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De repente
De repente, eu olhei, mas não conseguia enxergar, ou não queria enxergar. De repente, eu já não estava mais lá. De repente, tudo o que eu queria era esquecer. Não me contive, virei o rosto, era demasiado para mim. Olhei para baixo, mas só via escuridão e dor. Meu estômago revirava, assim como o meu espírito. Quisera eu ser um homem bom, mas eu não era, nunca fui uma mulher boa, em qualquer sentido, era como me via, como me vejo. Havia tantos sentimentos misturados que eu já não sabia o que era sentir ou o que era verdade. Queria me despir de todos os meus medos só pra poder te salvar, talvez assim, eu pudesse me salvar também, mas você nem sequer olhou para mim, e eu agradeci. Agradeci porque sabia que se olhasse para mim veria a minha alma, e a minha alma meu caro amigo, é podre.