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Corrida presidencial.
Pessoal,
Encontrei o Lobão perambulando pelas ruas do Sumaré, aqui em São Paulo, e perguntei se ele conhecia a procedência dos candidatos à presidência da Republica.
Veja o que ele me respondeu:
- Bom, meu velho, é o seguinte: uma das candidatas tem como procedência longínqua um clã de nobres bárbaros das estepes da Rússia que tinham com armas de família uma Águia. Devido ao frio insuportável o clã emigrou para São Petersburgo e serviu como construtor nos estaleiros do Czar Pedro - o grande, que queria afrancesar a sociedade russa e, ao mesmo tempo, se proteger de invasões por mar do Napoleão. Com o tempo e devido ao assédio e sedução dos Bolchevistas o clã abandonou os Romanoff. Houve uma revolução e a cidade mudou de nome, para Leningrado. Até ai tudo bem. Porém, quando a cidade mudou para Stalingrado a coisa piorou muito e tiveram que fugir, com toda família, através da Sibéria para a China onde se estabeleceram. Depois de se engajarem no exercito do Imperador Chinês e lutarem nas duas guerras do Ópio contra os Ingleses não resistiram ao novo poder assumido pelo General Mao Tsé Tung. Afinal eram comunistas, mas nem tanto. Da China viajaram para Macau e foram aprender a língua portuguesa e depois imigraram “a fare l’Ámérica.
O outro candidato vem de uma dinastia de comerciantes de especiarias Venezianos contemporâneos do Marco Pólo. A rota da seda era para a família como a Rua 25 de março e a Rua José Paulino se tornou tão habituados estavam a negociar com Armênios, Turcos, Hebreus, Persas, e Indochineses. Porém, com as grandes descobertas do Colombo e do seu Cabral, a queda do comércio no Mediterrâneo ficou evidente no século XVII. E, devido à falta de negócios e a religiosidade da família, foram morar e se estabelecer em um Box no mercado de Assissi na região da Toscana. Nessa cidade os filhos mais novos ficaram encantados com um amigo chamado Francesco, que insistia em se despojar dos bens do pai, um rico mercador Toscano, e pregar a bondade incondicional, incluindo os animais e os pássaros. Essa amizade dos seus filhos com o Francisco, filho desse mercador mais poderoso de Assis, repartiu a família ao meio. Uns, se tornaram frades franciscanos e ficaram em Assisi; outros resolveram mudar, mais uma vez, e foram para a Calábria. Passaram um tempão na ponta da bota. Porém, por não gostar de como a Cosa Nostra acumulava influência e poder, partiram, finalmente, para a América”.
Já a ultima candidata não veio de lugar nenhum. A família já estava aqui muito antes dos franceses, holandeses e portugueses. Ela é tataratataraneta de uma família tradicional de caciques Ipurinã do Uwakuru que usavam um tradicional cocar com penas de Arara. Hoje esse território é conhecido como Estado do Acre. Ela é o retrato do que todos os brasileiros deveriam ser de verdade: pele morena, magro, sinceridade no olhar, cabelos negros, caráter sério, sem ser carrancudo, atual, sem ser babaca, curso superior de qualidade, inteligente, ambientalista, pedagoga, articulada e de caráter incorruptível.
E agora, viajo nas asas da Arara, ou parto num vôo de Tucano?
E você?
Abração, Santiago.
Comentários
Rackel,Essa sua bondade me envaidece. Abraços.
Boa, Abreu. abração.