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• Postado em Out 26, 2013

Sexo é vida?

Na verdade, não sei como iniciar um assunto que sempre foi e será, um tabu para os homens e mulheres do século XXI, que se encontram perdidos diante das demandas do sexo pelo sexo.

Os homens sempre acreditam que como " provedores" conseguem dar satisfação às mulheres que deseja. Puro engodo ! A maioria só encontra satisfação, quando vê a mulher aos urros, mostrando orgasmos, nem sempre existentes: A ditadura do sexo, destrói relações de amor e desejo.
Encontrei pela vida, homens que se sentavam no setting terapêutico, preocupados com a possibilidade de não satisfazerem suas mulheres. Não existe coisa mais angustiante, do que pensar que a satisfação sexual, se encerra no ato sexual. 
Um homem , é capaz de perder a vitalidade e a própria vontade, quando se sente pressionado a dar prazer.  Na história da humanidade, os homens nasceram para sentir prazer. Dar prazer era uma função meramente feminina.Observem as histórias das amantes prostitutas, que realizavam apenas o desejo de seus clientes. As esposas em casa, para o sexo básico, sem poderem demonstrar sensações enquanto as casas de sexo, oferecendo espaço às fantasias masculinas: Locais que entregavam o Poder nas mãos dos homens. Ali eram locais que guardavam segredos, que podiam variar de uma simples crise de choro, às maiores aberrações de sessões de sexo sadomasoquista.
Chegando no nosso século, as coisas se invertem. As mulheres passam a mostrar que querem sexo e prazer, tanto quanto os homens do passado, que ainda habitam no inconsciente coletivo de ambos os sexos, vale lembrar. Mulheres também estão infelizes. Transformam seu desejo numa busca frenética de satisfação. Desejam satisfazer o homem, mas querem a satisfação  própria custe o que custar.É uma questão de honra, deixar o parceiro sem forças e morto de cansaço e de " prazer" . Mesmo que surja, um misto de amor e ódio, vence quem conseguir o domínio da relação. Mas a mulher não tem o " falo" e quem o possui, o homem, se sente encurralado, obrigado a cumprir com suas funções e sua potência que passa a ser conquistada a cada momento que se vê pressionado, pela vagina "devoradora".Imagine uma tourada : O pano vermelho, e o toureiro a atiçar um touro instintivamente irado. Eis que vence, o introdutor da faca, do falo, que mata quem mais lhe trazia riscos, mas que ele se dispôs a provocar. Um alívio, um " orgasmo" mitológico. Matar o que mais ele provoca, é um sinal de vitória, associada a um prazer mórbido : Dar fim ao seu medo .
Uma simples relação de afeto, pode se transformar num local de luta, de disputa, de sadismo, de busca de uma identidade perdida.Percebo a necessidade que casais apresentam de assistir lutas. E por que seria tão prazeroso, reunir os amigos, com a participação das mulheres, para assistirem  aqueles corpos musculosos que se agarram e se agridem, até a derrota e/ou a vitória. Passeatas gay, pessoas perdendo suas identidades, com o desejo perdido. A onipotência que todos almejam e o vale- tudo, pelo prazer. O prazer sem objeto, ou melhor, o prazer que indefine o objeto. Surgem pedófilos, lojinhas de sexo, brinquedinhos que dão ao sexo um lado lúdico e infantil, onde o encontro verdadeiro se perde. O desejo se esvazia porque ninguém se sente necessário. A perda " utilidade" dá lugar o sentimento de inutilidade. Nada que a indústria medicamentosa não possa suprir, como fórmula mágica, com os comprimidos azuis, milagrosos para o resgate da dignidade perdida. Mas de onde viria  esta perda da dignidade ? Do touro que ficou morto e esfaqueado na arena? Da ditadura do prazer? Da ditadura da potência? O que se perdeu pelo caminho ? Que sentimento humano deixou de existir, para trazer a paz aos relacionamentos? 
Alguém esqueceu dos tempos de namoro? Daquele tempo que o desejo explodia, que os toques e os esbarrões, provocavam sensações inimagináveis? Eram horas de beijos, abraços, toques, que se acalmavam com masturbações solitárias, mas prazerosas, inundadas de fantasias, feito uma convulsão sem controle, cheias de colorido, que relaxavam o corpo, mesmo que solitário, como um touro provocado que não venceu, não perdeu e não foi abatido pela morte.E as conquistas que deixaram de existir para darem lugar às disputas, na " arena" dos lençóis macios ? E as paqueras que surgem naturalmente e que se esvaem como fumaça, sem a obrigação de trazer vencedores?O sexo virou uma batalha campal, quase um sacrifício que mescla sentimentos de amor e ódio e quebra vínculos que poderiam ser duradouros.E qual é a reação da platéia, diante do touro que se volta contra o toureiro e o mata pisoteado, com o corpo arremessado para o alto, com o vermelho do sangue que jorra de um corpo derrotado?
Quem resistirá à Ditadura do sexo ? Quem terá a coragem de falar sobre suas angústias, sem ser julgado como perdedor pela platéia, na arena da vida odiosa?Quem merece a vitória: O touro provocado, o toureiro sádico, ou a platéia que assiste à cenas tão bizarras, para desviarem o foco de suas próprias lutas e eternos conflitos?
Da onipotência à impotência, sem descobrir a tão buscada POTÊNCIA.
E sexo é vida ?


 









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