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vileiro
era liso no mangueio mas suas garotas preferidas lhe davam agora apenas comida e jamais dinheiro porque esse seria gasto na bebida e antes que as piores previsões sobre seu destino se concretizassem parou de fumar pedra em garrafinhas de guaraviton e viver de renda variável entre zero e a fome e com seu novo curso de mangueio revelou talentos das categorias de base e forte em seu desapego material por necessidade e não por espiritualidade e livre do saudosismo porque sabia que os velhos tempos não eram melhores e velho demais para ser recalcado investiu em desqualificar os acusadores sabendo que suas posturas repletas de confiança e autoridade sumiriam caso cada um deles soubessem de seus apelidos enquanto o que ele sabia há tempos é que seus embrólios eram consquência de bens materiais que teve apenas por posse muitas vezes ilegal e que o vício em mandiopam com leite condensado era passível de solução e que ser considerado marginal significava viver às margens do fluxo de merda que borra todos os setores da sociedade como a conhecemos e por ironia do destino seu histórico obscuro era a chave para a dita regeneração e integração à sociedade que de tão falida aceitava párias como ele que ouviu do homem de bigodinho de risquinho que a insolubilidade de um problema faz dele circunstância permanente mas como nosso herói se desacostumou a ser solicitado para a manutenção do sistema se viu finalmente livre para a rua aspicuelta e seu desprezo pela vila madalena era na verdade um sentimento vazio e opaco e sem nome mas estava de banho tomado e tal liberdade implicava também em manter-se dessa forma quando as meninas maluquinhas não estivessem lá para salvá-lo.
Atualizado em: Qui 13 Dez 2018