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PRECE ( ao amor )

Posso dele me escravizar ó Pai,
Nele fazer morada, torná-lo solo sagrado...
Algemada e maculada no templo do amor,
Minha forte rocha está em um coração,
Que nas manhãs orvalha sangue,
Onde minhas dores segregam, ali repousarei...
Mergulharei no abissal,
tentando encontrar as letras que menos entendo,
Para assim permanecer inabalável em minha fé,
Quando a noite é uma megera, escura e escarnecida...
Pulo dentro dela, estou em pé,
A derramar baldes de tinta clara e neutra,
No breu da assombração,
Para construir e constituir morada em terra sana, sadia,
Se um dia estiver fora de mim, me derramarei,
rendida em poesia, para estabilizar meu equilíbrio...
Meu passo estremece perante o abismo,
apenas há alguns centímetros fatais, onde está o mal e o fim,
Quero que a leveza de suas palavras,
levem o dissabor de não ter este amanhã,
Ao lançar abaixo minhas dúvidas,
penso poder deitar em terra firme, construir um lar,
Agora dá-me o direito de citar os versos eternos,
de um amor pretérito perfeito !
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José Emir
José Emir