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ANTIDIÁRIOS DE ABRIL IV

IV
O dia rebentou azul, mas tem agora um colorido de cinza,
este pano de chão sujo que no céu lado a lado predomina,
no bafo da manhã vindo do alguidar derramado da esquina.
Leio o Amor Natural do Carlos e algo em mim se modifica,
feito se uma brisa revelasse a senha que estava escondida
no labirinto dos vermes que não querem a sua alma infinita;
lá dentro no meio das vísceras. Onde sequer o sangue visita.
Na sacada da varanda registro os poucos carros da avenida
nesta realidade do vírus que é invisível aos olhos da alegria.
Canso os controles. Fito as janelas da casa. E abro a cortina
— na clausura da cidade e na camuflagem begeada da poesia.
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Atualizado em: Dom 5 Abr 2020

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