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• Postado em Abr 24, 2013

Fora de Alcance (Capítulo Três)

Emmanuelle despertou zonza. Olhou ao redor e não identificou o ambiente em que se encontrava, mas após alguns instantes começou a assimilar os últimos acontecimentos que sua memória lhe recordava. Levantou-se da cama desconhecida; por sorte ainda usava as mesmas roupas. Perambulou pelo quarto desconhecido, abriu a porta e saiu.

Douglas estava sentado à mesa de uma cozinha, com uma xícara de café nas mãos. Seu olhar vagueava enquanto ele tomava longos goles do café que não parecia mais estar tão quente.

— Que lugar é esse?

Ele olhou para ela e permaneceu dessa forma, mas era como se olhasse para além dela, como se ela não estivesse realmente ali.

— Douglas, quer me fazer o favor de responder pra onde você me trouxe?

Então ele piscou algumas vezes e pareceu voltar à realidade. Dirigiu o olhar para o conteúdo de sua xícara quando respondeu:

— O senhor Rossano usava esse lugar para negociações importantes. Um lugar completamente fora de localização. Você deve imaginar que tipos de negociações eram essas.

— Sim, eu posso imaginar.

Ele olhou para ela.

— Acabei de fazer café, e se estiver com fome, posso preparar uma omelete.

— Obrigada, eu vou aceitar.

Sorriu para ele ternamente, e quando seus olhos se encontraram, ela identificou simpatia refletida nos olhos dele. Então se sentiu confiante para acrescentar:

— Obrigada de verdade, Douglas. Agradeço por tudo o que tem feito por mim.

— Creio que é evidente o que sinto por você, não é? — ele declarou sem constrangimento, enquanto enchia uma xícara de café para ela. — E se você não pode me contar o real segredo do senhor Rossano agora, saberei esperar pacientemente pelo momento certo, pois acredito que deva ser algo realmente importante. Então, quando estiver realmente pronta, saiba que estarei aqui para você.

Quando ele lhe entregou a xícara, suas mãos se tocaram por um breve momento, mas o bastante para reacender as chamas do sentimento que os envolvia. Nesse momento, perceberam que não poderiam continuar lutando contra aquilo que sentiam um pelo outro.

Sem pensar em mais nada, ela o agarrou pela camisa, deixando a xícara cair e se espatifar no chão. O tecido se rasgou, e ela agarrou aquelas costas fortes e bem delineadas, que desejara desde sempre, ao encontro de seu corpo. Enquanto suas bocas se juntavam, ele a conduziu ao quarto. Ela o seguiu de bom grado, plenamente consciente de que o acompanharia até o fim do mundo, se ele quisesse. Ele abriu a blusa dela com urgência e colocou a boca nos seios firmes e rosados. Ela gemeu de prazer, disposta a se entregar de corpo e alma ao homem que lhe fizera cruzar a fronteira entre o certo e o errado, entre a ilusão e o amor real.

Ele a jogou na cama e lançou-se com urgência no corpo que ansiava pelo seu. Um botão voou longe enquanto ela se esforçava para abrir a calça dele. Num instante, os corpos se encaixaram e começaram a se mover numa sincronia única. Fascinada, louca, ela se entregava a ele por completo, sem medida, sem limites.

O corpo de Douglas era lindo, perfeito, firme e forte, e Emmanuelle o agarrava e beijava com intensidade. Ele a ergueu nos braços e encostou-a na parede, continuando a penetrá-la com vigor. As pernas dela envolviam-lhe a cintura, as unhas cravavam-se em suas costas. Loucos de prazer, seus corpos se moviam juntos, e o calor do momento fazia com que suor escorresse por entre eles. Chegaram juntos ao orgasmo numa sincronia perfeita e, então, permitiram-se cair na cama, ofegantes, aninhados nos braços um do outro.

Emmanuelle, de olhos fechados e com os lábios se abrindo num sorriso, tinha plena certeza de que ali, nos braços daquele homem, era verdadeiramente seu lugar. Ela sinceramente desejava mais do que tudo que aquele momento pudesse durar para sempre; não queria sair dali nunca mais.

Olhando para cima, para além do teto, Douglas revia mentalmente tudo o que acontecera até ali. Ele geralmente pesava suas ações antes de executá-las, e achava-se fraco demais agora por ceder. O problema era que não conseguia conter seus instintos e emoções quando estava com aquela mulher. Ele a odiava, e amava. Ela tinha o poder de despertar seus melhores sentimentos, e seus piores também.

Só que agora ele precisava agradá-la de qualquer maneira que se fizesse necessária. Ela precisava depositar sua confiança nele totalmente, e tão logo isso acontecesse, ela acabaria revelando o tal segredo de Salvatore Rossano. Ele poderia muito bem abrir mão de tudo o que tinha agora, ou poderia vir a ter, para descobrir algum podre a respeito do homem a quem considerara um pai, um mentor. Um homem que, a partir de algum momento, despertara também nele um ódio que nunca se imaginara capaz de sentir.

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