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O quartinho triste
Dentro de um mar escuro observo-me afundar
Mais e mais num caminho aparentemente sem volta
Envolvendo-me numa luz que me cega
Dentro de um quartinho vazio
Convivendo com as mudanças que ocorrem
A todo segundo, em cada clique no mouse
Eu penetro no mar negro pintado de branco
Pergunto-me se estou cego ou daltônico
Inundado de idéias e sonhos em meus devaneios
Cada dia eu conheço mais e mais
E toda hora eu aprendo algo novo
Mas ainda sinto-me vazio, sinto-me sozinho
Sem notar o céu que muda de cor na janela do meu quarto
Eu continuo procurando dentro da luz a resposta
Para entender o porquê das minhas mãos estarem vazias
Insatisfeito com tudo que vem acontecendo até hoje
Eu continuo reclamando na frente da luz
Ainda estou preso as paredes
Dentro do quartinho triste
Expandir, o que deve ser expandido?
Conquistar um espaço no meio da multidão
Que corre com muita pressa e se pisoteiam
Sem notar o próprio desespero
Eu ainda me pergunto onde eu quero ir
Enquanto isso, eu permaneço na frente da luz
Sem agarrá-la com todas as minhas forças
Apenas a admirando durante o sono profundo
Quando olho pra mim mesmo no espelho
E comparo-me aos elogios dos outros
Noto que sou um gigante sem cores
Um grande pedaço de um negro
Que deseja ser preenchido
Sem notar o céu que muda de cor na janela do meu quarto
Eu continuo procurando dentro da luz a resposta
Para entender o porquê das minhas mãos estarem vazias
Insatisfeito com tudo que vem acontecendo até hoje
Eu continuo reclamando na frente da luz
Ainda estou preso as paredes
Dentro do quartinho triste
De tanto olhar para cima, esqueço de olhar para frente
Será que a luz que tanto admiro expande o meu mundo?
No fim de tudo eu não tenho nada para me agarrar
E não possuo nada para chamar de “meu” nesse universo
Então o ódio nasce e se direciona a mim mesmo
Com um martelo em mãos, começo a derrubada
Sem me afastar da luz que me alegra tanto
Eu começo a construir um castelo de areia
Enquanto uma nova luz me ilumina no céu vermelho
A luz do seu amor
Sem notar o que estava perdendo aqui fora
Eu começo a caminhar no sereno da noite de verão
Para entender o porquê das minhas mãos estarem vazias
Insatisfeito com tudo que não fiz até hoje
Eu começo a andar em um mundo desconhecido
Mas eu não esqueço a luz que está
Dentro do quartinho triste
Que se torna alegre a cada calo em meus pés
Sendo preenchido por um milhão de cores
Dessa vez o mundo está sendo expandido
Eu sinto, eu sinto