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Julgamentos Humanos Temerários e Improcedentes
Pasmem! Mas Deus é realmente julgado por muitos como sendo um Deus cruel. Muito deste juízo é formado por uma compreensão incompleta e incorreta de Suas sentenças contra pecados praticados no Velho Testamento, até mesmo com a pena de morte física.
Em todo o período de existência da humanidade, aquela antiga dispensação do Velho Testamento teve um prazo limitado fixado por Deus para funcionar especialmente em relação à própria nação de Israel que era o povo da aliança prometida a Abraão e sua descendência.
Ao revelar os seus juízos, não de forma generalizada, mas cuidadosamente determinada, o grande alvo do Senhor era o de nos alertar o quanto o pecado nos destrói e nos submeterá por fim a uma condição de estarmos para sempre afastados da Sua santa presença, porque o pecador não justificado e regenerado não pode subsistir diante da perfeita Majestade santa e justa do céu.
Assim, o propósito daqueles juízos que foram registrados por ordem do Senhor nas Escrituras é o de nos alertar do grande perigo que corremos, de modo que fujamos da condenação por meio da fé e do arrependimento.
Então, não temos naqueles juízos uma prova da falta de amor de Deus, ao contrário, são justamente eles a grande prova da Sua misericórdia em nos alertar e também por ter despejado toda a ira da Sua justiça em Seu próprio Filho unigênito que teve que morrer em nosso lugar na cruz do Calvário, para que pudéssemos ser justificados e reconciliados.
Deus é perfeitamente bom, amoroso e misericordioso.
Ele o tem demonstrado ao longo da história da humanidade, desde que o primeiro homem pecou, ao oferecer-lhe a redenção que é simplesmente por meio da fé nEle.
Assim, vemos boas e grandiosas promessas sendo afirmadas ao longo das Escrituras, as quais se cumprem em Cristo.
O Senhor sempre intentou fazer o bem ao homem que criou para viver eternamente em comunhão com Ele.
Por isso nos deu um Salvador que teve que pagar o terrível preço que nós mesmos deveríamos pagar em razão dos nossos pecados; e declarou todo o Seu beneplácito, através dos profetas do Velho Testamento, muitos séculos antes do tempo em que Jesus se manifestaria ao mundo.
No texto de Jeremias 31.31-35 nos foi dada a promessa de uma Nova Aliança em Cristo, que suspendeu os juízos para as transgressões e pecados, que eram vigentes no tempo da Antiga Aliança com Israel. De maneira que agora, na presente dispensação da graça Deus determinou ser longânimo para com todos, adiando estes juízos para o grande Dia do Juízo Final, quando será fechada a referida dispensação.
Está sendo dada desta forma uma oportunidade para que todos se arrependam e cheguem ao conhecimento da verdade, e à consequente libertação da condenação eterna.
Nos capítulos 32 e 33 do livro do profeta Jeremias nós encontramos ainda promessas do Senhor relativas à Nova Aliança, como a que se encontra registrada nos versos 37 a 40:
“37 Eis que eu os congregarei de todos os países para onde os tenho lançado na minha ira, e no meu furor e na minha grande indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem nele seguramente.
38 E eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
39 E lhes darei um só coração, e um só caminho, para que me temam para sempre, para seu bem e o bem de seus filhos, depois deles;
40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.”
Veja que aqui não se a diz apenas que Deus faria Israel regressar do cativeiro em Babilônia, mas de todas as nações para onde haviam sido lançados por causa da ira do Senhor, para voltarem a habitar na sua própria terra de Israel, e que lhes faria habitar nela seguramente.
E agora seriam o povo que o Senhor sempre intentou que eles fossem, ou seja, tendo-Lhe para sempre como o seu Deus, e para tal propósito lhes daria um só coração, um só caminho, de modo que fosse temido por eles eternamente, para o próprio bem deles e de sua descendência; e isto seria possível porque faria uma aliança eterna, ou seja, a Nova Aliança, pela qual nunca poderá se desviar de fazer o bem a Seu povo, por causa da justificação em Cristo, pela qual o temor do Senhor é colocado sobrenaturalmente no nosso coração, pelo Espírito Santo, de forma que jamais poderiam ser separados de Deus, porque o vínculo desta Nova Aliança, nos faz estar ligados a Ele para sempre de modo que se afirma em Rom 8.35-39 o seguinte:
“35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?
36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.
37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
Por este motivo, foi ordenado a Jeremias que comprasse em resgate o campo de seu tio Hanamel, na sua terra de Anatote, e que lavrasse a escritura da compra, em sinal de que terras voltariam a ser compradas em Judá, depois que os judeus voltassem do cativeiro.
Isto era uma garantia de que Deus tornaria a trazê-los de volta da terra para onde os levara em cativeiro.
E o Senhor dera tal ordem quando Nabucodonosor estava prestes a tomar Jerusalém, no décimo ano do reinado de Zedequias, e a cidade foi tomada no quarto mês do décimo primeiro ano do reinado do citado rei.
Nesta ocasião Jeremias encontrava-se encarcerado no pátio da guarda da casa real, por ordem de Zedequias, porque estava profetizando que Deus entregaria a cidade de Jerusalém na mão do rei de Babilônia, e que o rei Zedequias não escaparia das mãos dos babilônios, e o próprio Nabucodonosor o conduziria cativo para Babilônia.
Então a assinatura da escritura da compra do campo de seu tio em Anatote, foi feita no pátio da prisão onde Jeremias se encontrava, à vista de todos os judeus que estavam sentados no pátio da guarda.
E as duas escrituras, uma selada, e outra aberta, por ordem do Senhor, deveriam ser colocadas num vaso de barro, para que ficassem conservadas por muitos dias, porque seriam um sinal de que ainda se comprariam casas, campos e vinhas na terra de Israel, depois de ficar desolada no período do cativeiro.
Isto não foi feito em relação a Edom, Amom, Moabe, e outras nações que tinham buscado a destruição de Judá, e no entanto elas é que foram destruídas, porque Deus tem um propósito eterno com Israel, a nação que Ele próprio formou com a chamada de Abraão, para ter um povo que guarde os Seus mandamentos e que O ame e o Sirva para todo o sempre.
Deus faria isto porque como Ele próprio disse a Jeremias, quando fez a promessa de que se comprariam casas, campos e vinhas em Judá, depois do cativeiro, que não há nada demasiado difícil para Ele, porque a perplexidade do profeta era grande por ser muito grave a iniquidade de Judá. A dificuldade não seria o fato de voltarem do cativeiro e comprarem terras, mas o fato de Deus perdoar tantas e graves iniquidades e tornar a fazer o bem ao Seu povo, e com promessas de que se uniria a eles para sempre.
O Senhor mais uma vez havia declarado o motivo de estar entregando os judeus nas mãos dos babilônios, e destacou especialmente o fato de estarem sacrificando seus próprios filhinhos a Moloque, queimando-os em holocausto nos braços de Moloque, no vale de Hinom, mas ainda voltaria a fazer o bem a Judá depois de tê-los purificado destas idolatrias.
Nós encontramos nos versos 28 a 35 o registro das abominações que os judeus haviam praticado, e pelas quais estavam sendo castigados por Deus.
“28 Portanto assim diz o Senhor: Eis que eu entrego esta cidade na mão dos caldeus, e na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, e ele a tomará.
29 E os caldeus que pelejam contra esta cidade entrarão nela, e lhe porão fogo, e a queimarão, juntamente com as casas sobre cujos terraços queimaram incenso a Baal e ofereceram libações a outros deuses, para me provocarem a ira.
30 Pois os filhos de Israel e os filhos de Judá têm feito desde a sua mocidade tão somente o que era mau aos meus olhos; pois os filhos de Israel nada têm feito senão provocar-me à ira com as obras das suas mãos, diz o Senhor.
31 Na verdade esta cidade, desde o dia em que a edificaram e até o dia de hoje, tem provocado a minha ira e o meu furor, de sorte que eu a removerei de diante de mim,
32 por causa de toda a maldade dos filhos de Israel e dos filhos de Judá, que fizeram para me provocarem à ira, eles e os seus reis, os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus profetas, como também os homens de Judá e os moradores de Jerusalém.
33 E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução.
34 Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem.
35 Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.”
Quando vemos a descrição de todas estas abominações, e ao mesmo tempo sendo ajuntado a ela, promessas de bênçãos futuras para aqueles que se arrependessem de seus pecados, dá para permanecer julgando Deus como sendo alguém cruel, como muitos costumam fazer?
Aponte-me um só homem em quem possa ser achada tal disposição de perdoar e abençoar inimigos declarados, a ponto de morrer no lugar deles, para tomar o lugar da condenação e culpa que deveriam carregar para sempre, e então eu atribuiria a esta pessoa o mesmo caráter de amor, bondade e misericórdia que há em Deus.