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Antinomia
E se me fosse permitido
Ser Razão sem emoção
Ainda assim eu chorararia de saudade,
Porque em tudo o que penso,
Existe uma lógica que se contradiz,
Uma metalogia tão angustiante
Que só vivendo cada pensamento
Seria evidente cada axioma.
Eu postularia a inexistência dessa dualidade
Porque se completam e encaixam perfeitamente.
Ainda que se veja seus limites,
São uma e não metades independentes,
À vista nesse mundo, tudo na mesma mente
Que mente e nega essa indissociabilidade,
Como se fosse possível ser só metade.
Declararia,
Que para cada momento alegre
Existe um instante triste,
Porque é isso que nos permite
Ser intensos e propensos ao desejo de ser feliz.
Ninguém é feliz, sem nunca ter sido triste.
Em que parâmetros haveremos de nos pautar?
Em tudo o que existe, há razões
Mas somente na humanidade há motivos.
Por isso, se me fosse permitido
Ser mais razão que paixão,
Certamente eu me apaixonaria mais
Porque é certo que só assim eu seria feliz.
Estenderia a mão a estranhos
Iria ai banco com minha calca démodé
E abandonaria o vício de quere ser comum.
Pularia corda, teria a boca cheia de pipoca
Rindo de tudo o que parece certo e não me traz alegria.
Eu amaria
E sofreria por esse amor com maior freqüência,
E me entregaria a possibilidade da mentira
Sendo feliz nos momentos de verdade, ainda que fosse inventada.
Há razões na semente e no átomo.
Há na mente a semente do “Homo”,
Se a vida, acontece em “Lumos”,
Cada vida é um “Somo” à parte.
E se somo esse raciocínio
De cunho tão contraditório
A todo sentimento em mim contido
Descubro-me completamente louca...
Quem dá o veredicto do que é verdade?
O que é a realidade?
O que sei ou no que ainda ignoro?