person_outline



search

OS SETE SINOS

Sete velhas cegas, à roda de uma fonte,

nas brumas frias de um jardim abandonado.

Um prisco vislumbre de horror mudo estampado

em cada rosto, sem que nada as amedronte.

 

A falta de ecos faz do silêncio insonte

o cúmplice venal de um jamais explicado

crime equívoco, cujo réu jaz, aterrado,

à espera do dedo inquisidor que o aponte.

 

Lá no fundo imóvel da água, sete sinos

guardam os naufragados gritos de cada hora.

Três já soaram, pela manhã – três, à tarde.

 

Quando a derradeira campa toar, sonora,

as velhas, com a indiferença dos assassinos,

virão buscá-lo, sem que nada as retarde.

Pin It
Atualizado em: Dom 7 Fev 2010

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br