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Romace

  • IDADE DO LOBO

    Quem ouviu falar a respeito da idade do lobo? Todo mundo!

    Mas quem sabe definir o que é isso? Muita gente tentou, mas ninguém conseguiu uma definição cem por cento científica, pois é uma fase tão irracional que é impossível haver um embasamento na ciência. Sabe-se que quanto mais tardia, mais ridícula ela se torna. Não vamos ser tão duros com o adjetivo. Vamos dizer que é uma fase se total regressão emocional, ou de infantilidade exacerbada ou de intensa necessidade de auto-afirmação, enfim não importa o nome. É uma baita imaturidade! E nós mulheres, quase todas, temos o carma de agüentar esta fase. Além do mais, ela tem características injustas entre os próprios homens. Ou seja: um homem rico tem muito mais chance do que um pobre. “Homem lobo“ sem grana tem muito menos chance de conquistar as lindas jovens, do que os ricos que não se inibem em reconhecer seu favoritismo trazido pelo vil metal.

     Na nossa história, o “lobo” tinha um bom poder aquisitivo. Bem casado, vida tranqüila, filhos criados e casados.

    Numa noite de lua cheia, que é a noite dos lobisomens, nosso herói começou a sentir certa comichão e com o tempo notou que, dentro dele, todas as noites se tornavam noites de lua cheia e saia por aí uivando desesperadamente. Suas inúmeras companheiras estavam na faixa de 20 a 39 anos. Dizia que sair com mulher de 40 era pecado.

    Sua mulher tentou, lutou muito, quis fazer terapia de casal, mas nada o animava a prosseguir na vida que tinha. Ele queria sua liberdade. Reconhecia qualidades inúmeras em sua mulher, mas ele estava adorando sua independência afetiva. Poder variar, ter contado com diversas jovens, para ele estava sendo a glória!

     O divórcio aconteceu e cada um foi para o seu lado. Sua mulher sofreu muito e levou algum tempo para se recuperar. Quando isso acontece, as mulheres sempre acham que são as culpadas e se perguntam: “o que fiz de errado?”, esquecendo desta fase tão perigosa da imaturidade masculina.

    Enfim, nosso amigo gastou dinheiro que não deveria ter gasto, com gente com quem não precisava gastar. Qualquer chance, levava suas meninas para viajar. Para Miami e Las Vegas já havia ido quatro ou cinco vezes. As “periguetes” adoravam ir pra lá.

     Já havia  três anos que estava nesta vida e já estava se cansando. Queria algo diferente, mas a faixa etária tinha de ser a mesma.   Chegou a propor algo mais sério para algumas. Tentarem viver juntos, claro, sem se casarem e foi vendo que cada vez mais problemas iam acontecendo.

    Uma, andava dez quilômetros três vezes por semana e freqüentava a academia nos outros dias. Quando saiam para andar, o seu orgulho masculino ficava ferido. No terceiro quilômetro ele já estava de língua de fora, e fingia que torceu o pé, ou estava com dor e cabeça, ou arranjava outra desculpa qualquer para não dizer que não agüentava mais aquele ritmo de caminhada, mas as desculpas já estavam acabando e ele ia se sentindo inferiorizado e quem sabe... velho. Tinham as que gostavam de jantar tarde. Mas jantar tarde e deitar logo depois, dá azia e refluxo. Isso sem falar em transar de barriga cheia. E quando ia dançar e sua companheira não queria sentar nenhum instante! Ele queria dançar quatro ou cinco músicas e descansar, beber alguma coisa, se refazer. Mas o pior de tudo era quando saiam em grupo. Aguentar o papo dos amigos delas, não dava! Quanta baboseira! E o tratavam como se ele fosse Matusalém!

    E o nosso “macho alfa” foi cansando, desanimando e se decep-cionando  com a vida de ôba-ôba. Começou a relembrar seus bons tempos de homem casado. Tudo funcionando em casa. Sua mulher, às vezes era muito chata, como toda mulher que se preza, mas era uma pessoa inteligente com quem podia trocar idéias, falar sobre todos os assuntos; tinham gostos semelhantes, sempre haviam se dado bem, eram felizes e a liberdade que ele buscava tendo a chance de sair com quem quisesse, era falsa. A verdadeira liberdade era poder palitar os dentes, ir ao banheiro de porta aberta, poder roncar sem ter vergonha, ir para mesa do café sem pentear o cabelo, não precisar disfarçar a barriga, dizer que não estava a fim de transar e tantas outras coisas. Essa era a verdadeira liberdade.

    A idéia foi crescendo, e chegou num ponto em que era preciso decidir.

    “ Vou procurar minha mulher. Mulher é diferente de homem. Mulher sabe perdoar. Falo com ela e no dia seguinte me mudo pra lá. Volto para o lar!”

    Ligou para ela e perguntou se podiam conversar. Ela disse que sim e quis marcar num restaurante, mas ele não quis. Pediu para ir à casa dela (que em breve também seria dele novamente). Ele esperava que pudesse “pintar um clima” e seria tudo como antes. Na casa deles!

    E chegou o dia do encontro. Quando ele a viu, seu coração disparou. Que mulher linda, que classe, que descontração tão refinada, ela era demais! Falou tudo que ensaiou durante aqueles dias. Ela estava impassível olhando pra ele. Ele começou a se incomodar com essa impassividade e silêncio. Quis terminar logo o “discurso” e perguntou:

    -O que você acha de tudo que lhe falei?

    Ela suspirou, virou o rosto para o lado e deixou seu olhar se perder em algum ponto da parede. Depois de segundos, olhou diretamente para os olhos dele, de forma profunda e coerente e se preparou para a resposta.

    Ele estava petrificado na poltrona. Nada daquilo estava no script que ele havia feito em sua cabeça. Para ele, chegar naquele ambiente tão familiar, é fato que haviam acontecido certas mudanças desde a sua saída, mas era o apartamento em que haviam vivido juntos muitos anos, ter falado tudo o que ele falou para ela, a única reação cabível e esperada por ele, seria ela se atirar em seus braços. Mas não era isso que estava acontecendo. Ela estava parada olhando para ele com um olhar penetrante e ao mesmo tempo gelado, que ele não sabia o que queria dizer. E o silêncio dela era confuso e chocante.

    Finalmente ela falou:

    - Você está com câncer ou outra doença grave?

     Ele, surpreso, disse que não. Ela continuou:

    -Depois de 36 anos de casamento, você resolve se divorciar, passa mais de três anos viajando e curtindo milhões de moças mais novas que as suas filhas e pelo que eu o conheço, chega aqui, certo de que eu vou dizer com voz melosa que você pode entrar que a casa é sua? Não! A casa é minha. É só  minha!”. Se você estivesse doente, por pena cuidaria de você,  como tantas outras mulheres abandonadas fazem quando seus ex-maridos voltam pedindo um lugar pra morrer. Mas graças a Deus não é o seu caso!

    Ele, pálido como papel  sulfite e tremendo mais que uma gelatina, vendo o seu mundo ruir, consegue com grande esforço balbuciar:

    -A casa nunca mais vai poder ser NOSSA?”

    Outra pausa.

    “Talvez possa ser. Depende só de você. Se você for suficientemen-te homem para me reconquistar, me reconquiste”.

     Sem mais uma palavra ela levantou, abriu a porta e polidamente o despediu.

    Realmente, ele não sabia o que estava sentindo naquela hora. Um misto de tristeza, raiva, decepção, irrealização, sei lá mais o que. Ele esperava que tudo tivesse sido diferente. Lentamente foi vendo que ela tinha razão de estar magoada. A necessidade que ele teve de “dispirocar” foi dele e não dela.

     E foi solitário para o seu apartamento, sentou numa poltrona e pensou pelo resto da noite.

    Por sua vez, ela, assim que fechou a porta, caiu numa crise de choro intensa. Não conseguia parar. Nestas horas as lágrimas são as grandes companheiras. Só elas podem acalmar nossas emoções exacerbadas. Depois do que ele a fez passar, como podia chegar com a cara de pau que chegou achando que já ia ficar lá? Realmente a maioria dos homens não tem a mínima sensibilidade!

    Mas no fundo o que mais a estava atormentando, é que ainda gostava dele e tinha saudades da vida feliz que tiveram durante muito tempo. E pelo que ela conhecia dele, ele não iria conseguir reconquistá-la. Não iria conseguir demonstrar de forma sensível e original que a amava e que realmente gostaria de recomeçar uma vida com ela, não por comodismo, mas sim por afeto.

    O dia estava amanhecendo quando ela conseguiu dormir e dormiu pesado até bem tarde.

    Quando levantou e abriu a porta do quarto, sua funcionária apareceu com um sorriso malicioso dizendo que tinha surpresa pra ela.

     Ela foi indo em direção da sala e foi sentindo um perfume diferente. Andando cuidadosamente sem saber o que realmente ia encontrar, com o coração num ritmo diferente do normal, se deparou com dez dúzias de rosas vermelhas (ela contou) e na mesa da sala de jantar havia  uma enorme cesta de café da manhã com um envelope. Ela pegou e abriu. Dentro havia um anel. Despretensioso mas de muito bom gosto, num estilo de aliança. E um bilhete:

                  “Não vou te deixar em paz, porque te amo”

    Ela pôs o anel, riu e chorou...

    FIM
  • Idílica



    Para que amar tão intensamente
    Se tudo terminas ao final dos dias?
    Deixas um coração que ainda sente
    Os sorrisos e as liras que tu dizias.

    Não vês que vives de medos?
    Que cultivas apenas desgostos?
     De porta em porta, novos rostos
    E, dentro de ti, apenas segredos.

    Por esta maldição, segues sempre a mesma vida.
    Hoje, mais um sorriso roubado
    E outra cama para, recostado,
    Fazer juras e sumir em seguida. 

    Não vês que te perdes nos próprios encantos?
    Pois as lágrimas delas tuas são
    E nem mil camas ou mil rostos
    Preencherão o vazio do teu coração.

    Ah! Se tu percebesses por fim
    Que és covarde por amar.
    Cessa de vez este teu procurar
    E faz tua casa dentro de mim
    O meu corpo, o teu altar.
  • Imensidão

    Você se aproximou de mim  
    Causou em mim todos os  
    Efeitos, eu apenas reagi a  
    Todos eles, feito "boba" 
    Você me levou ao teu  
    Mundo, nele enxerguei a 
    Escuridão por de trás de  
    Seus olhos. 
    O seu coração é gigante  
    Enquanto o seu sorriso  
    É a imensidão  
    É nessa imensidão  
    Que quero estar ao seu lado!
  • Infecção Racional

    Parecia vazio de ideias. Nada o tocava profundamente. Um peso vindo de sua alma fazia sua cabeça inclinar ao chão. O que seria a causa de tamanha lentidão mental? Ele sabia.
    Não era a primeira vez que seu lado racional fora abalado por um par de olhos castanhos. Não fora a primeira vez que estes olhos castanhos tiravam-no de seu mundo palpável. Mas ele era racional.
    A razão dava-lhe o norte, era a base do seu mundo. E quando aquela sensação melancólica que a paixão traz à alma o preenchia, ele paralisava. Sua bússola já não indicava a direção correta, oscilava... girava descontrolada ao passo, no compasso de sua arritmia.
    Parecia vazio de ideias, contudo não estava. O problema é que apenas uma ideia preenchia sua mente. Um pensamento, como um vírus, infectava todos os outros que surgiam e não havia anticorpos àquela infecção já em estado crítico.
    Como todo homem racional, calou-se. Fitava o nada por longos períodos, muitas vezes interrompendo o processo lógico do que fazia... perdia-se. E, se questionado por que assim agia, respondia como todo homem racional:
    - Nada...
    Ou ainda:
    - Muito trabalho.
    Não bebia, não fumava... restava-lhe encarar o que sentia. Para isso, teria de aceitar a realidade que temia.
    Talvez, o que mais lhe causava tormento era ser alguém tão próximo. Mas também era compreensível, tinha poucos amigos, saía pouco. Natural encantar-se por aquele par de olhos castanhos que via costumeiramente.
    Amigos viram amores, todavia, neste caso, quem sabe a amizade acabasse. Precisaria manter em segredo o que brotou em seu ser a fim de manter por perto quem causava-lhe tempestades de sensações.
    Vez ou outra, mandava uma mensagem disfarçada de pura amizade, uma mensagem despreocupada... tentava parecer frio, distante. Porém, a cada texto visualizado, a cada eventual olhar que se encontrava, a emoção penetrava-lhe a carne. Uma alegria que machucava.
    Não havia cura. O remédio menos doloroso era o tempo. Aceitar que não era para ele aquele amor... como nenhum outro fora.
    Talvez por isso tornara-se um homem racional. A razão não lhe tramava peças, não iludia seu coração, ela era o que mostrava ser...
    Já aquela sensação ora maravilhosa ora perversa destruía o que ainda restava do sublime de sua alma.
    Passou a viver uma morte. Passou a sorrir uma tristeza... continuou sufocando-se de racionalidades.
    O pranto subia até seus olhos, embaçava-lhe a visão. Sua voz tremia, e afônico ficava por momentos eternos.
    Que infecção tão tenebrosa é esta causada pelo coração? Não sabia responder e irritava-se.
    Muitas vezes pensou em contar o que sentia, em tirar um tanto do peso de seus atos, todos pensados para não dar à vista, e poder respirar com mais tranquilidade. Entretanto, o fez a sua maneira... sutil.
    Fez um poema e publicou-o com o intento de ser lido por quem o havia inspirado.
    “Não era um simples dia como outro qualquer.
    Era um dia que qualquer outro simples seria na comparação.
    Porque sem comparação era a sensação que sua voz me provocava na imensidão do nada onde me encontrava.
    Nada me encontrava de certo.
    Certo era meu olhar no seu.
    Seu olhar certo de que eu nada sentia por causa do disfarce.
    Disfarce da causa do olhar certo no seu.
    No seu olhar, causa do meu disfarce, a minha imensidão.
    Imensidão que não é minha, na verdade.
    Na verdade onde eu me disfarço, sou nada.
    Nada sou de verdade.
    A minha verdade tornou-se você.”
    Tinha sido lido. Disso ele tinha certeza. Mas não fora o suficiente para tranquilizar seu coração por muito tempo.
    Em meio às outras pessoas, a baixa resolução da imagem ao redor era automática, o foco era sempre o olhar penetrante e misterioso daquele ser fascinante.
    A sua infecção racional foi eliminada pelos anticorpos da paixão. Se houve um final feliz eu não sei, mas espero que sim, pois eu fui curado de um mal, entretanto, agora estou doente de amor.

    Dione Grein da Cruz - Autor
  • Iniciando o pecado

    Por sorte conheci Ângela.
    Era magra, um pouco alta, loura, seus cabelos caiam sobre seus ombros com leves ondulações, era branca, suas bochechas eram rosadas, seu nariz avermelhado e lábios finos com um tom bem claro.
    Era adoravelmente simpática, seu sorriso era bem quadrado, como se fosse uma dentadura. Estava no segundo ano de medicina. Só sabia falar sobre isso.
    Falava como o cheiro hospitalar era viciante. Contava curiosidades sobre o corpo humano. Explicava sobre as partes inúteis do corpo.
    Era engraçada.
    O clima ficou tenso quando começou a falar sobre seu ex. Um cara qualquer. Futuro advogado. Um babaca que queria que ela desistisse da faculdade.
    Eu não me importava com nada que ela dizia.
    Mas queria me importar. Seus olhos claros, verdes ou azuis. Não lembro. Eram tão bonitos, tinham um brilho. Como se a vida dela até aquele ponto fosse tudo perfeito. Mas não era.
    Há alguns meses sua irmã ficará paraplégica num acidente de carro. Algo que me fez sentir mais próximo dela, já que tínhamos isso em comum.
    Seu foco na área, era descobrir um meio de fazer sua irmã voltar a andar.
    Ela tinha fé, mesmo dizendo não acreditar em Deus. Diferente dela, eu tinha uma crença enorme no pai divino. Eu era o escolhido. O filho de Deus.
    Minha avó começou a me levar para a igreja após a morte da minha mãe. Dizia que encontraríamos a paz lá. Encontrei a paz alguns anos depois numa missão divina.
    Ângela me perguntou sobre meu passado. Inventei uma historia, onde eu tinha uma família perfeita, feliz e viva. Contei coisas engraçadas sobre minha mãe. Contei sobre o arroz que ela queimou uma semana antes.
    Tudo mentira. Ângela ria.
    A festa já havia começado. A conversa estava tão boa que nem percebemos.
    Umas trinta pessoas estavam ali. A casa não era grande, tendo apenas um quarto, sala, cozinha e banheiro. Não era muito confortável, os cômodos eram minúsculos. Mas aconchegantes.
    Percebi que Ângela foi conversar com outros amigos. Fico sozinho. Algumas pessoas que passavam por mim, falavam comigo e ofereciam bebidas. Mas recusei. Jamais havia bebido álcool.
    Tentam puxar assunto, mas ignoro-as. Vejo os passos de Ângela, observo aquele sorriso saltar de conversa em conversa. Com a mão direita ela coloca uma mexa do cabelo atrás da orelha. Olha-me e sorri. Então some na multidão.
    A música esta cada vez mais alta. As luzes coloridas fazem minha visão ficar turva. De repente alguém grita ao pé do meu ouvido.
    “Quer ir ao quarto?” – era Ângela, rebolava e bebia uma bebida colorida.
    “Fazer o que?” – Pergunto... Atualmente me envergonho disso.
    Ela se inclina e me responde com um beijo.
    Um beijo de língua, sinto o sabor do álcool, mas não recuo, sinto o calor da sua língua, dança na minha boca.
    Beijo termina. Ela sorri.
    Agarra minha mão me puxa em direção ao quarto. Minúsculo quarto.
    Meu coração estava batendo o mais rápido possível. Ela abre a porta branca e entramos naquele pequeno espaço, com uma cama que tem um abajur na cabeceira, uma arara com diversas roupas espalhadas. Sobre a cama, estava um cara de porte físico bem atlético, junto de uma garota ruiva, totalmente nus.
    Ângela faz sinal para que saiam, foi quando notei, que ela era a dona da casa.
    Os dois obedecem, sem retrucar. Saem e fecham a porta.
    Ângela ri. Começa a dançar.
    Sou virgem. Ela sabe disso. Segura minhas mãos e põe sobre em sua barriga. Estava quente.
    Ainda segurando minhas mãos, sobe devagar sobre aquele seu corpo macio, fazendo com que eu tire sua camiseta. De sutiã preto ela rebola.
    Aquele excesso de informações, misturado com a bagunça que meus hormônios faziam dentro de mim, me deixava meio perdido.
    “O que eu faço?” Pensava frequentemente. Mas Ângela me dava às direções.
    Soltará o sutiã. Aquele belo par de seios do tamanho de maçãs, me fez vidrar ainda mais naquele corpo. Belas maçãs rosadas. Ela continua controlando minhas mãos. Passa elas sobre as maçãs, meu corpo esquenta. Ela mordisca meu lábio e se entrega num beijo estalado. Um beijo forte, com fogo e paixão.
    Ela deita. Olha-me nos olhos.
    Como se meu cérebro tivesse recebido instruções através daquele beijo, ele passa a fazer tudo automaticamente. Passo minha língua naquelas belas maçãs rosadas, desço pela sua barriga e abro seu short. Retiro-o e fico olhando para sua calcinha roxa com lacinho preto.
    Sem pensar duas vezes retiro toda minha roupa, não me importo em ficar nu. Deito sobre aquela garota de seios rosados, ela esta toda nua agora. Faço os movimentos no quadril como se estivesse programado no meu instinto.
    Movimentos repetidos. Corpos quentes.
    Sinto suas unhas arranharem minhas costas. Passo a mão em seu rosto. Em seu cabelo. Em seus braços, peitos. Beijo seu pescoço. Ela me agarra com mais força.
    Acelero o movimento. Ida e volta sem pausa.
    Novamente ela segura minha mão, leva até seu pescoço, o seguro e a beijo. Beijo firme.
    Ida e volta. Vai e vem sem pausa.
    Ela se contorce de prazer. Suas unhas arranham minhas costas, mais e mais. Suas pernas se contraem. Ela geme. Gemido abafado.
    Sinto minhas costas arderem. Seus olhos estão revirados e sua boca aberta.
    Gozo.
    Então foi quando percebi. Ela estava sufocando. Já havia sufocado, estava morrendo. Suas mãos caem sem força sobre a cama.
    Penso em pedir ajuda, mas minha voz não quer sair. Aqueles lábios que me beijavam há pouco tempo atrás estavam arroxeando. Ela não se move. O abajur na cabeceira da cama havia caído por causa do vai e vem.
    Entro em pânico. Corro para o banheiro e vomito. Vomito muito. Sento ao lado do vazo e começo a chorar.
    “O que houve?”
    “O que eu fiz?”
    Essas perguntas varriam minha mente. Eu precisava de ajuda. Ninguém me ajudaria. Minha avó ficaria louca. Choraria sem parar.
    “Você se tornou como sua mãe.” – Diria ela gritando e tentando furar o cerco policial.
    Eu estava sozinho. Ninguém poderia me consolar. Mas no meio daquele choro, tive forças para ficar em pé. Deixo o corpo do meu corpo sobre a pia, enquanto me olho no espelho. Vejo meu reflexo. Aparentava ser bem mais jovem. Cabelos bagunçados, nada de barba e olhos inchados. Aquela imagem me faz rir. Estar totalmente em pânico e não ter nenhuma saída, me fazia rir.
    Rir era a única coisa que poderia me ajudar.
    Penteio o cabelo com um pente que estava ali. Estou mais calmo. Respiro fundo. Mesmo sem entender o que aconteceu. Sorrio para o reflexo e ele me imita.
    Volto para o quarto.
    Ângela ainda esta lá. Nua e linda. A luz reflete sua pele pálida. Deito-me ao seu lado. Aconchego minha cabeça sobre seu ombro.
    “Como isso aconteceu?” – Pergunto a ela.
    “Perdoa-me, ok? Foi sem querer” – Tento me redimir com ela.
    A cubro para que não sinta frio. O som estava bem alto, poderia atrapalhar seu sono.
    Sono profundo.
    Sua boa ainda esta aberta, assim como seus olhos, que mesmo revirados são lindos.
    “O que eu fiz?”
    “o que estou fazendo?”
    Minha mente esta tentando me trazer para a realidade. Matei mesmo aquela garota. Sem motivo algum.
    Matei por ela ser linda? Não.
    Matei por que me apaixonei? Não.
    Não havia explicação, apenas duvidas. Coloco minha roupa e a visto também. Desculpa Ângela. Coloco seu corpo no meio das roupas que estão jogadas na arara. E me despeço. Sinto vontade de beija-la, mas minha sanidade ainda falava comigo. Ainda
  • La Luna em Beleza e Graça

    Meu Amor!

    Há uma beleza audível e invisível que imerge no íntimo dos puros de coração

    E como a luz da lua cheia em que sua aureola prateada a envolve de encanto místico sagrado… a canção emerge do mais profundo do ser, espiralando no corpo uma aura de graça e áurea de benção

    A uma inocente beleza de pureza e graça iluminada em sua doce voz feminina…

    Voz de pureza musical que penetra arrepiando os fios dos corpos em graça

    Cada tom… cada acorde… cada timbre… cada sopro do teu ser é gracioso em sua voz em graça

    Calmamente vou seguindo os seus passos sonoros no Bendito Amor em beleza e graça

    Tua força audível dança descontroladamente em meu coração

    Tua voz graciosa me arrasta para a Morada da Beleza

    O Sagrado lá me espera…

    A Beleza em tua doce graça penetra meu coração

    Apenas um eco no vento de uma doce voz feminina me embala

    Trançando meus cabelos com pequenos galhos de flores e coloridas folhas, arrastados no sopro íntimo dos teus acordes sonoros em graça

    Como és graciosa Querida!

    Em tua voz fui levado ao divino do meu SER

    Proclamou-se em mim uma semente do Sagrado e Eterno Contínuo ecoando em sua voz em beleza e graça

    Os empecilhos e agregados de minha falsa personalidade evaporaram pelo sopro gracioso do teu iluminado coração, em cura, beleza e graça

    Cante escrevendo para mim Meu Amor, no silencioso do meu ser agora em graça… sopre o teu vento em ondas sonoras, acompanhado pelos acordes percussivos dos grilos, pelos efeitos do rasgar da garganta da coruja em um misterioso grito supersônico, e pela beleza secreta e mística da melodia dos lobos uivantes ao te venerar em luz prateada no céu noturno

    Sento-me solitário na beira do rio Meu Amor… me leve em teus passos sonoros… reflita em minha pele a luz dos teus acordes em brilho e graça… fecho meus olhos com a cabeça erguida voltada para tua face lunar… cruzo minhas mãos abertas em reverência uma sobre a outra, levando-as calmamente ao meu peito, no lado do meu palpitante coração… na sinfonia noturna das pequenas criaturas… em um divino concerto místico onde toda natureza te acompanhava em beleza e graça… tua voz luz em ondas escritas me penetrou… e sozinho, sentado me ergui no doce luminoso bailado… e fui levado pelas cores do invisível sonhar… e na minha singela silhueta, em que fui ofuscado em seu canto de luminosidade coloridamente graciosa, me despi por completo de minha singular, pluralista e dualística personalidade masculina

    Tua mística voz foi jogada ao vento como o sopro no dente-de-leão

    Uma dessas sementes luminosas repousou em meu coração

    E lá nasceu a tua graça… divina… escrita… cantada

    No palco lunar de inefável beleza e bondade mística iluminada

    Assim, Meu Amor… sua voz cantou em graça meu coração

    Beijando com sua luz o meu masculino negro corpo terra, numa voz feminina branca e graciosa lunar canção

  • Liberdade de amar

    Deve ser-te fácil seguir a vida de aventureiro!

    Andaste,por aí, mundo a fora carregando na bagagem, um cavaquinho, rodas de sambas, vários amigos e muita história.

    Pela Ilha do Amor, tu estás a andar, abraçar-te-ei por mais esta conquista de viver a vida com tanta bravura ou, quieta ficarei, vendo tua felicidade sem  mim?

  • Louca vida, louco amor

    O que é o amor? É saber que não importa o que aconteça, não importa o quão longe, quão bravos ou o quão atarefados possamos estar. Temos a sensação que estamos sempre aos cuidados de quem queremos ao nosso lado em qualquer lugar, a toda hora, por toda a vida. É saber que não importa o que seja dito, por mais que possamos nos magoar e até mesmo magoar a pessoa que amamos; temos certeza que no final da noite aquela pessoa estará ao nosso lado para nos fazer sorrir, para nos encorajar, nos levantar, nos cuidar e nos amar, incondicionalmente. É acreditar no potencial daquela pessoa indubitavelmente, é sentir que aquela pessoa já é uma parte tão importante da sua própria vida que não podemos mais se quer cogitar em uma vida sem ela, é ser o ponto de equilibro dela, é nos cuidar.
    O amor é o fato mais ilógico e mais certeiro do mundo… é ideia mais assustador, e, ao mesmo tempo, a mais reconfortante. É chave para o sucesso, é chave para o coração, é a chave para alma. Amar é assustador porque mesmo que tenhamos a certeza de que a outra pessoa realmente nos ama, temos medo de perdê-la justamente porque a amamos também. É assustador porque quando se ama de verdade, não conseguimos ter o controle desse sentimento; ele simplesmente cresce dentro de nós e se espalha em meio de todos os nossos defeitos, falhas e medos nos purificando, nos dando conforto, carinho, aconchego, companhia, nos cuidando, nos querendo cada vez melhor, cada vez maior; assim como uma bela flor em meio ao asfalto. Escondida em meio de tanta poluição, no meio de tanta sujeira, mas nos melhorando, nos ajudando sem tirar nossos momentos, sempre torcendo por nós.
    O amor é a única coisa no universo que não se explica, apenas quem sentiu isso alguma vez na vida conhecerá e entenderá o que quero dizer. Entenderá o calor que sentimos crescer de dentro do nosso corpo e ainda assim nos deixar com arrepios; é a única coisa no universo que nos dá a certeza de tudo que precisamos assim que olhamos para os olhos de quem amamos, assim que olhamos para os nossos universos. Eles nos fazem sentir como se fossemos um grande nada em meio a imensidão desse universo, fazem com que fiquemos paralisados em meio daquela grandiosidade, daquela imponência, mas, ao mesmo tempo; fazendo com que sentíssemos que podemos realizar qualquer coisa, pudéssemos crescer infinitamente e tentar alcançar aquela mesma grandiosidade, aquela mesma imponência, aquela mesma importância. São através daqueles olhos que podemos ver o coração dessa pessoa, podemos ver os sentimentos dela, podemos ver a alma dela.
    Não sei muito sobre o amor, assim como todos nós; Ainda estou aprendendo sobre o amor, sobre a vida, sobre amar, sobre o que devo fazer, o que não devo. Sou apenas humano, sei que tenho falhas, sei que vou errar… mas o pouco que sei é por causa do MEU amor, é por causa do GRANDE AMOR DA MINHA VIDA. É por causa da mulher mais fantástica, mais linda, mais gentil, mais leal, e mais amorosa e carinhosa que o universo ou o até mesmo o espiritual me deu… é o meu maior presente, é a MINHA linda, MINHA mulher, MINHA companheira, e principalmente o MEU amor. Por causa da pessoa que mais me ajuda, mais ensina e mais me incentiva, me ilumina, me apoia, que mais acredita, mais sente saudade e principalmente que mais me AMA. E esse texto é para todos que tem a sorte de ter alguém assim ao lado. Alguém que faça tudo por você e para estar com você e SÓ você, alguém que te ame incondicionalmente, que estava, está e sempre estará pronto para te socorrer, te cuidar, te ajudar, te incentivar, apoiar e torcer por você. É para quem tem O GRANDE AMOR de suas vidas bem ao seu lado, assim como EU.
    Um beijo meu amor, VOCÊ É O MEU GRANDE AMOR e tudo isso é para que talvez, e só talvez possa fazê-la entender o que significa pra mim todos os dias da minha vida. Obrigado por me cuidar, me apoiar, me incentivar, acreditar em mim, me ensinar, por ser MINHA e SÓ MINHA, por existir, obrigado por estar na minha vida, por me dar a MINHA família e principalmente por me amar incondicionalmente. Te quero para sempre, te amo demais. E, algum dia, iremos nos casar e passarei o resto da minha vida ao teu lado, junto com nossa filha e sermos felizes para todo o sempre.
  • Lua branca

     Oh lua branca!
     Traz de volta meu amado.
     Que vagueia por esses pastos.

     Ele não me ama.
     Ele não me quer.
     Mas eu o amo.

     Oh lua branca!
     Mensageira.
     Leva isso a meu amor.
     Que nunca foi meu.

     Ele rejeita minhas doces palavras.
     Queima minhas cartas.
     Oh amor traiçoeiro!
     Queria que fosse recíproco.

      E agora eu olho para as meninas que o rodeiam.
     Tão belas e sorridentes.
     Amores de verão.
     Pobre de mim! A poeta. Que nunca prestaram atenção.
     
  • Lua de Meu Existir

    Minha Amada que fertiliza o meu existir.

    Em plena beleza me perco em teu reflexo deitado sobre as águas escuras de minha alma.

    Mesmo com toda calma e mansidão de tua noite em que te revelas nua, cheia e completa.

    Teu reflexo iluminador é tremulo, desconexo e vibrante, intercalado por linhas negras que desconfiguram em saudades meu pobre e solitário coração de poeta.

    Ao subir lentamente cheia, contemplo a tua chegada no meu inabitado lago interior.

    Ao passo que te levantas se abre vagarosamente uma estrada de luz ‘brancamente’ prateada em meu encontro.

    Ó! Doce fonte de luz que me intensifica… ainda que eu possa ser tocado por tua energia iluminada, estás tão ‘lusitaneamente’ longe de mim…

    De súbito me imagino a caminhar em tua prateada e tremula estrada, então, poder ao menos abraçá-la calorosamente, enquanto ainda não flutuastes em mágica para o mais alto dos céus estrelados… tua influência elementar do Sagrado Feminino em mim, desperta a Consciência Mística da intuição emotiva do meu ser, quebrando os meus viciantes padrões interiores em ciclos de transformações ascendentes e decadentes de toda uma existência apaixonada.

    Como eu te amo, Meu Amor!

    Ó! Fruto do meu desejo insaciável…

    Sobes agora livremente… e tua estrada de luz desaparece nas águas de minha emoção, e agora debaixo de tua luz prateada, volto a minha singularidade pequenina e frágil, onde realizo o meu ritual de amor à tua Lua Cheia embelezada em sua aureola majestosa repleta de teu amor.

    Nisso, me vejo sendo irradiado pela luz azul de sua aureola… meu corpo negro encandece inflamado pela sua onda radiativa, tornando-se fosforescente, atraindo toda espécie de pequeninos seres noturnos em divindade graciosa. Pela tua dádiva amorosa, tornei-me um ser luminescente, e… quem me dera ser carregado pelos pequenos vaga-lumes que agora me cercam, no único amoroso objetivo de poder pousar em teu grandioso ventre oculto nos teus misteriosos segredos noturnos.

    Tua pele branca me seduz, teus cabelos de nuvens negras a flutuar me enfeitiçam. Como és bela! Como sou teu!

    Embora possa, eu, ser um diurno ser flamejante, de que me vale toda essa potência… se em minha forte luz te ofusco, ao ponto de nem eu mesmo poder contemplar a tua clara beleza? Estou preso na majestade de mim mesmo, e nisso, sigo meu solitário baile diário.

    Ó! Meu Amor, meu doce Amor… Meu Encanto! Como te imagino e me imagino juntos… ao te contemplar no silêncio de uma tarde em que apareces repentinamente no reflexo espelhado no limpo céu azul… mas, esta linda visão que tenho no dia, bela e cheia de graça… apenas se faz ecoar, ecoando a ecoar… a ecoar.

    Em tua face clara, lusa e juvenil me vejo iluminar. Abrindo meus olhos… retirando de mim as impregnações infrutíferas e residuárias de meu sofrido passado e presente agoniante tedioso.

    No meu mágico ritual… derramo as águas de aquários em uma bacia de prata e deixo exposta à luz de tua Lua Cheia, para que parte de Ti possa se desprender e lá habitar. Ponho minhas mãos sobre as águas e o recipiente, e faço riscos imaginários mágicos escrevendo palavras místicas de amor… em oração Celta na alta voz… dizendo:

    — Ó! Sagrada Mística Sabedoria Lunar… que tua luz fêmea caia sobre essas águas, envolvida na Magia da Prata e, de suas perenes divindades noturnas do Argentum branco e brilhante. Invoco sua áurea iluminada que reflete o poder divino de tua purificação e amor. Ser gigantesco feminino que controla todas as forças ocultas das águas naturais, que constitui todos os seres orgânicos e abarca os seres inorgânicos… se faça aqui fluidamente presente no Sagrado Agora… vem, e me Ilumina!

    Ao terminar meu mágico culto de oração… vi sua luz em forma feminina descer em baile e encanto, se deleitando nas águas… transformando-as em plasma prateado. Ali mesmo sob a luz de tua magnífica e sagrada presença me despi de minhas rudimentares vestes, assim como, também, estavas despida dos teus véus de nuvens negras. Derramei o teu leite prateado em meu corpo nu… pude te sentir me tocando todo e por completo, onde me acariciava com beijos de uma paixão apaixonadamente purificante… a este tocante… me perdi em fluxos energéticos de amor que me fazia flutuar e ecoar… ecoando a ecoar.

    Quando regressei a mim… já tinhas desaparecido, restando apenas a lembrança do teu beijo, teu calor, tua sensação purificadora e teu carinhoso amor, e teu céu noturno no vazio estrelado.

    Minha Amada… silenciosamente fechei meus olhos em reverência, e, de mim, restou lhe dizer:

    — Te amo… Te amo… e Te amo!
  • Lua Escura

    Querida minha

    Hoje passeio em devaneios pela noite escura a sua procura
    Hoje não me contemplaste com tua bela face iluminada, e triste caminho por essa trilha incerta do existir sem ti

    Apenas um vazio em meu coração palpita reclamando a sua presença
    Na tua ausência percebi que o céu era vasto e imenso de estrelas a cintilar
    Porém, vazio do mistério e do segredo de te amar

    Minha Querida
    Onde foste que não me levaste
    Por que de mim te ocultaste
    Sabes que te amo, e sem ti, sou cego em meu solitário noturno caminhar

    Triste, sento-me novamente na beira do meu interno lago, fecho os meus olhos no escuro do infinito abismo de escuridão… de que me importa os olhos abertos se não posso te contemplar fora… volto-me para morada do coração, e lá te imagino a me iluminar com teu claro sorriso.

    Te vejo nos meus amorosos pensamentos deitada sobre o teu céu escuro na cama ilustrada de planetas errantes e estrelas, em pequenos passos lentos e silenciosos vou ao teu encontro, e vejo que dormes encoberta pela sombra da terra. Apenas silenciosamente te contemplo, admirando o teu sono profundo… estou aqui contigo Meu Amor

    Em minha meditação adentro em teus mágicos sonhos… como estás bela a dançar com tuas guirlandas de estrelas. De repente, nossos olhos se encontraram, e não entendi porque ficaste estagnada com minha sutil presença, e lágrimas vi cair em seu lindo rosto que se evaporaram em uma cortina de serenos noturnos… de súbito repentino, me vejo te abraçando… e novamente nada entendi, porque evaporaste súbita e repentinamente dos meus braços como uma gota d’água a tocar uma superfície aquecida… e solitário me vejo, também, chorando, culpado por interferir em sua intimidade.

    Ó! Meu Amor… que maldição é essa que nos prende ao estar separado e nos separa ao estar preso?

    Te vi triste Meu Amor, e em tristezas doloridas estamos
    Dançamos juntos de mãos dadas ao som dessa música melodiosamente triste
    Nossos corpos chorando se juntam embalados por essa solidão
    Que segredos o seu coração guarda?
    Que mistérios esconde a tua face oculta?
    Do que sabes que não sei!?
    Por que tamanho silêncio?
    Não percebes que estou aqui para ti!
    Por que me abandonaste hoje?

    Somos tocados pela dor da separação…, mas, haveria tanta beleza se estivéssemos agora juntos?
    O que separa o Criativo do Receptivo senão a beleza do caminhar separado, ao se unir no imaginário! Então, caminhemos eternamente juntos com nossas mãos dadas na doce solidão a imaginar

    Quero te ouvir, que tristeza melodiosa canta seu coração
    Neste céu silenciosamente noturno, em que ansiosa volta tua face iluminada para baixo… o que pensas?
    Quero te compreender… me fale de tua tristeza, pois sei que a oculta quando enxuga suas lágrimas rapidamente em gotículas de sereno

    Por que só te revelas para mim em parte, se para você sou o todo de tudo em toda face?

    Te vi sentada no trono da noite
    Suas mãos acariciavam o rio do Nilo celeste
    E sentada sobre os seus calcanhares na taça da flor de lótus, o rio luminoso em que tocas arrasta infinitas flores estrelares
    Estás festivamente adornada de luminescências e cintilantes aureolas Meu Amor

    Vi uma beleza sobrenatural no seu amável rosto…, e, uma tristeza oculta… um mistério!
    Em sua majestade vejo que rege a Estrela Mágica, e oito vezes com sua foice crescente a decepaste do noturno céu enviando-a para mim, como a linda Estrela da Manhã. Porém, oito vezes com sua foice minguante, novamente decepaste do céu agora diurno, tomando-a de volta para si, como a linda Estrela Vésper… Essa Estrela é a nossa Mensageira do Amor… de nosso solitário Amor

    Dorme tranquila Meu Amor
    Em sua luz encoberta de encantamento na paz de tua força interior

    Sinto seu amor… Meu Amor… pleno de força plena
    Sua atmosfera mágica me envolve no frescor de seu sereno carinhoso pelo qual solitário me condena

    Hoje! No breu da noite
    Estudarei em meditação as tuas leis celestes
    Na sombra terráquea em que dorme te vestes

    E, nesse céu em que hoje de mim te ocultas
    Esperarei no amanhã a sua doce poesia
    Pelo qual me revela a sua face oculta
    Na companheira doce tristeza do meu amargo solitário alegre dia

  • Magnetismo

    Que força é essa..
    Que magnetismo é esse que me lança até você...
    Me atrai a dar ritmo e colorido as palavras de amor que eu tenho aqui guardadas no meu coração...

    Versos brancos...
    Palavras claras sobre tons dessa imensidão azul... 
    Dançam no balanço do mar...
    Voam ao vento...
    Chegam no seu coração sensível...
    Toca o seu corpo quente...
    Tudo pega fogo...

    Quando penso em você...
    Minha alma fala...
    Meu silêncio diz...
    Meu coração passa enxergar....
    E meu corpo a dar sinais de desejos...

    O amor avança como um mar querendo de volta o que é seu...
    E o tempo que não é favorável...
    Recua em um clima de vai e vem...
    Esquentando e esfriando ao mesmo tempo...

    A mente diz...
    Pense antes de ir
    O coração...
    Vá antes de pensar...

    O vento me levou...
    E te trouxe também...
    Com isso...
    O sentimento bateu na sua porta...
    tocou nossas almas...

    Você o deixou entrar...
    A transcendência se fez...
    Você com esse sorriso lindo me abraçou...
    E eu...
    A tomei em meus braços.

  • Marias - I

    Maria ouviu o trote do cavalo aproximando-se da porteira. Num impulso, soltou a espiga de milho que acabara de ter os cabelos penteados e trançados por ela. Com as mãos trêmulas, segurou a barra do vestido e correu em disparada através do estreito caminho de terra que cortava todo o milharal e terminava próximo ao imenso terreiro de secar café, nos fundos da casa.
    _Onde é que ocê tava, menina? Seu pai ainda há de matar ocê por causa desses sumiços.
    _Eu tava brincando de boneca, mãe.
    _Cê tava amarrando os cabelos dos milhos outra vez?
    Maria ia responder alguma coisa quando o pai adentrou à cozinha, interrompendo a conversava das duas.
    _Ocê ainda tá nessa sujeira? Vai caçar um jeito de se arrumar que seu noivo já tá aí na sala esperando pra lhe vê. Fez uma pausa e direcionou-se para a mulher. _E ocê trata de passar um café e trazer aqui na sala.
    Mãe e filha olharam-se assustadas e confirmaram com um aceno de cabeça. O homem deu meia volta e saiu fazendo barulho com as botas no assoalho de madeira.
    _Eu não quero ver aquele homem, mãe.
    _E ocê lá tem algum querê, menina? Desde de quando a gente pode desquerer alguma ordem de vosso pai?
    _Mas, mãe...
    _Mas nada, Maria. Trate logo de ir botar seu vestido de laço e pentear esse cabelo. Na certa, as espigas estão mais penteadas que ocê. A mulher finalizou e voltou-se para o fogão a lenha que queimava num dos cantos da cozinha.
    Enquanto se vestia, Maria ouvia as vozes que conversavam animadamente na sala.
    _Eu tenho certeza que o senhor vai fazer muito bem proveito daquela lavoura, senhor Afonso. Eu é porque já desgostei daquelas terras. O visitante falou.
    _Já tenho tudo pensado aqui na cabeça, seu Zeca. Tudim aqui. Vai ser o tempo de ocêis casar pra modo de eu mais os meninos começar a trabalhar naquilo lá.
    _Aquilo é pra família grande que nem a de vocês. Eu, depois que a mulher morreu, desgostei de muita coisa. Mas pra frente eu até penso em levar vossa filha pra morar na cidade comigo.
    Maria sentiu o coração triplicar os batimentos. Ir embora pra cidade com aquele homem que ela mal conhecia? Seu pai não podia permitir uma loucura dessas.
    _Cada um sabe o que é melhor pra si. Mas, eu não saio da minha roça de maneira alguma, seu Zeca.
    _O senhor é por que foi nascido e criado por essas bandas, seu Afonso. Eu, ao contrário, não. Já vivi uns tempos na cidade e, confesso, ando sentindo um pouco de saudade do movimento de lá.
    _É justamente isso que me assusta, seu Zeca. Movimento.
    A menina estava estagnada ouvindo a conversa quando a mãe apareceu na porta do quarto com uma bandeja de café e xícaras nas mãos.
    _Anda logo, menina. Daqui a pouco teu pai vem te buscar debaixo de porretada.
    _A senhora podia falar que eu tô passando mal, mãe.
    _Ocê ficou maluca? Seu pai sabe muito bem que ocê tá boa igual um coco. Anda, saía logo desse quarto.
    Maria ainda tentou retrucar, mas ouviu a voz do pai chamando seu nome. Sabia que seria inútil inventar qualquer desculpa. Entrou na sala de cabeça baixa e agarrada à mãe que também tinha os olhos voltados para o assoalho.
    _Boas tardes, seu Zeca.
    _Boas tardes, dona Helena. Com tens passado a senhora?
    _Bem, com a graça de Deus. E vossos filhos, como vão?
    _Muito bem, obrigado. Ansiosos com a chegada da nova mãe.
    Maria sentiu um calafrio percorrer o corpo. Na certa, tratava-se dela. Como isso podia ser possível? Ao que ela recordava-se do velório da falecida dona Lúcia, esposa de Zeca, o primeiro filho deles era mais velho que ela.
    _E ocê? Não cumprimenta seu noivo, Maria? Afonso perguntou num tom zangando.
    _Boas tardes, seu Zeca. Ela respondeu com a voz tremida.
    O homem levantou-se da cadeira onde achava-se sentado ao lado do futuro sogro e caminhou em direção a elas. Pegou uma das mãos de Maria entre a suas e falou sorrindo.
    _Boas tardes, menina. Não precisa ficar tão acanhada assim. Muito logo seremos marido e mulher.
    Aquilo fez o estômago de Maria revirar e ela pensou que fosse fazer uma sujeira no meio da sala. Puxou sua mão com rapidez e tratou de ir ajudar a mãe servir o café.
    _O senhor vai ter que ter paciência com essa daí, seu Zeca. Ela é um pouco arisca mesmo.
    Já sentado outra vez, e agora com um cigarro entre os lábios, Zeca sorria enquanto falava.
    _Depois que estiver lá em casa, rapinho aprende, seu Afonso. Ela é nova e eu hei de ser um bom professor.
    ...
    A visita de Afonso se estendeu por quase toda à tarde e quando ele finalmente se despediu com promessas de um breve retorno, Maria sentia a bunda doer. Ficara tempo demais sentada no banco de madeira ao lado do pai.
    _Ocê pode caçar um jeito de tratar melhor o seu noivo na próxima vez que ele vier lhe ver. Esse homem tá salvando nossa vida.
    _Eu não gosto dele, pai.
    _E ocê lá tem que gostar de alguma coisa, menina? Ocê tem é que me obedecer e dá graças a Deus pelo seu Afonso se interessar por alguém tão mal criada que nem ocê.
    _Mas, eu não quero ir embora com ele, pai. Eu faço qualquer coisa que o senhor mandar. Eu vou trabalhar na roça igual os meus irmãos. O senhor vai ver.
    O homem sorriu.
    _Deixa de falar bobagem, menina. Eu sei o que tô fazendo. Esse casamento vai me render uma quantia de terras que nem se nós trabalhasse o restante de nossas vidas, de sol a sol, ia conseguir adquirir.
    Maria calou-se percebendo o quão inútil era discutir com pai. Ela havia sido trocada por um pedaço de terra e nada que dissesse faria o velho Afonso mudar de ideia.
  • Me aceite!

    Me puxe
    E eu me livrarei
    Me acompanhe
    E eu te levarei
    Me pode
    E eu morrerei
    Mas se me floresce
    Eu te amarei.
    Me deixes no vazio
    E encontrarei "eco"
    Me olhe nos olhos
    E te mostrarei minh'alma
    Me escondas a verdade
    Que criarei meu mundo
    Mas se me mostras seu "eu"
    Te farei completo. 

     

  • Me Espera

    Eu queria ter te dito
    mas estava com o coração doído
    eu me sentia tão bem
    com você aqui ? não sei

    parecia estar perdido
    ou em outro mundo distinto,
    tentando não lembrar
    sem querer outra vez me apaixonar

    não sei se é apenas uma distração
    ou algo mais que tenho em meu coração,
    esse seu olhar tão lindo
    achei que havia esquecido...

    (pré refrão)
    quase me perdi em tantos dias e sinto que não vivi nada sem você,sem você...

    (refrão)
    me espera,
    me deixa te dizer,
    o quanto senti sua falta
    o quanto eu quero você!

     
  • Melancolia

    Meus olhos encontravam-se marejados
    Minha alma estava profundamente consternada
    Angústia e solidão pareciam não ter fim
    Achava-me à beira de um precipício
    Pronta para pular
    Quem haveria de me salvar?
    Nas inúmeras tentativas de acalentar
    Minhas vozes internas
    Que insistem em me dizer
    O quão tola eu fui em desfazer-me
    Da armadura que criei
    Para me proteger de você.
    Encantador, galante, instigante...
    Eu deveria ter me entregado?
    Depois que estou a juntar os cacos
    Que você me deixou
    Dou-me conta que ingenuamente agi...
    Doce e amarga ilusão.
    Tento de todas as formas
    Esquecer o gosto do seu beijo.
    No lugar onde você se deitava
    Para me fazer juras e promessas,
    Hoje eu ocupo com livros...
    (Os livros que me deu de presente).
    As rosas do buquê que me presenteou,
    Encontram-se murchas
    Assim como o amor que
    Disse que duraria até aquele dia,
    Quando te vi partir com outra pessoa
    E levando consigo minha virtude.
    Muito tempo se passou desde então...
    Consegui o intercâmbio que eu sempre quis,
    E a pessoa com que fugiste
    Hoje te abandonou.
    Ainda guardo a lembrança mais bonita de nós dois
    Mas hoje... você é só mais um 
    No meu oceano de amores.
  • Menina mulher

    Pensamentos.....

    Aquela menina com jeito de mulher, aquela mulher com jeito de menina, tudo nela fascina, tudo nela brilha, tudo nela faz inspiração, ela tão determinada, tão dona de si, ela que faz bem pra todo mundo inclusive pra ti, oh menina que não tem limite de onde vai chegar, ah menina que veio nesse mundo pra causar, ousar, transpirar e ganhar, nem tão menina nem tão mulher, quando mulher vem passando e chaga chegando, aquela que faz seus leais suspirar, sabe aquela menina mulher? só posso dizer que se passarão mil vidas e eu continuarei aqui com o mesmo encantamento!

  • Menino Azul

    Eu fico me perguntando o porquê de tanta tristeza, como pode alguém ser tão melancólico?
    Sei que você que está lendo agora não entendeu nada do que eu disse, mas continua lendo pra entender melhor.
    Um garoto que eu conheci com cabelos azuis como seus sentimentos, pele gélida como seu coração e olhar cansado como a sua alma me sufocou nessa confusão que ele é.
    Tão bonito quanto narciso e tão complicado quanto os 12 trabalhos de Hércules, difícil não se apaixonar.
    Ele sempre foi frio e distante mesmo estando sempre ao meu lado, e eu tola amava ficar imaginando o que se passava naquela mente turbulenta. A curiosidade era tanta que eu insinti pra que ele contasse e eu não imaginava o quão triste uma pessoa podia ser. O azul brilhava.
    Tanta confusão num só corpo, tanta insegurança, tantos medos e isso era tão sufocante que eu cheguei a pensar se eu queria estar ao lado de um menino azul.
    Depois que ele contou como se sentia tudo ficou diferente, o ar ficou mais pesado, o clima estava morto e a distância se esticou. O azul estava ficando cada vez mais escuro.
    A sua ida foi estranhamente dolorosa, o sangue escorria com uma cor diferente e a saudade era clara. O silêncio todo me lembrava a sua voz calma, me sentia dentro de um grande oceano quando estava ao seu lado e agora me sinto numa poça d'água feita por uma nuvem qualquer.
    Eu procurei ele, falei o quanto estava com saudades da sua cor e ele desabou, disse que estava mantendo distância de mim pro meu próprio bem, pra manter a minha saúde mental e a dele também. Dessa vez o azul ficou acinzentado.
    Eu procurei outras cores, mas azul sempre foi a minha preferida. Sentia falta do seu cabelo bagunçado, do seu sorriso simples, das piscadas lentas, das reviradas de olhos, dos abraços apertados, do seu ar misterioso.
    Só que eu não podia correr atrás de alguém tão apaixonado, porém distante.
    Tudo foi sumindo.
    O azul já era quase branco.
    A distância nos apagou e hoje ele é só mais uma cor que pintou meu coração.
    Morri congelado no infinito do seu azul.
  • Meu algoz - Parte 1

    Eu acordei, não sabia onde estava, só conseguia sentir tinha cabeça latejava, meus olhos arderem e a boca seca, muito seca.
    Estava como a noite anterior: vestido tubo preto, meia arrastao, uma sandália estilo cuturno, colares, brincos, nem a jaqueta de couro que usava, tirei. Isso era um bom sinal, nenhuma besteira tão grande acontecera.
    Eu fechava os olhos e tinha flashbacks: estava no pub da rua principal, meu "porão" favorito, tocava a musica "LSD - Thunderclouds" feat da Sia com Diplo + Labrinth tocava no fundo, estava com a Nick, bebendo uma long neck, enquanto ela falava sem parar sobre trabalho, a mãe e o ex, eu estava rindo muito da sua vida confusa, até que...
    Ouço um barulho, abro os olhos e é na vida real, não no flashback.
    Sento na cama, me esticando para chegar até a porta, minhas pernas estão adormecidas, assim como parte do meu corpo. Ainda não sei onde estou. É um quarto bagunçado, parece de um estudante, tem a cama que estou deitada, roupas pelo chão, uma grande janela fechada por uma cortina azul, bem fina; tem uma escrivaninha cheia de livros que não enxergo bem do que se tratam.
    Nesse momento penso: "Droga, minhas lentes!". Percebo que não estou com elas e não consigo lembrar se as coloquei na noite anterior... deveria, pois não enxergo nada bem sem elas, ou, meu oculos...
    Outro barulho! Me volto para a porta, só consigo pensar que precisava parar de beber e que...
    Mais um brarulho! 
    - QUEM ESTÁ AI!???! - gritei em um impulso cheio de raiva por estar fisicamente e mentalmente afetada.
    Parecia pratos batendo, que dão lugar ao som de passos, o assoalho era de madeira de taco. Um homem para na porta, olho bem para a cara dele que diz:
    - Oi! Bom dia Liz. Desculpe o barulho, estou fazendo café.
    WTF?! Quem era aquele cara? Um estilho Ed Sheeran, só que menos ruivo e mais bonito.
    - Quem é você? - Bradei, brava com a situação, comigo e com o barulho dele.
    - Desculpe! Você deve ter batido feio a cabeça, sou Derick, amigo da Nick - falou ele com um grande sorriso amarelo e estendendo a mão - Você caiu ontem e te trouxemos pra cá, você está no meu apartamento.
    Em um ímpeto, levantei da cama, me dirigindo até a ele:
    - O que? A Nick está aqui? Ai minha cabeça... - encostei no criado mudo, pela tontura e porque senti uma pontada no topo da cabeça. Levei a mão até o local da dor, e tinha um galo ali
    - Não, ela não está aqui. Tinha que resolver algo com o ex-namorado e a mãe, não entendi direito. Acho que nem ela entendeu. - Disse ele divagando, nessa ultima parte, enquanto me ajudava a sentar novamente na cama - Ela só deixou você aqui e pediu para cuidar de você.
    - Ok. Derick, certo!? O que houve? Porquê minha cabeça doí? - perguntei quase chorando, odiava esse meu estado, odiava esse sentimento, eu não era mais essa pessoa, essa Lizzie.
    - Acho que foi uma noite intensa. Quando cheguei, você já estava bem "feliz" - Falou fazendo aspas com as mãos - podemos fazer assim, eu trago um café para você e conversamos melhor, pode ser!? Acho que você não comeu nada.
    Apenas assenti com a cabeça e vi ele se distanciando do quarto.

    Com a mão ainda na cabeça, fechei os olhos e voltei para mais um flash. Nele eu discutia com a Nick e chorava muito. Ela gritava para eu parar e me sacudia, dizendo: "você não pode ir, não pode!"

    Derick apareceu com o café, cortando o flash. Mas, acho que não conseguiria lembrar de muito mais. Ele me entregou a xicara e sentou na cadeira de rodinhas da escrivaninha, se aproximou da cama e começou a falar o que sabia.
    - Quando cheguei, a Nick estava alterada...
    - Bebada? - cortei, meio que supondo com certeza. Ela sempre ficava assim depois de falar do trabalho, mãe e ex.
    - Não, brava, preocupada, com você. Ela disse que alguém que te fazia mal estava lá e você estava fora do controle - antes que eu interrompense, ele continuou - você estava muito alterada, sentada no bar, conversando com os garçons, quer dizer... chorando... - concluiu com pesar.

    Eu não sabia onde enfiar minha cara. Eu, Editora chefe de uma revista de esportes conceituada, que estava todo dia construindo minha reputação, não sabia me segurar em um ambiente publico...
    - Pelo amor de Deus Lizzie! - gritei, sem perceber, deixando Derick assustado - meu Deus! Desculpa!
    - Tudo bem! Você quer ficar sozinha?
    - Não, na verdade, gostaria de ir embora. Obrigada, Derick. Obrigada mesmo, mas, tenho que ir...
    - Bem, na verdade, a Nick pediu para não deixar você sair... - disse ele, com medo da minha reação.
    - Quem aquela louca acha que é!? - tomei um gole de café e coloquei na escrivaninha - onde é o banheiro, por favor!?
    - Olha, é ali a esquerda. Mas, tem uma coisa que acho que você precisa saber... - disse Derick levantando e fazendo uma pausa dramática - quando ela pediu para que você não saisse, sabia que você resistiria, então, pediu para te lembrar que Ele voltou para a cidade e estava no bar ontem.

    Eu parei imediatamente na caminhada para o banheiro e procurei um lugar para me encostar.
    Me faltou ar, minha boca secou, meu coração disparou e as lagrimas surgiram.
    É logico que eu desistabilizei, ele voltou, ele estava na cidade e algo havia acontecido ontem, e claro, ele estava envolvido.
  • Meu amor escondido

    Estar com você é como mudar de orbita,
    de expressões,
    de sorrisos.
    Parece que foi feito pra me tirar do abismo.
    Diferente de tudo que eu já encontrei
    Feliz estaria eu se você ficasse mais um mês.
    Sinto saudades.
    Queria ter tido coragem pra dizer
    Eu encontrei você.
    ou
    Você me faz querer viver.
    Feliz é gostar
    Do seu olhar
    Do jeito calmo de falar
    E da sua voz ao cantar.
    Quando ele me abraça,
    Esqueço por dois segundos
    Que a vida passa!
    Esse sentimento, não é o mundo todo que me faz sentir,
    É alguém que talvez nunca leia isso aqui.
  • Meu Mundo Estrelado

    Sem você este meu mundo

    É muito mais que confuso.

    Os motivos são todos vazios

    Como se em cada passar tardio

    Houvesse a procura de um coração.

    E assim no meu amor amar é,

    Como um contar de estrelas.

    É um acalento na imensidão

    Que não tem fronteiras.

    Estampa uma verdade crua

    Que na eternidade se inspira.

    Ao destino que o real flutua

    Num universo que conspira

    Para tudo que é Amor.

  • Meu Sol

        Eu estou em órbita, girando ao seu redor, a sua humildade e elegância é como a gravidade que me faz orbitar você. Fico observando você de longe, mas infelizmente tenho que tomar cuidado ao olhar diretamente por muito tempo, pois corro o risco de ficar cego por causa do seu brilho. Você é uma estrela e a mais brilhante do céu.
       
        Sempre que estou perdido observo onde você está, é como se você fosse meu norte. Você é a luz que dá a vida, você é o próprio Sol, não me importo mais se eu ficar cego ou queimar minha pele, pois tudo isso vale a pena.

        Você é incrivel, é mais brilhante que todas as estrelas da constelação de Órion, Cannis Majoris ficaria no chinela perto de você, nem mesmo um buraco negro consegue engolir sua luz. Você é o ápice de todos os astros, você é o meu Sol.
  • Monique

    Perdoe-me pela intromissão
    Por intrometer você
    Nesses meus versos
    Improvisados para você
    Em tua inspiração

    Gostaria apenas que você soubesse
    Que em dias e noites
    Me pego pensando em você
    E em dias e noites vazios
    Os pensamentos só aumentam

    Dias e noites vazios são rotinas da minha vida
    Então penso em você todos os dias
    Perdoe-me, a culpa é minha.
    Há algo errado comigo
    Não sei gostar, não sei amar.
    E fujo, fujo quando sei que vou me apaixonar.
  • My Swett Angel

    era uma noite chuvosa de junho em Miami e a pequena Lauren se encontrava debaixo de sua cama escondida, com as mãozinhas tampando os ouvidos tanto por causa dos trovões quanto pelos gritos devido a discussão dos seus pais no quarto da frente, a menininha de olhos verdes estava amedrontada, nunca gostara de noites chuvosas como essa, pois noites assim traziam consigo raios e trovões, e a pequenina morria de medo deles, sua mãe entrara no quarto depois de um longo e alto estrondo de trovão, Clara procurou por Lauren até encontrar a garota debaixo da cama toda encolhida com seu coberto favorito e agarrada em sua Nala de pelúcia, a mãe calmamente chamou a menina e a fez sair daquele local, a pegando cuidadosamente em seu colo e ninando sua filha.
    - Mama, eu estou com medo _disse a menina com a voz sonolenta.
    - Durma filha, eu estarei aqui te protegendo de tudo... _murmurou a mulher.
    - Porque você e o papa brigam tanto? _a garotinha se aconchegou mais nos braços de sua mãe.
    - Apenas durma querida _Clara mais uma vez murmurou_
    - Sim, ma... _e assim a garota caiu no sono.
    Clara por sua vez arrumou as malas de Lauren e esperou até seu marido dormir para arrumar as suas, o motivo das brigas constantes entre ela e seu marido sempre foi o vício que ele tinha em jogos de azar, as dividas estavam altas devido a isso e Mike nunca queria tentar ser melhor, nem por Clara e muito menos por sua pequena Lauren, a qual amava incondicionalmente. Clara sabia que era questão de tempo para as pessoas com quem Mike jogava acabariam vindo até sua casa e a mesma não sabia do que eles seriam capazes de fazer, ela não podia deixar Lauren passar por perigo algum e foi assim que decidiu ir embora daquela casa com sua filha. A mulher já havia colocado as malas em seu carro e agora acomodava uma pequena garota dormindo em sua cadeirinha, a deixando segura em seus cintos, Clara arrancou o carro dali e seguiu para casa da sua mãe, o que ela não esperava era que o pânico de pensar em ter alguém lhe perseguindo tomasse conta de seu ser e sem notar acelerasse o carro, e no momento seguinte ele estaria derrapando na estrada molhada e a última coisa que veria seria sua filha abrindo os olhos assustada para logo depois o carro capotar e ela apagar.
  • Na Mesma Moeda

    Uma vez conheci um ladrão de diamantes, e ele roubou a jóia mais rara que tinha...
    E era meu coração;
    Porque eu sei o meu valor;
    Fiz a olho por olho e dente por dente, e roubei o seu também;
    Me fiz de vítima e tu me fez ladra.

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