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Rubro Despertar
Caso a luz venha espreitar junto à manhã
Findando os delírios e suspiros da alvorada
Não deixe que a aurora seja nossa vilã
Pois nos teus negros cabelos, é ainda madrugada
Quiçá fora o ocaso que nos trouxe a isso
Ou talvez o teu encanto me deixou perdido
Fizeste de mim a vítima do teu feitiço
Mas foi meu o crime de tê-lo correspondido
Se criminoso sou, em teu corpo desejo
Fazer o meu eterno cárcere de redenção
Que seja ainda unicamente o teu beijo
A arma fatal para a minha punição
Entrego-me para tal penitência voluntariamente
Contudo, não tenhas piedade de meu martírio
Pois tê-la, enfim, do princípio ao poente
Não é sacrilégio, mas um doce delírio
E caso a luz venha espreitar nosso pecado
Fitando os delírios e suspiros desta cama
O escarlate da aurora nos terá já abrigado
Pois é rubra a madrugada de quem ama.
Atualizado em: Qui 26 Out 2017