, cujo ponto de vista do soberbo, só lhe permite olhar para o próprio umbigo.
        Quem escandalizou-se com as imagens vistas nas ultimas 24 horas, cometidas por esses “servos de Deus” e acha ser isso fato, é por que ainda não leu (ou leu e não entendeu) a bíblia e os livros de história geral, que descrevem a conquista do cristianismo e do islamismo.
        Tais livros “seculares” descrevem o que esses “escolhidos” fizeram milênios depois que o judaísmo já havia feito de tudo (e mais um pouco) com aqueles que jugavam pecadores (segundo a própria bíblia).
       Os livros dos Salmos por exemplo, é uma coletânea de cânticos, lamurias, rogos, pragas e mandingas contra qualquer pessoa que “se metesse na frente de um escolhido”.
       Não há nada mais doentio, profano e provocador quanto a recitação de certos salmos, que apelam com urgência pela ira de Deus, para que por meio desse ódio infantil, a “fonte de todo amor” extermine totalmente os que não concordam com nosso ponto de pista (o deputado Nicolas e aquele pastor tatuado, protagonizou meses atrás cenas berrantes de ira e soberba, valendo-se justamente de trechos bíblicos como estes).
       Nos tempos bíblicos, quando o “povo de Deus” massacravam outros grupos vizinhos, eles salmodiavam com alegria! Homens, mulheres e crianças eram linchados, estuprados, queimados e depois de ter seus pertences saqueados, o que sobrava (ou toda a cidade) era posta às cinzas. Em nome de Deus ou para a sua glória!
      Quando eram vencidos, lamuriavam e clamavam por justiça ao Deus que os havia “deixado só” em combate.
       Quando o cativeiro era longo ou quando em ego profundo não conseguiam obter o que desejavam (objetos, pertences, mulheres de seus algozoes), então faziam agouros e impetravam maldições contra os seus “inimigos”.
         Além dos Salmos, todos esses registros (folclore, crendice) podem ser conferidos nos livros de Josué, Samuel, Reis, Crônicas...praticamente em pelo menos 35 dos 39 livros do antigo testamento (considerando a versão cristã) ou em dezenas de outros livros (rolos) se considerarmos os demais conhecimentos orais e escritos do povo judeu.
        A páscoa por exemplo, uma das festas mais populares dessas tradições (copiado e redefinido o sentido pelos cristãos) comemora a desgraça, a morte e a derrota total dos egípcios, finalizando a saga ao atravessar o MAR VERMELHO, cujo relato bíblico diz que DEUS afogou a Faraó e os seus exércitos no mar, com enormes e pesadas paredes de águas, sem nenhuma chance de defesa. Depois de tê-lo aberto (o mar) para o seu povo passar, agora e de propósito (tão sutil quanto o Tinhoso), fechou-o com estrondo, esmagando de uma vez por todas, aqueles “pagãos e do seu povo”.
        Foi nesse instante de alegria e “inspiração divina”, que MIRIAM pegou um tamboril (um instrumento musical) e com JUBILOS de alegria começou a cantar, a dançar e a dizer:
    -Só o Senhor é Deus, Só o Senhor é Deus, Só o Senhor é Deus….
        Que coisa, não? Semelhanças são apenas “coincidências”! Afinal “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, não é mesmo?
        Se analisarmos bem, as principais festas religiosas, feriados ou dias santificados dos povos que foram (ou ainda são) influenciados por essas três religiões (judaísmo, cristianismo e islamismo), tem como pano de fundo (ou principal) o ensejo, desfecho ou intenção (ainda que remota) de relembrar (retratar) um suposto embate, ataque ou vitória milagrosa desse povo em relação ao outro dominado ou subjugado a mando de Deus.
         Aonde Deus passar (ou estiver) um rastro enorme de sangue, morte e destruição o precederá! Os que dizem possuí-lo (ou por Ele ser possuído) fazem parte dessa trama, afinal, a suposta vontade de Deus em 100% dos casos “coincide” com a vontade dos seus servos, profetas ou representante qualquer.
         Jamais o bem comum para todos os povos, línguas e nações será primazia para esse Deus ou seus seguidores mais fanáticos. Eles se retro-alimentam e o banimento de um está intrinsicamente ligado ao esquecimento do outro e vice-versa.  
       Os Judeus dizem seguir (servir) ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó.
       Adonay, Elohim, El Shadday...Esse são apenas alguns dos nomes pelos quais ele “se faz conhecido” entre o “seu povo”.
       Moisés é o principal representante de Dele nesse folclore.
       Mulçumanos também dizem adorar (obedecer cegamente) ao Deus de Abraão, Isaac e Jacó.   
       Aláh é o nome pelo qual é invocado por esses crédulos.
       Maomé é o principal emissário nessa versão alternativa de uma mesma crendice.
       Os cristãos por sua vez, também afirmam submeterem-se a essa mesma divindade (o Deus, de Abraão, Isaac e Jaco) e esperam deste receber a recompensa (um paraíso celestial) simplesmente por terem no calendário de suas devoções religiosas um espaço para esse nome (que se faz necessário dividir com outras de anjos e santos canonizados pela igreja ao longo dos séculos).
       Esse Ser, eleito como suposto patrono e senhor absoluto dos Cristão é conhecido apenas como DEUS. Só isso mesmo!
       Em sua versão mais pobre e econômica (ou ecumênica?) de sentido, os cristãos decidiram não dar um nome à sua divindade, chamando-O por um título que pode ser atribuído à qualquer outra coisa nos céus, na terra, embaixo dela ou em qualquer lugar das profundezas dos oceanos ou do espaço vazio.
       Deus não é nome próprio!
        É apenas um título que pode ser empregado para tudo ou qualquer coisa que uma mente pacata ou gananciosa de um sapiens ancestral ou moderno possa rotular.
        Quando algo está (estava) fora de sua compreensão, ou quando de modo intuitivo os homens não sabiam descrever os fenômenos naturais ao seu redor, diziam-se então ser Deus ou algo Dele.
        Um vocabulário reduzido à uma mente primitiva que atravessou eras e ganhou centenas de outras versões.
         Os cristãos porém, como se fincados estaca numa linha do tempo, ainda valem-se de alcunhas dos primórdios da humanidade para esconder seus maiores medos, intentos e más intenções, como se não houvesse outra palavra para transcreve-Lo.
       Jesus, o Nazareno é o Messias para essa gente cristã.
      Os cruzados, os papas, os padres e os pastores atuais não nos deixam mentir sobre quantas barbaridades os ocidentais já cometeram por causa desse nome ou dessa ideia.
    -Bendito seja Deus! Aleluias! Deus me enviou! Deus me falou! Morram seus infiéis...!
      Assim como Allahu Akbar, cada fiel (capacho, escravo) desse Deus ou dessa ideia (que esconde ou expande em si mesmo toda malignidade humana), é apenas um escravo do próprio sistema que os dirige e por vezes os oprimem sem direito à defesa ou a respostas racionais. Apenas o medo, o ódio e reações emotivas são permitidas para expressar empatia por esse ser. Até em casos de alegria (quando há), esta também é expressa em decorrência da desgraça alheia!
       MISERICÓRDIA!  Afinal, a quem recorreremos?
       Misericórdia é uma palavra que jamais deveria ser associada, atribuída ou esperada de divindade alguma!
        No local onde os Deuses habitam jamais poderá haver misericórdia alguma! Quando necessário, este ato poderá ser usado como moeda de troca. Apenas isso, nada mais.
       Enquanto os Deuses povoarem as mentes e os corações dos homens, citações como BENDITO SEJA DEUS, ALLAHU AKBAR ou SÓ O SENHOR É DEUS serão sempre prenuncioas de alguma desgraça!     
        Quando de boca cheia e de modo irracional ouvirdes um JESUS ESTÁ VOLTANDO, saibam também que ali reside um filho da loucura, cujas intenções primordiais oscilam entre ver o mundo todo sendo castigado por “não crer no Deus Verdadeiro” e um desejo absurdo de ser parte dessa mesma mão que a todos julgará.
       Se os homens (crentes) tivessem mesmo a intenção (crendice) de morar nos céus, eles jamais tornariam a vida de quem quer que fosse um prelúdio do inferno (nem as suas próprias)!
       Espero que um dia a humanidade acorde desse sono milenar, desse pesadelo em que afirmam precisar de Deus e o Diabo para policia-los ou para julgar seus “inimigos”, de modo que ausentando-se um pouco dessa ideia, o homem “santo desde o ventre da mãe” corrompe-se rapidamente com uma simples piscadela da “mulher alheia”, com meras barras de ouro (vide ungidos do ex-messias) ou ainda com promessas de títulos honoríficos banais.
        “Enquanto Deus for o seu chão, tu o farás de escada para jogar pedras nos telhados das casas dos outros ao invés de “usá-lo” para limpar os vidros de tua própria casa”!   
         Almejo ver o dia em que pelo menos 5% da população seja livre do medo dos deuses e de seus representantes e sem receios possam dizer:
    -Bendito seja a relação harmoniosa entre os povos! Sagrado sejam e os nossos acordos de paz! Que se façam valer os artigos humanitários de toda constituição vigente, cujas mentes racionais as fizeram ou poderão desfazê-las se preciso for, de acordo com cada época e local em que a liberdade racional assim o pedir. Que o respeito aos “homens falhos e pecadores” seja em centenas de vezes superior ao zelo pelos “deuses em suas perfeições”!
        Que assim seja!
        Saúde e Sanidade à Todos!
        Revejam Seus Conceitos!
  • “DA MINHA CARNE NÃO COMEREIS E DO MEU SANGUE NÃO BEBEREIS! ”

    Comestíveis e descartáveis:
    A triste realidade dos novos deuses midiáticos!
     
         Cerca de uma década atrás, levei minhas crianças ao parquinho recém-chegado em nossa cidade.
         Como em quase todo interior, diversões assim só acontecem em eventos religiosos, políticos ou datas comemorativas, a exemplo do das crianças.
         Por coincidência, ambos ocorrem praticamente na mesma emergência onde resido.
         Na ocasião, meus filhos tinham entre 2 e 9 anos.
         Sendo um deles ainda colo, me vi obrigado a sentar-me em um banco e esperar nossa vez na fila.
         Enquanto aguardava, notei três conhecidos tomando cerveja em garrafas de vidro, bem ao centro da diversão infantil.
          Apoiados lado a lado do gramado, eles bebericavam e ofertavam o conteúdo a cada um dos amigos que transitavam pelo percurso, como se ali houvesse barris infinitos daquele drink, quando, na verdade, menos de 5 garrafas estavam no chão, duas delas caídas, dando-se a entender que já estavam vazias.
         Entre tantas ofertas e recusas, duas me chamaram a atenção: a primeira (a recusa) viera de um pai de família, um rapaz exemplar, bom marido, bom filho, bom funcionário...
         Pessoa afamada entre os mais cultos, que priorizava os poucos momentos vagos com sua prole ao invés de desperdiçá-los de outra forma.
         O segundo objeto em questão (o que aceitou a oferta) era um sujeito conhecido por suas malandragens, passagens pela polícia e envolvimentos com todo tipo de falcatruas, estelionatos e tudo aquilo que pudesse envolver dinheiro fácil e ilegal, fosse este de ordem pública ou privada.
         Entre a patota, diversos xingamentos lhes foram proferidos pelas costas, do que rejeitara a bebida.
         Impropérios como “metido”, “pau no c#”, “abestalhado” e “filhinho da mamãe” brotaram daquelas bocas com bafo de cachaça, em uma velocidade estrondosa, como se já esperassem por isso.
         Agouros de que sua esposa lhe pusesse um “par de gaia” ou que o patrão o demitisse também foram entoados sem nenhum pudor.
         De outro modo, o sujeito tortuoso, que aceitou sorver com os três, tanto na presença quanto em sua ausência, purpurinas lhe foram lançadas ao ar, como se um grande estadista ali estivesse.
         Frases empolgadas, apertos de mãos, abraços, risos, tapas nas costas e toquinho de punho faziam reverberar uma harmonia nunca dantes vista, nem sequer entre consanguíneos daquele grupo.
          Sentenças do tipo: “você é o cara”; “você é foda”; “gente boa pra c#aralho; “amigo do peito” e até profecias do tipo: “um dia você será o nosso prefeito”, foram derramadas àquela figura, como se estivessem em um rito sacramental.
         Realmente parecia haver um tesão, um despertar de libido sexual naquele simples gesto de engolir um pouco daquela bebida.
         Nada de proveitoso ou grandioso seguiu-se àquele rito de coroação.
         Porém, o vigor físico e moral daquelas 3 almas que fizera a oferenda parecia haver sido renovado instantaneamente e de forma milagrosa.
          Do jeito que chegou, o hipotético ídolo saiu.
          A simbologia se repetiu: louros àquele Cesar, ainda não revelado ao mundo.
        Menos de 2 minutos se passaram desta curta estadia, mesmo assim, a divindade parecia ter deixado “alimento espiritual” para toda a existência daquelas pobres almas.
        Dava ânsias de vômito ver tanta bajulação. 
        Percebi que minha vez na fila havia chegado. Levantei-me para pôr meus filhos no brinquedo do parque.
        Os três não haviam me notado até então.
        Ao passar por eles, também fizeram a oferta que fizeram aos demais.
        Obviamente, eu recusei.
        Primeiro, que na ocasião ainda era evangélico e eles sabiam disso.
        Segundo, pôr que, mesmo se não fosse um religioso, estava tutelando 3 crianças e aquele não era um local adequado para dar-se à embriaguez, muito menos valendo-se garrafas de vidro.
         Eles já esperavam que eu fizesse a recusa pelo meu cunho religioso e aquela não era a primeira vez que eu negava tal interação.
        “Só queriam ser gentis”, disseram eles!
         Porém, como grande observador do comportamento humano, aproveitei para sanar minha curiosidade científica, perguntei:
    — Desculpe-me, só para saber, ao me afastar, serei rotulado como um “pau no c#” ou como um herói? 
         Eles se entreolham sem entender.
         Daí eu falei:
    - Não pude deixar de notar como vocês etiquetam quase todos que por aqui passam. Apesar disto, o que mais me chamou a atenção foi o caso de fulano e o caso de beltrano (disse o nome dos dois, pois sabia quem eram ambos).
        Continuei:
    - O sujeito que recusou a bebida, por exemplo, apesar de ser gente fina, vocês literalmente “tiraram dos cachorros” e nele puseram todos os rótulos depreciativos. Quanto ao sujeito que aceitou vossa oferta, apesar de todos na cidade conhecer seu histórico de vida, vocês o alçaram a um pedestal. Qual a diferença entre um e outro?
         Eles notaram que mais alguém podia ter ouvido. Fiz menção de que não levaria adiante aquele assunto.
         Achavam que, por estarem em praça pública, rodeados de brinquedos barulhentos e pessoas conversando, não seriam ouvidos, mas eu os escutei perfeitamente.
         Quase todos que se embriagam não se dão conta de que aumentam o tom da própria voz à medida que o álcool faz efeito.
          De pronto, eles demonstraram um certo rubor.
          Depois se justificaram, como se aquela resposta já estivesse há séculos em sua mente.
          Quase que em uníssono, os três usaram o mesmo palavreado para se justificarem, mas em resumo eles disseram o seguinte:
    - O primeiro sujeito é um bosta, não porque recusou a nossa bebida, mas sim porque não compartilha sua própria vida conosco e faz isso sempre!
         O segundo entre eles completou:
    — Pois é: não sabemos quase nada sobre esse cara!  Não sabemos ao certo o que ele faz, do que gosta, quem são seus amigos, os lugares que frequentas, se tem amantes, se tem filhos fora do casamento, para quais times torce... Ele quase não sai e, quando o faz, está sempre acompanhado dos filhos ou esposa. Parece não gostar de companhias como a nossa.
          O terceiro atestou:
    - Quando sabemos da vida dos outros, nos sentimos mais poderosos, pois se for coisa ruim, podemos usar isso ao nosso favor.
      Como se revezassem a ordem de fala, novamente o primeiro arguiu com um ar de felicidade descomunal:
    - Agora veja aquele outro: todo mundo sabe quem ele é; já foi preso algumas vezes; só vive metido em coisa errada; é cheio de raparigas; quase não vê os filhos e nem sequer paga pensão a eles; até já meteu os próprios parentes em problemas por sua conduta...
        O segundo, outra vez, acrescentou:
    - Poderia dizer que ele é o pior exemplo do mundo, mas digo que ele é um cara legal. Quando passa, para e nos saúda; se abre; diz o que pensa (ainda que esteja mentindo); fala putaria conosco; diz com quem está saindo...
        Com ar de um crédulo religioso, o terceiro emendou:
    — Ele disse até que um dia ele será a pessoa mais poderosa desta cidade e que, quando este dia chegar, churrasco e bebidas de graça não nos faltarão!
       Em um só coro, os três fecharam a defesa:
    — COMO NÃO GOSTAR DE UM CARA ASSIM?
    — Ele é como nós! Quando falamos com ele, não nos sentimos tão inferiores. Sabemos tudo a respeito dele. Se ele cometer um deslize, a gente o derruba e, se ele crescer, já informou que, se descobrir um modo de roubar sem ser descoberto, vai compartilhar com a gente para que todos tenhamos a mesma chance de ter uma vida melhor!
       Fiquei tão atordoado com essa fala que nem lembro qual dos três a citou.
       Ouvi algo tilintar no chão e pensei ter sido o barulho do meu queixo caindo, depois de tanto descalabro que ouvi.
       Por sorte, ele ainda estava lá. O barulho vinha de uma garrafa de vidro que um deles chutou ao fazer tão empolgante arrimo.
        Me recompus. 
        Dei um leve sorriso de canto de boca, balancei a cabeça e apenas falei:
    - Pois é: cada um, cada qual! Semelhantes se reconhecem e ambos se comprazem!
        Continuei:
     — Não os julgo. Não os culpo! Cada um só dá o que tem! Seria impróprio exigir de alguém aquilo que ela nem sabe existir. Só queria ouvir de vossas bocas a própria descrição dos fatos. Queria saber se vocês têm consciência interna do seu comportamento e percebi que sim. Tudo bem. A gente se vê. Até outro dia!
        Eles acenaram para mim e, antes que eu me fosse, virei outra vez e disse:
    - Vocês sabem que o meu comportamento é semelhante ao do primeiro cara, não é? A minha vida é de casa para o trabalho. De casa para a igreja ou de casa para a escola. Quando não estou dando aulas, estou matriculado em algum cursinho. Aprendendo para depois ensinar e assim propagar o conhecimento. Quando raramente apareço em eventos públicos, estou sempre acompanhado de minha família e pouco compartilho sobre minha vida pessoal.
        Acho que eles entenderam onde eu queria chegar, pois quando virei, um deles falou:
    — Ei, calma lá! Não vamos falar de você pelas costas! Você é gente boa. Não pense bobagens. Não iremos denegrir vossa imagem.
        Eu me virei outra vez e, rindo, disse:
    — Não, claro que não! Vocês não são assim. Vocês são pessoas boas. Só estão seguindo exemplos ruins...
        Eles silenciaram.
        Notei uma certa confusão no rosto deles. Não sabiam se aquilo era um elogio, um conselho ou uma repreensão.
        Entre o barulho dos brinquedos e a algazarra da multidão, deixei com eles meu sorriso enigmático, trazendo como a última lembrança daquele instante, a confusão entre seus olhares.
    ...
       Este é apenas um conto (real) que usei para ilustrar o raciocínio a seguir.
       Vejamos:
       Pense em uma sub-estrela atual.
       Certamente você pensou em algum influencer, não foi?
       Agora pense em alguma virtude que este personagem possui.
       Pensou?
       Quais suas qualidades?
       Qual o legado que elas deixarão para o mundo?
       Quais são os valores reais que estas pregam e vivem...?
        Acredito que, nesse momento, sua mente entrou em bug e você não consegue localizar no tempo ou espaço alguma virtude pessoal que possa ter levado tal pessoa ao pódio, ao lugar dos deuses, onde a fortuna, a fama e o luxo se misturam e somente os bem-aventurados poderiam chegar.
        Admita: talvez nunca tenha se dado conta, mas, ao grosso modo, o que possibilita certos famosos “brotarem do nada” e ascenderem ao recanto dos deuses, é justamente que elas se dão ao consumo!
        O conteúdo que elas produzem pouco importa, mas o modo como elas se deixam digerir pelos que manuseiam sua imagem e voz é o que vale nesse universo subconsciente.
        Um mortal comum geralmente vive em busca de duas coisas: alguém para idolatrar ou alguém para odiar!
         Nossos ídolos atuais podem preencher simultaneamente esses dois quesitos.
      Se você, de alguma forma, conseguiu (ainda que sem querer) alcançar um desses dois extremos, você estará hábil para subir ao Olimpo e compartilhar com as divindades todos os despojos tirados dos mortais à sua volta.
         Se por doação voluntária ou por imposição, isso não importa: o tempo, a atenção e os recursos dos idólatras estará à vossa disposição para usá-los como bem entender.
        Você só precisa entender o básico: provoque-os fazendo-se parecer que você é algum tipo de salvador e os encha de esperança (ainda que tardia), ou faça fluir neles a semente do ódio contra algo, ou alguém, inclusive você mesmo.
        Desta forma, mais da metade da população ensandecida seguirá você.
        Se com ancinhos, tochas e porretes ou com dádivas, isso só dependerá de ti.
        Tem sido assim desde sempre, mas com o avanço da internet, nos últimos 10 anos, isso aumentou em milhares de vezes o alcance.
         Você conhece pelo menos 3 dúzias de pessoas que ascenderam desta forma ao mundo da fama. Só não se deu conta ainda de tais detalhes.
         Figuras como Jair Messias, Gabriel Monteiro, Marçal, D’acunha e tantos outros iguais preenchem simultaneamente os dois perfis.
         Conseguem obter lucro, fama ou projeção de ambos os públicos. Adorares e detratores construíram junto esses personagens e, não importam o que digam, eles sempre sairão no lucro, simplesmente pelo fato de preencherem essa dualidade nas mentes dos que buscam salvadores ou objetos de expurgos.
         Seus seguidores costumam ser pessoas que acreditam que os problemas do mundo partem sempre dos outros e nunca deles mesmos, bem como a solução de conflitos virá de figuras messiânicas, que têm em suas mãos o poder para criar ou destruir qualquer coisa, pessoa ou sistema.
         Pessoas que acreditam que seus atos individuais não têm efeito no coletivo (ou vice-versa), mas que a resolução (extermínio) de tudo o que os incomodam será pelo braço forte de algum príncipe ou Deus imaginário, montado em seu cavalo branco e ao dispor de suas vontades.
        Vale ressaltar que qualquer populista que adote um dos dois caminhos citados (ou os dois) será uma pessoa extremamente palatável.
        Quando alguém com esse perfil senta à mesa para “comer alguém”, ele também está sendo consumido pelos seus admiradores ou algozes.
        São indivíduos que geram cortes midiáticos (principalmente ridículos), que alimentam as redações de jornais sensacionalistas ou blogs e sites de fofocas.
         Alguém que, além de fazer fortuna para si, consegue enriquecer redes inteiras de “produtores de conteúdos”, que se lambuzam em “seus corpos” e deles repartem infinitamente com os que desta fonte também querem beber.
         O milagre da ressurreição e da multiplicação dos pães, dos peixes e da água que jorra da rocha ocorre toda vez que um consumidor assíduo procura mais “noticias” sobre o seu objeto de consumo.
         Um processo infinito de retroalimentação acontece a todo instante entre o fornecedor (blogueiro, jornalista, influencer) e o seu público, que, sedento por informações positivas ou negativas, anseiam por mais e mais daquilo que diariamente lhes sustentam.
        Acredito que ascensões midiáticas como as de empresas como Jovem Pan e BP ou de canais como Thiago dos Reis, Jumentinho Amarelo, Allan dos Santos, Nicolas Ferreira e o da Srta. Hasselman seriam improváveis, sem que de forma involuntária (ou não), o Jair e seus seguidores deixassem de fazer tantas besteiras (ou acertos) como fizeram. 
        Em outras palavras, eles comem do Jair, bebem do Messias e expelem o "Bozo" por todos os orifícios. 
        Para o bem ou para mal, todas as suas falas, trejeitos e frases de duplo sentido têm sido o Maná celestial dos que buscam alimentar-se dessa fonte inesgotável de memes. 
        O fluxo de hates e seguidores de tais afiliados só foi possível por conta dessa atividade. O ostracismo de um poderia levar à falência de tantos outros que vivem em função disso.
        Um simples aceno de mãos por uma figura tão populista, pode ser interpretado como um simples “olá”; ou pode incendiar ideais nacionalistas como alusões ao nazismo, dependendo de quem vai “consumir e compartilhar do corpo”.
        Do ódio irracional, ao apego descomunal, à projeção estúpida do próprio “EU”: quem o descreve sempre deixa um pouco de si ao conteúdo que compartilha.
        Para o bem ou para o mal, a falta dessa consciência faz afetar o ambiente em que vivemos o tempo inteiro.
        Depois de tudo ferrado pela idolatria (ou regurgitar demasiado abobrinhas), gente assim recorre às entidades, todas elas abstratas (politicas, sindicais, religiosas ou empresariais), pedindo que derrotem os monstros que coletivamente construímos.
         Nesse quesito, ainda que você não seja o objeto principal de consumo, se você compartilha da “carne de algum deus”, você merece tanta veneração quanto se um deus fosse.
         Se você é do time do ódio ou do “time do bem”, pouco importa: se você é capaz de dissecar alguém e compartilhar com outros dessa mesma fonte, rios de dinheiro, fama e beatitudes lhes seguirão.
    Contínua...

  • “DELINCRENTES”

    O ridículo caso do joio que se acha trigo!
     
      Neste ensaio, chamo de delincrente, todo aquele que, em nome de Deus, de sua fé ou de sua igreja, age em função de delinquir as relações pessoais ou a paz de outros seres nos ambientes nos quais estão inseridos.
        Pervertidos, degenerados e hipócritas, esse tipo de gente não vive em função de cumprir, em suas próprias vidas, os mandamentos daquele a quem dizem ser o salvador. Mal o conhecem e pouco sabem de sua história ou propósito, mesmo sendo este um mito ou não.
        A função de um delincrente é justamente vigiar e punir; perseguir e abater; encontrar, condenar e julgar indivíduos que, ao seu próprio ponto de vista, estão fora dos “desígnios do Senhor”.
        Qualquer um pode entrar em sua mira, basta o “Espirito Santo” lhes mostrar.
        Esquizofrênicos e havidos em poder, desejam sempre tomar as rédeas da vida e da opinião alheia, de modo que pensam ser a causa ou razão de tudo o que ocorre ao redor.
        Tomam posse de toda simbologia dita sagrada para extravasar o que de pior flamula em seu próprio interior, e dizem ser isso, furto do espírito de Deus. 
        Por meio dessa suja interpretação da vida, o Deus deles está sempre irado com os outros, pronto a descer o porrete nos que O desagradam. Já que a divindade está longe demais para isso, eles se prontificam para essa “árdua tarefa” em nome do bem.
        São capazes de profanar qualquer gesto ou interação humana. Já que nada os agrada, portanto, nada também deve agradar a Deus. Daí eles surgem a fim de pôr ordem na casa!
        Quando não são tarados, são pervertidos, podem ter certeza!
        Pervertem a moral, a justiça e o juízo conforme as circunstâncias e oportunidades, a fim de que, em suas taras ou em seus sonhos mais tenebrosos, se vejam tolhendo a liberdade, o intelecto e a personalidade alheia.
        Muito cuidado: a vida de quem cruza o caminho deste tipo de gente jamais será a mesma se te deixares convencer de tal missão e propósito nefastos, como se divino fosse. 
        Se, diante de um inquisidor desta categoria, não fores forte o bastante para sugerir que eles vão tomar bem no meio do próprio orifício rugoso (olhando bem nos olhos), marcas dolorosas ou um remorso profundo te afligirão por anos a fio, quem sabe até o fim de seus dias.
        Provavelmente, eles te farão gastar muito tempo e dinheiro com profissionais de psiquiatria, se fores exposto por muito tempo aos seus sermões.
        Autodenominados mensageiros do altíssimo, eles alegam ser atalaias dos céus, soldados especiais, “espiões da fé” ou até guardiões angelicais dentro de suas próprias famílias, empresas ou ambientes de trabalho.
         Até em conversas de grupo da família, eles estão ali para infernizar e constranger.
         Suas opiniões são raramente solicitadas.
         Porém, como faca quente na manteiga, eles adentram no humor, nos costumes ou na vida de suas vítimas, tentando moldar, ao seu próprio gosto, a conduta e a opinião dos que querem apenas evitar atrito com pessoas que se comportam como delinquentes. 
         Confundem o silêncio dos outros com a certeza de que estão no caminho certo e que Deus os está usando para ensinar, corrigir e redarguir, quando, de fato, alguns evitam apenas descer ao nível de suas loucuras. 
        Quanto mais ferem alguém com discursos moralistas vazios, mas sentem-se completos em sua “missão divina” e dobram a meta em suas intenções.
        Se a autoestima de alguém foi afetada com suas sandices, mais forte eles se tornam, pois pensam ser a extensão da ira do próprio Deus a quem dizem servir. 
        Um Deus que, por sua vez, reflete justamente o desajuste mental do seu porta-voz.
        Fazem da felicidade alheia o próprio sofrimento e vice-versa.
        Afirmam, sem pestanejar, que somente por conta de suas orações, conselhos ou até presença física em certos ambientes é que aquela estrutura (família) continua de pé, e se assim não fosse, o diabo já teria ceifado a vida de muita gente que está sob sua “guarda espiritual”.
        Dizem que raramente dormem e que vivem 24 horas por dia, orando, jejuando e intercedendo a Deus por determinado alvo.
        Desejam orar por você (obrigam-te) até em redes sociais, pois na tua vida sempre falta algo. Na deles nunca!
         Sempre se referem à sua pessoa com desprezo, como se você sempre estivesse à beira de algum abismo imaginário.
        Acham que sua vida e paz dependessem exclusivamente deles, sendo que o oposto disto é o que mais se aproxima da verdade.
        Acham que são a última bolacha do pacote, e que o resto do mundo deve-lhes algum favor e aguardam honrarias no pódio de suas próprias mentes.
        Eles são o motivo de qualquer pessoa sã tomar asco pelas coisas ditas sagradas; nojo de igrejas; antipatia por pastores, obreiros ou líderes religiosos em geral; inclusive desdém pela própria Bíblia, Deus e deuses.
        Após libertos das ilusões e ameaças daqueles que vivem da exploração da fé e da ingenuidade alheia, qualquer pessoa sensata terá consciência de que os deuses e agremiações religiosas são frutos da mente, do medo ou do desejo humano. Nada, além disso.
        No máximo, um ateu verá uma igreja ou a mitologia que a envolve apenas como sendo um objeto de estudo do comportamento coletivo.
        Um gatilho emocional é ativado, porém, em todo aquele que já foi abusado, explorado, extorquido, humilhado ou teve sua honra, ou imagem vilipendiada justamente por aqueles que alegavam ser interlocutores do divino.
        Mágoas, raiva, ódio, rancor, crises de ansiedade, de choro, medo ou desejo de vingança...
       Todos esses sentimentos são acionados ao ouvir simples vocábulos como “Deus”, “Jesus”, “igreja”, “Bíblia”, “céus” e tantos outros que compõem o repertório de falas de certas liturgias.
        Coisas que não deveriam feder e nem cheirar podem fazer eclodir os mais variados temperamentos naqueles que um dia depositaram sua confiança em um delincrente (ou grupo deles) e foram tratados como escória. Depois de não mais terem serventia para o grupo, ou simplesmente por expressarem desejo de respeito mútuo, foram banidos do recinto e tiveram seus nomes ou imagens vinculadas a tudo que de profano existe. 
         Pessoas (desigrejados, desviados, ateus), que explodem ao ouvir falar das “coisas santas”, têm quase sempre uma dor encoberta e que por vezes não tiveram a chance de se defender quando estavam sob a mira desse tipo de anjo da morte.
         Ateístas que sentem com frequência a necessidade do embate verbal e do confronto com gente escrota que se esconde atrás da bíblia, podem estar apenas aliviando suas próprias tensões, já que “quando salvos”, foram enterrados sepultados ainda em vida por aqueles que juraram amor fraternal e eterno.
         Ao se estudar a causa de vários desequilibrados sociais ou de distúrbios mentais de muitos que dentro ou foram das igrejas estão em sofrimento, sempre haverá um “ungido”, “um guardião da fé” ou uma “pessoa usada por Deus” por trás de todo trauma que a religião causou ou tem causado a muitos.
        Apesar de enxergarem como guardiões da fé, estas criaturas mais se encaixam como parceiros do capeta, cavaleiros negros, vindos do próprio inferno para roubar a paz dos homens.
        Gente chata, intolerante, intrometida e por vezes “burras ao cubo”.
        Uso “por vezes”, porque geralmente, eles sabem justamente o que estão fazendo. 
       Alguns até possuem mais de um curso universitário e seria infantil atribuir a estes a falta de conhecimento técnico ou das leis que regem um país, um ambiente familiar ou de trabalho.
       Certamente, em algum ponto de sua vida, você foi obrigado a conviver com alguém assim.
       Para impor o que pensam e sentem a seu respeito, sempre usam frases do tipo: “Deus está me usando para”; “o Altíssimo acabou de falar ao meu ouvido que”; “O Espírito Santo está me revelando”; “Jesus me ordenou”; “cale-se, ouça e obedeça, pois estou sendo um mensageiro de Cristo para sua vida”!
        Citações assim sempre vêm acompanhadas de um pedido (uma ordem) para que você se ajoelhe para ele (a), este ser iluminado possa orar por ti.
         A prece sempre será em tom de desdém, de ultimato ou de humilhação, fazendo com que muitos entrem em um círculo emocional e passem a achar que realmente dependem de tudo aquilo para seguir suas vidas.
        São como pragas.
        Ervas-Daninhas por natureza, mas tem por certo que são lírios-do-campo, portadores do maná celestial e água fresca para o sedento. Não passam de pessoas imundas, sepulcros ambulantes, cujo fedor percebe de longe.
         Estão sempre invocando algum tipo de praga apocalíptica para a sua própria geração ou desejando a volta de um suposto messias, não para apaziguar as nações ou resolver os maiores problemas sociais, antes, sim, quando dizem “Maranata”, o fazem com o intuito de que seu suposto Deus e aliado, faça sofrer e lance no inferno, todos os que não foram subservientes às suas loucuras.
         Por mais que pareça engraçado, os que se encaixam nesse perfil e, porventura, leem textos como estes, jamais percebem que são os causadores disso tudo e pensam em “trocentas” outras pessoas que possivelmente estão agindo assim, menos nelas mesmas.
        Se Lutero dizia que Sola Scripitura Salva, eu penso que nada, além do enfrentamento a cada ataque individual que eles fazem, podem salvar essas pessoas delas mesmas.
        Em outras palavras, a sanidade destes e nossa, por vezes, dependerá do afastamento de gente com esse nível de impiedade.
        Nunca é demais lembrar que, em países descentes, “Deus” nunca usará os seus servos para ofender, humilhar ou perseguir quem quer que seja. 
        Lá, “o Senhor” precisa obedecer às leis e à constituição vigente. Portanto, o mesmo não sai usando malucos para impor sua fé e devaneios mentais, como se remédio fosse.
       Em locais cuja percepção de liberdade religiosa vale somente àqueles que se enxergam no “topo da cadeia alimentar da fé”, a intolerância, a falta de bom senso e a perversão das interações humanas tendem a prevalecer.
        Em ambientes assim, cabe espaço até para traficantes evangélicos, que quase sempre apoiados por algum líder religioso tão doentio quanto muitos de seus liderados, enxergam até mesmo na desordem social causada por essa gente, a oportunidade de lucro incessante.
       Entre todos os imorais, o pervertido da fé é o que mais enegrece o futuro de nossa espécie.
       Migalhas de afeto são o que eles te dão em troca do controle de sua vida, opinião e liberdade.
       Escapa-te por tua vida, é o que eu diria para os que andam flertando com gente assim.
       Se algum dia “o Senhor” entrar em sua mente para dar pitacos na vida alheia, procure ajuda de um médico especialista. A sua paz e a de todos os que estão ao seu redor estará comprometida.
       Aconselho atenção redobrada e confiança reduzida à qualquer um que diga ser usado por Deus ou ungido por Ele. Jamais baixe a sua guarda para gente assim, nem confie a eles suas finanças, família, negócios ou carreira.
        Se a soberba precede a ruina, a desgraça e o escárnio será a paga dos que se deixam conduzir por aqueles que são auto denominam “guiados por Deus”.
       Revejam Seus Conceitos.
       Saúde e Sanidade à Todos!
  • “FÓRUM PREVILEGIADO BÍBLICO” E OUTROS ABUSOS

    Não se deixem enganar: um título religioso ou unção ministerial não torna nenhum pilantra em semideus!
     
       Nos últimos 15 anos, diversos tipos de escândalos envolvendo líderes religiosos do Brasil e do mundo tem sido expostos como nunca antes fora.
       Não é que isso não ocorresse em outras épocas! Não que é eles fossem mais santos e dignos de total credibilidade em outros tempos. Não é por quê “jesus está” voltando e “as profecias estão se cumprindo” que só agora eles estão se corrompendo...
      É que com o aprimoramento dos recursos de gravações em aparelhos móveis e o avanço da internet, ficou muito mais fácil gravar e jogar na rede, muitos desses pilantras, reis da hipocrisia, que valendo-se de títulos de santidade, vivem uma vida dupla, deixando danos irreversíveis por ondem passam.
       Outro fato é que hoje, tanto é possível postar quanto acessar o que for do nosso próprio interesse, diferente de outras décadas, que víamos e ouvíamos somente o que os diretores de rádio e TV selecionavam para que víssemos. Nessa época, postar algo por nossa própria conta era impossível, a menos que você fosse o dono de alguma mídia.
       Grandes infratores jamais seriam expostos se tivessem dinheiro para vetar a divulgação de sua imagem, e mesmo quando expostos, uma propaganda reversa poderia ser feita em poucas horas, transformando-o de demônio à santos em questão de minutos.
       Pior ainda era quando nem rádio, TV ou Jornais Existiam! Não havia nenhum meio legal de denunciar os abusos cometidos pelos “homens de deus”, e quem o fizesse seria excomungado ou até morto. Eles sempre foram o que hoje tem se mostrado ser, apenas ninguém conseguia mostrar ao mundo, e quando mostrado eram desacreditados pela autoridade da igreja.
       A acessibilidade mudou isso. A aparência milenar de santidade e perfeição que os líderes religiosos possuíam por milênios vem perdendo crédito cada vez mais. Por esses meios, muitos já se desligaram de seus antigos grupos religioso e hoje conseguem viver uma vida normal, mesmo “sem deus” e de fato, vivem muito melhor “sem ele” e sem o grupo.
       Apesar de tantas ocorrências diárias, nem todas as pessoas prejudicadas fazem B.O, ou trazem à tona o que sofreram. Algumas por culpa, outras por vergonha e outras ainda por medo de serem mortas pelos seus abusadores.
       A exemplo do Caso João de Deus, demorou-se mais de 20 anos para que algumas pessoas tomassem coragem de revelar o que sofrera nas mãos daquela pessoa. Outras morrerão amarguradas e jamais revelarão o que passaram por medo de represálias.
      Em quase todas as igrejas, é regra que os problemas da igreja (escândalos) não sejam vazados, que fiquem apenas entre os fiéis do grupo e que tudo seja resolvido da melhor forma possível (melhor forma para quem causou o dano, claro!).
       Na maioria dos casos, o infrator ficará impune e a vítima será vista como vilã na história. Outros casos quando flagrados, são abafados chantageando quem fez registro.
        As chantagens mais comuns são: ascensão na hierarquia da igreja; ameaças veladas; ofertar dinheiro em troca do silencio e destruição de provas para que o testemunho do que sofrera o dano seja duvidoso, caso vá a júri.
       Nesse último caso, uma horda de falsas testemunhas da própria igreja será mobilizada para defender o líder. Se a vítima silenciar, não apenas ela mas outros de sua família poderão ser beneficiadas de alguma forma pela igreja. Se não, as testemunhas falsas executarão o combinado.
       Toda testemunha tem seu preço, nada é de graça! Nesses casos, o preço mínimo exigido por uma realidade alterada será o silencio e o apoio quando este cair em desgraça (e certamente cairá), contando com a garantia do perdão antecipado do cúmplice.
      É tipo um fundo de garantia para cobrir os pecados de um futuro próximo que será planejado em detalhes, mas se mesmo assim algo der errado, o infrator terá um salvo-conduto pelo cúmplice. Será um por todos e todos por um!
        Não será o vínculo do amor, da alegria e da paz quem os unirá à partir de então. Antes sim, será a cumplicidade de um segredo guardado, selado por uma aliança das trevas.
        Só quem já sofrera nas mãos de tais cúmplices sabe o quão ágeis eles são para mudar as versões dos fatos quando deixam pontas soltas. Parece até que se comunicam por wi-fi nos cérebros, de tão rápido que se atualizam para incriminar o inocente absorver o culpado.
        Tem sido cada vez mais frequente nos noticiários e em outros meios de comunicação em massa, casos de estupros de menores, estupros de vulneráveis, adultérios, extorsões, lavagem de dinheiro, corrupção e até crime com ocultação de cadáver, tudo isso realizado justamente por aqueles que dizem ser o baluarte da verdade e da justiça entre os homens.
       O mais recente caso com repercussão nacional está sendo atribuído à deputada e pastora Srta. Flor de Lis. Recentemente o ministério público a denunciou como suspeita de encomendar a morte do próprio marido, pastor e companheiro de ministério! Mesmo assim ela continua pastora e deputada.
       Outro caso ainda mais grave ocorreu em Linhares-ES em Abril de 2018. Dessa vez o crime fora cometido por um jovem pastor e acobertado por sua esposa.
       Segundo os investigadores, ele espancou, estuporou e depois queimou ainda vivo o próprio filho e o enteado, duas crianças que tinham entre 3 e 6 anos na época. Ainda segundo o relato, pouco depois de cometer esse crime hediondo, o “ungido” foi para a igreja dirigir o culto e “adorar a deus” como se nada tivesse acontecido. Comentou inclusive que deus permitiu que seus filhos morressem de forma tão precoce que ele e sua esposa ficassem livres para fazer a sua obra, pois tinha grandes planos para o casal...
        Menos de seis meses depois, outro pastor, dessa vez um senhor de 58 anos foi preso em Mogi das Cruzes, acusado de engravidar a própria nora, e para ocultar o escândalo, encomendou a morte desta e ainda foi ao enterro orar pela família da vítima...
        Qualquer um que pesquisando na internet ou em noticiários, poderá encontrar centenas de outras tragédias como essas, ou ainda mais graves, denotando uma elevada frieza e desvio de caráter por parte dos acusados.
        Da execução do plano à ocultação das provas, eles costumam ter tudo programado, sempre com um ou mais bodes expiatórios para terceirizar suas responsabilidades. E o deus deles, dos altos céus apenas assiste de camarote as vítimas se ferrando, clamando por piedade e justiça divina enquanto cada gota do sangue destes se esvai... Uma justiça que de fato nunca virá, pelo menos por parte de nenhum deus.
       Há diversos blogs e canais de you tube que se encarregam de mostrar tais acontecimentos quase que diariamente. Outros casos são tão evidentes, que mesmo sem acusação ou “levante” algum de parte alguma, seria impossível negar o crime, a exemplo de um filho que surgiu de uma gravidez da pessoa que foi abusada/estuprada ou da que teve relação adúltera com o líder religioso.
       Nesses casos, pessoas de dentro e de fora da igreja se perguntam: como pode um líder religioso cometer tais delitos e ainda continuar liderando o povo? Como pode ele pregar uma coisa e viver outra e mesmo assim ocupar posição de destaque? Como pode ele causar prejuízos psicológicos, morais, emocionais e financeiros a uma pessoa ou grupo e mesmo assim pagar de santo? Como pode o pessoal da igreja ser tão trouxa em aceitar uma pessoa dessas como líder? Como, como, como...?
       Quem já esteve envolvido nesse tipo de ambiente por mais de 1 ano terá na ponta da língua todas essas respostas: um povo amedrontado, intimidado pelo líder e acorrentado por aquilo que eles mesmo chamam de palavra da verdade é capaz de suportar tudo isso e mais um pouco e ainda por cima achar que isso faz parte dos planos de deus ou que estão vendo cumprir em seus dias alguma profecia do passado. Mas é apenas canalhice do líder mesmo!
       São escravos das diversas interpretações pessoais da bíblia e da intenção dos que a interpretam, sendo que a grande maioria deles (principalmente os de linha pentecostal) acreditam que um pastor tem foro privilegiado diante de deus.  Em outras palavras, por mais que um líder religioso apronte, ninguém poderá julgá-lo, condená-lo, ou afrontá-lo a não ser o próprio deus em pessoa.
       Recomenda-se que qualquer crente que se sentiu ofendido ou foi prejudicado por um pastor, apenas ore e entregue tudo a deus, que não o denuncie, que não o enfrente, que não o desmoralize e que apenas ore, pois quem escandalizar a obra de deus vazando assuntos delicados para fora da igreja, terá cometido um pecado ainda maior do que o que cometera o dano.
       Os crentes “tremem na base” com essa citação bíblica! Os que se valem do medo alheio completam com a célebre frase bíblica: “Melhor fora que se amarrasse uma pedra ao próprio pescoço e se lançasse-se ao mar que expor a obra do senhor”. Não há nada mais eficiente nesses casos que usar a própria bíblia para inocentar o culpado e acusar o inocente. Sempre funciona nesses meios!
       Os que pregam o “fórum privilegiado para pastores” dizem que deus julgara os seus ungido no tempo e na hora certa. Que esse julgamento será no juízo final, depois do apocalipse, depois do reino milenar de cristo na terra, depois da condenação ímpios, depois que o próprio satã for acorrentado e lançado no lado de fogo e enxofre e depois da coroação dos justos! Somente depois disso tudo é que os pastores infratores serão ouvidos e julgados por deus.
       Segundo os defensores dessa perversão, os pastores serão os últimos seres viventes entre toda a criação a serem julgados e que apesar dos pesares, por maiores que sejam os delitos de um pastor, há 99% de chance dele ser absolvido, pois eles estavam na linha de frente de batalha, eram os mais tentados e portanto os mais passíveis a errar, e se erraram, foi em função do serviço...
        Por essa crença, muitos pastores são reintegrado às suas funções em pouquíssimo tempo quando causa danos a outrem ou ao grupo. Em alguns casos eles nem são punidos. Serão apenas mudado de município ou de estado para que a poeira abaixe, o povo esqueça e tudo volte ao normal. Azar de quem se lascou por meio deles!
       Em certos casos, o mesmo se dá com líderes da igreja católica e outros movimentos religiosos. Quem se ferrou vai chorar, quem causou o dano estará livre para infernizar a vida de outros por ai. É notável que por esse tipo de mentalidade, algumas igrejas se assemelham muito ao crime organizado.
       Alguns chegam ao barbarismo de dizer que quando o pastor peca, não foi ele quem o fez e sim o diabo que se apoderou do corpo dele para aprontar, isentando-o de quaisquer responsabilidade.
       Dizem também que um “homem de deus”, depois de ungido a pastor passa a ser ainda mais tentando pelo diabo a fim de desmoralizá-lo, pois “afugentando-se o pastor, dispersar-se-á o rebanho”. Afirmam até que desde o ventre de suas mães que eles são perseguidos e que apesar de o diabo não ser onisciente, sabe muito bem quem eles serão no futuro e por isso os tentam mais que os outros a fim de atrapalhar os planos de deus.
         Quando estão diante de um povo ignorante, os que pensam assim quando querem aprontar e continuar impunes usam o seu fórum privilegiado divino para dizer e fazer o que quiserem, afinal, só deus os julgará! Se dizem protegidos por deus acima da média e que quem os enfrentar só terá 3 caminhos: ou se convertem, ou correm ou morrem!
       Complementam a chantagem, ameaçando aos que resistem com falência financeira, na saúde e nas relações pessoais, além de desemprego e doenças degenerativas, não apenas para o que o enfrentou, mas para toda a família deste, incluindo irmãos, tios, primos, sobrinhos e até amigos chegados. Prometem bênçãos para quem se rebaixar a eles e maldições a quem os enfrentar.
      Os que sob essa égide se escondem valendo-se daquilo que dizem ser autoridade divina, abusam, humilham, pisam e perseguem qualquer um que não seja simpático a eles, que não os obedeçam 100% em tudo ou que saibam de algum segredo deles. Nesses casos, a coisa mais perigosa do mundo será descobrir algum podre de “ungido”. Uma queima de arquivo ou a desconstrução pública do seu caráter é o mínimo que você pode esperar nesses casos.
       Se “o ungido” que assim se comporta, além de ser pastor, for também um político eleito ou um oportunista, a desgraça poderá ser ainda maior, tanto para os de dentro da igreja quanto para os de fora dela. O duplo fórum privilegiado será evocado toda vez que algum delito for cometido. Temos um exemplo em curso no atual congresso.
      Um mente liberta de certas infantilidades, jamais será presa por nenhuma falácia de nenhum salafrário desse tipo!
       Se a liberdade de culto é permitida por lei, a liberdade de não permanecer nele também!
       Boa parte dos líderes religiosos querem fazer valer o primeiro ponto, mas desprezam o segundo, por que não querem crentes em suas igrejas e sim escravos e capatazes. Não estão se importando com a salvação ou bem estar de ninguém, mas apenas com o seu próprio bem estar ou dos que a eles estão ligados, fazendo da igreja sua principal fonte de renda. Ninguém é obrigado a tolera isso!
       Ninguém deverá ser ameaçado, humilhado, intimidado ou ter a sua reputação destruída quando desejar se desligar de uma igreja, se afiliar em outra ou não fazer parte mais de nenhuma delas!
       Se todos os homens são iguais perante a lei, não há ungidos, nem homens de deus, nem criaturas especiais de deus ou religião alguma!
        Se todos os homens são iguais diante de deus (aos que creem assim), que façam valer essa parte da crença (até que não precise mais dela), jamais se deixe explorar ou humilhar por qualquer um que dizendo estar à servindo dos deuses, te obrigue a fazer o que não deves, não queres, ou te rebaixe. Você não precisa disso! Se o conceito de deus evolui, evolua você também e pare de depender dele e de seus representantes.
         Reveja Seus Conceitos! Saúde e Sanidade à Todos!
  • “O DEFEITO ESTÁ NAS VISTAS MEU COMPRADE, O DEFEITO ESTÁ NAS VISTAS...”

      Não sei se em outros cantos do nosso país essa expressão é muito citada, porém aqui no Nordeste do Brasil era muita usada no fechamento de negócios entre duas ou mais pessoas.
      Comumente dita por feirantes e negociantes diversos que ao serem indagados por clientes se a mercadoria era de boa qualidade, respondiam de forma firme, simples e com o linguajar da roça: “o defeito tá nas vistas meu cumpadi, o defeito está nas vistas”!
       A princípio, essa fala era uma resposta afirmativa, uma garantia que selava um acordo de confiança. Era quase uma ofensa perguntar de forma direta a um “caba da peste” se o que ele vendia não tinha “maracutáia” (defeito ou procedência duvidosa). Então perguntava-se: “isso é bom, não é?” E a garantia era dada nas palavras acima citada.
       Nossos pais e avós diziam sempre: “a palavra de um homem deve ser como um tiro certeiro, sem desvios e sem arrudeios. Um homem que não honra o que fala é um homem que desrespeita a si mesmo e a própria família. Não merece nem as calças que veste...”
      ...Coisa boa é quando alguém não precisa de uma ação judicial, uma arma apontada na cara ou outro tipo de intimidação para reparar um dano causado ou respeitar os limites alheios...
       Com o tempo o termo “o defeito está nas vistas” passou a ter um sentido ambíguo, podendo significar que o produto era bom ou que tinha sim algum defeito, tão minúsculo que o cliente nem sequer seria capaz de nota-lo. Em outras palavras, o defeito apresentado não comprometeria a função principal do produto.  
       Porém...malandro é malandro e a malandragem nas relações adoece qualquer sociedade, tirando a paz de uns e trazendo prejuízos irreparáveis a outros.
       Desse modo, com o passar dos anos, a depender de quem usasse tal expressão, era preciso ir além das palavras, fazendo uma rápida leitura gestual e no tom de sua voz para evitar algum tipo de golpe. Era possível identificar uma fraude mesmo quando alguém queria parecer honesto atentando a esses detalhes.
       Nesses caso, o malandro que fosse pego enganando alguém valendo-se dessa “expressão sagrada” tentava se justificar dizendo: “eu tentei lhe dizer que havia defeito, mas tu tava com tanta “sucura” (desejo profundo e irracional de obter algo) que não prestou atenção no que eu disse. Desse modo não me culpe pelo seu erro. Não aceito devolução!”
        Era como se o comprador assumisse uma meia culpa por ter sido tão ingênuo, por ter atentado apenas às aparências, ao linguajar do vendedor e não ao produto em si.
    ....
       
        Costumo dizer que se o diabo existe, ele mora nas palavras e intenções de uma pessoa caloteira, mal intencionada, oportunista, que distorce os fatos e põe em polvorosa todos os ao redor para satisfazer seus desejos egoístas, de maioria infames.
        Diversos problemas sociais e coletivos poderiam ser evitados se o loroteiro fosse “homem” ou “mulher” o bastante para assumir as consequências de seus atos e palavras.
       Caso esses também tivessem coragem de trabalhar duro na vida como qualquer um outro para conseguir seus desejos, certos males sociais não existiriam já que a existência de um está atrelado a do outro.
         Eles querem ter o que você tem ou ser o que você é sem fazer o mínimo esforço possível. Pra isso (em certo casos e sem perceber), acabam fazendo um esforço bem maior mais complexo caso estivessem trabalhando de verdade. Mas o prazer de causar a dor e o sofrimento alheio, de nutrirem a falsa ideia de que levaram vantagem sobre alguém, é o combustível que alimenta seus egos fracos.  
       O diabo mora mais perto do que se pode imaginar e há diversos meios de evita-lo, mas o problema é que muitos de nós fomos ensinados desde a infância a procurá-lo ou enxergá-lo nos lugares errado.
        Por causa disso, ele deita e rola bem debaixo do seu nariz e você nunca o perceberá.
        Alguns dos seus principais servos usam nome de pompa e são venerados pelo público. Outros usam vestes de santidade.
        Outros ainda são mais sagazes e nem sequer os notamos, pois trata-se dos nossos sentidos distorcido, nossa inercia, nosso conformismos e o nosso prazer em ver “um burro se ferrar” enquanto assistimos, como se a desgraça alheia viessem respingar em nós ou em nossos filhos no futuro. A distopia é um mal que fomos ensinados a consumir e aceitar, um tropeço a todo desenvolvimento pessoal e coletivo, pois quem a possuiu nunca o saberá.
        O defeito estará sempre nas vistas e não seremos capazes de enxerga-lo.   
        A religião de certa forma tem nos ensinado a ver trapaça, a opressão e desvio de conduta onde nem de longe poderia existir, enquanto faz passar a boiada (nossos pertences, tempo e vida útil) por debaixo da cerca direto para os currais daqueles que dizem ser os vigias e guardiões da moralidade humana (a igreja e seus líderes).
        Como grandes ilusionistas, eles chamam a atenção do povo para aquilo que nada importam, enquanto tomam para si parte do que as pessoas produzem usando palavras doces, prometendo sempre uma recompensa para o mais fiel (subserviente, incapaz de reagir).
        Eles invadem nossas casas usando sapatinhos de algodão e mesmo quando estamos dormindo, por meio de suas palavras nossos sonhos serão invadidos por demônios e fantasias fabricadas justamente para que a submissão social aos seus comandos fossem garantida pelo medo irracional. Pois mais fiel que alguém possa ser terá sempre deus e o diabo vigiando-o 24 horas por dia para condená-lo assim que errar. Um crédulo realmente fiel jamais terá um minuto de paz em toda sua vida se seguir ao pé da letra tais conceitos.
      Não se combate esse tipo de opressão orando ou “entregando tudo nas mãos de deus”. É agindo, falando, criticando, sendo à princípio ridicularizado para depois ser compreendido (ou morto, quem sabe).
       Não importa se você seja um crente ou não, se faça ou não parte de uma igreja ou se tem ou não um curso de formação teológica. Se você souber o resultado da soma de 2+2 e tiver um pouquinho de honestidade e vergonha na cara, poderá assumir sem pestanejar que HÁ UM DEFEITO NAS VISTAS de quem que foi iludido a buscar a solução dos seus problemas na “casa de deus”, nos “ungidos do senhor”, ou na “palavra de deus”.  Na maioria dos casos é justamente nesse tipo de lugar que nasce boa parte das perturbações individuais e coletiva, não suas respectivas soluções...
       Ao “se encher de deus” ou “se tornar parte de sua casa” mesmo sem assumir ou perceber, um crente se torna alguém com sérios problemas de vistas. Ao ter sua visão embaçada, sua audição, paladar e tato também serão comprometidos. Seu cérebro terá mau funcionamento, sua lógica será quase nula, bem como a capacidade de pensar e raciocinar por conta própria. Este ser pode ser tornar um deficiente físico e mental, atrofiado, reduzindo a complexidade de seu corpo e cérebro a observação de simples comando dados pelos seus líderes a exemplo de crer, obedecer, adorar, não questionar, perseguir os “infiéis” e acima de tudo doar eternamente parte ou todo faturamentos e rendas para a igreja.
        Nesse ponto a frase mais comum que eles usam é: “oh senhor jesus me libertou”!
        A vontade é de dizer: “e o teu líder religioso te emburreceu...”
        Melhor ficar apenas no pensamento.
       A liberdade de expressão religiosa em nosso país ainda permite esse tipo de exploração e em certos casos até as incentiva.
       Falta um pouco mais de detalhe descritivo quanto a esse artigo na constituição, ou pelo menos o bom senso de fazer valer outros do código civil e penal, a exemplo de se constituir crime coagir outros a fazer algo contra sua própria vontade e recursos ou sob ameaça física ou psicológica.
        Apontar uma arma na cabeça de alguém (por exemplo) e exigir desta seus pertences ou sexo, em nossa lei é considerado um crime e deve ser severamente punido. Em alguns casos, o infrator é lixado pela população, sem que a polícia tenha tido tempo de averiguar a denúncia.
        Porém, subtrair os pertences de alguém usando uma bíblia é considerado um ato de fé, tanto para quem roubou quanto para quem foi roubado, mesmo a pessoa tendo sido coagida ou iludida a isso. Nesse quesito, a lei de defesa dos direitos do consumidor obriga ao fornecedor entregar um produto ou serviço conforme anunciado sob pensa de multa ou fechamento do comércio. Quando a igreja faz o mesmo, ganha é incentivo fiscal do próprio estado!
         Usar a bíblia para conseguir serviços forçados (a exemplo de sexo) ou gratuitos (análogos a escravidão) também não é visto como crime (pelo menos ao que parece). De tão normal que é, os milhares de casos que diariamente ocorrem em nosso pais, são televisionados e expostos e ninguém se incomoda com isso, ou pelo menos finge não ligar.
         Não há diferença alguma entre apontar uma arma na cabeça de alguém e dizer: “se não me der dinheiro eu te mato” e apontar uma bíblia e dizer “senão me der dinheiro deus te mata”! em ambos os casos ouve coação psicológica mas no modo cristão de entender, somente o primeiro será punido.
       O DEFEITO ESTÁ NAS VISTAS...
       Como resultado de um embuste, o sujeito que hoje perde seus bens para um pastor, amanhã será o mesmo que irá disputar vagas de empregos contigo no mercado de trabalho, ameaçando sua própria posição (confortável). Ele poderá ser um futuro mendigo (morador de rua) que vai mijar e fazer cocô nos mais diversos pontos de seu bairro, vivendo de modo insalubre, colocando em risco a própria saúde e a de que deles se aproximam, existindo de modo indigno e desumano, às margem da sociedade, tornando-se invisível aos olhos de quase todos, principalmente aos de seus “irmãos em cristo”. Quem perde tudo o que tem em um jogo de azar pelo menos sabia onde estava pisando, diferente de quem vai uma igreja...
        A pessoa que hoje doa o que tem a um líder religioso na promessa de uma falsa cura, será a mesma que disputará contigo (ou sua mãe, pai, filho) uma vaga numa UTI do SUS, e se ela tinha recursos os bastante para apostar numa cura de uma igreja, tenha certeza que ela terá uma grande chance de passar na sua frente e ocupar sua vaga na fila de um hospital.
      Como os recursos para um convênio particular fora gastos com um salafrário vestido de terno, a medicina (publica) lhe será o último recurso e tu, “criatura inteligente” que antes ria do “crente bobo”, vai perder a única vaga disponível para ele. Mesmo um crédulo dizendo durante toda vida que é deus quem cura, na hora do aperto todos deixam suas fantasias de lado e correm para o que realmente funciona.
      Enquanto os lúcidos ficam em silencio assistindo tudo e até se alegram pela “punição” que um iludido recebera ao cair numa “arapuca da fé”, os vigaristas se fortalecem com os bens, os temores e os votos destes (e dos silenciosos coniventes) à ponto de interferirem no destino político de um de um país tão grande e poderoso quanto o nosso.  
       O texto, a música, o teatro, a dança e o humor sempre foram as principais armas usadas em tempos como esses, quando os poderosos (cumplices ou cegos) silenciavam outros tipos de movimento.
       CONTINUA....
     
  • “PARTE DO NAVIO, PARTE DA TRIPULAÇÃO...”

    Que a verdade que tu defendes não se torne o seu próprio cárcere e túmulo!
     
      Quanto mais tempo alguém passa mergulhado em algo, mais o cheiro e a essência daquele algo ficará impregnado na pessoa sem que ela perceba, até o ponto desta se tornar (inconscientemente) parte da própria coisa que defende, frequenta ou está inserida. 
      Nesse ponto o indivíduo subvertido chegar a dizer: “não há vida fora daqui (deste círculo, ambiente, ideologia...)” e toda a realidade que o cerca terá de passar pelo prisma de sua ótica degenerada. Em sua própria concepção ele estará sempre certo e o resto do mundo errado, mesmo quando as evidencias e crenças mostram o contrário.
       Como uma “verme braba”, essa simbiose de utopia e falsas narrativas irão consumir a paz e a vida do hospedeiro sem que este perceba tornando-o iracundo ou abobalhado em suas citações, dependendo à quem se dirige.
       “Parte do navio, parte da tripulação”...
       Essa fala em uma das cenas do filme Piratas do Caribe é sem dúvida a melhor conotação que já encontrei para descrever o que alguém pode se tornar após defender cegamente por anos à fio, algo cuja paixão se tornou maior que a razão e a própria existência do mesmo.
       Na cena citada, o filho do marinheiro escravizado, após tentar resgatar sem sucesso o próprio pai, tenta então escapar do navio de almas penadas deixando para trás o seu velho. Seu genitor por sua vez tenta impedi-lo, insistindo que ele também fique, citando a frase acima. Ele, assim como os outros tripulantes estavam lá há tanto tempo que seus corpos estavam se fundindo com a madeira, o casco e outros objetos pertencentes ao navio, como se todos fossem uma peça única, indissolúvel e portanto deveriam permanecer juntos e afundar juntos se necessário.
        Assim enxergo a situação de muitos ao se fundirem às suas “certezas incontestáveis”.
       Chega a um ponto em que fica impossível dissociar a pessoa do seu grupo ou do local que frequenta sem retroceder de suas “verdades” mesmo depois de muito apanhar e sofrer no local em que está.
        Pior ainda é quando o tal se habitua a ver o sofrimento alheio causado pelo meio ou suas “verdades” como parte natural de um processo divino (político, esportivo, sectário).
       Quem chegou nesse ponto do abismo do caráter humano reduz a humanidade ao seguinte estado de polarização: aos que fazem parte do seu time ou dos seus ideais, eles retribuem com aclamação pública e ocultação de erros, ainda que estes sejam crimes hediondos. Quanto aos “do contra” eles preparam todo o tipo de exposição pejorativa, desnecessária e duvidosa. Sentar-se à mesa para “comer a carne do inimigo” é o que mais se faz nesses círculos de verdades enlatadas. Um estado depreciativo de moralidade cujo conceito de verdade e justiça dependem apenas de quem narra os fatos e não de quem vive a vida ou faz as coisas acontecerem.
       A política e a religião tem sido ao longo dos séculos as duas fontes principais na fabricação de gente alienada, que esquecendo-se do sentido principal das palavras ou dos intuitos por trás destas, passaram a idolatrar seus representantes (ou a sigla em si), esquecendo-se do proposito pelo qual o grupo fora criado.
        Um partido cuja sigla seja o trabalho e honestidade por exemplo, poderá ter como representante principal uma pessoa desocupada e corrupta, sem gerar desconforto algum aos membros do agrupamento, pois nesse ponto, ovacionar a popularidade do líder e o orgulho que este traz aos liderados (apenas pelas narrativas), valerá mais que viver os ideais previamente propagados pela legenda.
        Uma religião que prega a não violência, a reciprocidade, o respeito e a compaixão (a exemplo do cristianismo primitivo), poderá ter (terá, tem tido, etc.) membros e representantes que usará da ganancia, do abuso do poder, da intolerância, da invasão de privacidade, da manipulação e da violência física e verbal para propagarem justamente essa mesma religião que é contra tudo isso.
       Dá pra entender? Isso acontece sem resistência, pois ao invés de se aprofundar e viver um ideal, os membros (e líderes) preferem criar ritos devocionais inúteis aos deuses, tentando corromper aquele que dizem ser incorruptível, achando que receberá destes um tratamento diferenciado (de luxo) no aqui e no além.
       No conceito cristão original, o homem só se conectaria com deus se conseguisse conviver de forma honrosa, respeitosa e reciproca com os seus semelhantes. No conceito cristão comercial (mundialmente conhecido e propagado), a veneração (louvor e ritos abobalhados) é o que une o homem ao seu criador.
      Sendo assim, pode-se matar, roubar, estuprar, extorquir, manipular, explorar e trazer danos irreversíveis a psique ou ao corpo dos indivíduos (ou à toda sociedade) e nem por isso deus (jesus) deixará de ter amar e te abençoar se você frequentar uma igreja qualquer, cantar um hino tosco ao seu nome ou citar algum versículo bíblico que afirme ele é santo e o maioral entre todos os deuses.
         Pronto! Tendo dito e feito isto, ele (deus) fecha os olhos à tudo de maligno que fizestes aos teus semelhantes, te abençoarás aqui na terra e na morte tu terás um lugar especial ao lado dele (gente hipócrita do caralho!).
        O Louvor é tudo na concepção (vagabunda) do cristianismo moderno! Se todos os males acima citado fores feito com o intuito de construir uma igreja, um altar, montar um culto, um show gospel ou um canal de TV para “louvar ao nome do senhor e falar do seus santo nome...! Meu irmão!!!!! Se fizeres isso, tu serás aclamado santo ainda em vida! Seu suor, suas roupas, sua saliva e até os excrementos que saem do seu corpo serão disputados por um montão de gente abobalhada que julgam estar cumprindo um mandamento divino. Mui rico e poderosos serás se assim o fizeres em qualquer lugar ou nação “cujo deus é o senhor”!
        Matar não pode! Porém, se matares para silenciar os “inimigos de deus”, para que o louvor ao seu nome não seja interferido, isso pode sim! Qualquer outro ato malignamente hediondo que você pensar (ou fizer) poderá ser tolerável ou visto como necessário se tu disseres que o intuito era para louvar a deus, defender a integridade de sua memória.
        Louvor e torpor são duas palavras que caracterizam o estilo de vida de um religioso comum.  Eles louvam para se entorpecer (criar sensações alucinógenas) e se entorpecem para louvar (mergulhar mentalmente em uma fantasia em que são protagonistas e heróis da própria narrativa).
       Quando não estão entorpecidos pela mentira, falsidade, utopia, ignorância e apatia, estão mergulhados em suas próprias verdades macabras. Estas por sua vez lhe servirão de âncora, travando o seu próprio estado evolutivo num terreno pantanoso e imundo, que em suas narrativas folclóricas, dirão à todos que estão desfrutando das águas límpidas do Caribe.
        Pior que uma “pessoa comum” cheia de dúvidas é um tolo cheio de razão que se acha sábio...
        Quanto a idolatria na política, podemos ser “salvos pelo gongo” de 4 em quatro anos (ou mais). Nas religiões elas podem durar séculos ou milênios, e quanto mais velha esta for, mais credibilidade esta passará aos fiéis, não pelos serviços úteis prestados, mas por estar enraizada na cultura de um povo.
        Nas democracias ocidentais, por meio das urnas podemos nos “desfazer” de um político, de sua sigla ou de um ajuntamento de babacas em um curtos períodos de tempo (ainda que sua estadia pareça ser eterna). As sequelas ficarão de fato, mas dá pra reverter na maioria dos casos.
       Quando necessário, o poder de um governo poderá ser dissolvido (impeachment) a qualquer instante ou alcançar no máximo até duas décadas de existência até substituído por outro. Nesses casos, os alienados do grupo viverão picos de adrenalina, hora “por cima da carne seca” e em outros instantes rastejando na lama, sendo humilhados por seus algozes, que em grande maioria são igualmente idolatras, movidos por paixões funestas e desejos egocêntricos, nunca pelo intuito de construir as bases para o alvorecer de uma sociedade mais justa para todos.
        De forma inconsciente e não constitucional, criou-se em nosso povo a ideia de que o grupo que “venceu nas urnas” terá o direito de perseguir, humilhar e explorar o grupo que “fora vencido”.
       Tem sido até tolerável as citações que muitos gestores fazem quando procurados por aliados do seu opositor no que diz respeito às “sentenças condenatórias pelo voto errado”. Alguns tem a cara de pau dizer abertamente: “Você não votou em mim. Vou favorecer primeiro (ou somente) à quem ajudou a me eleger!”
        Falas como essas são usadas não apenas na petição necessária de um emprego público, mas também quando tiranos (imbecis) negam o mínimo (saneamento básico, segurança, saúde, educação) a uma população ou bairro inteiro por ter tido poucos votos naquele setor, beneficiando apenas (ou em maior parte) seu próprio curral eleitoral.  
         Nesses casos, o idolatra “vencedor” e o conformado “perdedor”, ambos foram dominados pelo mesmo sentimento, o de bolha, o de seita e o de castigo-recompensa semelhante aos de uma igreja qualquer, sem levar em conta que um gestor público deve administrar para todos e que depois das eleições não há ganhadores ou perdedores, nem tão pouco eleitores: todos devem ser tratados como munícipes, cidadãos, residentes e contribuintes, vivendo sob um mesmo estado e constituição. Desse modo todos deverão ter seus direitos resguardados, bem como deverão cumprir suas obrigações civis.
        Direitos e deveres devem sempre andar juntos independentes de quem esteja no grupo “perdedor” ou “vencedor”. Quando um ou outro está em demasia, a desigualdade, a opressão ou anarquia serão dadas como resposta à curto ou longo prazo.
          Uma sociedade de idolatras será sempre uma sociedade destinada ao fracasso, independente de quem esteja no poder. A idolatria cega os homens, fazendo com que estes vejam defeitos (no outro) que não existem (ou onde há qualidades) e que ocultem os erros do seu próprio objeto de culto.
          “Trinta segundos de prazer e uma vida inteira de agonia...”
        Essa foi a descrição que um portador de AIDS fez de si mesmo em uma palestra em minha escola quando eu ainda adolescente. Naquela época a doença estava recém descoberta e os recursos para a cura ainda eram improváveis. O moço devia ter uns 25 anos de idade, mas parecia alguém de 70, destruído pela enfermidade, porém usando os seus últimos dias de vida palestrando gratuitamente, no intuito de alertar a outros jovens que não fizessem a besteira que ele fez, quando em uma rodinha de “amigos” que o obrigaram a provar publicamente sua masculinidade, trouxeram (conscientemente) uma moça contaminada para servir de expiação. Ele o fez, e o seu ato de estupidez lhe custou a própria vida.
        De modo semelhante vejo os que se apegam às coisas, pessoas, ideologias e partidos como se estes fossem seu porto seguro de uma vida toda, e não como parte de um processo evolutivo ou como trampolim para um estado melhor de ser. Não quero dizer que certas coisas devam ser descartadas, muito menos as pessoas, mas sim suas ideias ou tudo aquilo que poderá nos custar caro no futuro.
       Os que tentam construir os fundamentos de suas existências ou achar que toda sociedade deve se dobrar à suas paixões doentias, a uma sigla, doutrina ou de um mito qualquer, poderão ter seus meros 30 segundos de triunfos (depois da contagem dos votos ou após aceitarem jesus em uma igreja qualquer) e ter uma vida inteira de tormento defendendo a podridão e o antagonismo do grupo ou pessoa que idolatraram. Não acho que isso valha tanto a pena
        O mundo, a vida e as verdades que construímos (absolvemos) podem ser bem maiores que a percepção de um idolatra possam retratar.
        REVEJAM SEUS CONCEITOS. Saúde e Sanidade à Todos
  • “S”ILADA SOCIAL

    Por que o ser humano é tão carente? Por que buscamos atenção a qualquer custo? Qual o motivo da eterna insatisfação? Por que o vazio existencial?
    Não precisamos ler pilhas de livros de Sigmund Freud (médico austríaco e “pioneiro” da psicanálise, 1856 – 1939) ou rever os experimentos de Ivan Pavlov (fisiologista russo, 1849 – 1936) para entender o comportamento de um bebê. As crianças se desenvolvem em armadilhas criadas inconscientemente pelos seus próprios pais, tutores, instituições educacionais, políticas e/ou religiosas. São as maiores vítimas da sociedade, que, de maneira trágica repetirão a mesma ignorância.
    Os seres humanos têm várias necessidades, desde as mais fúteis até as básicas e dentre elas estão: amar e sermos amados. Que em última instância, são traduzidas como infantilidades na busca por atenção. Uma carência profunda! Queremos dedicação constante e se não conseguimos, ficamos deprimidos, com baixa autoestima etc. Se não acredita no que estou dizendo, observe a loucura das redes sociais. Todos aguardam um like ou algum tipo de comentário para serem “felizes”. Ofertamos o poder para as pessoas definirem o nosso estado de ânimo. Compreende o grau da FALTA? Falta de autoconfiança, falta de autenticidade, falta de coragem, falta de amor próprio, falta de não fazermos falta.
    Mencionei anteriormente que “infantilizamos” as coisas, não foi de modo pejorativo – uma expressão ofensiva. É pelo simples fato de que somos animais condicionados. Repare o comportamento dos pequeninos. Aos poucos eles entendem que é muito mais fácil receber olhares quando estão tristes ou doentes, do que alegres e saudáveis.
    Exemplo: se esbarrarmos em uma criança sorrindo, pulando, feliz da vida – não damos importância, ATENÇÃO. Contudo, ao vê-la chorando, cabisbaixa, jururu… na hora perguntamos: o que houve? Precisa de algo? Quer um sorvete? Dessa forma ela sente que está sendo amada, cuidada, por isso afirmei que nos desenvolvemos em armadilhas. Cresceremos pessoas tristes, cheias de mazelas físicas e psicológicas. Os responsáveis que contribuem para a evolução do menor de idade, esperam (com as melhores das intenções) a bem-aventurança. Todavia, o que será gerado é um prato cheio de lástima.
    Fomos aprendendo que é na infelicidade que recebemos AMOR. O planeta está miserável por afeto. Ocos de alma sem saber o por quê? E o mais engraçado e irônico da história… é que a mesma sociedade que apresentou a doença, também nos julgará. Ela aponta o dedo todas as vezes que buscamos preencher o vazio, aliviar nossas angustias em um boteco, em um templo religioso, nas drogas ilícitas, na esbórnia, no trabalho obsessivo ou em qualquer outra válvula de escape. Iguais as empresas que vendem alimentos industrializados e depois oferecem (gentilmente) o tratamento contra o câncer!
    Uma verdadeira “S”ILADA SOCIAL.
  • “Sendo” de verdade, sem subterfúgios.

    Chorei, chorei, copiosamente chorei. Chorei por ter consciência dos anos perdidos em minha vida. Perdidos, por não tê-los vivido com ardor, com garra e amor.
    Para que uma mesquinha moralidade?
    Para que apropriar-me de um ser que não sou eu?
    Para que a loucura de procurar subterfúgios em tudo?
    Para que dissolver minha personalidade apenas para seguir conveniências sociais?
    Para que deixar de ser eu mesmo para alguém ter que me suportar, se em troca, eu não me suportarei?
    Se eu fiz o bem, se eu chorei, se eu sorri, se eu amei, não foi com a intensidade e a profundidade que deveria, mas agora... Chega!
    Cansei de meias verdades, cansei de tudo pela metade.
    Chega de faz de conta!
    Chega de “ser” e ter de mentira.
    Chega de “sub. ter”. Fujo!
    Fujo para precipitar de modo próprio o meu caminho e a minha verdade. Quero ter e ser tudo por inteiro. Chega de concessões! A força que eu fazia para agradar os outros me roubava a vida.
    Devolvo a mim nesse momento a vida que deixei levar. Descobri que tenho o poder de sublimar tudo. Gestos, tentativas e intuições, tudo vem é do meu interior.
    De hoje em diante os meus eus invividos não vão mais se envenenar com regras e exortações. Parei de fazer acordos! Parei de negociar meus dias e minhas horas! Cansei da monotonia do conhecido, do habitual! Hoje começo explorar o inédito. Hoje começo a relacionar-me com pessoas que me devolvem a vida que outras levaram! Hoje vou dar beijos verdadeiros, não quero sorver apenas hálito! Quero energia e amor! Parei com artificialidades! Hoje quero a essência do ser humano e de meu próprio ser!
  • (E)vidente

    Não sou profeta, 
    mas está claro: 
    Você será minha!

  • 50 TONS DE DÚVIDAS- Parte 2 de 2

    PARTE 2 DE 2
     Um rastro de sangue, destruição, opressão e enganação tem acompanhado os ritos de culto a esse ser misterioso por mais de 6 mil anos em culturas já subjugadas, ou tem sido a marca registrada dos principais de seus sacerdotes. Não importa em quantos seguimentos se dividam os ritos de culto a esse ser, os rituais, ideais e propósitos continuam sendo o mesmo: esconder o próprio passado, esconder o ser cultuado, manipular a realidade presente, perseguir e matar todos os que se opõem a ela.
     O judaísmo se divide em vários seguimentos e todos eles tentando provar entre si qual o seguimento é o melhor. Todos eles de igual modo alegam estar fazendo o certo de modo certo. Todos eles matam e morrem entre si tentando provar qual ritual que mais agrada a esse ser.
      O islamismo de igual modo tem feito o mesmo, porém mais macabro. Depois de tanta divisão que veio a existir em sua linha de fé e consanguinidade, os tais vem se destruindo uns aos outros e destruindo todos que não se submetam a esse ser invisível. Um corte de cabelo, um uso de barba, usar ou não o véu...Tudo é motivo para iniciar um guerra, provocar chacinas e envolver vários países nesses conflitos intermináveis tendo como pando de fundo provar uma amizade com um ser invisível.
      O cristianismo, esse sim fica praticamente incontável definir suas divisões, pois a cada dia novos modelos surgem para todo tipo de gostos e bolsos, mas todos eles também alegam estar seguindo ao deus verdadeiro de modo verdadeiro. Em países como Irlanda, temos grupos terroristas cristãos, que há décadas espalham terror entre católicos e protestantes, tentando serem tão diferentes quantos brinquedos fabricados em série por uma mesma fábrica, num mesmo lote. De tão diferente que são, todos eles são iguais.
       Os três seguimentos brigam entre si e uns com os outros desde tempos imemoráveis. O que judeus, cristãos e mulçumanos tem em comum? Vejamos:
    ·         A crença no mesmo deus! Apesar de vários seguimentos diferentes entre eles mesmos, apesar dos conflitos internos e externos todos eles alegam seguir o deus de Abraão, Isaque e Jacó. Todos eles usam a maioria dos livros do velho testamento como base inicial de sua fé.
    ·         Todos eles dizem que seu deus é invisível, onisciente, onipresente, onipotente e tal.
    ·         Todos eles alegam para si próprio a real paternidade ou filiação a esse deus, sendo deus e Abraão seus verdadeiros pais e eles mesmos, cada um deles alegando ser seus verdadeiros filhos.
    ·         Todos eles brigam entre si por uma herança na terra ou no céus! Alguns deles, em suas orações fazem juramento de aniquilação total ao outro ao longo dos séculos e por pouco não conseguiram tais feitos.
    ·         Todos eles tem o seu paraíso particular enquanto esperam que o seu deus reserve ao outro a condenação eterna ou aniquilação integral da consciência do outro.
    E o que o seu deus faz em favor deles? Nada! Deixa seus filhos se estapearem até a morte, todos eles querendo ser filhinhos do papai, bichinhos de Jacó, nação eleita de deus, ou a santa gihad. Que loucura! Pensem numa verdade que todos se recusam a encarar: se esse deus existe, ele não gosta de união! Ele gosta de divisões, contendas, guerras, mortes e todo tipo de barbaridade em defesa de sua própria honra, quando na verdade ele mesmo poderia se auto defender e não o faz. Quanto mais divisão mais contendas e melhor assim! É provocando o caos, que um falso herói ganha notoriedade para resolver um problema que ele mesmo criou! Se não nos importarmos uns com os outros e darmos um basta nisso, estejam cientes que ele nunca o fará, pois se o quisesse já teria feito, antes sim, nos registro a cerca dele no antigo testamento, apenas prova que ele prega mais a morte e destruição do que a vida e a paz!
      Os judeus espera um messias que vai subjugar todos os povos enquanto eles reinam sobre todos se vingando de tudo que já fizeram a eles no passado. Os mulçumanos dizem o mesmo, esperam o retorno de seu profeta para os liderar numa santa Gihad e deixar o mundo todo servindo a Allah. E os cristãos? Cada um deles não conta as horas para ver se estabelecer o reino milenial de cristo na terra ou o dia do juízo, onde irão se regozijar, quando seu deus pegar o livro da vida, fazer a chamada, e constar o nome dele e não constar o nome do seu vizinho “chato” que não queria aceitar jesus, ou o nome do sujeito da “igreja falsa”, aquela ao lado da sua. “HÁ, HÁ, HÁ, HÁ”...Quase posso ouvir a gargalhada interna de muitos cristãos, ensaiando para o dia do juízo, quando eles tiverem de boa, com seu deus enquanto todos serão julgados e condenado...ô povinho confuso! Notem que entre eles, o prazer de um é ver o outro se dar mal. Tem sido assim por milênios...Só o uso da razão será capaz de os libertar desse círculo vicioso. São todos ao mesmo tempo prisioneiros e carrascos um dos outros, mas pagam de turistas em liberdade numa manhã de primavera. Todos com as mãos sujas de sangue, mas todos se dizem dignos do colinho do papai por terem sidos bons filhinhos aqui na terra!
     Outra verdade é que, em todos esses seguimentos encontraremos pessoas racistas e extremistas que tornam o mundo pior a cada dia devido exatamente a nutrirem uma certeza duvidosa sobre suas próprias crenças. Em todos esses seguimentos, encontraremos pessoas confusas, aflitas e inconformadas por que nunca conseguiram aceitar ou concordar com esse modelo de crença ou as características do ser cultuado, mas por terem nascidos em tais culturas, foram rotuladas por uma religião desde o nascimento e pra compensar tal infelicidade tendem a perseguir a crença alheia. Em todos esses seguimentos encontraremos também verdadeiros anjos, pessoas de bem, que apesar dos pesares, enfrentaram a fúria do sistema e tentam tornar o mundo mais humano, pagando com suas próprias vidas em vários casos por tentar mudar o sistema. Em todos os seguimentos até hoje encontraremos pessoas lutando por um mundo melhor, mais igualitário, sem barreiras, sem divisões e sem ideologias dentro e fora de qualquer sistemas de crenças. Em todos os seguimentos encontraremos pessoas atacando as bases de suas próprias crenças, os fundamentos sem lógica de sua fé, que só fazem mergulhar o mundo em um caos e trazer segregação tanto aos de dentro, quanto aos de fora. Em todos os seguimentos encontraremos pessoas comuns, atacando as lideranças, criticando seus abusos e exploração do povo em beneficio próprio. Em todos os seguimentos, tais pessoas sabem que podem pagar com a própria vida e nem por isso ficam em silencio. Em todas as épocas pessoas lutaram por um bem comum e contra um império inteiro, tendo apenas os argumentos da razão e da logica como armas. Todos eles foram e são de certa forma vencedores, apesar de a história muitas vezes relatar o contrário. Um exército de um homem só confiante do que faz, tem mais efeito do que uma multidão de amedrontados, que vivem sob ameaças, declarando um amor que não existe a um ser invisível, com medo de serem punidas com um inferno eterno. Os que vivem sob efeito de entorpecentes, não tem como vencer na razão os que usam a lucidez, apenas o volume das massas faz com que um escravo se ache livre por estar em maioria.
       Para nos juntarmos a esse pequeno exército e sairmos de uma escravidão coletiva, tomemos como base alguns princípios da própria crença cristã, usando a bíblia e as própria tradições cristãs contra sua própria linha de fanatismo. Vejamos alguns fatos:
    ·         Um deus imutável não mudará se mudarmos nossa linha de pensar, a menos que ele seja fruto de uma imaginação coletiva. Com isso, deduzimos que pensar não é pecado, que pensar não “desmonta” deus, a não ser que ele seja desmontável;
    ·         Um deus inabalável não irá cair se pararmos um pouco de render nossa atenção e rios de dinheiro destinados a ele para ajudarmos só um pouquinho ao nosso próximo que realmente precisa de nossa ajuda, pois um deus rico e poderoso não precisa de dinheiro nenhum para se auto sustentar, portanto podemos investir nosso dinheiro em coisas uteis ao nosso bem e de nosso familiares;
    ·         Um deus auto existente, não precisa de louvor para continuar existindo. Ele existe independente do que façamos ou não pensando nele, a menos que ele seja fruto de nossa imaginação e só se torne “palpável” quando num universo paralelo ele passe a existir quando o invocamos;
    ·         Um deus onipotente pode tudo, inclusive fazer o bem, e dar um basta em conflitos gerados em defesa de seu nome, sua moral ou filiação. Se não o faz é por que não quer, não pode nada, ou não é realmente bom! Nós não conseguiremos a paz entre os povos quando ele mesmo almeja a guerra. Toda tentativa de pacificação em nome da fé ou em nome dos deuses é inútil e de curta duração. Em nome de nossa existência e do bem comum devemos buscar a paz!
    ·         Um deus de amor, teria como premissa principal o fato de se pôr no lugar do outro, sem falar que ele nem precisaria se por, pois ele já sentiria o que o outro sente por ser onipresente e desse modo, antes de castigar alguém por estar na “igreja errada” ele entenderia que o homem é regido por sentimentos, pensamentos e emoções, e que reagimos o tempo todo a todo tipo de estímulos, e que somos enganados o tempo inteiro por seus próprios representantes, exatamente pelo medo gerado o por eles, quando pintam a figura desse mesmo deus que ao invés de punir uma nação inteira, deveria punir apenas aqueles que em seu nome leva muitos a perdição;
    ·         Um deus misericordioso é regido pela misericórdia e não pelo desejo constante de vingança e castigo. Você só vai encontrar gestos de “misericórdia” desse deus na bíblia, quando se refere a atos praticados por seus “ungidos”, fossem esses reis malandrões ou profetas fanfarrões. Para o povão geral não, incluindo aqueles que tendo boas intenções tentaram proteger recipientes sagrados ou lhe ofertar culto não autorizado. Parece que ele só tem misericórdia de gente errada, não para perdoa-los, mas para cobrir seus erros enquanto enganam o povo. Que sejam testemunhas disso os 40 meninos comidos por uma ursa a mando de Eliseu e os 150 homens que ele mandou descer fogo do céu e os consumiu; Uzias e os sacerdotes consumidos por fogo, incendiados de dentro para fora, todos os habitantes da era antediluviana, os habitantes de Sodoma e Gomorra, e mais outros milhões de pessoas que esse deus castigou sem dar uma segunda chance só por que eram idolatras ou estavam no caminho do seu povo quando fugia do Egito. Pra gente de moralidade duvidosa sempre tem uma segunda chance. Pra os honestos e indefesos não...tem coisa errada nisso ai...                 
    ·         Um deus marido de sua igreja e “macho alfa” não ficaria com medo se sua “esposa” fosse paquerada por outro deus, sendo que ele mesmo declara não existir nenhum outro em nenhuma parte desse vasto universo. Caso existisse, ele deveria punir o ser paquerador e não o ser paquerado. Se a igreja é sua esposa, é sua esposa e pronto, e se ele sentir ciúmes que ele mesmo tire satisfação com o outro cara que paquera sua “igreja” e não fique nos usando para isso. Lembrando que ele mesmo alega não haver outro cara;
    ·         Um deus eterno, não irá deixar de existir só por que dois ou três “ateuzinhos” ou filósofos declararam não acreditar nele ou fazem críticas ao seu modo de governar o mundo. Ele existirá independente que creiamos ou não em sua existência e nada irá muda isso, sem falar que num país como o nosso, que para cada 1 pessoa que diga não acreditar nele, haverá pelo menos 10 mil que estarão diariamente lhes prestando culto. Isso por si, já deveria ser causa de segurança entre os seus seguidores e não de desespero. O desespero de uma maioria, mediante a confiança de uma insignificante minoria deveria ser motivo de questionamentos internos do próprio grupo, se realmente acreditam no que dizem ou estão apenas mentindo a si próprio. Caso esse deus seja real, a negação de um ateu não o tornará irreal, seria apenas mais um motivo para ele provar o contrário do que se dizem a seu respeito por pessoas que não se submetem a uma loucura sagrada.
    ·         Um deus justo teria como premissa a busca pela justiça e igualdade entre os povos. Ele seria o primeiro a intervir contra abusos de autoridade, abusos sexuais, exploração do trabalho escravo e exploração da ingenuidade alheia pelo mercado da fé praticado em seu nome. Esperar para fazer justiça apenas no dia do juízo mostra apenas insensibilidade ao que tem apenas uma vida curta aqui nessa terra e tem de conviver com seu opressor. Isso não é justiça e isso é conivência! Traga oferendas a ele, bajule ele diariamente e parece que ele fica inerte aos problemas de quem sofre. Um político corrupto também fecha os olhos a dor do oprimido, quando recebe favores indevidos para proteger gente do mal.
    ·         Um deus poderoso não é aquele que intimida ou ameaça suas indefesas criaturas só por que não entende seus “gloriosos mistérios”. O nome disso é tirania! Um ser poderoso deveria ser aquele que usa seus recursos para promover o bem estar entre todos, procurando equilibrar a balança da vida, amenizando as mazelas entre as pessoas.
    ·         Um deus maravilho deveria ser aquele que faz maravilhas, e não aquele que promove a destruição do outro e chama isso de milagre. O nome disso é ditadura! Maravilhosa é a capacidade de quem pode tornar coisas simples em coisas grandiosas, e não faz afundar um país inteiro com dez pragas e o restante do povo mata afogado para depois chamar isso de milagre!
    ·         Um deus onisciente não aceitaria fofocas e mentiras de quem quer que seja, sendo que ele sabe de tudo e ver tudo. Esse mesmo deus onisciente também deveria revelar a sua igreja num total, toda “tramoia” e tentativas de queimas de arquivos que seus ungidos fazem quando um simples membro descobrem casos de adultérios, corrupções e todo tipo de abusos as escondidas. Pessoas morrem todos os dias, quando mesmo sem querer flagram lideranças cristãs cometendo ou planejando alguma obra nefasta. Isso ele não revela. Isso ele não sabe. Isso ele não ver. Só tem olhos para o desnecessário e só faz o que já foi feito!
      Poderia passar dias comentando sobre as qualidades do ser cultuado e suas contradições ou justaposições mas resumo tudo, citando um versículo bíblico de Tiago 4.17 que diz: “aquele que sabe fazer o bem e não faz estar cometendo pecado”... Nesse caso não teríamos um ser digno de culto, antes sim um “pecador” igual ou pior que nós mesmos”. Grandes poderes implicam em grandes responsabilidades, já dizia um certo personagem. Mediante a tantos atributos mega escandalosamente fantásticos e surreais desse ser, a atual situação do mundo e a má relação entre seus próprios filhos, concluímos que há ingerência de recursos ou improbidade administrativa. Poderia ele quem saber passar o bastão a outra divindade e se aposentar quem sabe.
       Os triunfos de uma civilização dependem mais da moralidade de seus cidadãos do que a moralidade demonstrada por deuses invisíveis e seus representantes visivelmente alienados. As conquistas, progresso e evolução de um povo dependem unicamente desse mesmo povo. Alguns deuses preferem que vivamos em bandos, defendendo territórios reais ou imaginários. Desde babel que ele lança confusão e dificuldade de entendimento entre os povos. O que mais se pode esperar de um ser assim? Dizer que ama a um ser que lhe ameaça castigar com um inferno eterno caso você não o ame, não é amor, é utopia. Caso não acordemos desse sono milenar, seremos sempre vítimas de uma relação sadomasoquista entre esse deus e seus adoradores. Só que nem todo mundo gosta de ver ou participar desse tipo de rito macabro e isso deve ser respeitado. Aos que curtem isso, paciência! O tamanho de um deus de um povo, será do tamanho de sua ingenuidade! O poder dos representantes desses deuses acabam quando o povo desperta do sono induzido. Pensar não é pecado. Aprender não é ofensa. Entender não é crime. Aceitar e concordar com tudo é suicídio!
    Um brinde a sanidade. Abaixo robotização e sentimento de rebanho!
  • 50 TONS DE DÚVIDAS-Parte 1

    PARTE 1 DE 2
       Qual seria o perfil psicológico esperado de uma pessoa que se diz estar cheia da verdade, cheia de luz e que estar trilhando o caminho certo? Qual deveria ser o perfil de uma pessoa muito religiosa, que diz ter certeza de sua salvação, dos seus ritos litúrgicos e da real existência do ser por ela mesma cultuado como sendo real e verdadeiro? Não seria o perfil desta pessoa pautado pela paz, tranquilidade, confiança e calmaria, considerando que esta mesma diz ter plena certeza que estar fazendo a coisa certa de modo certo, além de ter convicta certeza da existência do ser a que se adora? A certeza que ele nutre, deveria gerar confiança ao falar desse ser, e não revolta quando outra pessoa não recebe tal ponto de vista de igual modo. Parece mais um vendedor ruim vendendo mercadoria defeituosa, que se ofende toda vez que o cliente pergunta se a mercadoria é mesmo boa.
       Por que será que a grande maioria dos que seguem ao deus de Abraão, que é adorado em diferentes ritos de culto por judeus, cristãos e mulçumanos, se ofendem, se escandalizam e se inflamam com tão pouca coisa, apesar de estarem plenamente confiantes de que estão no caminho certo e todos os demais errados? Por que esses três segmentos, vem tentando converter um ao outro ao seu ponto de vista, ou aniquilar um ao outro nos últimos 15 séculos, apesar de renderem devoção, temor e obediência ao mesmo ser cultuado por seu patriarca quase 6 mil anos atrás? Por que esse deus venerado, pai de todos não se manifesta e impõe a paz forçada entre seus filhos, do mesmo modo que impôs a guerra deliberada no passado bíblico em dezenas de ocasiões para mostrar seu grandioso poder? Será que o seu grandioso poder só se manifesta para a destruição alheia? Ele gosta dessa carnificina provocada pela disputa do colinho do papai? Praticamente todas as maravilhas que ele fez para o bem de “seu povo” se resume em ocupar um lugar já ocupado para dar a pessoas sem ocupação e destruir outros povos para ser glorificado como único e verdadeiro por chacinas cometidas como se fosse algo glorioso.
      Levando em consideração que a grande população de cristãos no ocidente correspondem a quase 95% das pessoas, mesmo assim, notamos uma irritabilidade muito grande por partes dessa maioria esmagadora, quando notam um minoria insignificante entre eles, e tentam forçar a aceitação de suas crenças a outros, e estes ao se recusarem, passam a ser perseguidos, justamente por aqueles por estarem em maioria, deveriam estar plenamente confiantes de si mesmos e não incomodar ou perseguir os demais. A certeza de algo gera confiança e não o oposto disso. Os mais radicais deles se ofendem com tudo que não sejam parte deles ou do rito deles, sem falar que entre eles mesmos, vivem a afrontar uns aos outros, tentando pescar membros das igrejas uns dos outros para o seu rebanho. Um símbolo sagrado de uma cultura alheia distante ou presente, um comentário em um post na net, um beijo gay, uma “música do mundo”, um corte de cabelo do outro, uma roupa um pouco decotada... Tudo é motivo de incomodo, ofensa, ou de tentativa de subversão da crença do outro a sua própria, apesar de tantos conflitos entre eles mesmos tentando provar quem é melhor que quem.
     Além de todos esses incômodos entre eles mesmos, a coisa que mais incomoda um cristão destrambelhado é a simples existência de uma pessoa sem religião. Sua respiração, seu trabalho, seus comentários, sua família, seu sucesso, sua grandeza, e tudo que esse venha conseguir fora desse grupo é motivo de afronta a um fiel fanático religioso. Deveriam ser apagados do mapa! É assim que muitos deles dizem publicamente a respeito de todos que não concorda com seu ponto de vista e não se submetem aos seus líderes por demais gananciosos e manipuladores. O sonho de todo religioso que já perdeu o cérebro é viver num mundo quadrado, em forma de caixinha, onde todos pensam de igual modo, dirigidos por uma mesma liderança e sem nenhuma vida fora dela, para que eles mesmos não cheguem a conclusão que existe sim vida fora daquela caixinha sagrada. Isso nunca vai acontecer, lamento informar, pois por mais duro que um sistema seja, sempre haverá rebeldes e revolucionários que não se dobram a abusos seja de quem for.
      Qualquer pessoa que prospere e tenha uma vida tranquila fora da religião, será alvo de duras críticas e comentários negativos por parte desses religiosos, mesmo sendo o ser criticado uma pessoa justa, honesta e que não cause problemas sociais. Para eles, mais vale um vagabundo cristão, do que uma ser honesto sem religião! Essa é a mensagem não verbal que muitos deles proclamam diariamente. Se você conseguiu de certa forma alcançar um nível maior de cultura e de finança e por isso tem sua vida emocional e financeira equilibrada, fique sabendo que qualquer hora dessas será alvo de insultos públicos por parte de pessoas que criam inimigos imaginários, que dão grande parte dos seus rendimentos e tempo precioso as lideranças na ganancia de terem o dobro ou uma vida melhor ao invés de trabalharem e estudarem, e para compensar suas frustações, vivem a ofender e perseguir quem vive bem fora desses “recintos sagrados”. Dizem que quem põe defeito quer comprar! Um bichinho de Jacó, subidor de montes, fazedor de jejuns, pagador de promessas e comprador de bugigangas ungidas piram, quando veem os “manos de fora” do seu mundinho 4x4 tendo um estilo de vida muito melhor que o deles, sem pagar tanta penitencia para isso e vivendo uma vida justa longe do curral das ovelhas! A desgraça de quem não acreditam em seu deus ou não se iludem com falsas promessas é tudo que eles mais parecem desejar. Cada dia de vida útil e feliz de uma pessoa que não se submete a um estilo masoquista de ser, é um insulto a esses pobres e irritados fiéis de cristo. O amor destes estar limitado a quem se afilia ou se submete aos seus caprichos de fé. Morte aos infiéis! Pregam direta ou indiretamente grande parte dos que tem no deus mesopotâmico seguido por Abraão sua base de crença.
       Pode um ser superior que diz estar plenamente certo de sua própria existência como sendo única e suprema nesse vasto universo, estar incomodado com o fato de que seus servidores se prostrem a outro deus sendo que ele mesmo declara não haver outro em lugar algum? Pode um ser superior permanecer constantemente incomodado com a mentira alheia, a ponto de tentar suprimir todas as formas de expressões de outras culturas, sendo que ele mesmo alega não há outra verdade além dele e de sua própria palavra? Poderia um industrial bilionário se incomodar com o poder de compra de um garoto de apenas 10 anos de idade que acaba de ganhar 50 centavos do pai para comprar alguns chicletes na bodega esquina?  Será que esse bilionário em sã consciência poderia enxergar esse menino como um concorrente, a ponto de querer exterminá-lo pela remota e impossível possibilidade deste vir derrubar seu império financeiro com apenas aquela mísera moeda? Pois é....as vezes o ser cultuado por muitos, se comporta como esse bilionário louco! Mesmo se declarando ser o único, o mais potente, o mais poderoso e tal, estar sempre vigiando, ameaçando ou castigando seus filhinhos pela simples possibilidade destes vir dar sua atenção a outros deuses sendo que ele mesmo declarou não existir outro. SE NÃO ME AMARES, MATAREI A TODOS VOCES! Essa parece ser a mensagem oculta em cada “milagre” e em cada evento realizado pelo deus hebreu para “salvar” o “seu povo” durante os tempos bíblicos.
       Se rastrearmos o comportamento da igreja que diz representar o deus cristão ao longo da história, notamos que não há certeza nenhuma em suas atitudes quanto àquele que dizem ser o único, verdadeiro, supremo e dominador de tudo. O modo como esse ser cultuado age no antigo testamento, parece mais estar tentando ocultar algo e apagar provas, do que propriamente mostrar que é o único. Como se entre tantos, ele quisesse provar ser o único, apesar de saber que não é, valendo-se de ameaças constantes quando qualquer pessoas se inclinasse a outro tipo de conhecimento ou devoção que não fosse a sugerida por ele. Era proibido a busca de outra linha de raciocínio a não ser aquela já estabelecida pelos sacerdotes. Por que tanto medo que descubramos...O que tem sido escondido na verdade? No mundo judaico antigo, no mundo cristão medieval e no mundo mulçumano atual ele se comporta do mesmo jeito. Ele (ou seus representantes) proíbem o diálogo entre os povos e a busca pelo conhecimento cientifico e a pesquisa sobre a realidade dos fatos. Ele parece declarar inimizade a todo pesquisador, arqueólogo, antropólogo, cientista, bacteriologista, geólogo, paleontólogo, filósofo ou psicólogo sério, ao invés de tê-los como aliados para ajudar provar sua própria existência.
     O mesmo ser único e verdadeiro, absoluto e exclusivo, parece sofrer de alguma síndrome irreparável de mania de perseguição, pois, quando não estar procurando destruir, obstruir ou mascarar informações sobre o próprio passado, estar tentando destruir o presente ou simular uma realidade inexistente para um futuro, além de autorizar ou com concordar com a destruição da cultura alheia, seus livros, seus costumes, seus deuses e sua história...Estes não deveriam ser comportamentos de quem assegura estar plenamente  seguro de ser o único no pedaço e que fora ele não exista outro.
      Os seus seguidores tem refletidos ao longo dos séculos essa mesma linha de pensamento e desconfiança. Um rastro de sangue, dor e opressão tem sido a marca daqueles que lutam para apagar o próprio passado da humanidade e manter viva uma fantasia surreal a todo custo. Tal pai, tal filhos. A incerteza de um é a desconfiança de outro! A síndrome do marido traído não ficou apenas com Jose, marido de Maria, engravidada por uma pomba. Ela passou a todos os seguidores dessa linha de pensar, que julgam estar servindo a apenas um ser, mas vive com medo que possa haver outro e tomar o seu lugar de pai ou de filhos. Quem mora sozinho numa casa grande, não precisa estar preocupado em esconder sua nudez enquanto toma banho no banheiro, considerando que não há ninguém ali para o pegar desprevenido!
      A mania de perseguição dos seguidores do deus cristão em nome da igreja, a mando dela ou com sua aprovação ainda que silenciosamente consciente, tem deixado um rastro de destruição por onde passa. Por várias vezes ao longo da história, bibliotecas inteiras foram incendiadas, apagando e destruindo milhares de anos de história sobre vários povos, várias civilizações antigas, vários assuntos científicos incluindo  medicina, astronomia filosofias e vários outros em que nos deixariam talvez, em mais de 5 mil anos à frente em evolução, se comparado ao nosso estado atual. A biblioteca de Alexandria no século IV, foi apenas um entre tantos prejuízos que foi causado a humanidade em nome desse deus ou a mando da igreja. A destruição de bibliotecas de povos da mesoamérica foi outro desastre provocado de dano irreparável. Com tantos problemas sociais constantes na Europa medieval, a igreja e seus representantes, gastavam fortunas, para que seus navegadores saíssem mundo a fora, quebrando estatuetas de povos indígenas e tudo que possivelmente fosse interpretado como idolatria. A santa igreja, fabricante de todo tipo de idolatria, se julgava a si mesmo como aquela que salvaria o mundo da idolatria, destruindo todo tipo de objeto considerado ídolo ou ligadas ao satanismo sendo que ela mesma era a principal fabricante deles. Tem cabimento uma coisa dessas. O evangelho que segundo eles mesmos deveria gerar pessoas mais amáveis e preocupadas umas com as outras, estava gerando pessoas por demais ocupadas caçando ídolos ou seus fabricantes para os condenarem ao ferro e fogo. Maldita hipocrisia!
      Durante as conquistas espanholas e portuguesas, várias culturas foram praticamente extintas, seus livros queimados, em praça pública, seus templos destruídos, suas fortunas saqueadas e o povo escravizado pelos colonizadores para serviços braçais e sexuais, além de serem escravizados para servirem ao novo deus por eles apresentados. As pessoas quase que de modo geral, vão viver suas vidas e morrerão sem saber que jamais existiu esses povos ou que esses fatos aconteceram, pelo fato dos tais terem sido extintos e pelo fato da amada igreja ocultar ou manipular tais feitos para que tal passado negro fique no esquecimento. Grandes estudiosos e os que buscam conhecimentos, amargam essa perda sem reparações e ainda caem no descrédito público quanto tentam mostrar ao povo, o mal que esse fanatismo tem causado. Entre confiar na palavra de um semianalfabeto que usa uma bíblia para explicar o mundo e sua história e dezenas de seguimentos científicos para explicar a mesma história, qual ponto de vista vocês acham que prevalece em nossa sociedade? Nem preciso responder! Dez palavras de um líder religioso, valem mais do que uma biblioteca inteira de conhecimentos acumulados pela humanidade, segundo o senso comum de ser cristão.
      Bem verdade é que algumas dessas culturas da mesoamérica eram tão sanguinárias quanto foram algumas cultura do deus judaico e cristão ao longo dos séculos e que mantinham rituais de cultos regados a base de sangue e sofrimento alheio para agradar também a um tipo de divindade suspeita. Em todo local “conquistado” pela igreja, a história sempre se repetia: morte, carnificina, escravidão e destruição da cultura local. Apagar evidencias da existência dos deuses e de todo conhecimento cientifico dos povos conquistados era a ordem principal. Esse deus parecia político desonesto, que julga ter numa população ignorante a certeza de sua estadia permanente no trono. Em todo solo que a igreja hasteava uma bandeira de conquista portuguesa, espanhola ou de algum outro país cristão, a triste sina de um povo estava traçado. O presente oferecido pelos cristão aos povos conquistados era sempre como um presente de grego aos troianos: por traz daquela cruz de madeira ou do ser crucificado nela, sempre vinha em seu interior, a espada, a conquista e a submissão enquanto o povo dormia, embriagado apreciando o presente recebido. Esse modelo de fé tem promovido mais desgraças do que bons resultados por onde passa. Hoje em dia, os países mulçumanos ainda são os responsáveis pelo maior número de pessoas sequestradas para fins de escravidão no mundo, tendo como principal alvo mulheres e crianças. Enquanto no período colonial os cristão escravizavam outros povos com intuito principal o serviço braçal, os mulçumanos veem na exploração sexual a melhor forma de oprimir o outro. Ambos dizem servir ao mesmo deus mesopotâmico! Que Coincidência!
      A pergunta que nenhum fiel cristão consciente faz é: por que a igreja procura apagar todas as “mentiras” de outros povos já que esta mesma tem se considerado ser a detentora da verdade eterna? Quem estar certo de si em algo, não tem necessidade de destruir as evidencias falsas dos outros para se manter na verdade, antes sim tais evidencias, serviria apenas para incriminá-los e não para absolve-los. Queima de arquivos e destruição de provas são sempre comuns a pessoas que tendo cometido crimes e tem certeza que serão punidas pelas provas, procuram de todo custo eliminá-las custe o que custar. Por que os servidores desse deus, procura a todo custo apagar evidencias históricas da humanidade e do planeta impondo a todos sua própria verdade fabricada em concílios secretos? O que eles escondem?
       Tem a igreja procurando eliminar evidencias que comprovem que ela não é tão verdadeira quanto diz ser? Tem procurado o deus mesopotâmico cultuado por judeus, mulçumanos e cristãos destruir provas que sirva para de algum modo mostrar sua face oculta ou seus planos secretos? O que ele tem a temer de fato? O que ele tenta esconder? O que seus seguidores zumbizados pelas ameaças de morte e condenação eterna escondem tanto? Ambos são cumplices de algum tipo de pacto sinistro, ou estão os seguidores apenas cumprindo rituais com medo de uma danação eterna? É visto em toda natureza, que um animal quando encurralado pode atacar e lutar até a morte, ou pode se deixar capturar para permanecer vivo, morando em cativeiro. Acho que os chefes da igreja aceitaram se reproduzir em cativeiro ao invés de incentivar o povo a lutar pela liberdade de consciência, ou seriam eles mesmos os criadores de tais cativeiros?
       Se a igreja cristã, que diz servir a um deus vivo, presente, onisciente, eterno, imutável, inamovível e que não se degenera em todas as suas qualidades metafisicas, por que se incomodar com coisas tão banais como ídolos de pedra, barro, ouro, madeira ou seja lá do que for da cultura alheia? Por que atravessar um oceano pouco acessível naquela época, com várias caravelas, arriscando a vida de toda uma tripulação só para derrubar uma estatueta de barro, numa tribo indígena, largada numa floresta, no meio do mato e praticamente esquecida em uma cidade já não habitada? Por que se incomodar tanto com um ídolo morto, inerte, imóvel e que nada pode fazer sendo que o seu deus é vivo, o todo poderoso chefão das galáxias? Que comportamento infantil! É como um filhinho de papai, cheio de brinquedos eletrônicos caríssimos, mas que ao se ver sem amigos para brincar, tenta atanazar a vida de um pobre favelado que esbanja alegria ao correr todo sujo na chuva como os seus amiguinhos igualmente pobres, porem ricos e felizes pela companhia uns dos outros. Que ciumeira doida é essa? Parece papel de mulher mal amada e mal resolvida, que por mais que se adorne a si própria de joias e roupas caras, ainda sente ciúmes da vizinha, uma simples borralheira doméstica, quando seu marido também sujo do trabalho, chega em casa e lhe cobre de beijos sem se importar com o labor do dia e os odores provocado da labuta.
      Tem alguma coisa errada com esse ser cultuado. Tem alguma coisa errada com os que lhes prestam culto. Até hoje esse comportamento é refletido em vários cristãos radicais (e imbecis) que saem por ai a meia noite, chutando despachos na encruzilhadas, que invadem terreiros de macumba para atrapalham os rituais de outros cultos em pleno funcionamento, ou quebram seus altares, ou que pegam símbolos católicos e os quebram em público enquanto se deixar filmar para todo mundo ver. Por que demonizar a crença do outro quando se julga sua própria como sendo divina? É muita cara de pau ou muita incerteza sobre a própria crença! Não vejo mensagem de salvação alguma nesses atos, antes sim, mensagens de desespero e um convite á guerra!
      O que os sacerdotes cristãos em suas linhagens milenares estão tentando esconder a respeito desse ser cultuado e tido como deus? Seria sua aparência já que ele nunca deu as caras publicamente? Será que ele não tem a aparência meiga e afável que no subconsciente coletivo seus seguidores criaram? A própria bíblia dá alguns detalhes soltos de como possivelmente ele seria. Quando leres a bíblia de modo não induzido, verás que a imagem a respeito dele pode ser bem diferente do que imaginamos. Alguns dirão que o modo simbólico como descrevem suas características, são apenas linguagem poética...que poesia macabra! Um deus justo jamais deixaria que seus filhos derramassem sangue um dos outros em defesa se sua honra sendo que são todos eles seus filhos. Em nossa sociedade “pecadora” como somos, negar responsabilidades de paternidade gera sérios problemas. Na sociedade dos deuses, gerar filhos e deixá-los entregues à própria sorte, parece ser suas marcas registradas e até motivo de orgulho. Do Olimpo ao Horebe, isso tem acontecido aos montões!
      De onde vem esse medo louco de que descubramos como realmente as coisas são? Do deus que inventou a igreja, ou da igreja que inventou esse deus? Estaria por outro lado os sacerdotes cristãos primitivos escondendo as reais intenções do ser a quem se adora, com sua verdadeira identidade disfarçada de ser supremo e universal? Por que tanto ciúmes em relação a outros deuses se ele mesmo diz ser o único e não haver nenhum outro em todo o universo? Esse ciúmes dele só leva uma mente pensante a imaginar o contrário! Esse tipo de ciúmes seria semelhante ao de um homem louco que sequestrou uma mulher para morar em uma ilha deserta e inacessível a qualquer rota, e mesmo assim ele sente medo de ser traído com outro homem. Ou aquela ilha não é deserta e ele tem certeza disso, ou ele aprisionou os náufragos daquela ilha em algum lugar e tem medo que um dia eles venham se libertar e conquiste por mérito sua esposa, e ele venha perder um amor que nunca foi dele já que ele a mantem pela coação e não por opção. O ser cultuado pelos cristãos parece sofrer do mesmo tipo de paranoia. Acha que todos o perseguem quando na verdade é ele quem persegue a todos. Me amem, me adorem, me bajulem, me obedeçam, eu preciso de vocês para continuar existindo, vocês são a razão de minha existência, e não o contrário...essa parece ser a mensagem que se passa mediante a tanta prova de ciúmes.
       Se pesquisarmos na história das religiões, perceberemos que a linhagem sacerdotal de alguns rituais de culto é praticamente a mesma em vários cantos do planeta. Será que o mesmo ser tem sido cultuado de forma disfarçada em partes diferentes do globo? Como os sacerdotes de tão variadas culturas seguiam ritos tão semelhantes apesar de estarem tão distantes? Muda-se o nome do deus adorado, mas o seu perfil continua sendo o mesmo, assim como as linhas sacerdotais que mantem vivo o seu culto. Pelas vestes sacerdotais, pelos ritos ocultos, pelo símbolos sagrados disfarçados ou invertidos, pelo gosto de beber sangue, pelo desejo de apagar todas as evidencias do culto alheio, podemos suspeitar que a humanidade tem servido em seus rituais de culto possivelmente a uma mesma força nefasta disfarçada de divindade sagrada. Deuses semitas como babilônios, assírios mulçumano e hebreus tem de certa forma refletidos suas características para o deus cristãos. Em todo tempo, e em todas essas culturas, ele também alegava ser o único e verdadeiro, apesar de dizer também a mesma coisa para cristãos, judeus e mulçumanos, apresentando-se de modo particular a lideranças diferentes, trazendo conflitos e guerras milenares em honra dele mesmo. Ele parece gosta muito disso. Coisa de maluco um pai que gosta de ver seus filhos se explodirem, se atacarem e se aniquilarem.
      Outra característica comum a esse ser é que todo mal praticado em seu nome, ele parece ser conivente ou não se importar. Estupros, assassinatos, pedofilia, escravidão, abusos sexuais por parte da lideranças, rituais de sangue e todo tipo de manipulação possível tem acontecido em seu nome, ele apesar de toda sua onisciência, onipresença e onipotência, parece dizer: amem, que assim seja, estou gostando muito, continuem, que o maior oprima o menor! Os esforços para manter uma civilização funcionando pouco me importa, quero mais é ser adorado! Que o caos reine! Que o circo pegue fogo! Que se lixem todos! Quero mais é oferta de sangue, carne queimada e bajulação sob ameaça! Sou eterno mesmo! Pouco me importo! No dia do juízo ponho todo mundo no mesmo pacote, mando a maioria pra o inferno e pronto! Depois de outra eternidade nos céus, permitirei outra rebelião de novo, expulsarei um bocado de anjos rebeldes de lá, criarei ouro planeta cheio de adoradores, e recomeço tudo de novo pra não ficar aqui apenas nesse tédio celeste ouvindo os seres eternamente cantantes de forma mecânica e sem sentido aqui na gloria! Que saco esta vida celeste! Tudo é do mesmo modo a vida toda, nada muda! Os humanos tem emoções e sentimentos e isso é tudo pra mim! Por isso sou assim, insensível ao clamor dos oprimidos! Bola pra frente (as vezes acho que ele pensa assim)!
    CONTINUA...
     
  • A Amarelinha

    Imagine o dia em que alguém se aproxima de você e diz: “Pare, pare agora! Largue tudo o que está fazendo e me obedeça”. E então ordene: “Comece a pular amarelinha. E nunca pare!”. E você obedece. Não sabe o exato motivo, mas mesmo assim obedece. A partir desse momento você passa a pular amarelinha por pelo menos 5 horas diárias, com dois dias de pausa durante a semana.
      É-lhe dito que quanto mais pular, uma melhor pessoa você se tornará. Esse alguém insiste que você deve continuar, sem cambalear e sem desistir. Você obedece. Por 10 anos pratica quase que incessantemente a arte da amarelinha. Aprende como pular melhor e mais rápido, aprende a melhor superfície possível para a prática, assim como a melhor maneira de posicionar os pés nos quadrados da brincadeira.
      O processo é penoso. Você não sabe o porquê de tudo aquilo, não sabe o motivo pelo qual tudo gira em torno da amarelinha. É cada vez mais sacrificante levantar pela manhã, tomar um rápido café, calçar seu tênis e então ir pular mais uma vez. Mas você continua. Essa é sua rotina, é o que faz durante todos os dias da sua vida, e provavelmente o que fará pelo resto dela.
      Já lhe foi contado que um dia seus conhecimentos seriam postos a prova e que sua habilidade definiria o caminho que trilharia desse momento em diante. Você não questiona, apenas obedece. Se falhar no teste, não há problema, por mais um ano treinará e caso não seja suficiente, treinará por mais outro, e por mais outro, até que esteja preparado.
      O grande dia chega, já com os pés extremamente calejados, você consegue. PARABÉNS! Finalmente passou no teste, todo o trabalho que teve foi por um bom motivo, agora você reconhece. Ou não.
      Por esse breve momento, você se torna pura euforia. Pura não pela intensidade do sentimento, mas pela sua exclusividade. Sente apenas euforia, e nada mais. Não há noção de conclusão ou de êxito, de glória ou de orgulho. Você deve ficar feliz. Você obedece. Agora está apto a aprender técnicas superiores de amarelinha, e o ciclo se reinicia.
      Como se sente? Fazendo sempre mais do mesmo, sem ter motivo, sem ter vontade, sem entender o que se passa a sua volta, apenas cumprindo ordens desse alguém. Percebe, então, que esse alguém não é uma pessoa, não é sua mãe, não é seu pai, seu professor e nem seu avô, mas na verdade é um ente. Um ente chamado sociedade.
      Não sente; segue enfrente.
  • A Bruxa da Arruda e o Sagrado de Tudo

    A manhã estava carinhosamente refrescante em um dia de verão calmo, que precedia o calor do seco e ensolarado tempo impermanente. Acordou às cinco horas da manhã como de costume, e já não tinha mais a necessidade do despertador do seu smartphone para tal feito. Simplesmente os olhos automaticamente em uma só expressão se abriram, o corpo em um só impulso na cama se sentou, e mergulhado nos seus pensamentos do que fazer com o novo dia de quarentena que auto se apresentava, meditava… claro! Aqueles dias eram por demais incomuns, de um lado tinha o dia todo pela frente sem a rotina acinzentada do levantar, correr e trabalhar, e, por outro lado, teria que ser criativo ao esforço máximo, em táticas incomuns e altruístas para não deixar que o tédio com toda sua improdutividade o arrebatasse, sequestrando a sua proposital impulsionada momentânea e intencionada alegria.
    Essa intencional alegria era a Poderosa Presença do Sagrado em sua vida. E apenas se baseava, por incrível que pareça, as coisas e recordações mais simples e singelas da sua tenra infância. Principalmente as lembranças delicadas e afetuosas de sua bisa, a Bruxa da Arruda, D. Darluz. Pelo qual, todas as manhãs, dedicava em um cantinho do seu oratório (em culto aos antepassados) uma vela sentada em um pires repleto de azeite de oliva misturado a sal grosso e mel, um pote de água que diariamente derramava seu líquido em uma específica planta de Arruda (Ruta graveolens), trocando a água do recipiente todas as manhãs, além de oferendas de flores silvestres, como: Cenoura-brava (Daucus carota subsp. Maximus); Centaurea Nigra (Centaurea nigra subsp. rivularis); flor Leopardo (Belamcanda chinensis); flor de Laranjeira (Citrus × sinensis); flores de Onze-horas (Portulaca grandiflora) e Calêndulas (Calendula officinalis). Tudo isso para se manter em conexão permanente com o espírito de sua querida bisavó. Sendo esta, em vida, sua sacerdotisa. E em morte carnal sua guia espiritual. Pelo que lhe prometera em vida terrena, que ao desencarnar nunca o abandonaria e o vigiaria de cima. Dando-lhe inúmeros conselhos e severas instruções ritualísticas de como manter o contato espiritual com sua alma e coração depois de sua partida.
    Para a Bruxa da Arruda, sua bisa, tudo era Sagrado…
    E do Sagrado… e unicamente, pertencendo ao Sagrado!
    Tudo era vivo! E tinha em si um grande e puro significado.
    Tudo era mágico!
    Tudo era místico!
    Tudo era encantado!
    Tudo era rico!
    Sua constante alegria não se baseava em emotivos momentos.
    Era como o constante balançar das árvores que bailavam se animando, apenas, com o tocar dos ventos.
    O seu grande sorriso em sua face iluminada, transmitia a qualquer um que olhava um manancial inesgotável de pleno contentamento.
    As pessoas que iam ao seu encontro de amor se preenchiam, automaticamente renovando esse sublime sentimento.
    Sua bisa lhe dizia que o Sagrado é um estado a ser sustentado constantemente. Um estado de bons hábitos e boas disciplinas que você mesmo se coloca a praticar. Um estado de Amor, de estar amando e de se sentir amado a toda hora e em todo momento, independente das circunstâncias, posses, pessoas, relacionamentos e virtudes materiais ou espirituais. Um estado de simplicidade e humildade, e cumplicidade no serviço devocional, na prática da caridade e solidariedade. Vivendo em perfeita gratidão e sendo gentil não só com as pessoas, mas a tudo em que os nossos sentidos intentar, aplicar e perceber. Lhe dizia que o segredo para vivenciar o Sagrado na prática, estava na gratidão e valorização da vida em todas as suas formas, não diferenciando uma pepita de ouro de uma simples pedra do rio, um ser-humano de uma formiga, a mais iluminada estrela do céu noturno de um singelo grão de areia das praias do mar. E essa valorização é ver a beleza oculta no amago de todas as coisas, sua Energia Divina e Intenção Criativa. Dizia-lhe que para realização de tal feito era preciso se livrar das amarras da má educação de si mesmo, que degenerou os nossos sentidos na elaboração de conceitos e preconceitos, a partir das inúmeras errôneas percepções externas a nossa Linhagem Sagrada, deteriorando e adulterando o nosso pensar, o nosso sentir, o nosso olhar, o nosso ouvir e o nosso falar. E explicou-lhe, que devido a tudo isso, o porquê das manifestações artísticas, arquitetônicas, filosóficas e religiosas de hoje estarem tão feias, rudes, cinzentas, frias, quadradas, embaraçadas e amontoadas, repetitivas e sem coração.
    D. Darluz dizia que por nos desconectarmos das sabedorias dos nossos ancestrais, o nosso sentido do novo e a capacidade do espanto e da novidade assombrosa de olhar tudo de maneira nova, no sublime estado de encantamento e percepção de alerta alegria, se perdeu no mundo. Dizia que o mal das futuras gerações estava na comparação e associação de capturar as impressões, sem a capacidade madura de traduzi-las, sendo essa maneira uma errônea tentativa de interpretar o novo sem a compreensão do velho, desassociando as consequências presentes e futuras das ações passadas. Daí, como ensinava a Bruxa da Arruda, eis a importância de se cultuar os antepassados, pois, uma árvore não pode florir e gerar bons frutos sem o bom cuidado para com suas raízes.
    Voltando ao momento presente, e na cama em que se encontrava sentado, vira como era difícil traduzir a vivência de infância que tivera com sua bisa para o moderno, virtual, tecnológico e competitivo dias de hoje. Sabia que as redes sociais virtuais, ao contrário do que se pensava, alimentava mais as más ações do ego do que o conhecimento (pelo qual era a sua proposta inicial). E que esse contato virtual se tornou uma máquina alimentadora dos nossos mais animalescos instintos, provocando mediante as imagens, sons, cores e palavras as mais variadas sensações emocionais para a satisfação dos nossos mais carnais e individuais desejos de ter ou ser. Não medindo as consequências de um super ego (‘eu’ pluralizado), que busca sempre aquelas ilusórias sensações que lhe possam dar a tão almejada satisfação momentânea, em uma falsa privacidade de no ato de estar solitário cometermos as maiores torpezas, em que julgamos erroneamente não impactar o nosso mundo externo. Vira que a internet, ao contrário do que fora a sua proposta de unir as pessoas, se tornou um luxurioso baile de máscaras, em que as redes sociais eram essas enfeitadas e coloridas máscaras.
    Assim, contudo, preferia estar no seu jardim. Na companhia das lembranças de sua bisa, a Bruxa da Arruda, D. Darluz. Que o lembrava que o mundo ainda era envolvido por uma aura de Novidade Mística, Alegria Mágica e Amor Divino. E que só poderia vivenciar o Sagrado da Vida observando, compactuando, comungando e se relacionando com o Mundo Natural em toda sua essência ecológica. O seu pequeno jardim era totalmente dedicado ao Sagrado e a memória de sua bisavó. Ali… dedicando-se a colocar as mãos e os joelhos na terra, se sentia uma Pessoa Superior em toda sua humildade, dividindo-se entre o observador e o observado, conhecendo a si mesmo na observação dos pequenos seres vegetais, minerais e animais. Se perdendo em um mundo desconhecido de encanto e nostalgia, que o elevava e fazia distante das miseráveis catastróficas vivências de traumas e barbaridades da bestialidade e ignorância humana.
    Ao regar suas plantas em pleno final de tarde, se via quando pequeno sentado no colo de sua bisa em uma balança pendurada a um tronco da árvore de Tipuana (Tipuana tipu (Benth.) Kuntze), em que juntos no crepúsculo vespertino se divertiam olhando as inúmeras nuvens no céu a tomar formas inusitadas de rostos, silhuetas, animais e objetos. E sua bisa, também, instigava a sua imaginação a ver essas formas nas plantas, flores, objetos e coisas. Dizendo que as mensagens dos seres naturais (Elementais) vêm a nós nas formas que a nossa consciência pode reconhecer, por eles falarem uma linguagem desconhecida aos nossos sentidos e dimensão.
    E, lembrou-se das manhãs ensolaradas ao correr pelo terreno da Chácara Celeste (que na verdade era um pedaço do céu na terra) logo ao acordar, indo de encontro a sua querida bisa nos campos abertos, vendo-a colher flores para o seu ritualístico culto matinal. E chegando ofegante até ela, gritava: “Bisaaaaa!”. E D. Darluz respondia com a mesma intensidade: “Meu Miúdo!”. E ela o carregando, abraçava forte e o cobria de beijos, até ele dizer basta. E, D. Darluz lhe dizia: “Olha meu Miúdo, não existe nada neste mundo que é mais adorável que uma flor, nem nada mais essencial que uma árvore e planta, sem elas não conheceríamos o belo, não poderíamos respirar e nem comer, nem nos curar. E, ocultamente a esses benefícios que elas nos trazem ao nosso corpo de carne e seus sentidos, tem ainda a sua função mística, que é a mais relevante, algo divino em que as pessoas comuns e materialistas não têm a capacidade de ver. Uma força mágica e espiritual, eterna e imutável.”
    A Bruxa da Arruda sempre o alertara a valorizar todas as coisas… de uma simples pedra a um pequeno objeto. Como um brinquedo, um utensílio ou algo do tipo. Dizia que tudo tem um propósito e que nada é obra do acaso. Alertara que todas as coisas por serem criações foram pensadas e intencionadas a se manifestarem. Tudo tinha um espírito, mesmo as coisas inanimadas. Pois, sempre afirmará: “O que tem corpo, tem espírito. Tudo é vivo! Toda criação é fragmento do seu Criador, contendo em si uma determinada energia que por mais pequena e singular que seja, é viva em si mesma, presa e magneticamente sustentada nesse corpo, é consciente especificamente para executar tal função, e depois de executada por si só se decompõe e desaparece”. E afirmava que a evolução desses corpos inanimados tinha a ver com a evolução humana, de acordo com seu grau evolutivo. Assim, o inorgânico Elemental podia se manifestar numa pedra, numa mesa, em um relógio de pulso, nos objetos que mais amamos e desejamos, e ainda mais nos brinquedos das crianças, por serem carregados de sentimentos. E que por isso, para seus Rituais da Magia Elemental necessitava dos objetos e minerais… das pedras… das cascas de árvores… dos restos de corpos dos seres vivos e seus derivados, onde se continha ainda preservada a energia Elemental necessária para tal e específica magia.
    Assim, Maria da Piedade…, moradora e proprietária da Chácara Celeste, que se localizava em algum lugar escondido na região nordeste do Brasil…, a Bruxa da Arruda: agricultora, queijeira, azeiteira, parteira, rezadeira, curandeira, e feiticeira portuguesa…, de origem dos antigos povos celtas das terras europeias mediterrâneas da Península Ibérica…, apelidada como D. Darluz…, afirmava que quando nos damos conta da existência do Poder Criativo em tudo que existe ao nosso redor e no nosso viver, quando descobrimos que tudo tem coração e inteligência, que tudo é intenção, e que a toda intenção foi aplicada uma específica atenção, e que a tudo que damos atenção doamos uma determinada fração de nossa energia vital, que se torna um fragmento de vida em si, independente por si próprio e evolutiva em si mesma… Tudo se torna Divino! Tudo se torna Sagrado! A ordem da Grande Espiral do Eterno e Permanente Contínuo.
  • A carência...

    Quando jovens, pensamos que amamos, mas quase sempre, não.

    Quando maduros, duvidamos; mas amamos.

    Quando idosos, pensamos amar, mas é um jogo de conveniência romântico.

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    Nas baladas, bebendo e beijando qualquer um com uma sensação de auto depreciação física e moral?
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    Grande amor da vida de alguém? Você é apenas a consequência do medo de alguém de ficar só, mas pode se tornar esse amor, sim.
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    A carência faz você absorver um bobo da corte como um príncipe encantado.
  • A CERTEZA QUE ENLOUQUECE, OPRIME, CONDENA E MATA!

          Entre um vídeo e outro no you tube é comum que comerciais apareçam. É assim que a plataforma se paga e paga aos produtores de conteúdo, além de propagar produtos e serviços de categorias diversas.
       Quase todas essas propagandas são apelativas. Elas pedem com veemência para que você compre, aceite ou se filie a “algo único no mundo”. Até certo ponto isso é normal e faz parte do jogo da sedução comercial. Sem não há oferta, a procura pode ser escassa e a cadeia produtiva encerra suas ações.  É assim que o mercado funciona.
       Semana passada porém, um desses comerciais me chamou a atenção pelo seu jeito de apelar. Diferente das outras, esta propaganda não pedia para que você comprasse nada, antes sim, eles diziam querer dar-te algo, aparentemente sem custo algum.
       O objeto em questão era um “livro fabuloso” que segundo eles, mostra o passo-a-passo de como enfrentar a grande tribulação que estar por vir no fim dos tempos e como tornar-se um dos escolhidos de deus para herdar o paraíso vindouro.
       Nesse vídeo em questão, apareciam 5 pessoas vestidas de branco no alto de uma colina, andando em direção ao nascer do sol, cantando um cântico cujas palavras remetiam a uma oferenda, como se eles mesmos fossem a oferta viva ao deus qual cultuam. Nessas palavras cantadas eles se auto denominavam santos e pareciam ter CERTEZA do que estavam ofertando.
       Nesse cenário pitoresco, dois dos integrantes aparentavam uma magreza quase que cadavérica, como se em lhes faltassem algum nutriente básico em suas dietas.
       Mesmo assim, todos esboçavam uma aparente felicidade e se comunicavam entre si com olhares, esperando que fosse recíproco tal sentimento de gratidão.
       Em suas palavras ao se referir ao livro ofertado, eles faziam parecer ter encontrado algum segredo oculto que só ali residia, capaz de transformar o mundo inteiro e acabar com todas as suas mazelas.
       Eles pareciam ser praticante da própria crença e toda conjuntura cenográfica, verbal e corporal faziam parecer que estavam certos de que o seu modo de crença e vida era o passaporte para um futuro glorioso ao lado do cristo anunciado. O segredo para tal felicidade segundo o livro, estaria na simples guarda do sétimo dia de cada semana, ou seja, o Sábado.
        Falavam ainda sobre como o diabo tem iludido aos homens desde sempre, fazendo com que estes sirvam a deus no Domingo ao invés do Sábado, desvirtuando assim o “dia sagrado”, trazendo dessa forma as mazelas que o mundo vive.
       A SOLUÇÃO PARA TODOS OS PROBLEMAS DO MUNDO ENCONTRAR-SE-IA NA GUARDA DE UM DIA SANTIFICADO!
       Que maravilha! Por que nunca pensamos nisso antes?
        Confesso que não vi problemas nenhum na gravação, na edição, no cântico e tão pouco na crendice dos integrantes. Tudo parece ser perfeito e cada um acredita no que quiser.
         A única questão que observo (e por isso comento) está na mensagem transmitida.
         Assim como toda mensagem de conteúdo religioso, eles parecem ter CERTEZA naquilo que professam e essa certeza é tamanha, que eles desejam que você também acredite e seja como eles são! Direta ou indireta mente todo segmento religioso diz: “e quem não crer no que pregamos será condenado”!
         Esse é justamente problema dos que “servem aos deuses”: todos eles tem razão, todos eles estão certos, todos são escolhidos, todos são cidadãos dos céus, todos são criaturas especiais e em todas as citações que fazem a cerca deles mesmos, a certeza de que estão certos (e o resto mundo errado) fica evidente de uma ou de outra forma.
        SABER e ACREDITAR são palavras que se confundem nesses recintos. Isso é muito ruim!
       Para uma pessoa bem resolvida, emocionalmente equilibrada e financeiramente independente, uma “mensagem de salvação” como esta é apenas uma propaganda de negócios como qualquer uma outra. Esse tipo de mensagem entra em um ouvido e sai em outro sem efeito algum!
      Porém, para uma pessoa de pouca cultura, com dificuldades financeira ou emocionalmente instável, esse conteúdo poderá ser visto como um oásis em meio a um deserto.
       Fica evidente que não é a “verdade” proferida pelo crente convence o “pecador” e sim a condição deste no momento da oferta.
       Na maioria dos casos é proposital que determinado povo sofra escassez de recursos básicos para que a busca por soluções místicas prevaleça.  “Com deus”, até o mais débil e indefeso entre os homens se achará um gigante, pronto a enfrentar e vencer qualquer sistema.
       Que diga isso os que “derrubaram o congresso” no último dia 7 aqui no Brasil.
       Outro fato é que muita gente só “procura a jesus” depois de ter perdido a própria saúde, a moral, a paz, os amigos, os recursos financeiros ou depois de ter “zerado o contador” de todos os tipos que se possa imaginar.
       Daí então passam a ter certeza do que antes rejeitavam e se tornam moralistas hipócritas e insuportáveis, querendo conduzir a vida alheia, quando a própria vida é um fracasso total!
       Para esses que no desespero procuram a certeza do seus problemas nas propagandas religiosas, aquilo que inicialmente poderia ser visto como uma porta de escape, no futuro poderá ser entendido como uma péssima escolha.
        Com o abrir dos olhos, o fiel poderá perceber que sem querer se metera em uma arapuca, em um local onde cada ação feita estará cavando a sua própria tumba, se enterrando em mentiras e crendices que o tornarão escravos do próprio sistema que alimenta
         O maior perigo que advém pela “certeza que deus dá”, não reside naquilo que o indivíduo internaliza ou professa secretamente para si mesmo.  Antes sim, esse perigo está naquilo que ele verbaliza sobre suas crenças e acima de tudo na maneira como ele tenta controlar as ações e opiniões alheias, tendo como régua máster seu próprio misticismo.
        Qualquer pessoa (louca ou sã), baseada em sua própria fé poderá ler um ou mais versículos isolado na bíblia e dizer: DEUS QUER ASSIM!
         Outros não lendo absolutamente nada, valendo-se apenas de visões e revelações (distúrbios mentais) poderão ter essa mesma certeza e também afirmarem: ASSIM ME FALOU DEUS!
         O ex-presidiário ou qualquer “ex-maluco”, com uma vida inteira de crimes e danos sociais irreparáveis a outrem, poderá ter o mesmo sentimento, fundar um igreja, vender um “testemunho” e converter pessoas ao seu entendimento sobre deus e também terá razão naquilo que professa de acordo com a “lei da fé”.
         Deus é assim: nunca foi visto publicamente por ninguém, mas em segredo fala todo os dias aos ouvidos de gente confusa, paranoica ou mal intencionada, dando sempre instruções antagônica.
        NÃO HÁ UMA BAGUNÇA MAIOR QUE ESSA NO QUE DIZ RESPEITO A “ORDEM DIVINA”.
         Não estou afirmando com isso que todas as religiões do mundo devam ser padronizadas e que todos devam agir exatamente iguais. Bom seria se o homem jamais precisa-se de deus algum para fazer o bem e respeitasse o meio ambiente em que vive!
         Estou apenas dizendo que não há absolutamente nada que possa ser dito como 100% certo ou 100% errado quando o quesito é interpretar deus, sua vontade, sua justiça, seu juízo e a forma correta de venerá-lo. Tudo reside na experiência de vida dos que se dizem servos), seus medos, ambições, ganancia ou ignorância.  Apenas isso e nada mais!
         A reprodução oculta do próprio ego ou a repetição explícita dos pensamentos e medos de povos de outras épocas e lugares também são fatores determinantes para “saber o que deus quer”.
         Qualquer um pode dizer ou fazer o que quiser (até certo ponto) em nome de deus e ainda assim poderá ser visto como bem aventurado. Como prova disso temos os heróis da fé, pessoas “ilustres” da bíblia, cujo histórico de vida envergonharia até o diabo (se fosse o caso).
         O próprio cristianismo com todas as suas vertentes é outra prova de que dar pra perverter todo conceito de deus (segundo o velho testamento) e transformá-lo uma versão de qualquer coisa para atrair um público pagante, desesperado ou submisso.
         Transmutar o paganismo alheio em santidade própria é o que os cristão fazem de melhor e nem por isso deixaram de ser “santos”.
         Algo que na cultura alheia é o (do) demônio, na dele mesmo é de deus puro!  Tem sido assim desde sempre.
         Diferente das CERTEZAS que as religiões tentam inculcar nos homens, é na dúvida que reside o desabrochar da experiência humana.
         Onde houver dúvidas haverá sempre uma esperança, um novo caminho a ser seguido, uma nova forma de se reinventar, de reconstruir a si mesmo ou a sociedade como um todo.
         Porém é na certeza das religiões que toda loucura e atraso residem. Esse tipo de certeza faz com que a vida do crédulo se torne uma caixinha escura esem lugar algum para que o ar, água ou alimento entrem. A tendência é a inanição, sufocamento ou morte do presidiário.
         A situação se torna pior quando preso em uma bolha, esse indivíduo cerca-se de pessoas iguaizinhas a si ou ainda mais radicais que elas mesmas. Daí passam a menosprezar, perseguir ou caçar todos os que pensam e agem diferente.
         ISSO É UM GRANDE PROBLEMA!
         É como ir ao seu próprio funeral, lamentar a morte do defunto sem perceber que quem está dentro do caixão é você mesmo.
         Quando alguém disser ter todas as respostas para o mundo e para vida, encerrar-se-ão as perguntas e quando estas já não existe, o marasmo predomina e a razão de viver e toda criatividade perde-se junto.
         É lamentável perceber o que as religiões fazem com as pessoas, transformando-as em caixinhas ocas, cuja resposta já vem pronta para qualquer tipo de pergunta que a vida propõe.
         VONTADE DE DEUS ou AÇÃO DO DIABO: São sempre essas mesmas respostas para quem alcançou esse nível de “intelectualidade”.
        Um mundo complexo, pululante de vida onde o caos e a violência é evidente em praticamente todos os ciclos e no próprio cosmo, o “povo sábio” resume tudo numa briga eterna entre deus e o seu rival...
         O GRANDE CONFLITO! Eles dizem.
         E pensar que mesmo assim, com essa conclusão tão pífia sobre o mundo, os tais se consideram como coroa da criação e dizem possuir a mente do próprio cristo.
         Lamentável!
         Todos os que se vangloriam de “servir ao deus certo de modo certo” precisam conviver com uma dura realidade que diariamente lhes tiram o sono.
          Me refiro aos seus próprios concorrentes, ou seja qualquer outra pessoa ou grupo que de forma individual ou coletiva diga professar a fé no mesmo deus, usar a mesma bíblia e ainda assim fazer tudo de modo diferente e muitas vezes antagônicos.
         Cada um que se levanta clamando um novo meio de agradar ou servir a deus põe em cheque todas as outras estruturas já existentes bem como a sua própria.
         Cada novo líder autoproclamado põe em dúvida sobre a “unção” dos outros caso vingue suas intenções mercantis ou “salvadora”.
        Cada nova igreja que surge poderá enfatizar um ponto bíblico como marca registrada, dizer ser aquele o detalhe crucial capaz de definir se uma pessoa é realmente santa ou não, se irá ou não entrar nos céus ou se deus está ou não com esta pessoa.
        Tem sido assim desde sempre. Deus sempre inovando década após década, acrescentando um novo apetrecho aos velhos mandamentos para que não fique totalmente esquecido.
        Desse modo, o uso do véu, a guarda de dias santificados, a abstenção de certos alimentos, falar em línguas, o evangelismo pessoal, o dízimo, a obediência cega as hierarquia e aos sacramentos da igreja…cada grupo chama para si, o supra sumo da aprovação divina e desprezam todas as demais.
        SEITA é o nome utilizado por um crente para definir outra igreja que não seja a sua, mesmo sendo esta do mesmo segmento, pregando e vivendo as mesmas coisas com diferença de simples detalhes.
        O que uns chamam de selo da promessa em um segmento, o concorrente chamará de motivo de blasfêmia e condenação em outra, e por ai vai... Todos estão certos ao mesmo tempo que todos estão errados....
        Mesmo desdenhando uns dos outros, criticando ou perseguindo seus próprios compatriotas da fé, cada um se isolará no seu cubículo de verdade própria e dirá: “ainda bem que deus me mostrou o real caminho a ser seguido. CERTO ESTOU, ALELUIA!”
        É justamente esse tipo de certeza que enlouque, oprime, condena e mata os homens.
       Quem dera esse tipo de comportamento febril ficasse apenas dentro dos recintos de culto.
       Na idade média por exemplo, hordas de fieis (católicos e outros grupos) saíam (literalmente) à caça aos que divergiam do seu modo particular de crer, pois tinham ABSOLUTA CERTEZA de que deus estava com eles e de que ele os estavam enviando nessas missões
        Qualquer um que não se rendesse publicamente aos rituais de babaquices e confissões públicas arrancadas à força, eram massacrados. Mesmo alguns que professavam para se livrar da condenação, eram punidos com a desculpa de que os corpos deles estavam padecendo para que suas almas fossem libertas.
         Não há limites para as loucuras praticadas em nome da fé a na suposta vontade de deus. O limite quem impõe é você que ainda tem um pouco de lucidez e respeito a si mesmo.
         No que depender do fiel (fanático) sua vida, sua família e seus bens serão todos subtraídos ou sacrificados para o engrandecimento da causa religiosa ou cumprimento de alguma causa profecia louca.
        Esse tipo de mal nos acompanha desde os mais remotos tempos, trazendo instabilidade, desconfiança e medo em qualquer lugar em que o nome de um deus seja invocado (venerado).   A mais recente evidencia disso é o caso do Afeganistão, cujas atrocidades praticadas tem como objetivo principal agradar a deus, tirando todo pecado e impureza que o eles, o “povo de deus” aprendeu com os ocidentais.
       Por detrás de um conflito existencial até um conflito de escalada global, haverá sempre alguém ou uma multidão inteira preocupado (s) com a forma correta de agradar a deus. Em outras palavras querem ter certeza de que fazem o certo de modo certo e querem impor isso aos demais.
        É um perigo estar perto de alguém que tem esse tipo de crença, de que deus o guia sempre em tudo. O meu conselho é que estando diante de alguém “ilustre que serve a deus em corpo, alma e espirito”, nunca baixa sua guarda!
    . À depender de quem seja esta pessoa, você poderá ser incluso nas estatísticas dos que foram lesados, estuprados, abusados ou mortos em nome da fé, por alguém que “fazia sempre a vontade de deus o tempo todo”.
       A liberdade religiosa é um direito concedido por lei, porém onde há direitos há também deveres (para todos).
        Se o direito ao culto é livre, o direito a rejeição à qualquer tipo de crença religiosa também é!
        Se é verdade que um fiel pode enumerar os diversos motivos pelos quais acredita em deus ou segue um movimento religioso, a mesma liberdade existe para quem deseja argumentar por que não acredita ou deixou de crer em tal divindade ou segmento.
        O lugar onde os deuses habitam e deixam de existir é na mente humana. Porém, o fiel fanático que diz ouvir a voz de deus diariamente pode estar bem perto de você. Ainda que os deuses não sejam reais, os seus seguidores o são e com isso temos de aprender lidar até que esse fase mental possa ser suplantado por algo melhor.
          À qualquer um que diga ter certeza de que deus o escolheu como “povo escolhido” sugiro que REVEJA SEUS CONCEITOS!
           Saúde e Sanidade à Todos!

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