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A ÓPERA DO FIM

UM GRITOOO, NO INFINITO,
no céu vazio, a noite morre,
rolam pedras,
estrelas, como gotas de orvalho, caem ao vento,
a lua, fria, na relva macia, ao relento,
não vê um poeta que cantava versos de amor
a sua amada,

um menino, encantado !
atira as estrelas ao lago,
junta pedaços, enche espaços,
no seu olhar, não existe luz

sua mão acaricia a lua ferida,
apagam-se os sonhos,
como o poeta que cantava versos,
sem nada para dar a sua amada....
só a lua, as estrelas e a vida..

um escuro cobre o olhar do menino,
um vazio cala a voz do poeta,
no chão as estrelas se juntam as pedras.

e o poeta que cantava versos,
cala a voz e a vida...
triste a amada, caminha só, na estrada,
não sabe se o sol nascerá na manhã...

longe, a terra ainda treme,
enquanto uma tocha sobe ao céu, no nada !
o menino assustado, destrói sua última bombinha,
pequena como a lua, ao chão, na rua,
com medo de explodir uma flor...!

humanos num alçapão,
festejam a explosão,
e brindam aos estilhaços
perdidos no espaço

uma coruja, assiste triste, o fim...
no ninho, um filhote nasce feliz...
sem nunca ter visto as estrelas e a lua..
na noite, um choro de criança, caminha pela rua,
sem um manto, sem luz..

na estrada, o poeta,
vê longe o vulto da sua amada,

no alçapão, humanos brindam ao nada,
a um estampido bandido,
enquanto o menino vê sua bomba destruída.
e uma foto da lua e estrelas,
uma lagrima cai, na cama vazia...
onde deitavam ao seu lado...

no escuro...morre a vida...!

abre-se o alçapão,
taças se quebram ao chão....
uma explosão atinge o céu...
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Atualizado em: Sex 6 Jun 2008

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