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Pretendo, sempre, descontar o tempo,
estilhaçar o telhado de vidro do relógio
e abrir-lhe a porta do seu próprio reino
— e quero mesmo que seja mais caótico.
Furto da poeira do rodapé, às três e meia,
do despacho estendido sobre o cor-de-rosa
do pano, onde os espíritos surdos farreiam,
e da nuvem translúcida que muda de forma.
Vento e verso: o plano não tem planejamento.
— Eu roubo de todos e aposto tudo no poema.
Atualizado em: Qua 9 Ago 2023