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Briga no Bairro do Itaim Bibi.
Encontrei alguns cenários sobre a polêmica da possível troca do quarteirão do Itaim Bibi que abriga biblioteca, teatro, escolas, postos de saúde etc., troca a ser feita com incorporadores que prometem a construção sem custos para o erário público municipal de 200 creches na periferia paulistana.
Cenário 1.
O prefeito da cidade precisa eleger um candidato apoiado pelo seu novo partido nas próximas eleições. Partido fundado por ele.
Por ser novo esse partido tem que convencer o povão ao que veio. Com disfarces, sabe-se, como a maioria dos partidos. E precisa entregar fatos, obras, coisas visíveis para o seu marqueteiro trabalhar na divulgação da imagem do candidato para as próximas eleições.
Que tal um slogan para o partido do tipo “O... é o partido que tira dos ricos para dar para os pobres”? Eu sei que é cascata e que vocês também sabem. É a minha mania de falar do óbvio. Desculpem.
Imagine toda a massa de pessoas favorecidas pelas 200 creches prometidas. Vão votar em quem?
Eu não sei quem roubou de quem esses velhos truques, que sempre funcionam. Fraude.
O prefeito não é mais aquele (que melhorou o visual da cidade retirando, anúncios, cartazes e letreiros),...
Cenário 2.
E, se esse Sírio é sério e quer ressuscitar o Iluminismo político do século XVIII e levantou dados para saber onde, efetivamente, moram os beneficiários desses serviços prestados pelo quarteirão em discussão; vai que ele descobriu que não são moradores do Itaim Bibi, na sua maioria; que nos últimos anos o Teatro Almeida Prado teve uma atuação pífia para o qual ele foi destinado; que constatou pelas listas diárias de presença da Biblioteca Anne Frank que são raros os freqüentadores da biblioteca, do bairro ou não; que os alunos das escolas do quadrilátero são de outros bairros e utilizam transporte pago pelo município; que o Posto de Saúde é um benefício para as empregadas domésticas (que trabalham no bairro) faltar menos ao trabalho (ter médicos na porta de “casa” e poder deixar o herdeiro na creche vizinha)?
Cenário 3.
Ou que os moradores, indignados pela mudança proposta pelo prefeito, descobriram que esse empreendimento vai dar acesso ao bairro para novos ricos de Pirituba, Jaçanã , Aricanduva..., o que devera causar uma diminuição na elegância e no patrimônio social e cultural do Marais paulistano. Não é uma má idéia.
Ta fácil?
Santiago – morador do bairro.
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Abraços.