person_outline



search

Angústia

Um traço de mim repousa em alguns móveis.
Na cama por exemplo. Nas portas, em especial na porta doente do meu quarto.
Será que ainda existo?
Pela casa transitam sombras, escuras brancas coloridas. De vez em quando me assustam.

Sou tomada pelos estranhos sons que habitam o ar.
Pássaros lá fora ruídos por dentro. Algo que dilacera não sei exatamente o que em meu corpo.
Pendurado, ei-lo. Sem LSD.
Nuvens de escamas e peixes e espinhos conversam entre si. Decido nascer.

Meu filho onde estará?
Em que lustre em que fronha ou lençol haverá de se encontrar?
São 5 da manhã. Daqui a pouco o princípio do dia.

Nada. Só a escuridão a me indagar.
A espera. O silêncio. Seu rosto.
Quisera mais uma vez o ventre completo,
A dor da carne estirada,
O leite pulsando no peito.
Quisera.

Sonho ou delírio?
Meu filho, volta pra casa!
A lua está cheia e o céu é vermelho.
Álcool heroína crack cogumelo, sempre juntos pela cidade.
Botas e fardas, homens sinistros mulheres assassinas.
Volta pra casa, meu filho.
A noite se foi e a manhã não sabemos.
Pin It
Atualizado em: Seg 13 Jan 2020

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br