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Um segundo para o fim do mundo...
Um segundo para o fim do mundo….
Eliot corria desesperadamente pelas ruas da capital, carregava consigo uma bolsa, e atrás dele iam correndo dois policiais, armados e gritando pega ladrão.
O menor infrator corria desesperadamente tentando fugir dos policiais, atravessando tudo o que podia derrubar no peito e pulando tudo o que era obstáculo que pudesse impedi-lo de sua fuga.
Aos berros os policiais mandava todos saírem da frente.
O menor não parava mesmo que todos tentassem pará-lo, até um senhor tentou dificultar a passagem do menino, mas ele era esperto e conseguiu passar entre os dois.
A população que assistia já se revoltava quando alguém gritou lá do fundo da rua, “Pega ladrão”, e os nossos heróis urbanos começaram a brotar e correr em direção ao menino que seguia forte em sua fuga.
Um dos nossos heróis, de carro, resolveu ajudar, subiu com o carro em cima da calçada e disparou contra o menino, atropelando ele e o derrubando.
Sorridente, ele saiu do carro, mesmo com o carro amassado, ele era o herói do dia, pois havia acabado de ajudar a polícia prender mais um bandido.
Quando os policiais ofegantes chegaram e viram o menino caído no chão, eles:
a) – Cumprimentaram o motorista pelo ato heroico que ele havia cometido?
b) – Prenderam o menino e saíram dali?
c) – O menino não era ladrão e sim o neto de um senhor que estava caído na rua, tenho uma crise hipertensa e o menino corria com os remédios dele tentando salvá-lo?
d) – O menino corria para o rio tentando se livrar de uma bomba caseira, que alguém colocou no comércio do seu pai?
e) – O menino era um ladrão e acabara de cometer um latrocínio e o motorista era filho da vítima?
f) – Você não sabe de todos os detalhes e fica difícil decidir?
Perturba-me o fato de que hoje não sabermos mais que é o mocinho ou bandido. Antes, quando ainda assistia Chips, tínhamos noção perfeita de quem era bandido e de quem era mocinho.
Hoje, você pode conviver com um bandido frequentando a sua casa e você não sabe, ou, o policial que você tanto confia ser mais bandido que os que você teme.
E ai? Você se arrisca a entrar em uma briga entre um velho e um jovem sem saber quem realmente está com a razão. Podemos confiar, com certeza, de que o jovem está maltratando um velho, e depois descobrirmos que o velho é um monstro e tem a força de vários homens?
E quando assistimos um assalto, podemos ligar para a polícia, sem nos preocuparmos se há policiais envolvidos naquele assalto?
Quando existia bem e mal, definidos, e o mal era perverso, ruim, violento, tínhamos os heróis para nos proteger, para nos salvar, mas agora fomos infectados com a pior doença de todos os tempos, a CORRUPÇÃO, e quando ela infectou a sociedade, primeiro com pequenos delitos e depois foi tomando conta do resto, ficou difícil saber se você que está lendo é, mocinho, inocente, bandido, vilão, ou um monstro.
Mas digamos que você seja um mocinho dos filmes policiais e que você acabou de achar a bomba que vai destruir o mundo, e falta apenas alguns segundos para você poder salvá-lo, e você tem que decidir qual fio cortar. Será que você vai poder salvar o mundo no último segundo?
Um homem desce do carro e segue até uma mulher que tem uma mão dentro do bolso da jaqueta de frio de inverno dos alpes suíço, e os dois estão em Dubai, ele aponta a arma para ela, alguns policiais vem a cena, o que eles devem fazer?
