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CAFÉ

Alguma coisa invade-me a alma, vontade de não sei quê.
Paro de tamborilar meus dedos nas letras,
paro de tamborilar meus sentimentos no papel.
Levanto-me e... já sei!
Levo a caneca ao fogo com água, ponho o pó perfumado,
enigmático no alvo coador.
Escuto o borbulhar da água saltando no calor do fogo.
Despejo-a lentamente, respirando com avidez o aroma
que imbui meu ser.
Aroma que me realiza as vontades,
me deleita, me estremece.

Tempero com o doce certo, no ponto!
Forte o bastante para não ser fraco,
pois paulista que sou não o quereria lânguido,
tendo sido o café riqueza primeira deste Estado.
Despejo na xícara de sempre, a que mais gosto,
escolho um bom lugar para merecê-lo.
Regressam vagarosamente as idéias ao haurir o líquido,
liquído negro e aromático.
Vão meus dedos entre a xícara e as teclas
dedilhando, sentindo, tocando
e a minha paráfrase terminando.

LIVRO "INTIMIDADE"
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Atualizado em: Dom 7 Fev 2010

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