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A aluna e o professor

Foi tudo muito rápido, mas foi o suficiente para deixar marcas, que naquele momento achei que não fosse superar e nem esquecer. Bobagem. Hoje, dificilmente lembro do seu nome. Maldito seja o dia que o conheci. Ele não era nada alto, apenas divergia alguns centímetros da minha estatura. Não era nada atraente (beleza era algo a ser discutido), porém era muito intimidador. Eu tinha 16 e ele... enfim. A troca de olhares era constante, contato e a conversa não passava de um simples "Bom-dia!" e um sorriso. Nem me lembro de como nos aproximamos tão de repente e de como nos afastamos. Apenas uma coisa me apetece... estou bem melhor sem ele. Para nos conhecermos melhor, ele se aproveitou da minha fragilidade e necessidade de um amigo que me confortasse. Usou das poucas artimanhas que ainda tinha e seu charme exótico, me pergunto como pude me deixar levar pela sua lábia instigante, intimidadora... muito intimidadora. Ninguém podia desconfiar desse seu outro lado, que tentei (eu juro) desvencilhar. Seu jeito discreto, não se comparava ao homem cara de pau que ele era fora da sala de aula. Nem os meus fetiches mais bobos se resumiam em paixão e sexo com o meu professor. Fetiche clichê ao extremo, não acha? E olha que eu adoro clichês. A paixão não se enquadrava nos meus planos, aliás, conhecê-lo foi uma contingência. Um erro. Ah, se eu tivesse dado ouvidos à uma colega que outrora me disse que me entregar seria um ultraje! Desculpe, minha querida amiga. Eu precisava beijá-lo. Sentir seu gosto vir de encontro ao meu. Porém, a decepção e a repulsa vieram antes do famigerado beijo. Costumo dizer que há males que vêm para o bem. Talvez, fosse realmente necessário eu me afundar nessa tão "doce e amarga" fantasia para que eu desse lugar para o melhor dos amores... o amor próprio.
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Atualizado em: Qua 23 Jan 2019

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