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ANTROPOFAGIA
Eu não preciso dizer quem eu sou;
Eu sou!
Eu não preciso dizer como sou;
Eu sou!
Não preciso de nenhuma cultura como padrão,
Não é a cor da pele, muito menos opção.
Vamos fazer do lobo um animal de estimação.
Já roubei as suas armas agora te tenho na mão.
Não estou preocupado com o que você pensa de mim,
Mas quero te dizer que a hora e a vez são aqui;
Aproveitei sua cultura e fiz uma reciclagem
Usei o que era bom, ainda mudei a embalagem.
Fiz uma releitura e modifiquei seu texto,
Regras de etiqueta, aprendi só por pretexto.
Usando suas armas organizei minha guerrilha;
Agora estou no comando, você caiu numa armadilha!
Li todos os seus livros, freqüentei suas escolas,
Aprendi, seu jogo sujo, agora chegou minha hora.
Com suas próprias teorias aniquilo seu mal;
Já tomei seu microfone, estou no comando geral.
É o bombardeio na mente, perfurando a armadura,
Minha voz pouco a pouco abalando a estrutura.
Trago força e coragem do meu povo antepassado
Que está sempre apoiando, lutando lado a lado.
Se um canudo é preciso, ele já ta na mão;
Fui no fundo, apostei, e não vi solução.
Agora chegou a hora de você conhecer
A força do meu povo e então vai perceber
Que pra falar de mim ainda tem muito que aprender,
Porque você não me conhece e eu já conheço você.
Comentários
A ação antropofágica aqui é cultural, identitária. (Ler o Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade). Quanto ao ritmo, sim é inspirado no rap e o desenvolvimento é no compasso anapestro.
Obrigado pela leitora e comentário. Abraço.
PS: O titulo "Antropofagia" ( CANIBALISMO) não entra no contexto do seu poema/RAP por não ter nenhuma relação aparente. ou tem?