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A INFAUSTA GLÓRIA DE PAU ÔCO

Não me fales da Glória, por favor!

de tanto queimar nela meu incenso,

animei-me do fogo mais intenso

e hoje vivo sem ter nem onde por.

 

Glória! por que me fez sofrer a dor

de perambular nos ares, suspenso,

atado às asas de um amor imenso,

e acabar no poço do elevador?

 

Só frouxo o meu amor se faz eterno,

ri da mão que o quer ditoso e firme,

e ironiza, de um olhar franco e terno,

 

lábios outros que tentam confundir-me...

Oh! desidério de saltar no inferno

e no fogo da Glória consumir-me!

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Atualizado em: Seg 1 Fev 2010

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