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O fim de semana.

Faz, acho, uns vinte anos que eu não passava um fim de semana tão agradável como o que eu passei nesse sábado e domingo dos dias 02 e 03 de Julho de 2011.

Eu não poderia deixar de contar o que eu chamo de dias perfeitos. Que se repetem cada vez menos entre nós, pessoas que, apesar dos papocos que aconteceram na vida de todos nós, prometemos nunca mais perder o bom humor. Esta no nosso DNA saber que é possível viver momentos compartilhados agradáveis, inesquecíveis. De viver momentos divertidos, que devem de ser contados para a gente não esquecer que existem e é possível.

Vou tentar contar como foi esse fim de semana ideal, pra mim.

- Oi, Santiago, tudo bem? (entrando no meu chatô) - Eu tô sentindo meio uma bobéia no corpo no tento que é gripe vindo, vem. Como o diria o Tatarana, personagem daquele livro que você disse que tá lendo; “Grande Sertão: Veredas”, do Guimarães Rosa. Não confundir com “Os Sertões” do Euclides da Cunha, que você também leu.  - Meu, eu tô meio que to me sentindo. Posso fechar esse porta? Tá vindo uma corrente de vento lá da piscina, do cão!

- Oi Cléo, que bom que você veio. Que bom te ver. Tá bão, que nóis andemo brigado, como falavam os jagunços que ôce já andou adiantando preles, como diria o Joca Ramiro, - só pra citar outro personagem fascinante do livro -, que ôce hoje andou contando preles. O nome de Riobaldo, que ele também era, é o mais conhecido, na interpretação do Tony Ramos. Como Diadorim era também Reinaldo, nel ruolo vivido pela lindíssima Bruna Lombardi, numa direção impecável do Walter Avancini.

- Tou com um frio nas costas? - Posso fechar a janela?

Vai vendo. Gargalhada desbragada, autentica. Que você solta, unicamente, na presença de pessoas que tocam algum instrumento no seu tom.

Como a Cléo também é fumante não vigorou a lei estadual, não ouve constrangimento. O vinho faltou, não veio, se desencontrou da gente. No entanto, tomamos uma cervejinha descendente de mexicana. Rimos muito.

Perdi o tempo de forno do peito de frango temperado e empanado com cobertura de mussarela derretida, que eu aprendi a fazer com o Chef Gordon Ramsey, quando ele veio aqui em casa através da Net. A salada de rúcula com ricota ficou crocante e bonita. O espaguete al dente salvei:  misturar no Banho Maria, manteiga, creme de leite, yogurte natural, em partes iguais. Não esqueça o sal marinho e a noz moscada, ralada na hora.

Sobre mesa?  - Doce de abóbora com coco. Feito em casa pela Cléo. Meu doce predileto de parelha com a tortinha de morango.

Um fim de semana desses que, que mesmo que você esteja acostumado a estar sozinho e feliz, só é possível acontecer compartilhado. Nada se compara a esse bem estar. O ato de representar a nós mesmos no olhar sincero, e nos gestos suaves e amigos, no bom humor, demonstrado com espontaneidade são momentos dados, não negociados, como algumas vezes tivemos que topar por ser esse mundão, como um grande chapadão. Não deveríamos fazer trocas equivocadas, como diria um malandro paulistano dos anos dourados. - As vêis num tem jeito.

Se eu contasse pra vocês as músicas, repertório selecionado no You Tube, que ela me ofereceu... Como nos tempos em que os oferecimentos eram feitos nas Rádios AM, pelos românticos. Lembra? Afinal eu sou um sessentão e ela uma cinquentona.

As músicas que eu pedia para selecionar carregavam um fundo de malinconia. As músicas que ela me oferecia eram cheias de charme, mais alegres e descoladas. Selecionou a Silvie Vartan, Mirreille Mathieu, Rita Pavone, James Brown, Steve Wonder, um cantor galã espanhol cujo ela é apaixonada (o som era uma rumba que ela cantou junto, em espanhol, sem acento). E nóis dançemo... separado. Que nem num teve servengonhera! Ôxê! Tá querendo maldá, né bébé? Mamá na vaca ôce num qué, né não? Num teve.

Conversamos sobre o cinema francês, nas músicas francesas, e cinema italiano nas músicas italianas. Ela lembrou a sua segunda experiência teatral e disse que ficou alarmada com a vaidade das pessoas. A Cléo achava que as pessoas já tinham saído dessa. Tentamos lembrar os cinco livros que mais gostamos de ter lido e seus personagens...

Ouvimos e vimos a Gigliola Cinquetti, Rita Pavone, Sergio Endrigo, Titãs cantando “Sonífera Ilha... o Wilson Simonal cantando aquela “eu queria ser o seu caderninho”. Aliás, eu sempre achei o Simona, com permissão, um tremendo artista, eu só não gostava da pessoa fora do artista. Pode ser que eu tenha sido injusto com ele. Ele não foi julgado devidamente como o Zé Bébélo no livro do Guimarães Rosa.

No domingo foi despertar naturalmente sentindo todos os sentidos. Um sentir relaxante. Café, sobras de pizza feita em casa, um cigarro, honrar o trono do meu lar, meu mundo, enquanto fumo o cigarro.

Depois, com o almoço engatilhado, colocar sementes de girassol na varanda, para um casal de Periquitos que me fazem companhia, por volta do meio dia, todo dia. Depois, sentar no computador, modo de dizer, e tentar contar alguma coisa sobre esse fim de semana inolvidable.  Pedir ajuda ao CD “Valsa Brasileira” da Zizi Pozzi. Tomar dois conhaques, comer, tirar uma soneca e esperar o Brasil estrear na Copa América, com o Lucas do São Paulo. Vai, Lucas!!!

 Depois, fazer um bolo de banana pra comer de noitinha.

Abração,

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Atualizado em: Seg 4 Jul 2011

Comentários  

#2 acsantiago 14-08-2011 23:04
Que bom que você gostou. Obrigado pelo comentário. Abraço
#1 jrs49 14-08-2011 15:25
Gostei muito de seu fim de semana, que bom que você relatou ele para nós.
Abraços.

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