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Economia Criativa: Um Breve Histórico

O termo indústrias criativas surgiu na Austrália com a publicação do relatório Creative Nation, em 1994. Em 1997, o Departamento de Cultura, Mídia e Esportes do Reino Unido publicou o documento Creative Industries Task Force e, em 1998, o governo britânico realizou o estudo Creative Industries Mapping Document, levando o termo a uma mais ampla exposição.

A expressão Economia Criativa é baseada no termo Indústrias Criativas. Surgiu após a iniciativa de Tony Blair, primeiro-ministro do Reino Unido em 1997, de convocar diversos setores da sociedade britânica para analisar tendências de mercado e vantagens competitivas e descobrir os setores mais promissores para o século XXI.

Analisando as atividades que resultam de indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando seu valor econômico, utilizando informação, criatividade, conhecimento e inovação como matéria-prima, em 2001, o autor inglês John Howkins criou a expressão “Economia Criativa” no livro The creative economy. How people make money from ideas, (A economia criativa. Como as pessoas ganham dinheiro a partir de ideias), publicado em Londres.

Desde então, os termos Indústrias Criativas e Economia Criativa vem sendo amplamente estudados, discutidos e difundidos mundo afora, com diferentes definições e modelos de classificação de atividades.

Empresas voltadas para a produção de bens e serviços culturais, um conjunto de conglomerados criativos, graduação em Economia Criativa e ensino regular que estimula o talento e a criatividade.

Tudo isso hoje é real em Brisbane, cidade situada no Nordeste da Austrália, onde Universidades desenvolvem um trabalho inovador em parceria com o governo e empresários locais.

E, foi a Queensland University of Technology em Brisbane, Austrália, que lançou em 2001, o primeiro curso de bacharelado em “Creative Industries” ou “Indústrias Criativas”, no mundo, tendo formado a primeira turma em 2004.

Em setembro de 2002, em St. Petersburgo, Rússia, foi realizado o primeiro Fórum Internacional das Indústrias Criativas, organizado por diferentes governos, sobre o tema “Indústrias Criativas nas Cidades Modernas”.

Definiu-se como Indústrias Criativas “que têm sua origem na criatividade individual, habilidades e talentos que têm potencial de riqueza e criação de empregos através da geração e da exploração da propriedade intelectual”.

Indústrias Criativas passou a ser o termo utilizado para descrever a atividade empresarial na qual o valor econômico está ligado ao conteúdo cultural. Unindo a força tradicional da chamada cultura clássica com o valor agregado do talento empresarial e os novos talentos da mídia eletrônica e da comunicação.

No documento final do Fórum constatou-se que, Mídia e espetáculos ao vivo; Filme; Software de entretenimento interativo e serviços de computação; Música; Artes Cênicas e Visuais; Edição; Televisão e Rádio; Propaganda; Arquitetura; Artesanato; Design; Mercado de artes e antiguidades; Patrimônio Histórico, Museus e Galerias como categorias de atividades designadas como Indústrias Criativas.

Simpósio Internacional, organizado em dezembro de 2002, em Brisbane, reuniu pesquisadores e estudiosos da recém-criada Creative Industries Faculty (QUT), da London School of Economics, do Massachusetts Institute of Technology e da New York University com o intuito de refletir sobre o significado e os impactos sociais e culturais da economia criativa e de contribuir para a construção de uma agenda dedicada à esta temática.

O resultado deste encontro, intitulado New Economy, Creativity and Consumption Symposium, foi posteriormente reunido numa edição especial do International Journal of Cultural Studies que veio a público em março de 2004.

O debate sobre Economia Criativa no Brasil só começou em Junho de 2004 com a realização da XI Conferência da United Nations Conference on Trade and Development – UNCTAD, em São Paulo, que trouxe um workshop Workshop on Cultural Entrepreneurship on Criative Industries (Workshop sobre Empreendedorismo Cultural em Indústrias Criativa) e um painel High Level Panel on Creative Industries and Development (Painel de Alto Nível sobre Indústrias Criativas e Desenvolvimento) pela primeira vez ao Brasil.

Em abril de 2005, o Fórum Internacional das Indústrias Criativas, criado por governos de cerca de 20 países, foi realizado em Salvador, Bahia, e definiu pela instalação do Centro Internacional das Indústrias Criativas naquela cidade.

O Brasil elegeu o Projeto Monumenta ligado ao Ministério da Cultura, que envolveu a preservação de 82 cidades tombadas pelo Patrimônio Histórico como o Projeto que representava no Brasil as Indústrias Criativas. O mesmo contou com o apoio financeiro do BID.

Em 21 de julho de 2005, a Revista Business Week criou o Innovation & Design Channel (Inovação e Canal Design), dentro da sua revista online, com a finalidade de acompanhar os desenvolvimentos dentro da Economia Criativa.

O título da capa da Revista Business Week de 1º de agosto de 2005 foi Get Creative!. (use sua criatividade). Ao mesmo tempo em que anunciava a criação do referido canal, apresentava uma série de artigos e matérias de alta repercussão sobre o tema; outras publicações nacionais desenvolveram matérias semelhantes.

Em 15 e 16 de novembro de 2005 foi realizado, em Cingapura, o Fórum Beyond 2005, apresentado em conjunto pela Creative Industries Singapore, uma Divisão do Ministério de Informação, Comunicações e Artes e pela Global Brand Forum Pte Ltd., que também realiza o Global Brand Forum.

Em 1º. de dezembro de 2005 foi realizada pela primeira vez em Shangai, a Shanghai International Creative Industry Week, (Semana Internacional da Indústria Criativa), organizada por instituições ligadas à Propriedade Intelectual, Cultura e Broadcast, Comissão de Economia e Comitês da Ciência e Tecnologia, da Construção e da Educação.

Também em 2005, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), apenas três países: Reino Unido, Estados Unidos e China, produzem 40% dos bens culturais comercializados no mercado mundial, incluindo livros, esculturas e outros objetos de arte e decoração, CDs, filmes, videogames. África e América Latina participam nesse mercado com 4%. Esses números evidenciaram o desperdício de talentos e oportunidades de negócios nos países subdesenvolvidos.

Em 2006 dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) informaram que a indústria cultural é a maior empregadora da Inglaterra e absorve 1,3 milhão de pessoas. O mesmo estudo indicava que a participação desse setor no mercado mundial duplicará nos três primeiros anos do novo milênio.

O cruzamento dessas duas pesquisas pode validar a teoria de que há uma forte relação entre criatividade e produtividade, pois os dez primeiros países com maior índice de produtividade são também os que mais investem em Economia Criativa.

Em 2007, a Universidade de Glamorgan, no Reino Unido, iniciou a instalação de cursos graduação em Indústrias Criativas e Culturais.

A menção a Indústrias Criativas e Culturais foi providencial e de certa forma contribuiu para eliminar a interpretação comumente dada de que a expressão Indústrias Criativas envolvia apenas a área Cultural.

A Economia Criativa foi tema do XX Fórum Nacional, realizado em São Paulo, no ano de 2008. Os projetos apresentados no evento centraram-se no futuro dessa atividade e visavam um enfoque na inovação, para superar as taxas de crescimento de outros países emergentes.

Em Novembro de 2010, a cidade do Rio de Janeiro foi aceita como membro da Rede Mundial de Distritos de Criatividade, coordenada pela instituição governamental belga Flanders-DC e da qual fazem parte regiões e cidades de todo o mundo, como Lombardia e Barcelona.

Em 14 de Julho de 2011, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro assinou o decreto de criação da Rede Rio Distrito de Criatividade (Rede Rio DC).

E, infelizmente depois de 17 anos da primeira iniciativa australiana o Governo brasileiro anuncia em 21 de Janeiro 2011, através e, vinculada ao Ministério da Cultura a criação da Secretaria da Economia Criativa (SEC). O plano contendo as ações, diretrizes e políticas públicas para a economia criativa brasileira entre 2011 e 2014, foi divulgado em 23/09/2011.

Segundo a mesma, a economia criativa é composta por setores criativos que são todos aqueles "cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural e econômica".

Em 08 e 10 de dezembro de 2011 foi realizada em Fortaleza, Ceará, a I Conferência Internacional sobre a Economia Criativa do Nordeste. Teve como objetivo discutir estratégias de fomento à economia criativa e pensar sobre como as indústrias criativas podem colaborar para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro, e o lançamento do primeiro observatório nordestino das indústrias criativas pela Universidade Estadual do Ceará em parceria com o Banco do Nordeste.

Neste ano de 2012, a cidade do Rio de Janeiro será sede do Fórum Mundial de Criatividade (Creativity World Forum), evento anual que congrega os 14 Distritos de Criatividade, em que são discutidos os avanços e apresentadas as melhores práticas desenvolvidas por cada membro da rede.

A criatividade estimula a cultura e o desenvolvimento social e é ingrediente chave para a criação de empregos, inovação e negócios, contribuindo para a inclusão social, a diversidade cultural e a sustentabilidade. Assim, cultura e economia criativa passam a serem temas estratégicos para o desenvolvimento sócio-econômico-cultural das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e de outras cidades e regiões brasileiras, onde estão sendo promovidas políticas de estímulo à criatividade e à inovação, à economia criativa e às indústrias criativas.

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Atualizado em: Qua 5 Dez 2012

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