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SE SOUBERES COMO TE APRISIONAM, SABERÁS COMO SE LIBERTAR- PARTE 1
Breve comentário sobre pontos cruciais da fé cristã
Quanto mais fiel ou devoto você for ao sistema de crenças cristãs, mais esse texto será um incomodo para você. Isso é normal e são características comum de pessoas que prezam ser verdadeiras em suas crenças, ou que fazem juramento solene em uma assembleia. Não precisa sentir culpa por isso. Se vier a sentir desconforto mediante essa leitura, você pode parar e voltar depois, ou pode ir lendo aos poucos em dias alternados para não se machucar muito. Não intento com esse texto causar perturbação mental a ninguém, antes sim livrar a muitos da paranoia e esquizofrenia que julgo ser patológica na maioria dos cristãos fiéis. Não é feio ser fiel a uma causa, desde quando a causa seja real e verdadeira. No entanto, nem tudo que nos ensinam sobre as coisas são verdade, nem tudo ocorreu como nos disseram, e algumas vezes sem saber vivemos uma fantasia coletiva acreditando ser essa mesma, uma verdade absoluta. Como cidadãos livres temos o direito de pesquisar, conhecer, comparar e depois de tudo decidir se seremos fiel a um grupo por conveniência ou se o deixaremos por concluir que estávamos mantendo fidelidade a algo inútil, desnecessário ou para fins pessoais e não coletivo.
Não é fácil se desfazer de uma crença enraizada em nós desde o nascimento. Principalmente se depois da vida adulta, a maior parte das pessoas com quem nos relacionamos continuam com os mesmo padrões de pensamentos, usando as mesmas linguagens, debaixo dos mesmos medos e nutrindo as mesmas esperanças. Para uma pessoa normal, isso é sinal que sua crença é verdadeira. Somente sendo “anormal” para ousar pensar diferente e agir diferente. Todos que se enveredam por esse caminho, estão cientes que serão hostilizados e andarão solitários por muito tempo, até que se enquadrem em outro grupo, ou simplesmente não se integrem a outro segmento de crença religiosa nenhum e busquem encontrar espiritualidade longe de rituais e grupos, ou simplesmente se torne um eterno aprendiz e buscador da verdade, da justiça e da paz entre o homem e o seu meio.
O cristianismo em geral ao longo de dois mil anos, tem pregado paz, gozo, felicidade e equilíbrio de espirito a todos que aceitarem os dogmas impostos por seus representantes. Isso não é verdade, é praticamente impossível de ser feito! Quem já conseguiu se libertar dos padrões doentios de pensamento das crenças e tradições dos grupos que professam essa fé, sabe o quanto isso não corresponde à realidade vivida entre os membros, antes sim o oposto disso é evidente na vida da maioria dos seus seguidores. Digo sem medo de errar, quem a maioria dos seguidores cristão vivem imersos em duvidas, incertezas, incoerências, dualidade de pensamentos, se martirizando, se culpando, criando demônios imaginários e vivendo numa luta incessante contra os estímulos normais e vitais a sobrevivência do próprio homem, qual eles atribuem ser pecado. Esse não é um estilo de vida saudável.
Não é possível ter paz quando se tenta subverter todos ao seu ponto de vista seja pela violência física ou verbal. Esse é exatamente o princípio da guerra.
Não é possível ter gozo em nada quando todas as atividades do seu dia a dia são baseados no medo de pecar e da condenação eterna. Este é um dos sintomas do ser paranoico e causa de várias outras doenças nervosas.
Não é possível ser feliz, sabendo que todos os seus parentes, amigos e pessoas que você gosta vai para o inferno só por que não concordou com seu ponto de vista religioso, a não ser que você seja um sádico e que tenha prazer em saber que os que não concordaram com seu “evangelho” tem passagem direta para o reino das trevas. Esse comportamento é mais comum entre o cristianismo evangélico radical. Alguns membros iludidos, não veem a hora de dizer: eu te avisei...
Não dar para se ter nenhum equilíbrio espiritual, diante de tanta pressão psicológica impostas pelas lideranças sob pretexto de castigo caso um membro se recuse a cumprir alguma regra dita, nem tão pouco dar para ser equilibrado mediante tantas ofertas de evangelhos diferentes para todos os bolsos e todos os gostos. Por mais que alguém diga estar no lugar certo acreditando ser aquela a igreja certa, no fundo todos são atormentados pelo risco de não estar seguindo a “igreja verdadeira” e assim terem perdido todo o tempo de suas vidas e no final ainda ser rejeitado no dia do juízo por estar numa “igreja errada”. Isso deixa as pessoas angustiadas. Essa também é causa de cristãos estarem sempre convidando outros cristãos ao cristianismo, saindo apenas de uma “igreja errada” para uma “igreja certa”. Em algumas igrejas é lei marcial e terminantemente proibido qualquer membro manter relacionamento afetivo amoro com pessoas de outro seguimento, e em alguns casos até relacionamentos profissionais e de amizade também são duramente criticados ou penalizados. É aconselhável nesses grupos extremistas, que todo e qualquer tipo de relacionamento seja apenas com pessoas do mesmo segmento. Isso causa revoltas, dores e perturbações mentais em qualquer pessoa que ainda não foi 100% robotizado. É um direito constitucional ir e vir, e nos relacionarmos com quem quer que seja. Muitas igrejas violam esse direito legal do cidadão, pois se acham estar acima de qualquer lei humana.
Triste realidade é a vida de um cristão fiel! Mente para si o tempo inteiro! Diz aos 4 cantos do mundo que é salvo, que é liberto, que é livre e que seu estilo de vida é o melhor do mundo, mas vive perturbado pelo medo, a culpa e o arrependimento por um crime que nunca cometeu, qual diz ser a morte do seu cristo numa cruz e que o mesmo padecera justamente pela quantidade de pecados acumulados de toda a humanidade. Coisa difícil de se entender, quanto de se explicar, então basta usar a fé. É o que dizem, assim como dizem de tudo que não faz sentido algum no campo das religiões. Se fecham em um grupo de 4x4 e alegam saber de tudo, conhecer de tudo, e entender de tudo, mesmo fechado no mundinho de 4 paredes da igreja, sem pesquisar nada, sem buscar nada e sem dialogar de forma sadia com quem não concordar com sua linha de pensar. Acreditam que tudo lhes pode ser revelado apenas pela leitura de alguns salmos e versículos condicionados da bíblia. A própria leitura completa da bíblia nunca foi incentivada e em vários casos proibida. Se pelo menos lessem a bíblia toda livre do condicionamento, poderiam por si só fazer algumas comparações libertadoras e mudariam sua forma de pensar e de agir.
Devido a essa triste realidade é que muitos vivem a desejar ardentemente que tantas outras pessoas se juntem ao seu segmento, apenas para não se sentirem desconfortáveis, duvidosas e atribuladas sozinhas. Companheiros de tribulações como eles dizem seguindo o estilo paulino de ser. Isso é verdade. Uma tribulação desnecessária, eu diria! Se não houver quem as enfrentem estes fiéis estarão seguros. Qualquer pessoa que questione suas crenças estará lhes provocando dor e tudo que nos causa dor, costumamos atacar ou estancar. Por isso tantos deles partem para agressão, mediante a dor causada por aqueles que lhes confrontam. É normal termos esparmos ou movimentos involuntários quando metem o dedo em nossas feridas. Toque, ainda que sem querer na ferida de alguém e você pode receber de forma involuntária uma mordida, empurrão, pontapé, um soco, uma cabeçada ou algo do tipo. É um sistema de defesa que criamos. Em nosso ser interior também temos enormes feridas abertas. O radicalismos religioso abre várias delas na vida de qualquer pessoa que almeje ser fiel a uma causa, por isso eles atacam de imediato, não por que sejam pessoas más, apenas estão se defendendo da dor que outros lhes provocam ao questionar suas crenças que eles mesmos sabem ser antagônicas. Estão apenas correspondendo a natureza humana. Digo também que isso é normal, apensar de não ser a melhor solução nem produtivo em nada. O melhor seria relaxar e deixar que alguém lhes curasse a ferida. Quem agride por tão pouca coisa, apenas estar provando que duvida das próprias crenças. Quem estar seguro, estar seguro, não se faz necessário o desespero pela conversão alheia nem “descer do salto” por algo tão pequeno.
Quanto mais fiel uma pessoa for a um segmento religioso, mais doentia essa pessoa tende a ser. Mais feridas ela terá e será, e mais feridas ela também irá causar em outros. Qualquer pessoa que é capaz de passar mais tempo se relacionando com o invisível do que com seus semelhantes terá vários problemas de comportamento social, afetando inclusive a vida de todos quantos estão ao seu redor. Pesquisem sobre pessoas que vivem ou viveram enclausuradas em monastérios, em conventos ou que tinha uma carga excessiva de ritos a cumprir e tire suas próprias conclusões. Se você estar inserido em um segmento religioso, note que as pessoas mais problemáticas do grupo geralmente são as que dizem que mais oram, mais jejuam e mais se consagram a deus suas vidas, e no então se incham ou discutem por qualquer bobagem, acreditando que por serem “amiguinhas de jeová”, jamais deveriam ser contrariadas em nada e todos os seus gostos ou opiniões deveriam ser aceitos de imediato. São as pessoas mais problemáticas e infantis que o sistema religioso pode vir a produzir.
Quanto mais uma pessoa disser deseja ser um “vaso”, ou desejar ser uma benção nas mãos do senhor, mais essa pessoa poderá ser capacho de algum líder, banquinho para outros sentar ou subir, mula de transportes, objeto de intenções maléficas por parte das lideranças, e terá sua vida a serviço exclusivo de uma sociedade de dependentes, que criam problemas imaginários esperando soluções reais ou vice versa. Quanto mais “usado” uma pessoa for, mas demônios essa pessoa terá de enfrentar! Todo “vaso” é Van Helsing de cristo. O pior é que eles acham que todos estão cheios do demônio e querem exorcizar. É diferente quando alguém se isola, se reclui temporariamente para uma meditação e reflexão pessoal, refletindo sobre seus atos numa busca interna. Esse tipo de atitude, ao contrário do citado acima produz pessoas equilibradas, pacificas e harmoniosas. Conversar com um deus invisível pode gerar pessoas arrogantes. Ter uma conversa consigo mesmo tende a gerar pessoas mais apaziguadas e compreensível. Quem conhece a si entende os outros. Quem afirmar conhecer os “profundos do mistério de deus”, de nada entende de si próprio ou de seus semelhantes, e será um arrogante, insensível, vivendo a vida a insultar a todos e demonizar tudo! A certeza que pessoas assim tem, de que estão certos em relação a outros segmentos só gera pessoas doentias.
Há vários meios de se livrar desse modo doentio de ser. O principal deles seria usar o raciocínio e a logica, mas a fé do modo como se tem sido ensinado, elimina ou deleta essas duas possibilidades. Então o caminho mais seguro seria através de um autoconhecimento pessoal, e conhecimento da biologia humana para saber como funcionamos e como reagimos a todo tipo de estimulo, mas também a igreja proíbe a busca pelo self. Tem ainda o que considero o mais seguro e eficaz de todos: o conhecimento sobre sua própria fé, de como ela surgiu até os dias em que seguem. Uma pesquisa aprofundada, baseada não apenas em uma única linha eclesiástica de história, mas em várias delas, de preferência com historiadores neutros, não ligados a nenhuma religião será o remédio eficaz para enquadrar qualquer pessoa que deseje sair ficção criada pelos mercadores da fé e exploradores da ingenuidade alheia. Quem conhece o passado melhora o próprio futuro. Quem não conhece o próprio passado, será usado para construir o futuro dos outros. Olhe para as grandes fortunas dos líderes religiosos construídas com base nas representações do que julgam ser o evangelho e tirem suas conclusões.
Para melhor entendimento desse raciocínio você deve prosseguir com a leitura das partes, dois, três e quatro desse ensaio...
Atualizado em: Seg 29 Maio 2017