- Crônicas
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As Diversas Maneiras de Amar
Os casais possuem códigos que só tem significado para eles. Óbvio demais. Fundamentais, diria Roberto Carlos, o romântico. “...detalhes tão pequenos de nós dois...”
Para quem olha de fora é pagar mico como diz a gurizada hoje em dia. Para o casal, pequenas relíquias que compõem a história de uma vida.
Uma amiga distante, me conta ao telefone das estrepolias do marido, que está se bandeando para outro relacionamento, depois de um casamento de décadas.
- Resolvi desprezar mesmo. Não separo mais as asinhas da galinha que ele gosta de comer. Ele que se vire!
Se não a conhecesse tão bem, diria que estava brincando. Pequenas gentilezas, alimentos do amor, tomam um sentido enorme, quando do rompimento.
Há atitudes que substituem as palavras. Imagine a cena: Depois de duas semanas sem se ver, a mocinha pede ao namorado:
- Diz que me ama.
- Mas eu te mandei flores na semana passada - Responde o rapaz com ar de surpreso.
- Ué, e isso quer dizer que me ama - Surpreende-se ela.
- Claro que sim - Retorna ele.
Depois que o casamento entra na convivência propriamente dita, os sentidos captam as mensagens a quilômetros de distância. Nós mulheres, queremos que o parceiro diga que nos ama como no tempo do namoro. E eles ali, monossilábicos, quando muito. Somos mesmo exigentes. Nem nós dizemos eu te amo com a mesma freqüência de antigamente, mas é como se disséssemos todos os dias, sob a forma dos gestos de carinhos que reservamos para o amado. Eles também fazem a mesma coisa. Aguçando os sentidos, vemos que aquilo que nos tornou especiais aos olhos do outro, continua presente. Tanto que se incorporou ao nosso dia a dia e não percebemos.
Detalhes. Que tal uma overdose daqueles que só o parceiro conhece, neste dia 12, dia dos namorados?
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