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A Passeata da Maconha.
Um grupo da terceira idade que participava da Passeata da Maconha na Avenida Paulista chamou a atenção pelo inusitado, já que predominam os jovens nesses eventos festivos, e uma repórter da TV resolveu entrevista-los:
- Qual o motivo do senhor estar participando da passeata? – perguntou a repórter.
- Recomendação do meu Oftalmologista. É que eu vivia com uma dor insuportável no globo ocular e não tinha laboratório farmacêutico que desse jeito – disse o bem humorado senhor de pijama listrado chapéu coco e guarda chuva.
- E a senhora? – perguntou a repórter para uma senhora que estava ao lado do amigo aí de cima.
- Eu andava sem apetite e os médicos não encontraram nenhuma solução, daí... – respondeu a coroa loira e exuberante, tipo Vera Fisher.
E a repórter foi entrevistando todos os participantes da banda dos ”Vai indo que eu vou demorar”.
- Quantos anos o senhor tem e qual o motivo de participar desse evento? – perguntou a repórter a outro senhor.
- Sessenta e sete. Bom, depois que eu me aposentei baixou certa malinconia, eu que sempre fui muito alegre. Fui apresentado à amiga Canabis e ela me devolveu o riso, é isso – respondeu o coroa boa pinta de quepe de oficial da marinha e um colar havaiano que saiu dançando e cantado uma marchinha de carnaval dos anos 60 - “Olha a cabeleira do José será que ele é...”
- Ex-presidente, por que o senhor é a favor da liberação da erva bem dita? – perguntou a Miriam Leitão.
- Porque vai tirar da miséria os sertanejos nordestinos muito mais que a Bolsa Família. Foi o Armínio Fraga quem disse, e eu concordo. O sertão nordestino tem clima e vocação para esse tipo de agricultura.
- A senhora participa da passeata por qual motivo? – perguntou a repórter à socialite conhecida do mundo da moda.
- Quando o Parkinson, aquele indesejável, me ligou querendo aparecer lá em casa eu disse que já estava em outra eu o proibi de me visitar e ligar de novo. Esse é o motivo.
- O senhor não acha que a Maconha pode afetar o cérebro? – perguntou a outro sexagenário.
- Muito pelo contrário. Quando eu quero entrar em contato com as minhas lembranças mais divertidas nada supera um bequesinho do interior.
- E a senhora? – perguntou a repórter para uma véia que lembrava a Amy Winehouse.
- Querida, você não viu o filme “THC contra o invencível do Dr. Allzeimer”?
- Elke Maravilha que bom te ver aqui na passeata, qual é sua opinião sobre a liberação da erva da terceira visão? – perguntou a repórter que reconheceu a antiga jurada do Chacrinha.
- Bem, na verdade eu moro num ape aqui na Paulista, vi o movimento e desci para dizer que sou a favor de qualquer produto que seja contra a violência, proporcione bem estar, relaxe e diminua as tristezas dessa vida.
- A senhora é a favor da liberação da maconha? – perguntou a repórter à uma outra participante do bloco dos idosos que lembrava a nossa única respeitada ex- primeira dama, Dra. Ruth Cardoso.
- Só para maiores de cinqüenta anos. Do contrario quem vai trabalhar para garantir nossas aposentadorias?
- Dr. Dráuzio Varela, o senhor concorda?
- Eu abriria uma exceção para os residentes dos presídios brasileiros, de qualquer idade, para acalmar os ânimos e evitar brigas e rebeliões. Eu já disse isso no meu livro “Carandiru” que deu origem ao belo filme do Hector Babenco.
Abração,
Comentários
Minha cara, você esta com pretensões escandinavas. Que bom que seja.
É um ponto de vista interessante. Thanks pelo comentário.
Palavras sábias, meu caro amigo.
Muito obrigado pela visita e o comentário Jrs49.
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Anúncios malditos nas tvs, para que o povo roube ou se vicie, para consumir cada vez mais.
Liberada ou não, sempre usarão, assim como o contrabando, a derrubada das matas, etc, etc. E assim como as passeatas gays, cada um faz o que quer com suas entradas e saídas. O povo deveria se preocupar e lutar para com sua qualidade de vida, seus direitos!!!!
Bjs estrelas.
Eu sou contra qualquer tipo de vício, se for para uso medicinal eu apóio.
Parabéns por escolher um tema bem polêmico.
Abraços.