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ZÉ BEBIM

Deus Protege os bêbados

E também as crianças

Mas conheci um bêbado

Que nas suas andanças

Não teve tanta sorte

E perdeu as esperanças

 

Zé Bebim vivia bêbado

Por aí perambulando

Querendo sempre beber

De bar em bar ia andando

Aperreando a todo mundo

Por uma pinga mendigando

 

As pessoas lhe davam a pinga

Só pra ver a desgraça

De suas trapalhadas

Todo mundo achava graça

Pois de tudo lhe acontecia

Só por causa da cachaça

 

 

Certa vez entrou no bar

Escorou-se no balcão

Mandou botar uma pinga

Com conhaque de alcatrão

Disse:- Quero ficar esperto

Antes da confusão

 

O dono do bar perguntou

Com quem era a confusão

Ele disse:- É com você

Pois veja a situação

Esta pinga que bebi

Não posso pagar não

 

O dono do bar, sem demora

Tacou-lhe um bofetão

Zé Bebim, sem firmeza

Caiu bolando no chão

E conforme previsto

Começou a confusão

 

 

Zé Bebim foi jogado

Caindo fora do bar

Sentou-se na calçada

Esperando melhorar

Enquanto esperava

Deu vontade de urinar

 

Com muita dificuldade

Conseguiu se levantar

Viu um poste ali perto

E nele foi se escorar

Pra fazer o seu xixi

E a vontade aliviar

 

Mas eis que de repente

Estatelou-se no chão

É que bem junto ao poste

Tinha um cara bem fortão

Sentindo a urina nos pés

Deu-lhe outro bofetão

 

 

Zé Bebim ficou no chão

Assim meio desmaiado

Sem saber o que houve

Pois de tão embriagado

Pensou consigo mesmo

“Eita choque arretado”

 

Quando finalmente

Conseguiu se levantar

A primeira providência

Foi procurar outro bar

Angariar uma pinga

Para o sangue espalhar

 

Foi entrando no bar

Estudando o ambiente

Vendo o movimento

Ficou logo contente

Pois sabia que ali

Ganharia uma aguardente

 

 

Andou de mesa em mesa

Perturbando a freguesia

Pedindo uma cachaça

Pra acabar com a maresia

E logo apareceu alguém

Que lhe fez a cortesia

 

Zé Bebim ficou alegre

Com a bebida avultada

Mas o cabra da oferta

De bom não tinha nada

E aquela gentileza

Era arapuca armada

 

O plano do sujeito

Já estava bem bolado

Embriagar Zé Bebim

Com pinga e traçado

E levá-lo de porre

Para um lugar afastado

 

 

Assim mesmo aconteceu

Zé Bebim se embriagou

E o cabra sem demora

Pro mato lhe levou

Sem dó nem piedade

Zé Bebim ele enrabou

 

Zé Bebim ficou no mato

Dormindo sono profundo

Ali passou muitas horas

Sem dar conta do mundo

E acordou sentindo

Uma grande dor no fundo

 

Depois desse episódio

Zé Bebim ficou tristonho

Queria que aquilo

Tivesse sido um sonho

Ou pior que isso

Um pesadelo medonho

 

 

Mas não era sonho

Era coisa bem real

Por causa da cachaça

Sofreu invasão retal

Pois bêbado não é dono

De sua região anal

 

Depois de algum tempo

Esqueceu o acontecido

Pois não foi vontade sua

Nem nunca teria sido

Foi tudo malvadeza

Daquele cabra atrevido

 

Pra provar que era macho

Resolveu se casar

Arrumar uma namorada

A bebida maneirar

Mas mulher que o quisesse

Era difícil de arranjar

 

 

Com muita dificuldade

Uma mulher ele arrumou

Diminuiu a bebedeira

Conforme planejou

Mas deixar de beber

Ele nunca deixou

 

Depois do casamento

A situação mudou

Zé bebim caiu na farra

E a bebedeira aumentou

E por não dar no couro

Um par de chifre ganhou

 

Por isso, caro leitor

Pelo exemplo dado

Se quiser beber cachaça

É melhor tomar cuidado

Pra não acontecer com você

O que aqui foi contado

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Atualizado em: Qui 11 Fev 2010

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