person_outline



search

1º Capitulo do Romance O Primeiro Beijo


1º Capitulo

Era uma bela manhã de sábado e Adélia como todas as manhãs passeava pelo jardim do convento fazendo suas orações. Mas seus pensamentos teimavam em levá-la a um passado que ela gostaria de ter esquecido há muito tempo. As imagens de um de um beijo apaixonado que teimava em perturbá-la, um beijo, que só acontecera em seus mais secretos sonhos. Sonhos esses que tinha desde que conhecera Rodolfo. E novamente havia sonhado com ele, seu cunhado, apesar de saber que o amor que sentia por ele foi e sempre seria proibido não conseguia tirá-lo de seus pensamentos e nem de seu coração.
Rodolfo surgiu em sua vida quando ela ainda era uma jovem adolescente, flor de seus 15 anos e ele já era marido de sua irmã Seuly e por essa razão esse amor lhe trouxe tanta dor e angustia, pois sabia que estava indo contra tudo que havia aprendido, estava contra as leis da igreja, estava cometendo um grande pecado em desejar o marido da sua irmã, mais o que fazer? Não mandava em seus sonhos.
Sonhava com ele a beijando com seus lábios carnudos, acariciando seu delicado corpo com sua mãos másculas, lhe envolvendo em seu corpo a fazendo tremer, sonhos que a faziam acordar ofegante e cheia desejo. O mesmo sonho que tivera  a noite anterior. Que ele vinha e lhe tirava do convento e a levava para uma ilha deserta, sonhos de uma menina num corpo de mulher.

“A tirava do Convento” lugar onde estava para fugir desse amor.

Quando percebeu que nunca o esqueceria, resolveu e comunicou a família que gostaria de servi a Deus se tornando uma irmã de caridade, a noticia pegou a todos de surpresa, pois Adélia sempre foi uma jovem que gostava de se divertir com os amigos e nunca demonstrou vocação para a vida religiosa. Por essa razão relutaram muito mais acabaram aceitando o seu desejo e Rodolfo o homem  que tanto amava desde o dia que entrou no convento não voltou a vê-lo, só em seus sonhos cheios de fantasias, desejos e inocência.

_ Irmã Adélia!

_ Sim irmã Maria de Fátima – respondeu Adélia virando-se

_ A Madre Rosário deseja fala-lhe.

_ Já estou indo.

Enfim seus pensamentos foram interrompidos, a Madre havia mandado lhe chamar. “Com certeza precisava de ajuda com as crianças”, pensou Adélia. Sempre que podia Adélia ajudava a Madre com as crianças carentes, dando-lhes aulas de arte, se não tivesse sido obrigada pelo seu coração e sua consciência a ingressar na vida religiosa teria sido uma artista plástica ou estaria trabalhado em algo do ramo das artes.

Adélia bateu na porta da diretoria do convento, a Madre que já estava a sua espera lhe deu a permissão para entrar, a expressão no rosto da superiora fez com que Adélia se preocupasse.

_ Sente-se filha! Ordenou a Madre

_ O que houve Madre? – indagou Adélia

_ Sente-se primeiro! – ordenou a Madre

_ Sim senhora. – disse Adélia obedecendo a sua Superiora

_ Irmã! A noticia que tenho para lhe dá não é nada boa. – disse a Madre

_ Por favor, Madre diga logo o que aconteceu? – quis saber aflita Adélia

_ A sua irmã Suely ligou! A sua mãe...

_ O que aconteceu com a minha mãe? – quis saber Adélia interrompendo a Madre.

_ Ela está muito doente e pede que você vá vê-la. – respondeu a Madre

_ E a senhora sabe qual é a doença dela? – disse Adélia com lagrimas nos olhos

_ Ela está com câncer em estágio terminal. – respondeu a Madre se aproximando de sua discípula.

_ Então ela vai.....

_ Sim minha filha, só Deus pode lhe dá o descanso merecido. – disse a Madre confortando Adélia.

_ Preciso ir vê-la Madre? – disse Adélia segurando a mão de sua Superiora

_ É claro minha filha, você tem a minha permissão para visita a sua mãe e fique com ela o tempo que você achar necessário.

_ Muito obrigada Madre. – agradeceu Adélia

_ E quando você pretende ir?

_ Amanhã mesmo se assim a senhora permitir. – respondeu Adélia

_ É claro que sim! Você pode ir amanhã mesmo.

_ Obrigada Madre. – agradeceu novamente Adélia.

_ Coragem filha a sua mãe precisa de você nesse momento.

_ Peço a sua permissão para me retirar. – disse Adélia com a voz baixa quase num sussurro.

_ Pode ir! – disse a Madre

Adélia percorreu os corredores do convento em direção a sua cela, um aposento sem nenhum luxo, havia somente uma cama, uma escrivania com uma cadeira e um pequeno guarda-roupa onde ela guardava seus poucos pertences, dirigiu-se ao guarda roupa e retirou dele uma pequena mala e a colocou sobre a cama. Olhou para cima e viu o crucifixo que ficava sobre a sua cama.

_ Oh Deus! Dê-me forças. – pediu em suplicas Adélia com lágrimas nos olhos. Foi até a escrivania e pegou a Bíblia e o terço e os apertou junto ao peito e lembrou-se da ultima vez que havia visto a sua querida mãe, já fazia 3 anos desde a ultima visita que recebera dela no convento. E agora após tantos anos pela primeira vez colocaria seus pés fora dos domínios do convento e retornaria para a velha mansão dos Garcias onde havia sido muito feliz e onde o motivo de sua clausura morava.

“ Rodolfo” tornaria a vê-lo com certeza!

E só essa possibilidade fez com que seu coração disparasse, como controlaria seus sentimento?

Durantes todos esses anos que passou no convento o seu amor por ele só havia aumentado, ali entre as paredes do convento se sentia protegida de seus próprios sentimentos, se agarrava em suas orações para tentar esquecê-lo, jogava-se por inteiro os trabalhos beneficentes para não ter espaço em seus pensamentos para lembranças de uma vida que nunca teve, reprimia seus próprios desejos, castigava-se quando acordava ofegante  no meio da noite por te sonhado com ele, ou por tê-lo desejado com fervor de uma mulher apaixonada.

Por anos sufocou esse amor, entre as paredes do convento, exilou-se ali para fugir desse sentimento que crescia a cada dia e por uma tragédia da vida encontrava-se agora desprotegida, o medo invadia sua mente, teria que ser forte para vencer a sua fragilidade. Sentou-se a beira de sua cama e colocou o rosto entre as mãos e chorou toda a dor que estava sentindo. Sentia que o chão havia fugido debaixo de seus pés, que o céu despencou sobre sua cabeça, não sabia onde encontra forças para enfrentar a doença de sua mãe e o medo do reencontro com o amor de sua vida. Por pior que fosse não poderia deixar de sentisse feliz em volta a vê-lo e isso era o seu maior tomento. Sentisse feliz em um momento tão trágico para toda a sua família.



*****************************





No dia seguinte ela já estava na rodoviária do Rio de Janeiro, havia passado algumas horas viajando de ônibus, a sua espera estava o seu amado irmão Afonso que lhe esperava com um largo sorriso nos lábios. Ele estava muito diferente desde a ultima vez que ela o tinha visto, há dez anos desde o dia em que ele entrou para o convento, só quem a visitava era a sua mãe, Rodolfo sempre foi contra a sua decisão e por essa razão se recusava a vê-la presa num convento acabando com sua juventude. Mais hoje apesar dos motivos que a levavam de volta para a sua antiga casa e pra pertoi de sua família ela estava em rever o irmão.

_ Só assim pra você sair daquele”Bendito Convento”. – disse Afonso a abraçando com ternura.

_ Não me recrimine Afonso! Como está nossa mãe? – quis saber ela.

_ Melhorou um pouco quando soube que você viria. – disse Afonso pegando as mala da mão dela e a levando em direção ao carro.

_ E como está a Suely? – quis saber ela o acompanhando.

_ As turras com o marido.

_ O Rodolfo!?

_ Sim! Ele é um tremendo mulherendo, ele é infiel, mas ela não dá refresco pra ele o perturba de todos os jeitos. – disse ele abrindo a porta do carro para ela entrar.

_ E como você sabe que ele a trai? – perguntou Adélia com o seu coração em saltos.

_ Todos sabem. Ele não guarda segredos de suas conquistas. – disse Afonso naturalmente dando partida no carro e sem saber que aquele seu comentário estava despedaçando o coração de sua querida irmã.

Os comentários de Afonso sobre o caráter de Rodolfo lhe deixaram confusa, nunca poderia ter imaginado que ele fosse um cafajeste um homem de duas caras que jurava amor por sua esposa e por trás a traia com outras. Talvez tenha sido melhor ter ficado sabendo de tudo agora assim se desiludiria de uma vez por todas e resistiria ao imenso amor que guardava em seu peito um amor do qual ela já havia fugido há muitos anos sem nenhum sucesso pois o amava cada vez mais e sentia que esse amor nunca acabaria e assim estava condenada a uma vida de solidão pois ele era inatingível para ela.

Enfim chegaram à mansão ao sair do carro Adelia olhou em sua volta e parecia que o tempo não havia passado tudo continuava igual, o jardim com suas roseiras (paixão de sua mãe), o jardineiro ainda era o mesmo, o velho Senhor Almeidinha, que trabalhava pra família a mais de 30 anos, aquele lugar havia parado no tempo.

_ Venha entre! – disse Afonso entrando em casa.
Pin It
Atualizado em: Qua 12 Maio 2010

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br