OS CISNES VOLTARAM

Há tempos para amar, sorrir, sofrer.... e voltar... se não cair uma lagrima, nas duas ultimas linhas...esqueço o livro. Um lago, rodeado de arvores floridas, uma casa entre os montes, o chão banhado de folhas e flores...e o amor ....morrendo... Pra aquecer...  "Choras, deixe as lagrimas acariciarem seu rosto, seu corpo, igual o sangue de Cristo, Jesus, descendo abraçado à Cruz... Choras, deixe as lágrimas correrem lá fora, o amor, o último, foi embora...  OS CISNES VOLTARAM  na estrada vazia, longe ainda se via, no espaço esfumaçado, o ônibus, que carregava sonhos... vidas divididas, ela partia... a única filha, não tinha lágrimas, no rosto, uma pedra! e pedras não choram... o lago, mudo, refletia o último bater das asas, longe, ainda se ouvia, triste, o trinar dos cisnes buscavam a felicidade, enquanto o sol se escondia, no final da tarde, e as folhas, flores, balançavam, dançavam no ar, e caiam... era o começar de uma nova vida, perdida!
não havia espaço para viver partir também...ver o mundo...a fúria, luxuria, a casa não tinha mais alento, na lareira, o fogo, se consumia por dentro... a filha adolescente, descrente, fitava o mundo agitado, violado... O tempo não morre... do asfalto, do alto, do topo do mundo, retorna ao lar, as folhas secas, trepidavam sob seus passos, as flores rodopiavam ao vento no caminho vazio, ninguém ao seu lado, a filha, ainda a via graciosa, no destino traçado... o lar vazio, não cicatriza marcas...... amargas Um dia... no caminho de sonhos e tristezas, silencioso...o ônibus parou lento e partiu... deixando um vulto ao relento, na tarde cinzenta uma figura caminhava...sobre a relva macia..no fim do dia.. O mundo inteiro sob seus pés, passou ligeiro, sentiu um tremor, frio, em seu corpo inteiro como ver um gol, desfeito, nunca feito, uma bola lançada ao léu, lenta, suave encontra a cesta, seu ninho, como o primeiro beijo na criança inocente, o choro primeiro da filha era como ver Deus....no caminho...

O vento relembrava momentos e pousava flores nos seus passos lentos, florindo seu sorriso bonito! triste ! No lago um revoar invadiu a tarde, um perfume invadiu os sonhos... OS CISNES VOLTARAM! rodopiavam, dançavam, em harmonia no ar, tristeza.....alegria... A lua caminhava no céu.... e brotava atrás dos pinheiros iluminava a casa, na lareira o fogo ardia, queimava, destruía marcas amargas... Mas Deus... havia esquecido os montes, a fonte, o lago, não vivia ali naquele momento, tinha partido...longe, salvava crianças ao relento, nuas, com fome...sem nome... na guerra sangrenta de Israel, onde viveu e morreu. Lutava por almas, entre as estrelas e o céu... não viu o amor florescendo, sob o cantar dos cisnes, barulhentos! O corpo dele inteiro tremia, sumia... as emoções quebraram suas forças... o coração sofrido...morria... Os olhos choram, lagrimas acariciaram seu corpo, igual o sangue de Cristo, Jesus, descendo a cruz... suas mãos tremulas tocaram nela, nas mãos... ele trazia uma flor...! era forte sua paixão, como o vento, que passa, arrasa, e na volta, numa nova emoção nada tem a dar, morre o amor e o coração... No lago, recanto de vidas, a figura dela, bonita! refletida... acaricia a água e flores, o tempo havia cicatrizado as dores. sorria...ao ver a figura apagada, indecifrável no caminho, e os passos sem rastros, deslizando na relva, entre os cantos e bater de asas dos cisnes, não tinham partido, de amor, ficaram ao lado do único homem que havia amado... Um dia os Cisnes, sob a neblina, o ônibus caminhava, folhas e flores surgiam, renasciam... envolvendo a casa, perfumavam sua filha e filhos, a nova fonte da vida...Deus...lá em cima...sorria... Os cisnes, não eram os mesmos do caminho, nunca mais ouviu os passos deslizando na relva, ele tinha partido!.... Entre as estrelas e a lua via o bater das asas e um canto de amor... refletidos no lago...entre o passar de uma folha....e uma flor...

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