- Poetrix
- Postado em
Tejo
Frente ao Tejo ,
outra vez ,
me vejo.
Manhã cinzenta e fria.
O prédio amarelo,
emoldura
o rosto quadrado
da praça
chamada Terreiro do Paço.
Lisboa...do mesmo Tejo,
de Pessoa e Saramago,
de turistas apressados,
clicando imagens
desfocadas
de gaivotas, no topo
do vento,
pousadas.
Vento sopra
gelando meu rosto,
enfrento,
a contragosto .
Permaneço, a olhar o Tejo.
Preciso ver o Tejo!
No rio é que me vejo,
se, ontem, em tons de verde,
hoje, cinzento,
se perde.
O bonde amarelo,
da loja de antigos
saído,
inda é belo
e pinta com graça
a palidez da praça.
O céu é teto cinzento,
mas, o bonde, amarelo.
O Tejo é também cinzento,
mas, o prédio, amarelo.
Vejo-me.
Tejo-me.
Percebo-me
no cinza/amarelo
da praça.
O vento fustiga meu rosto,
chuvisca, chuvisca, chuvisca
Abrigo-me, gelada,
sob as brancas Arcadas
do imenso prédio amarelo,
E aqueço-me quase nada.
Tristonho, um fado soa,
uma gaivota voa,
e no Café da esquina,
a escrever em rima,
encontro Fernando,
em Pessoa.
Lisboa!
Lisboa!
Lisboa!
Atualizado em: Sex 29 Jun 2018