- Drama
- Postado em
O Espelho
A parede branca e uma fraca iluminação, suficiente apenas para que depois de seis anos três meses e dezoito dias eu voltasse a rever meu rosto.
Me aproximo.
Rugas solidão.
O espelho reverbera quem sou, a memória reflete quem fui.
Tateio meu rosto para me certificar de que sou mesmo eu no reflexo.
O tempo passou e não fui imune a mudanças.
Sol vento calor frio chorei sorri agonia e dor.
Festa música conversa cerveja gelada.
E vem a vontade procurar um banheiro.
Acender a luz e no fim do corredor, o espelho.
Depois de seis anos três meses e dezoito dias.
Memória tristeza desconsolo.
Antes da festa discussão briga desentendimento.
Foi assim, seis anos três meses e dezoito dias atrás.
Eu me pergunto durante esse tempo – como não percebi nada?
Depressão solidão angustia
Porque ela não me disse nada, ela podia.
Companheiro amigo menos vidente.
Não percebi e fomos para a festa.
Mesmas musicas mesmas conversas cervejas geladas também.
Fui para um espelho.
Comecei a brincar com minha própria imagem, refletir reflexo.
Surpreendido, ela me espiona, me pega de surpresa.
Perdi a chance de ficar calado.
Pelo menos comigo eu me entendo, respondi.
Abaixando os olhos ela disse que nem isso era possível.
Não dei importância.
Saí da frente do espelho.
Amigos bebidas música conversa.
Noite madrugada.
Alguém grita: - Ela! Está morta.
Ela morreu.
Comprimidos álcool excesso.
Seis anos três meses e dezoito dias. Contei todos.
Sou eu agora.
Em frente ao espelho.
Sorriso não tem. Careta não tem.
Hoje tem palhaçada?
Não tem não senhor.
Hoje tem marmelada?
Não, não tem não senhor.
Desentendimento angustia depressão.
Saí da festa.
Sem despedidas, sem alarde.
Entro em casa.
Trinta comprimidos e uma garrafa.
Se pelo menos eu me entendesse comigo mesmo.
Escuridão.
Cadê a luz?
Cadê o ar?
Silêncio.
Me aproximo.
Rugas solidão.
O espelho reverbera quem sou, a memória reflete quem fui.
Tateio meu rosto para me certificar de que sou mesmo eu no reflexo.
O tempo passou e não fui imune a mudanças.
Sol vento calor frio chorei sorri agonia e dor.
Festa música conversa cerveja gelada.
E vem a vontade procurar um banheiro.
Acender a luz e no fim do corredor, o espelho.
Depois de seis anos três meses e dezoito dias.
Memória tristeza desconsolo.
Antes da festa discussão briga desentendimento.
Foi assim, seis anos três meses e dezoito dias atrás.
Eu me pergunto durante esse tempo – como não percebi nada?
Depressão solidão angustia
Porque ela não me disse nada, ela podia.
Companheiro amigo menos vidente.
Não percebi e fomos para a festa.
Mesmas musicas mesmas conversas cervejas geladas também.
Fui para um espelho.
Comecei a brincar com minha própria imagem, refletir reflexo.
Surpreendido, ela me espiona, me pega de surpresa.
Perdi a chance de ficar calado.
Pelo menos comigo eu me entendo, respondi.
Abaixando os olhos ela disse que nem isso era possível.
Não dei importância.
Saí da frente do espelho.
Amigos bebidas música conversa.
Noite madrugada.
Alguém grita: - Ela! Está morta.
Ela morreu.
Comprimidos álcool excesso.
Seis anos três meses e dezoito dias. Contei todos.
Sou eu agora.
Em frente ao espelho.
Sorriso não tem. Careta não tem.
Hoje tem palhaçada?
Não tem não senhor.
Hoje tem marmelada?
Não, não tem não senhor.
Desentendimento angustia depressão.
Saí da festa.
Sem despedidas, sem alarde.
Entro em casa.
Trinta comprimidos e uma garrafa.
Se pelo menos eu me entendesse comigo mesmo.
Escuridão.
Cadê a luz?
Cadê o ar?
Silêncio.
Atualizado em: Sex 25 Set 2009
Comentários