- Contos
- Postado em
O FILHO DO PADEIRO
Trabalho desde os quinze anos de idade. No principio fui vendedor de pão. Viajava léguas e mais léguas da cidade para os distritos, de casa em casa com balaio na cabeça vendendo a minha mercadoria. Alguns meses depois, adquirimos um jumento e com as bruacas, facilitou um pouco mais o meu trabalho. Em um determinado dia, ainda de madrugada, segui o meu destino habitual. No caminho, aconteceu o inesperado. O animal que conduzia a minha carga foi despertado pelo cheiro de uma fêmea no cio. Saiu em disparada e sem poder contê-lo, soltei a corda que o prendia. Alguns metros depois, me deparei com uma cena bastante arrepiante. Entre coices e relinchos não sobrou um pão dentro da mala de couro. Sem saber como contornar aquela situação, pedi ajudas aos moradores da redondeza e acabei cometendo o maior erro. Para eles, conter aquela cena fosse como desmanchar o circo. Transformou-se num espetáculo de sexo explicito em plena luz do dia. O filho do padeiro ficou sendo conhecido como o menino do Jegue do "pão" duro. Castramos o animal e aproveitei o slogan e tentei reverter à situação com uma pequena frase escrita numa chapa de madeira pendurada no peito do animal, que dizia o seguinte: "Aproxime! Jegue capado com pão mole". Minha profissão de vendedor não durou muito tempo, mas não é difícil entender porquê.
Atualizado em: Ter 27 Jan 2009
Comentários
Um maravilhoso findi pra vc!
bjs!
Um maravilhoso findi pra vc!
bjs!