- Poesias
- Postado em
A FACA DE AÇOUGUEIRO E A MULHER
O homem possuía uma faca de açougueiro,
Perigosa, gume afiado, aço frio,
Que cortava carnes e legumes
Para cozinhar para a família.
À noite, a mulher chegava,
Não dava boa noite nem sorria,
Entrava em silencio ou reclamava
E caia na cama sem jantar.
Quando o homem adormecia,
Sorrateiramente,
Ela se levantava e escondia a faca
E voltava a esconde-la se encontrada.
A mulher andava temerosa
Da faca afiada de açougueiro
Ou do embuste que escondeu na alma
Que fazia sofrer aquele homem.
Um dia o homem encontrou a faca,
Aço frio escovado até o cabo,
Abriu os olhos fechados pelo tempo,
Pegou o paletó e suas dúvidas,
Colocou tudo na caixa e deu um basta:
Abraçou a mulher do seu afeto
Que devastava a sua auto - estima
Com pequenas mentiras invisíveis,
Desculpou-se porque se demorou,
Desejou à mulher uma feliz velhice
E foi embora com a faca e sua caixa.