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Psykhé

Talvez eu não precise ir para guerra salvar meus pais, talvez eu só precise salvar a mim. Como disse Mulan: "Talvez o meu pai não seja o problema, eu só queria provar que posso fazer coisas certas pra olhar no espelho e enxergar alguém que valesse a pena".
 Já faz um tempo que eu vi pessoas sendo egoístas comigo ou com os outros, vi pessoas sendo ruins por prazer e eu vi as crianças e eu pensei: bingo! Eu tenho que ser criança! E eu queria ser uma eterna criança, mas eu não paro de crescer e o mundo não para de me assustar, eu saio e volto arrasada com as asas machucadas. Ser egoísta não é ruim, as pessoas precisam ser, pensar em si primeiro não é errado, mas confesso que é uma mudança brusca.
Deixar de ser menina e me tornar mulher.
 Eu me pergunto: eu sou má?
Minha mente sombria necessita de uma companhia e eu gosto de curtir ao máximo essa energia boa que eu consigo passar pra pessoa, mas será que eu me sinto realmente bem sem ninguém, será que eu realmente amo alguém? Talvez eu esteja tocando numa ferida tão profunda que isso mude o destino de novo, mesmo assim eu prefiro me sentir só...
No final eu nao sei com quem quero viver, as vezes eu não quero nem me ver, o reflexo no celular eu tento não perceber, meus olhos eu escondo em um óculos escuro e os dentes eu escovo no box pra nao ter que me olhar no espelho. Não é que eu me odeie, eu só me prendo demais ao que está dentro, ao que não posso ver, talvez eu ame esse jeito escroto que me afasta da razão e da clareza, é bom me perder na confusão da minha cabeça, pode ser egoísmo, mas eu sou curiosa em me compreender.
Só que as vezes me rendo e me vejo envolvida em outra vida, procurando novos sentidos e novos compromissos, querendo crescer junto com você, mas me sinto mal por te envolver, quantas vezes mais eu vou me desfazer de todos que ousam me conhecer?
Eu não sei se é capricho, mas pode ser, fico procurando motivos pra desaparecer, qualquer ponta solta é motivo suficiente pra eu me perder.
Talvez eu não tenha me transformado no que sou, talvez eu sempre tenha sido isso e ao longo do tempo eu acabei desconstruindo todas as relações com as pessoas a minha volta, eu mesma; sozinha; sem a ajuda dos outros. Acho que não, na verdade eu acredito que sou uma mente em formação e se hoje ela está doente foi por alguma razão. Provavelmente alguém influenciou na minha formação e todo o resto eu continuei sozinha, pq assim como se aprende e reproduz o certo, o mesmo ocorre com o errado.
Meus pensamentos se alastram como uma tempestade, tomam conta de todo o céu e afogam a minha certeza em dúvidas estúpidas.
Eu só queria deixar de ser quem sou, corto e tiro grande parte do meu cabelo, mas o essencial é o que fica, eu poderia estar careca agora, mas percebi que não ia mudar minha cabeça.
Queria não ter que ver o mesmo rosto todo dia, isso é normal? Se cansar de si mesmo, eu não consigo nem me aturar, as vezes coloco no modo automático e deixo rolar, não me arrumo, não me procuro, não me escuto, deixo o silêncio e a indiferença tomar conta. Eu poderia fazer isso durante dias, semanas e até meses, é só não se importar.
Eu calo minha mente pra não me afogar em pensamentos.
Eu me mantenho indiferente pra não me machucar com meus sentimentos.
Será que sou tão sensível assim que preciso reprimir tudo isso de mim?
Eu não queria essa melancolia em mim, mas terminei assim, dividida em dois, sol e lua, noite e dia.
Tenho luz para guiar, vejo vários que querem me acompanhar, mas existem trevas em mim, algo tão obscuro que não posso mensurar, por vezes entro lá e fico sem conseguir me achar.
Talvez esses textos montem um quebra cabeça, talvez eu mostre isso pra minha terapeuta, talvez eu apareça, serei sempre uma incerteza?
Mas essa foi uma breve despedida, com certeza! Na verdade não é uma despedida, nem o começo, é continuação do meio.
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Atualizado em: Qua 12 Maio 2021

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