- Prosa Poética
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Sombras
Lá dentro tudo era sombrio.
Abri a porta, respirei fundo e saí.
A luz de fora clareava minha escuridão.
As cores agrediam o meu cinza e os ruídos perturbavam o meu calar.
Vi a luz, ouvi o som, percebi a festa, ainda que dela não participasse.
Havia pessoas, coisas, movimentos. Havia os outros.
A inércia resistiu aos estímulos. A dor, companheira, era zona de conforto.
Mantinha uma relação duradoura com a fiel traiçoeira, mas, agora, havia fadiga.
Era necessário algo mais. Algo que justificasse a própria necessidade.
Saí, porque não tinha outra saída.
Sentia um misto de frustração, descrença e receio. Sentia o vazio.
Indiferente, segui sem rumo, guiado pelo repúdio.
A cada passo dado, o passado ficava pra trás, sem que me levasse a futuro algum.
Pra largar a devota parceira, foi necessário não pensar. Não ponderar.
Toda reflexão constituía um ato de conformidade: Um sofrimento.
Embora a amasse, a dor havia de ser deixada, para ir além dela.
Por outro lado, não poderia traí-la, sendo feliz.
A felicidade era muito tola, para seduzir-me.
Como, então, encarar o dilema, sem que este assumisse o papel de mandatário da zelosa consorte?
Como não sofrer, não sendo feliz?
Tudo parecia uma questão de sim ou não. Uma realidade binária. Dicotômica.
Ser, ou não ser...?
A crise pariu-me, afinal, ela é mãe da criação.
O binário são faces opostas da mesma coisa!
Percebi que a angústia era a metade de um todo, que não se revelava em parte.
Não havia como chegar ao fim, tomando partido.
O sofrimento que revela, anda de braços dados com a felicidade.
Não há mérito na dor que vive sozinha.
Entendi que a vida é feita de viver, e viver é experimentar o todo.
Experimentar o doce e o salgado.
Experimentar a luz e a escuridão.
Experimentar o calor e o frio.
Experimentar o som e o silêncio.
Experimentar a solidão e a companhia.
Experimentar o eu e o outro.
Experimentar a dor e a alegria.
Viver é experimentar a vida.
Abri a porta, respirei fundo e saí.
A luz de fora clareava minha escuridão.
As cores agrediam o meu cinza e os ruídos perturbavam o meu calar.
Vi a luz, ouvi o som, percebi a festa, ainda que dela não participasse.
Havia pessoas, coisas, movimentos. Havia os outros.
A inércia resistiu aos estímulos. A dor, companheira, era zona de conforto.
Mantinha uma relação duradoura com a fiel traiçoeira, mas, agora, havia fadiga.
Era necessário algo mais. Algo que justificasse a própria necessidade.
Saí, porque não tinha outra saída.
Sentia um misto de frustração, descrença e receio. Sentia o vazio.
Indiferente, segui sem rumo, guiado pelo repúdio.
A cada passo dado, o passado ficava pra trás, sem que me levasse a futuro algum.
Pra largar a devota parceira, foi necessário não pensar. Não ponderar.
Toda reflexão constituía um ato de conformidade: Um sofrimento.
Embora a amasse, a dor havia de ser deixada, para ir além dela.
Por outro lado, não poderia traí-la, sendo feliz.
A felicidade era muito tola, para seduzir-me.
Como, então, encarar o dilema, sem que este assumisse o papel de mandatário da zelosa consorte?
Como não sofrer, não sendo feliz?
Tudo parecia uma questão de sim ou não. Uma realidade binária. Dicotômica.
Ser, ou não ser...?
A crise pariu-me, afinal, ela é mãe da criação.
O binário são faces opostas da mesma coisa!
Percebi que a angústia era a metade de um todo, que não se revelava em parte.
Não havia como chegar ao fim, tomando partido.
O sofrimento que revela, anda de braços dados com a felicidade.
Não há mérito na dor que vive sozinha.
Entendi que a vida é feita de viver, e viver é experimentar o todo.
Experimentar o doce e o salgado.
Experimentar a luz e a escuridão.
Experimentar o calor e o frio.
Experimentar o som e o silêncio.
Experimentar a solidão e a companhia.
Experimentar o eu e o outro.
Experimentar a dor e a alegria.
Viver é experimentar a vida.
Atualizado em: Sáb 3 Jan 2009
Comentários
Preso a cadeia dos sentidos sou levado a escolher só uma parte, ai então me torno seu escravo.
A liberdade se acha quando não se escolhe só um lado, mas se permite viver um todo com amor e intensidade ai nos tornamos livres e eternos.
Venho aprendendo que a eternidade não se mede com o tempo mas pela liberdade, amor, vontade e intensidade em que se vive aquilo que nos apresenta.
A certeza que fica é que se vive quando se ama, fora do amor não há vida, porem um amor livre, que se permite o sofrer e o se alegrar, mas em todas elas se permite amar.
Te ler me faz muito bem, por algumas vezes consigo me ver....
Abs,
Preso a cadeia dos sentidos sou levado a escolher só uma parte, ai então me torno seu escravo.
A liberdade se acha quando não se escolhe só um lado, mas se permite viver um todo com amor e intensidade ai nos tornamos livres e eternos.
Venho aprendendo que a eternidade não se mede com o tempo mas pela liberdade, amor, vontade e intensidade em que se vive aquilo que nos apresenta.
A certeza que fica é que se vive quando se ama, fora do amor não há vida, porem um amor livre, que se permite o sofrer e o se alegrar, mas em todas elas se permite amar.
Te ler me faz muito bem, por algumas vezes consigo me ver....
Abs,
A sombra nao me assombra!!!!
A sombra nao me assombra!!!!