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Samuel C. da Costa é entrevistado pelo Projeto Visibilidades da Nova Coletânea
Foto cedida pelo autor à Nova Coletânea
Samuel C. Costa é autor de Itajaí, Santa Catarina. Autor brasileiro que inicia suas publicações pelo projeto Nova Coletânea e que, oportunamente, traz ao leitor um texto muito interessante na coletânea “Livre Pensar Literário” cujo título é “A caminho do martírio”. Sobre o autor você poderá colher informações na entrevista que nos concedeu recentemente. Esperamos, com isso, propiciar ao seu talento maior visibilidade nessas vias.
1 - Como você definiria o escritor e a pessoa Samuel C. Costa?
Definir a si mesmo não é uma tarefa fácil, hoje posso me definir como um militante poeta, ou seja, um militante social que encontrou na poesia e na prosa um novo campo de luta e inclusão social.
2 - Onde nasceu e qual sua relação com o lugar em que mora?
Nasci e moro em Itajaí, litoral Norte Catarinense e, falar sobre Itajaí e Santa Catarina no geral é muito difícil. Pois apesar de termos um dos melhores padrões de vida, em relação ao resto de país, aqui não é o eldorado que a mídia vende. Culturalmente, estamos espremidos por uma cultura europeia muito forte, e falar de negritude é quase um crime por aqui.
3 – Quando começou a escrever textos literários? Lembra o título do primeiro trabalho?
Falar em literatura sem falar na minha mãe é quase impossível para mim. Ela é minha grande incentivadora, a escrita, por incrível que pareça, entrou na minha vida na faculdade de Publicidade e Propaganda, por meio das disciplinas de redação. Mas considero a poesia, em especial , como o início de tudo. Estava um tempo sem me barbear e um conhecido meu, que estudava Relações Públicas, sugeriu que me barbeasse para ficar mais apresentável à sociedade. Ai escrevi o poema - resposta ‘’Não tirem a minha individualidade’’. A poesia, desde então, tornou-se uma constante na minha vida.
4 - Por que decidiu participar desta antologia?
A antologia como um projeto de inclusão social traz um diferencial, e isso me atraiu.como um todo. Um projeto muito louvável para os dias de hoje.
5 - Fale-nos sobre seus projetos de publicação (se possível envie-nos um link para divulgá-los)?
Faço parte do coletivo de escritores da minha cidade. Já publicamos jornais alternativos, participamos de programas de rádio e TV, varais literários e organizamos dois saraus literários. Pronunciar a respeito da literatura itajaiense e não falar em Vivaldo Terres, Patrícia Raphael, José Luis Grando e Giordano Zaguine Furtado é impossível. Mas em termos de projeto individual, tenho dois livros lançados: Horizonte Vermelho (verso) e Uma flor chamada margarida (verso e prosa). Também tenho dois livros a ser lançados: Meca-nografia (verso) e Não acordem a cidade (Prosa) Poema novo (verso).
6 - Que livro foi marcante na sua trajetória pessoal ou como escritor? Recomendaria outros?
Posso dizer que em termos de poesias, basicamente, duas figuras me vem à cabeça, João da Cruz e Sousa (Broqueis) e Fernando Pessoa (Obra completa). São essas as minhas maiores influências em poesia. Na prosa, Lima Barreto (Clara dos anjos e O triste fim de Policarpo Quaresma) meus preferidos.
7 - Como se dá o processo de criação das suas obras?
O poeta e contista Vivaldo Terres tem a seguinte frase: ‘’Primeiro sinto, depois penso e ai passo para o papel.’’ E não preciso dize mais nada.
8 – Você acredita que a internet é um lugar propício para o desenvolvimento de bons escritores? O que você pensa a esse respeito?
A internet é um ambiente ambíguo, aonde podemos encontrar de tudo. Mas como venho usando-a para divulgar meu trabalho, te digo Bruno, que temos que ocupar esse ambiente positivamente. Sim, respondendo a sua pergunta, a internet é um fator novo e é um processo irreversível. Daqui a algumas décadas saberemos se os resultados foram positivos ou negativos.
9 - Quais os aspectos predominantes em sua OBRA?
Amor, ódio, esperança, paixão, denúncia, desespero e esperança...
10 – A internet teve papel importante na sua decisão em escrever narrativas?
Digo que não, antes tive que escrever por causa da faculdade de comunicação. Mas tive um impulso muito grande com a internet, conheci outros escritores e apreciadores ar arte escrita através dela, meu amigo Bruno.
11 - Como conheceu a "Nova Coletânea"?
Pesquisando no bom e ‘’velho’’ Google.
12 - Como vê a atuação do projeto no âmbito virtual?
Salutar, em tempo de truculência e ignorância, projetos como a coletânea só vem a somar. Tanto no ambiente virtual como no real acredito e muito e iniciativas como estas.
13 - Que mensagem deixaria ao novo autor?
Antes de tudo ler e cultivar o bom hábito da reflexão, melhor ainda.
O autor oferece ao leitor a leitura de um de seus belos trabalhos:Não Tirem a minha Individualidade
Samuel C. da Costa
Respeito, não tirem a minha individualidade
Minha barba mal feita
Minha sandália de dedo
Minhas roupas estropiadas
Minhas utopias, minha vontade de mudar o mundo
Não tirem a minha individualidade
Intolerância, seus cabelos perfeitos
Suas roupas padronizadas
Suas vidas padronizadas & suas fórmulas prontas de felicidade
Não tirem a minha individualidade
Seus gestos de boa vontade
Não tirem a minha individualidade
Por favor, respeitem as minhas individualidades
Minha pela negra, cor de ébano
Respeitem minhas individualidades
Minhas simplicidades...
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