• Poesias
• Postado em Mar 10, 2011

Colateral - Diálogo Vazio de Uma Semente.

Após cair ao solo, senti-me render  ao sono. Profundo e lento me leva ao caos interno.

Adormeci, dei por mim quando começava a brotar, o ambiente morno transtorna-me.

Certo é que não possuo córneas ou pupilas, nunca as possuirei, mas bem vejo; vejo-me.

Me faço inteira, sinto em mim todas as palavras, expressões florais, cantos aveludados.

Cada vez que tem-se um grito no subsolo está anunciada mais uma raíz, um vínculo.

Numa manhã percebo-me fragmento. Sempre ocorre quando se é semente.

Há de se deixar claro que não existe noite e nem sonolência nessa condição,

A manhã é suposição, fantasia. É só a forma de ilustrar a agressividade gradativa dos raios solares.

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