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Desacordo consigo mesmo

O dia estava assim, como se dizem, feito para dormir e descansar, a chuva fina que a noite caiu, deixou aquela suave sensação de frescor e tranqüilidade no ar...

Todos se foram, e só, novamente estava, mas não se incomodava, ao contrário, gostava, era a oportunidade que precisava para ficar só consigo mesmo, ouvir o som do silêncio, prestar atenção nos pequeninos sons que provém da rua, o leve rodopiar dos automóveis na esquina, o suave canto dos pássaros ao longe, o latido ao longe dos cães da vizinhança, e as vozes internas que esvoaçavam como pássaros, em sua mente...

Elas a convidavam a abrandar a sua mente, suavizar as suas expressões, castigadas pelo labor do trabalho e do tempo, que embora, muitos na maioria das vezes, insistiam em dizer que não deixavam transpareciam a idade, sabia que aquelas marcas vinham para ficar, mas também não se revoltava, aceitava, afinal, são sinais do tempo e que traziam consigo pedaços de lembranças que mesmo não sendo sempre doces, ainda assim, eram lembranças, sinais e marcas de tempos vividos e bem vividos com sofreguidão, luta, mas acima de tudo com amor.

Seguindo o fluxo de seus pensamentos que a conduziam a relaxar os músculos, que exigiam frouxidão, por ficar muito tempo, expostos na mesma posição, resolveu se deixar jogar na cama macia, que parecia convidar para um longo e convidativo ressonar...

Ao longe, agora, apenas o vento a soprar suavemente, batendo vez em quando no batente da janela, fazendo um barulhinho impertinente que ora era suave e por vezes se tornava mais estridente.

Por mais que sentisse que não devia pensar em mais nada, aquele pensamento insistia em retornar, trazendo de volta as velhas dúvidas e inquietações, ansiedade, espera dúvidas, perguntas, o que fazer?  deixar que tudo se aquiete e não dar vazão a eles, ou simplesmente seguir a voz da razão e deixar transparecer tudo isso numa conversa franca e objetiva.

E como chegar a esse diálogo, se sozinha ela estava, e não tinha certeza, por quanto tempo ficaria assim.

Chegou a uma conclusão, entre a voz da razão que a impelia a questionar e forçar um novo diálogo resolveu seguir um chamado interior, que dizia: esquece! , não vale à pena, de nada adianta forçar, tudo deve seguir um fluxo natural, saber esperar sem pressa, e não sucumbindo a ansiedade, é ainda o melhor a se fazer, sendo assim, retirou o edredom, alisou o lençol, cerrou as cortinas e deixou-se ficar assim, absorta, a espera do sono reparador, que haveria de lhe recarregar as baterias internas para um novo dia.

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Atualizado em: Dom 29 Set 2013

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