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O Beijo

Definitivamente beijar não era o forte dela, descobri isto no primeiro toque em sua macia língua, estava tão ansiosa por isto quanto eu, mas como de praxi mantinha a solidez confiante a qual ela sempre cultivou no dia a dia, sua grosseria foi posta de lado para que ela aproveitasse um improvável e caótico momento. O beijo por sí só era péssimo em um ritmo inconstante sem aquele encaixe mandibular que se vê no cinema hollywoodiano, era uma orquestra sem timbre ou ritmo, que se construía na desordem atemporal, não lembro quanto tempo toquei seus lábios ou por quanto tempo tentei harmonizar aquela complicação que impunha sobre meus sentimentos, pela primeira vez na vida presenciei o dualismo presente no cérebro humano.
O nariz dela era comprido e esguio, o que tornava o processo extremamente inconstante quando comparado ao de costume com minha namorada, a qual este momento deveria estar agonizando de saudades do seu amado e fiel namorado, este que julgava o beijo e a aparência de sua mais fiel concorrente, de perto, quase dentro.
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Atualizado em: Ter 29 Ago 2017

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