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O AMOR SEMPRE PERDOA
Quando perdi a minha doce amada
Na bruma espessa do escuro dia,
Perdi toda razão, deixei meu bando
E revoei o céu em gritaria.
- Onde estás, amada?
- Onde Estás, amada?
Voei sem descanso até Campina Grande
Onde a minha amada tem um ninho,
Se estava perdida o melhor pouso
Era o calor da família ou meu carinho.
Não estava perdida. Ela seguiu
Um andorinho de olhos verde-mar,
Que migrava para o sul, onde o amor
Se aquecia no sol para cantar.
Pousei num cabo elétrico, quem se importa
Se eu viva ou morra assim por nada.
O norte do meu bando é alimento,
Minha única vida é minha amada.
Não sei se vindo do Leste ou do Oeste
Um bando jovem migrava para o sul,
Me leva leve no rumor das asas
Como se eu fosse uma folha azul.
Quando atinei já estava próximo
De uma cidade poluída e feia
E vi minha andorinha malograda
Enterrando tristeza na areia.
Voltando para o norte envolta em lágrimas,
Na hora que a noite ainda voa,
Pediu perdão, fiquei mais perto dela,
Respondi que o amor sempre perdoa.