- Prosa Poética
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Nostalgia
Ela fechou o zíper da calça azul royal, deslizou uma camisa preta por sua pele delicada, prendeu os cabelos louros em um elegante coque e colocou as escuras botas de cowboy. Pintou os lábios com um vermelho sedutor que eram entrelaçados com seu olhar marcante.
Entrando em uma boate qualquer, o desejo deles por ela cintilava como faíscas em uma fogueira. Os olhares eram perceptíveis, mas ela optava por ignora-los, e nem se quer um sorriso cedia-lhes.
Aproximou-se do bar e tomou uma dose de whisky puro, gelando todas as incontáveis tentativas de contato que os rapazes, frustrados, faziam.
Não tardou para que ela saísse da multidão, andou até a área aberta da festa e encostou-se na parede com as pernas cruzadas, pegou um cigarro entre dedos e o acendeu, tragou revelando uma mancha vermelha que marcará no filtro.
A fumaça enevoava sua presença, deixando-a irresistivelmente séria, e com a boca entreaberta suspirou cansada dos dias que levava, e a cada cigarro queimado, questionava qual seria o sentido da vida e planejava muda-la, mas então os cigarros acabaram e ela parou de sonhar.
