- Prosa Poética
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DONA MARIA
Com seu rosto sério e tão triste, Maria fica a olhar.
Com olhos de brilho esmaecido pelos anos vividos, a rua.
Sonha Dona Maria!
O mundo apressado,
Não vê Maria sentada
Em sua cadeira de vime,
Alheia ao correr do tempo.
Sonha Dona Maria!
Ela, Maria de Seu Eliezer
Rosto corado de blush
Vestido florido com renda
Brincos de plástico a balançar.
Sonha Dona Maria!
Moça que fora faceira
Mulher mãe de muitos filhos.
Lavadeira de roupas de muitas cores.
Cansada, sentada, espera...
Senhora de algumas alegrias e dores.
Sonha Dona Maria!
Mãos calejadas pelo duro trabalho.
Pele queimada pelo sol inclemente.
Os cabelos lisos presos por uma fivela.
Essa é Dona Maria.
Que vejo todos os dias
Em meu andar corrido
No tempo escasso, atrasado
Ainda assim, enxergo Dona Maria.
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