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Novo Orbe

Fazia já algum tempo, que a população andava inquieta, brigavam entre si, por qualquer motivo, e a alimentação, era um problema constante, pois não obstante os chefes dos clãs irem à caça, utilizando de toda a sua força e poderio para obter a caça em quantidade para que satisfizessem a todos os apetites mais vorazes, a maioria, não se contentavam com frutas e vegetais, por mais que eram instruídos que era mais saudável, o apetite voraz da maioria, era mesmo por carne, não se importando até que a mesma fosse humana.

Numa determinada ocasião, onde muitos perderam suas vidas, ao ingerir água contaminada, e por acaso, foi um transtorno conter a turba faminta, que por escassez da caça habitual de animais, não pensaram nem por um momento, em poupar do alimento, mesmo se tratando de antigos companheiros de jornada, os abateram ali mesmo, e se abstaceram o quanto lhes foram permitidos saborear.

Esse triste episódio chegou ao conhecimento daqueles que chamavam como Grande Líder da aldeia, e este, por demais chocados e decepcionados, não pode fazer muita coisa, já que o fato, já estava consumado, a não ser lamentar, e procurar um meio de instruí-los e conscientizar que isso era tremendamente desnecessário e por que não dizer, desumano, alimentar-se de sua própria espécie.

No entanto, devido ao fato, de muitos terem morrido por intoxicação, e também como muitos posteriormente julgaram, como sendo uma punição divina, a maioria que participou dessa carnificina humana, caiu abatido de doenças, chegando mesmo, a falecer dias depois, para desespero da maioria, que inconformada, em perder mais membros do clã, caiu em desespero e uma tristeza profunda, e tomando verdadeiro asco pela carne humana, fato que felizmente, agradou e muito ao “Grande Líder”, por não ter mais esse tipo de preocupação doravante.

Ainda assim, os problemas, não cessavam por ai, pois tinha que elaborar uma forma de instruí-los para uma forma de vida mais adequada, e de acordo com as condições naturais da região, porém, sabia que sozinho, não seria capaz de conduzi-los, apenas com reprimendas, castigos ou instruções, era preciso algo mais forte, mais concreto que os tocasse a fundo, pois sabia que eram selvagens a caminho de um despertar e uma evolução para a nova era, por isso, resolveu pedir ajuda a sua amada discípula e agora também Grande Maga, condecorada pela mais alta graus da hierarquia celeste, a lhe ajudar nessa árdua tarefa, pois sabia, que com certeza, não se recusaria em ajudá-lo, já que além de todo seu potencial, possuía também um grande e nobre coração, repleto de toda brandura e amor que se pode adquirir ao longo de tão longa escalada de conhecimento e saber.

Estando ela a meditar em seu vasto jardim, adornado pelas mais belas flores e plantas que o olho humano, não poderia imaginar, atendeu ao chamado de seu antigo mestre e querido amigo, e pôs-se a ouvi-lo atentamente, e ao final do relato, como era de esperar, aceitou com carinho a tarefa imposta,  prometendo se esmerar para tudo transcorresse da melhor maneira possível, se bem, que não tinha ainda idéia de como poderia ajudar, mas sabia que seu bom e velho Mestre, haveria de a conduzir com segurança, e bondade, e foi então que ela o acompanhou noite a dentro, levando consigo apenas, o seu fiel companheiro de jornada e incansável guardião eterno, “Rarus”, como ela o chamava, que a recebeu manso e feliz, para uma nova jornada, reverenciando-a, e se abaixando lentamente, para que ela se acomodasse em seu dorso, para que suavemente, pudessem alçar vôo tranqüilo e veloz por toda região desconhecida para ambos, sobrevoando vales e colinas, antes jamais explorados, mas que se desnudavam em seus olhos, como uma paisagem bucólica e ao mesmo tempo primitiva demais, porém, sem perder sua essência e aquela beleza natural de pedra rara e preciosa a ser burilada por mãos hábeis e sensíveis como as suas, e foi assim, que nessa noite enluarada, eis que alguns mais perspicaz, apaixonados pela paisagem noturna, puderam vislumbrar ao longe, uma silhueta feminina de rara beleza e suavidade, a bordo de um majestoso, e gigantesco animal, nunca visto antes por olhos humanos, a sobrevoar a abóbada celeste, em vôo rasante, para os confins  de  uma nova terra, o que depois de muito tempo, vieram a saber que se tratava da Grande Deusa, como a denominaram posteriormente, e seu fiel companheiro “Rarus”, o dragão, um ser que causava espanto e temor, não somente pela sua grandiosidade e exuberância, mas também pelo fato de dominar os 4 elementos da natureza, em única existência, pois ele não somente sobrevoava o ar, em vôos noturnos e velozes, como andava pelas planícies e colinas,quando Solicitado por sua ama, e ainda dominava o tão temido e reverenciado elemento fogo, quando em momentos de fúria, ou para defender seu território,o soltava, flamejante pelas enormes narinas, fato que causava medo e respeito de toda população, que não se atrevia a chegar perto de tão magnífico ser da natureza.

Eis que depois, de acertados detalhes de como seria esse “encontro” com os simplórios aldeões, ela preparada para sua nova tarefa, e com o coração repleto de bondade e benevolência, arrumou-se com esmero, utilizando vestuário revestido de elementos naturais da região, para não ofuscar os olhares primitivos e não ofuscar a todos com sua beleza diáfana vestiu-se com leve túnica, adornada por um diadema de flores silvestres que adornavam seus belos cabelos soltos até a delgada cintura, e foi se colocar na gruta, que lhe fora preparada singelo altar, onde ficaria durante o dia, exposta as visitas constantes de seus novos súditos e quem sabe, se que com alguma sorte, futuros discípulos, pois esse era o seu desejo intimo que conseguisse lhes tocar não somente o coração, como também a razão, para abrir suas mentes a um novo mundo de conhecimento interior, e amor a si mesmo, como a seus próximos companheiros de jornada.

Assim, transcorreu aquele que seria um dos primeiros e mais esperados dias, de visitação a Gruta Sagrada, como ficou conhecido o local, onde a Grande Deusa se encontrava para espanto e delírio, dos mais corajosos, que sentiam no intimo vontade de conhecê-la e se possível adorá-la, como faziam todos que ali se adentravam automaticamente, grande era o impacto que sentiam diante daquela criatura de beleza rara, e suavidade infinita no olhar doce, que parecia transpassar a todos que a avistavam, sem emitir um único som, apenas expressava seu profundo amor, a todas aquelas pobres criaturas que a contemplavam embebidos de sua beleza e bondade que a veneravam e a reverenciavam constantemente, fazendo com que saíssem de lá, muito melhor do que quando entraram, sentindo-se mais fortes, amados e protegidos pela Grande Deusa, desde que ali chegara aquela Gruta que para todos, se tornara sagrada.

E dessa maneira, os dias transcorriam céleres, e mais felizes, aos olhos do Grande Líder, que satisfeito com a influência benfazeja de sua amada discípula, vislumbrava pequeno avanço naquelas mentes e corações empedernidos, burlados ao calor dos dissabores de uma terra hostil, que os acolhera amorosamente, para juntos burilarem o aperfeiçoamento em uma nova jornada de conhecimento, amor, e evolução rumo a Luz e a um mundo melhor e igual para todos.

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Atualizado em: Ter 7 Jan 2014

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