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O Guardião da Floresta Maldita

-Vamos vovó, só mais um. - A menininha dos longos cabelos negros juntou as mãozinhas, pedindo por favor. - Prometo que será o último.
Eu estava prestes a negar quando vi aquele pequeno rostinho; tão meigo e tão triste.
- Será o último. - Disse, entregando-me. - Escolha o livro em sua prateleira.
  A garotinha saiu correndo novamente e parou e, frente a gramee prateleira cheia de livros. Nós já tínhamos lido quase todos, mas sempre havia um para se estreiar. Katherine pegou um grande livro, que ficava na prateleira mais alta - para isso precisou pegar uma escada - o livro era pesado, mesmo assim a meninha o trouxe fazendo o máximo de esforço e o colocou sobre minhas mãos. Sentei na pequena cama e Kathe pousou a cabeça sobre meu colo. 
  "A Floresta Maldita" dizia o título. Talvez Katherine fosse muito nova para ouvir essas histórias, ou até mesmo o seu objetivo. Ou talvez fosse a hora certa. Resolvi acreditar na segunda opção. 
  -Senhoras e senhores, moças e moços, meninas e meninos, eis aqui uma relíquia e uma lenda pra lá de verdadeira. - Comecei a ler o livro, do qual eu sabia muito bem quem o tinha escrito. Passei para a outra parte. - A floresta por si é assustadora, mas sua história vence. Eis que lá mora um Guardião, e o guardião a protege. E cada um que se aventura por seu interior, ele pega e faz do mesmo um escravo. E esse Guardião é amaldiçoado, o qual encanto nenhum quebra a maldição. Mas nem tudo é perdido, somente a moça dos livros trás a tona os sentimentos de um monstro que agora estão perdidos. E quando houver, as almas estarão livres, e enquanto não há, serão escravas até o dia então. 
   
  Depois disso, li as lendas horríveis que no livro continha e Katherine ouviu tudo atenta. Quando terminei, a menininha dos longos cabelos lisos olhou para mim, supresa:
  - Quem é essa moça dos livros mamãe? Onde ela está? Por que não libera as almas?
  - Ela está por aí, minha querida. Por aí... talvez ela não tenha crescido ainda.
  Ao dizer as últimas palavras, ouviu-se um grande estrondo vindo ao longe, e trevas tomaram conta do pequeno quarto. Mel passou pela porta, me fitando preocupada:
  - Você contou?- ela disse, gritando por causa dos móveis e coisas ao nosso redor que agora se desmanchavam. - Você contou à ela mãe?
  Não respondi, apenas disse para Katherine correr e não okhar pra trás, ela o fez. Vi a fumaça negra e violeta se formando em minha frente. Já sabia o que era: era o fim.
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Atualizado em: Qui 13 Abr 2017

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