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A MENINA

Já podia avistar o sol se pondo nas montanhas, aquela seria uma noite fria o vento soprava os galhos das árvores, as folhas estavam caindo ao chão, um ar de desolamento tomava conta do lugar e ali estava a menina conversando com Jéssica, uma amiguinha do povoado
As duas pareciam não se importar com à hora; seria ela apenas uma imposição dos adultos e como elas não eram, assumir essa responsabilidade de ter horários estabelecidos estava fora de questão. Jéssica de fita vermelha na cabeça e vestido azul da cor do oceano contrastava com o louro dos cabelos tão esvoaçante quanto seu jeito inquieto de ser, pulava para todos os lados tentando acompanhar o ritmo do vento.
A Menina estava sentada a beira do lago, com uma varinha nas mãos passando pela água em um movimento de vai e vem e que ao contrário de Jéssica era mais calma, mas de uma beleza tão esmerada quanto a de Jéssica; os cabelos claros também, pele morena com um tom esbranquiçado, nariz pequeno junto a olhos expressivos e melancólicos como se algo quisesse esconder, como se algo quisesse saber.
Em um momento de expressão Jéssica resolveu perguntar para a Menina se ela estava bem, esperando com isso poder finalmente se despedir da amiga e voltar para casa. Com a afirmativa dela as duas se levantaram e ao se abraçarem, despediram-se tomando caminhos diferentes.
A menina seguiu por uma estradinha que era coberta por um forte nevoeiro, tão denso que mal podia se ver ao longe. O único sentido mais abrangente era o ouvido que teimava em traduzir o agorante pio das corujas que pousadas nas arvores ou sobrevoando a estrada da floresta deixava tudo mais soturno.
O vento aumentava, assoviava alto e pequenos relâmpagos iluminavam o céu querendo anunciar a tempestade que em breve desceria.
Já podia ser ver a pequena casa de madeira velha, com um telhado capenga, casa de pouca altura, paredes escuras, janelas tombadias a qual a menina abriu a porta e dirigiu- se a uma senhora que sentada em uma cadeira de balanço, numa pequena sala com moveis gastos, simplórios, apenas fitava a menina com olhos de reprovação. Foi de imediato que a Menina retrucou a avó antes que essa pronunciasse algo em razão de seu comportamento por chegar em casa quase junto a uma tempestade.
- Estava no lago com a Jéssica vovó e a tempestade começou a se formar no caminho, dizia a menina em sua defesa.
- Não sei mais o que te dizer criatura, quantas vezes terei que pedir que fique em casa e que não se afaste tanto -replicava dona Carolina a avó da menina Lucia
O mistério tomava conta daquela casa, lá fora o canto das corujas era a testemunha do acaso.
A Menina não se conformava com o medo da avó e de sua mania de proteção, afinal que mal poderia acontecer pelo fato de ir com sua amiga um pouco fora dos limites da casa. Essa por sua vez sempre lembrava do dia em que tudo havia acontecido e as transformadas vitimas daquele isolamento aparente.
Na estrada oposta chegava a sua casa Jéssica que logo foi surpreendida pelo pai, um homem alto, forte, barba rala na face e olhos grandes, incrédulos e ofegantes por respostas da filha sobre seu paradeiro.
- estava com a menina, disse Jéssica ao pai que quando escutou, levou a uma indagação severa e repreensiva:
- Mas que diabos de menina você esta falando? Onde vocês estavam? –interrogava o pai nervoso.
Falo de Lucia, ela me disse que mora na casinha do outro lado da mata- disse Jéssica ao pai que apresentou uma reação de perplexidade e mistério.
Os raios e trovões tomavam conta do céu. A noite tinha agora a companhia da tempestade, o vento uivava e nesse clima o pai revelou algo sobre sua suposta amiga do lago, a menina Lucia e de sua avó.
-Não há ninguém lá Jéssica, a casa pegou fogo, a senhora e a menina que morava naquele lugar morreram. Disse o pai em tom de alerta à filha.
Enquanto isso na casa da menina Lucia, algo parecia não mudar para aquelas duas que sentadas a mesa tomava uma rala sopa verde, enquanto ouvia os gritos das criaturas da noite, esperando pela consciência e pela verdade.

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Atualizado em: Seg 5 Maio 2008

Comentários  

#6 tania_martins 20-03-2010 19:40
Surpreendente.
#5 tania_martins 20-03-2010 19:40
Surpreendente.
#4 tania_martins 20-03-2010 19:40
Surpreendente.
#3 Abreu 07-03-2010 21:10
Jeeeeeeeeeeeeeesus! E eu esperando o lobo mau...
#2 Abreu 07-03-2010 21:10
Jeeeeeeeeeeeeeesus! E eu esperando o lobo mau...
+1 #1 Abreu 07-03-2010 21:10
Jeeeeeeeeeeeeeesus! E eu esperando o lobo mau...

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